28.06.2012
sábado, 30 de junho de 2012
Censo 2010: número de católicos cai e aumenta o de evangélicos, espíritas e sem religião
Via IBGE
29.06.2012
Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no Brasil. A proporção de católicos seguiu a tendência de redução observada nas duas décadas anteriores, embora tenha permanecido majoritária. Em paralelo, consolidou-se o crescimento da população evangélica, que passou de 15,4% em 2000 para 22,2% em 2010. Dos que se declararam evangélicos, 60,0% eram de origem pentecostal, 18,5%, evangélicos de missão e 21,8 %, evangélicos não determinados. A pesquisa indica também o aumento do total de espíritas, dos que se declararam sem religião, ainda que em ritmo inferior ao da década anterior, e do conjunto pertencente às outras religiosidades.Os dados de cor, sexo, faixa etária e grau de instruçãorevelam que os católicos romanos e o grupo dos sem religião são os que apresentaram percentagens mais elevadas de pessoas do sexo masculino. Os espíritas apresentaram os mais elevados indicadores de educação e de rendimentos.
As mudanças, no entanto, não se restringem à composição religiosa da população brasileira. O Censo 2010 também registrou modificações nas características gerais da população, como, por exemplo, a aceleração do processo de envelhecimento populacional, a redução na taxa de fecundidade e a reestruturação da pirâmide etária. A investigação sobre cor ou raça revelou que mais da metade da população declarou-se parda ou preta, sendo que em 21 estados este percentual ficou acima da média nacional (50,7%). As maiores proporções estavam no Pará (76,8%), Bahia (76,3%) e Maranhão (76,2%). Apenas em Santa Catarina (84,0%), Rio Grande do Sul (83,2%), Paraná (70,3%) e São Paulo (63,9%) mais da metade da população havia se declarado branca em 2010. Continua
29.06.2012
Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no Brasil. A proporção de católicos seguiu a tendência de redução observada nas duas décadas anteriores, embora tenha permanecido majoritária. Em paralelo, consolidou-se o crescimento da população evangélica, que passou de 15,4% em 2000 para 22,2% em 2010. Dos que se declararam evangélicos, 60,0% eram de origem pentecostal, 18,5%, evangélicos de missão e 21,8 %, evangélicos não determinados. A pesquisa indica também o aumento do total de espíritas, dos que se declararam sem religião, ainda que em ritmo inferior ao da década anterior, e do conjunto pertencente às outras religiosidades.Os dados de cor, sexo, faixa etária e grau de instruçãorevelam que os católicos romanos e o grupo dos sem religião são os que apresentaram percentagens mais elevadas de pessoas do sexo masculino. Os espíritas apresentaram os mais elevados indicadores de educação e de rendimentos.
As mudanças, no entanto, não se restringem à composição religiosa da população brasileira. O Censo 2010 também registrou modificações nas características gerais da população, como, por exemplo, a aceleração do processo de envelhecimento populacional, a redução na taxa de fecundidade e a reestruturação da pirâmide etária. A investigação sobre cor ou raça revelou que mais da metade da população declarou-se parda ou preta, sendo que em 21 estados este percentual ficou acima da média nacional (50,7%). As maiores proporções estavam no Pará (76,8%), Bahia (76,3%) e Maranhão (76,2%). Apenas em Santa Catarina (84,0%), Rio Grande do Sul (83,2%), Paraná (70,3%) e São Paulo (63,9%) mais da metade da população havia se declarado branca em 2010. Continua
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Um em cada cinco brasileiros sofreu punição física regular na infância
Via Agência FAPESP
Por Karina Toledo
29.06.2012
Agência FAPESP – Uma pesquisa realizada em 11 capitais brasileiras revelou que mais de 70% dos 4.025 entrevistados apanharam quando crianças. Para 20% deles, a punição física ocorreu de forma regular – uma vez por semana ou mais.
Castigos com vara, cinto, pedaço de pau e outros objetos capazes de provocar danos graves foram mais frequentes do que a palmada, principalmente entre aqueles que disseram apanhar quase todos os dias.
O levantamento foi feito em 2010 e divulgado este mês pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.
O objetivo da pesquisa, segundo Nancy Cardia, vice-coordenadora do NEV, foi examinar como a exposição à violência afeta as atitudes, normas e valores dos cidadãos em relação à violência, aos direitos humanos e às instituições encarregadas de garantir a segurança.
“A pergunta sobre a punição corporal na infância se mostrou absolutamente vital para a pesquisa. Ao cruzar esses resultados com diversas outras questões, podemos notar que as vítimas de violência grave na infância estão mais sujeitas a serem vítimas de violência ao longo de toda a vida”, disse Cardia.
A explicação mais provável para o fenômeno é que as vítimas de punição corporal abusiva na infância têm maior probabilidade de adotar a violência como linguagem ao lidar com situações do cotidiano.
“A criança entende que a violência é uma opção legítima e vai usá-la quando tiver um conflito com colegas da escola, por exemplo. Mas, ao agredir, ele também pode sofrer agressão e se tornar vítima. E isso cresce de forma exponencial ao longo da vida”, disse Cardia.
Os entrevistados que relataram ter apanhado muito quando criança foram os que mais escolheram a opção “bater muito” em seus filhos caso esses apresentassem mau comportamento. Também foram os que mais esperariam que os filhos respondessem com violência caso fossem vítimas de agressão física na escola. Segundo os pesquisadores, os dados sugerem um ciclo perverso de uso de força física que precisa ser combatido.
Os resultados foram comparados com levantamento semelhante de 1999, realizado pelo NEV nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Belém, Manaus, Porto Velho e Goiânia. No levantamento de 2010, a capital Fortaleza também foi incluída.
Embora o percentual dos que afirmam ter sofrido punição física regular tenha diminuído na última década – passando de um em cada quatro entrevistados para um em cada cinco –, ainda é considerado alto.
A pesquisa mostrou também que a percepção da população sobre crescimento da violência diminuiu, passando de 93,4% em 1999 para 72,8% em 2010. No último levantamento, porém, foi maior a quantidade de entrevistados que disse ter presenciado em seus bairros uso de drogas, prisão, assalto e agressão.
De modo geral, houve uma melhora na avaliação das instituições de segurança. O Exército apresentou um aumento expressivo de 55,2% em 1999 para 66,6% em 2010. A aprovação da Polícia Federal saltou de 42% para 60%. O índice de aceitação da Polícia Militar, a mais mal avaliada, passou de 21,2% para 38%.
Penas e prisões
Um achado considerado preocupante pelos pesquisadores foi o crescimento da tolerância ao uso de violência policial contra suspeitos em determinados casos. O número de pessoas que discorda claramente da tortura para obtenção de provas caiu de 71,2% para 52,5%, o que significa que quase a metade dos entrevistados (47%) toleraria a violência nessa situação.
Também caiu o percentual dos que discordam totalmente que a polícia possa “invadir uma casa” (de 78,4% para 63,8%), “atirar em um suspeito” (de 87,9% para 68,6%), “agredir um suspeito” (de 88,7%, para 67,9%) e “atirar em suspeito armado” (de 45,4% para 38%).
Quando questionados sobre qual seria a punição mais adequada para delitos considerados graves – entre eles sequestro, estupro, homicídio praticado por jovem, terrorismo, tráfico de drogas, marido que mata mulher e corrupção por político –, muitos entrevistados defenderam penas que não fazem parte do Código Penal brasileiro, como prisão perpétua, pena de morte e prisão com trabalhos forçados.
A pena de morte foi mais aceita em casos de estupro (39,5%) e a prisão com trabalhos forçados foi mais defendida para políticos corruptos (28,3%).
“Já esperávamos que a população apoiasse penas mais duras por causa da frustração que existe em relação à impunidade. O conjunto das respostas indica que as pessoas consideram as prisões como um depósito”, avaliou Cardia.
Para a maioria dos entrevistados, a prisão é percebida como pouco ou nada eficiente tanto para punir (60,7%) e reabilitar (65,7%) criminosos como para dissuadir (60,9%) e controlar (63%) possíveis infratores. Essa questão foi avaliada apenas na pesquisa de 2010.
Outro aspecto da pesquisa considerado negativo por Cardia foi a baixa valorização de direitos democráticos como liberdade de expressão e de oposição política.
Mais de 42% dos entrevistados concordam totalmente ou em parte que é justificável que o governo censure a imprensa e 40% aceitam que pessoas sejam presas por posições políticas, com a finalidade de manter a ordem social. Para 40,4%, o país tem o direito de retirar a nacionalidade de alguém por questões de segurança nacional.
“Esperávamos que, 30 anos após o fim da ditadura, os valores da democracia tivessem 70% ou 80% de aprovação, mas isso não ocorreu. Além disso há focos muito pouco democráticos que sobrevivem, como o apoio à tortura. Há resquícios do pensamento de que degredo é legítimo e pode ser aplicado no século 21. É chocante”, disse Cardia.
Comentário básico:
É realmente chocante!
Muito chocante!
Adelidia Chiarelli
Por Karina Toledo
29.06.2012
Dado foi revelado por pesquisa realizada com 4.025 pessoas em 11 capitais brasileiras pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP (Wikimedia) |
Castigos com vara, cinto, pedaço de pau e outros objetos capazes de provocar danos graves foram mais frequentes do que a palmada, principalmente entre aqueles que disseram apanhar quase todos os dias.
O levantamento foi feito em 2010 e divulgado este mês pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.
O objetivo da pesquisa, segundo Nancy Cardia, vice-coordenadora do NEV, foi examinar como a exposição à violência afeta as atitudes, normas e valores dos cidadãos em relação à violência, aos direitos humanos e às instituições encarregadas de garantir a segurança.
“A pergunta sobre a punição corporal na infância se mostrou absolutamente vital para a pesquisa. Ao cruzar esses resultados com diversas outras questões, podemos notar que as vítimas de violência grave na infância estão mais sujeitas a serem vítimas de violência ao longo de toda a vida”, disse Cardia.
A explicação mais provável para o fenômeno é que as vítimas de punição corporal abusiva na infância têm maior probabilidade de adotar a violência como linguagem ao lidar com situações do cotidiano.
“A criança entende que a violência é uma opção legítima e vai usá-la quando tiver um conflito com colegas da escola, por exemplo. Mas, ao agredir, ele também pode sofrer agressão e se tornar vítima. E isso cresce de forma exponencial ao longo da vida”, disse Cardia.
Os entrevistados que relataram ter apanhado muito quando criança foram os que mais escolheram a opção “bater muito” em seus filhos caso esses apresentassem mau comportamento. Também foram os que mais esperariam que os filhos respondessem com violência caso fossem vítimas de agressão física na escola. Segundo os pesquisadores, os dados sugerem um ciclo perverso de uso de força física que precisa ser combatido.
Os resultados foram comparados com levantamento semelhante de 1999, realizado pelo NEV nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Belém, Manaus, Porto Velho e Goiânia. No levantamento de 2010, a capital Fortaleza também foi incluída.
Embora o percentual dos que afirmam ter sofrido punição física regular tenha diminuído na última década – passando de um em cada quatro entrevistados para um em cada cinco –, ainda é considerado alto.
A pesquisa mostrou também que a percepção da população sobre crescimento da violência diminuiu, passando de 93,4% em 1999 para 72,8% em 2010. No último levantamento, porém, foi maior a quantidade de entrevistados que disse ter presenciado em seus bairros uso de drogas, prisão, assalto e agressão.
De modo geral, houve uma melhora na avaliação das instituições de segurança. O Exército apresentou um aumento expressivo de 55,2% em 1999 para 66,6% em 2010. A aprovação da Polícia Federal saltou de 42% para 60%. O índice de aceitação da Polícia Militar, a mais mal avaliada, passou de 21,2% para 38%.
Penas e prisões
Um achado considerado preocupante pelos pesquisadores foi o crescimento da tolerância ao uso de violência policial contra suspeitos em determinados casos. O número de pessoas que discorda claramente da tortura para obtenção de provas caiu de 71,2% para 52,5%, o que significa que quase a metade dos entrevistados (47%) toleraria a violência nessa situação.
Também caiu o percentual dos que discordam totalmente que a polícia possa “invadir uma casa” (de 78,4% para 63,8%), “atirar em um suspeito” (de 87,9% para 68,6%), “agredir um suspeito” (de 88,7%, para 67,9%) e “atirar em suspeito armado” (de 45,4% para 38%).
Quando questionados sobre qual seria a punição mais adequada para delitos considerados graves – entre eles sequestro, estupro, homicídio praticado por jovem, terrorismo, tráfico de drogas, marido que mata mulher e corrupção por político –, muitos entrevistados defenderam penas que não fazem parte do Código Penal brasileiro, como prisão perpétua, pena de morte e prisão com trabalhos forçados.
A pena de morte foi mais aceita em casos de estupro (39,5%) e a prisão com trabalhos forçados foi mais defendida para políticos corruptos (28,3%).
“Já esperávamos que a população apoiasse penas mais duras por causa da frustração que existe em relação à impunidade. O conjunto das respostas indica que as pessoas consideram as prisões como um depósito”, avaliou Cardia.
Para a maioria dos entrevistados, a prisão é percebida como pouco ou nada eficiente tanto para punir (60,7%) e reabilitar (65,7%) criminosos como para dissuadir (60,9%) e controlar (63%) possíveis infratores. Essa questão foi avaliada apenas na pesquisa de 2010.
Outro aspecto da pesquisa considerado negativo por Cardia foi a baixa valorização de direitos democráticos como liberdade de expressão e de oposição política.
Mais de 42% dos entrevistados concordam totalmente ou em parte que é justificável que o governo censure a imprensa e 40% aceitam que pessoas sejam presas por posições políticas, com a finalidade de manter a ordem social. Para 40,4%, o país tem o direito de retirar a nacionalidade de alguém por questões de segurança nacional.
“Esperávamos que, 30 anos após o fim da ditadura, os valores da democracia tivessem 70% ou 80% de aprovação, mas isso não ocorreu. Além disso há focos muito pouco democráticos que sobrevivem, como o apoio à tortura. Há resquícios do pensamento de que degredo é legítimo e pode ser aplicado no século 21. É chocante”, disse Cardia.
Comentário básico:
É realmente chocante!
Muito chocante!
Adelidia Chiarelli
Debatedores alertam sobre risco da revalidação do diploma de médico formado no exterior
JC e-mail 4528, de 28 de Junho de 2012.
Debatedores alertam sobre risco da revalidação do diploma de médico formado no exterior
Participantes de seminário realizado na Câmara criticaram a revalidação automática de diplomas de médicos que se formaram em outros países. No evento, além da formação dos médicos, foi debatida a proposta de emenda à Constituição que cria a carreira de Estado para os médicos (PEC 454/09).
Sobre a revalidação dos diplomas, os debatedores alertaram para o fato de que várias faculdades, principalmente da América Latina, não preparam adequadamente os médicos - o que provoca, inclusive, riscos para os pacientes.
O professor Milton de Arruda Martins, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, defendeu o exame Revalida, que passou a ser adotado no Brasil em 2011 para que os médicos que estudaram no exterior possam revalidar o diploma universitário. O processo do Revalida é parecido com o adotado em países desenvolvidos do hemisfério norte. Primeiro, há uma prova de múltipla escolha. Depois, uma prova prática.
Milton Martins divulgou que, dos 714 médicos inscritos no Revalida de 2011, 417 eram brasileiros que fizeram medicina no exterior, principalmente na Bolívia, em Cuba e na Argentina. Dos 536 que foram fazer o teste, só 65 conseguiram aprovação e puderam revalidar seus diplomas - o que equivale a 12,13% do total.
De acordo com o professor Milton Martins, o Revalida 2011 confirmou que a formação da maioria dos candidatos que estudaram no exterior é inadequada. Opinião parecida tem o presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso. "Tem muitas faculdades de medicina fora do Brasil de qualidade muito ruim, questionável, que não forma adequadamente. Nós não podemos expor a população a esse risco. No estado do Ceará tem vários casos de pessoas mal formadas fora do Brasil, que vieram para o País, revalidaram [os diplomas] de maneira torta, não adequada. Eles têm um índice de complicação acima da média, bastante acima da média".
O deputado Eleuses Paiva (PSD-SP) é autor de um projeto que transforma em lei a portaria interministerial que criou o Revalida (PL 3845/12), com algumas modificações. Ele também apresentou a proposta de emenda à Constituição que cria a carreira de médico nos serviços públicos federal, estadual e municipal (PEC 454/09).
Eleuses Paiva acredita que a proposta vai ajudar a resolver o problema da falta de médicos em determinadas localidades do Brasil. O deputado citou dados do Conselho Federal de Medicina, segundo o qual, ao contrário do que se pensa, não há escassez de médicos no País:
"Nós não temos falta de médico. Nós temos, sim, uma política inadequada da fixação dos médicos nas cidades menores, nas cidades mais distantes, nas periferias das cidades. Até porque o próprio Ministério da Saúde reconhece a precariedade que existe no vínculo entre o profissional de saúde e o gestor. É justamente isso que nós tentamos abordar nessa PEC: acabar com essa precariedade, para que nós possamos ter profissionais à disposição da sociedade brasileira em qualquer setor do território nacional".
A PEC que cria a carreira de Estado para os médicos já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e aguarda a formação de uma comissão especial onde será analisada.
(Agência Câmara)
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Brasileiros reconhecem que desperdiçam água e estimam problemas de abastecimento no futuro
Via Agência Brasil
Por Alana Gandra
26.06.2012
Rio de Janeiro – Pesquisa divulgada hoje (26) pela organização não governamental WWF-Brasil revela que é grande o desperdício de água entre os brasileiros. “Mais de 80% dos brasileiros consultados em 26 estados da Federação reconheceram que vão ter problemas de abastecimento de água no futuro e, desses, 68% reconheceram que o desperdício de água é a principal causa desse problema”, disse o coordenador do Programa Água para a Vida da WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas.
A sondagem chama a atenção para o desconhecimento da maioria da população sobre o real consumo de água no Brasil. Na pesquisa, 81% dos entrevistados apontaram a indústria e o setor residencial como os vilões do gasto de água quando, na verdade, o setor agrícola, em especial a irrigação, é o maior consumidor do insumo (69%). A pecuária consome 11% de água; as residências urbanas, também 11%; e a indústria, 7%.
“Como 80% da população brasileira vivem nas cidades, a percepção do cidadão é muito voltada aos problemas da água que ele enfrenta nas metrópoles. Somente 1% das pessoas reconheceu que o problema de água está na zona rural também. Ou seja, que aquela água que sai da torneira dele vem de uma nascente que está, às vezes, a quilômetros da sua casa”, disse Freitas.
De acordo com a pesquisa, só 1% dos consultados admitiu que o desmatamento e a degradação dos sistemas naturais causam problemas de água. “Isso mostra que o cidadão tem uma visão bastante limitada da torneira para frente. Da torneira para trás, há um desconhecimento muito grande”.
O desperdício é elevado nas residências. Cerca de 48% dos entrevistados reconheceram que desperdiçam água em suas casas, o que revela crescimento em relação aos cinco anos anteriores, quando essa parcela atingia 37%. “Mais de 45% reconheceram que não adotam nenhuma medida de economia de água nas suas casas”.
Segundo Freitas, falta coerência entre o discurso e a atitude. Do total de consultados, 30% disseram tomar banhos demorados, de mais de dez minutos. Em 2006, essa parcela era 18%.
Freitas atribuiu costumes como não fechar a torneira enquanto se escova os dentes ou lavar a calçada com mangueira à cultura de abundância que existe, de forma geral, no Brasil, devido à sua dimensão continental e à abundância de florestas e rios. Com isso, a cultura da abundância acaba levando ao desperdício. “Infelizmente, o brasileiro começa a sentir o problema quando ele já está instalado. Ou seja, quando tem racionamento, escassez”.
A sondagem revelou ainda que 67% dos lares pesquisados enfrentam escassez de água. No Nordeste brasileiro, 29% dos domicílios sofrem esse problema. O consumo médio diário de água por brasileiro, da ordem de 185 litros, está próximo ao da União Europeia (200 litros per capita). Segundo Freitas, “a média mascara uma desigualdade”, uma vez que o Semiárido do Brasil apresenta consumo médio de água diário inferior a 100 litros, aproximando-se, portanto, de regiões da África Subsaariana, onde o consumo é abaixo de 50 litros/dia por pessoa.
“O problema no Brasil não é questão de falta d’água. É a má distribuição. Existe um descompasso entre a demanda e a oferta”. Freitas destacou que, no Nordeste, que concentra um grande contingente da população brasileira, já existe escassez de água, enquanto em regiões como o Centro-Oeste e o Norte, que concentram menos de 10% da população, há mais abundância do recurso.
A pesquisa servirá de base para a elaboração de novas campanhas de educação e conscientização dos cidadãos sobre a necessidade de preservação dos mananciais de água na zona rural.
Edição: Lana Cristina
Leia a matéria da WWF-Brasil:
Apesar de conhecer como economizar água, brasileiro desperdiça valioso recurso natural
Por Alana Gandra
26.06.2012
Rio de Janeiro – Pesquisa divulgada hoje (26) pela organização não governamental WWF-Brasil revela que é grande o desperdício de água entre os brasileiros. “Mais de 80% dos brasileiros consultados em 26 estados da Federação reconheceram que vão ter problemas de abastecimento de água no futuro e, desses, 68% reconheceram que o desperdício de água é a principal causa desse problema”, disse o coordenador do Programa Água para a Vida da WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas.
A sondagem chama a atenção para o desconhecimento da maioria da população sobre o real consumo de água no Brasil. Na pesquisa, 81% dos entrevistados apontaram a indústria e o setor residencial como os vilões do gasto de água quando, na verdade, o setor agrícola, em especial a irrigação, é o maior consumidor do insumo (69%). A pecuária consome 11% de água; as residências urbanas, também 11%; e a indústria, 7%.
“Como 80% da população brasileira vivem nas cidades, a percepção do cidadão é muito voltada aos problemas da água que ele enfrenta nas metrópoles. Somente 1% das pessoas reconheceu que o problema de água está na zona rural também. Ou seja, que aquela água que sai da torneira dele vem de uma nascente que está, às vezes, a quilômetros da sua casa”, disse Freitas.
De acordo com a pesquisa, só 1% dos consultados admitiu que o desmatamento e a degradação dos sistemas naturais causam problemas de água. “Isso mostra que o cidadão tem uma visão bastante limitada da torneira para frente. Da torneira para trás, há um desconhecimento muito grande”.
O desperdício é elevado nas residências. Cerca de 48% dos entrevistados reconheceram que desperdiçam água em suas casas, o que revela crescimento em relação aos cinco anos anteriores, quando essa parcela atingia 37%. “Mais de 45% reconheceram que não adotam nenhuma medida de economia de água nas suas casas”.
Segundo Freitas, falta coerência entre o discurso e a atitude. Do total de consultados, 30% disseram tomar banhos demorados, de mais de dez minutos. Em 2006, essa parcela era 18%.
Freitas atribuiu costumes como não fechar a torneira enquanto se escova os dentes ou lavar a calçada com mangueira à cultura de abundância que existe, de forma geral, no Brasil, devido à sua dimensão continental e à abundância de florestas e rios. Com isso, a cultura da abundância acaba levando ao desperdício. “Infelizmente, o brasileiro começa a sentir o problema quando ele já está instalado. Ou seja, quando tem racionamento, escassez”.
A sondagem revelou ainda que 67% dos lares pesquisados enfrentam escassez de água. No Nordeste brasileiro, 29% dos domicílios sofrem esse problema. O consumo médio diário de água por brasileiro, da ordem de 185 litros, está próximo ao da União Europeia (200 litros per capita). Segundo Freitas, “a média mascara uma desigualdade”, uma vez que o Semiárido do Brasil apresenta consumo médio de água diário inferior a 100 litros, aproximando-se, portanto, de regiões da África Subsaariana, onde o consumo é abaixo de 50 litros/dia por pessoa.
“O problema no Brasil não é questão de falta d’água. É a má distribuição. Existe um descompasso entre a demanda e a oferta”. Freitas destacou que, no Nordeste, que concentra um grande contingente da população brasileira, já existe escassez de água, enquanto em regiões como o Centro-Oeste e o Norte, que concentram menos de 10% da população, há mais abundância do recurso.
A pesquisa servirá de base para a elaboração de novas campanhas de educação e conscientização dos cidadãos sobre a necessidade de preservação dos mananciais de água na zona rural.
Edição: Lana Cristina
Leia a matéria da WWF-Brasil:
Apesar de conhecer como economizar água, brasileiro desperdiça valioso recurso natural
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Cientistas não se veem representados no documento da Rio+20
JC e-mail 4526, de 26 de Junho de 2012.
Cientistas não se veem representados no documento da Rio+20
O portal SciDev fez um balanço do resultado da conferência e ouviu a opinião de representantes de entidades científicas, entre eles a presidente da SBPC, Helena Nader.
Um documento não-detalhado, que não prima pela urgência em enfrentar as ameaças ao planeta nem valoriza o conhecimento científico como forma de alcançar o desenvolvimento sustentável. Essas foram algumas críticas que cientistas fizeram ao texto 'O Futuro que Queremos', resultado da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável - Rio+20, que terminou na última sexta-feira (22).
Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), se diz "desapontada" e afirma que o documento de 53 páginas é "fraco, sem foco e não preenche lacunas importantes". Ela classifica o texto como "um passo para trás" e diz que ele não reflete o enorme trabalho investido nele.
"A ciência praticamente inexiste no texto", lamenta Helena. "Simplesmente não compreendemos por que o documento não tem uma seção dedicada à ciência. Essa ausência é uma mensagem lamentável à comunidade científica e seus investidores", completa Steven Wilson, diretor executivo do International Council for Science (ICSU).
Contudo, a avaliação do SciDev lembra que o documento reuniu "informações e avaliações dispersas" e que pode ajudar a encurtar o processo entre o desenvolvimento da ciência e as ações políticas, dando como exemplo a previsão de fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma, ou Unep, na sigla em inglês).
Veja a matéria na íntegra em inglês:
terça-feira, 26 de junho de 2012
'Inação está levando o planeta ao limite'
JC e-mail 4525, de 25 de Junho de 2012.
'Inação está levando o planeta ao limite'
Cientista sueco diz que humanidade já ultrapassou vários limiares importantes para o bom funcionamento da Terra.
O hidrólogo sueco Johan Rockström chegou ao Rio de Janeiro na semana retrasada com uma certeza: a Terra está no limiar de um futuro no qual o risco de colapso ambiental é inédito. E saiu na semana passada com outra: os governos não escutam.
Diretor do Centro de Resiliência de Estocolmo, Rockström tornou-se uma espécie de celebridade na academia ao propor, em 2009, o conceito de "espaço de operação seguro" para a humanidade.
O grupo de 28 cientistas liderado por ele mostrou, num estudo seminal no periódico "Nature", que a civilização já ultrapassou três de nove barreiras planetárias cujo rompimento pode levar a pontos de virada no sistema terrestre - e a possíveis catástrofes. A pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, Rockström coordenou um grupo de Prêmios Nobel que produziu uma carta com recomendações sobre sustentabilidade global para dar subsídios às decisões da Rio+20, conferência ambiental que terminou nesta sexta no Rio.
Barrados no baile - Dois dos conceitos-chave da carta, porém, ficaram de fora da declaração final da conferência, "O Futuro que Queremos": o empoderamento das mulheres e o próprio reconhecimento de que limites planetários existem. O que, para o pesquisador sueco, é uma má notícia, já que o avanço da ciência anda mostrando que a transgressão desses limites é ainda mais séria do que seu grupo imaginava em 2009.
Na pesquisa original, os três limites já transpostos eram os de biodiversidade, mudança climática e ciclo do nitrogênio (ligado ao uso excessivo de fertilizantes, entre outras mazelas ambientais). "O que aconteceu desde então é que nós aprendemos mais sobre o limite do fósforo e descobrimos que já o transgredimos", declarou Rockström. "Não é uma mensagem que muita gente goste de ouvir, mas estamos chegando ao teto do que o planeta é capaz de suportar sem gerar nenhuma surpresa."
O hidrólogo compara o sistema planetário a uma "mãe muito compreensiva" que aceitou ser usada como "lata de lixo" sem grandes problemas até recentemente. "Hoje nós vemos que essa era chegou ao fim. E nós não sabíamos disso em 2005, não sabíamos disso em 2002, certamente não sabíamos disso em 1992. É uma situação tão nova que nós perdemos qualquer liberdade", afirma.
Cadê a ciência? - Rockström também critica o que vê como marginalização da ciência no debate político das conferências ambientais da ONU. "A ciência precisa entrar nas negociações, hoje ela está fora", diz. Um exemplo seria o resultado da conferência do clima de Durban (África do Sul), que deixou para 2020 a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa, como o CO2.
"Do ponto de vista científico, é uma irresponsabilidade total. Se você adiar a ação para 2020, o ritmo da redução terá de ser de 7% a 8% por ano. Mas fazer 200 países reduzirem emissões de 7% a 8% por ano não é viável, não consigo enxergar a revolução tecnológica que permitiria que isso acontecesse."
Por tudo isso, ele afirma que a Rio+20 "não nos leva muito longe" para resolver o problema. "O texto não reflete a urgência que enfrentamos. É uma enorme encruzilhada para a humanidade. Se não acertarmos agora, será tarde demais: a Rio+30 não vai resolver. Então há razão para preocupação."
Ele também fez críticas à imprensa por dar espaço aos poucos cientistas que minimizam a gravidade da situação. "Os jornalistas simplesmente não conseguem distinguir o que 99% dos cientistas dizem do que diz um punhado de homens provocadores, excêntricos e idosos."
(Folha de São Paulo)
segunda-feira, 25 de junho de 2012
domingo, 24 de junho de 2012
‘Bibliotecas digitais são tesouros escondidos’, diz biblioteconomista da UniRio
Via Estadão
21.06.2012
Professor indica uma relação com acervos do mundo inteiro
Portal Porvir
Por favor, divulgue!!!!
21.06.2012
Portal Porvir
Digitalizadas, as bibliotecas no Brasil e no mundo
estão deixando os muros físicos para também se hospedarem na internet. Mas isso
não significa que elas estão ficando mais acessíveis. Apesar dos milhares de
acervos disponíveis on-line, as bibliotecas digitais ainda são consideradas
“tesouros escondidos”.
Segundo Moreno Barros, professor de biblioteconomia da UniRio e mestre em ciência da informação, embora o Brasil esteja investindo alto em projetos de digitalizações, esses acervos ainda não estão ao alcance de todos. “Existe uma excessiva preocupação com imagens em alta resolução, por exemplo, um formato que só atende grandes pesquisadores, pessoas que de uma forma ou outra já estariam dispostas a frequentar o acervo localmente. Isso não é algo ruim, mas é fato que o público leigo tem mais facilidade de acesso quando as imagens estão em menor qualidade”.
O processo de digitalização, segundo Barros, implica na necessidade de uma abordagem diferente, com foco em uma escala maior de usuários para “atingir virtualmente uma audiência diferente daquela que já se atinge fisicamente”.
Milhares de pessoas poderiam estar navegando pela Biblioteca Nacional Digital, pela França no Brasil ou pela Brasiliana, algumas das principais bibliotecas digitais do país, que permitem aos usuários acessar de forma virtual e gratuita seus arquivos. “Quase ninguém conhece esses acervos, ou somente uma pequena parcela da comunidade de pesquisa acadêmica”, garante Barros.
Outros bons exemplos de biblioteca digitais seriam a Biblioteca Digital Universidade Gama Filho e a Biblioteca Nacional Digital. A primeira, lançada em 2011 e considerada uma das maiores do Brasil. Seu acervo aberto contém teses e dissertações de quase 1.500 universidades, bibliotecas unificadas de 62 países e artigos de 48 mil revistas científicas disponíveis on-line para qualquer pessoa, gratuitamente. Já a segunda, pertence a Biblioteca Nacional e é tida como uma das precursoras no processo de digitalização de publicações e acesso a obras via internet.
A digitalização de acervos bibliográficos tem sido um método utilizado, principalmente, como forma de preservar os registros históricos, seja de um grande jornal – como é o caso do Jornal do Brasil, impresso até 2010, e que digitalizou todas as suas publicações; de um periódico local – o centenário jornal Federação, em Itu (SP), que, no ano passado, colocou todo seu acervo na internet –, ou até mesmo a criação de um site para abarcar os cerca 80 mil documentos do cientista Albert Einstein.
Os esconderijos das bibliotecas
Ao pesquisar por uma determinada obra no Google, o sistema de busca tem dificuldade de rastrear as publicações dessas bibliotecas virtuais. Escondidos na internet, os sites das instituições que abrigam grande parte desses acervos virtuais ainda têm navegação precária e softwares não muito amigáveis.
Uma das soluções apontadas por Barros para que usuários encontrem não apenas obras nos acervos digitais, como também nas bibliotecas físicas mais próximas de suas casas, é fazer com que os registros bibliográficos utilizem sistemas de busca mais trabalhados, indexando melhor suas informações na internet. “Se as bibliotecas abrirem seus dados, o Google vai ranquear não apenas os sites de livrarias famosas, mas vai indicar já na primeira página também as bibliotecas físicas mais próximas as casas dos usuários.”
Segundo levantamento realizado pelo 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, divulgado em 2010, no país existem em funcionamento, uma média de 2,67 bibliotecas municipais por cada 100 mil habitantes no país. Todas elas poderiam ser mais facilmente encontradas se melhor ranqueadas nos buscadores.
Para isso, o especialista afirma que será necessário, por exemplo, abolir sistemas que dificultem o rastreamento, como é o caso do javascript, uma espécie de página HTML que não possibilita interação dinâmica com o usuário, e funciona como se fosse uma imagem, muito utilizado nos softwares de biblioteca.
Outra alternativa apontada por Barros, que facilitaria a vida do usuário que busca por um ranking de bibliotecas, é a criação da versão brasileira do WorldCat, uma das principais redes de bibliotecas do mundo, que indica ao usuário onde encontrar livros, CDs, vídeos, resumos de artigos e versões digitais de itens raros nas bibliotecas mais próximas de suas casas.
Para conhecer as principais bibliotecas digitais brasileiras e internacionais, veja a lista indicada por Barros. O especialista, inclusive, tem um projeto para ajudar pessoas a redescobrir e reaprender o significado das bibliotecas na era do Google e do iPad. Para começar, ele propõe um encontro para ensinar as pessoas a economizar dinheiro usando essas bibliotecas. A proposta está em busca de financiamento, via crowdfunding, na plataforma no Nós.vc.
Segundo Moreno Barros, professor de biblioteconomia da UniRio e mestre em ciência da informação, embora o Brasil esteja investindo alto em projetos de digitalizações, esses acervos ainda não estão ao alcance de todos. “Existe uma excessiva preocupação com imagens em alta resolução, por exemplo, um formato que só atende grandes pesquisadores, pessoas que de uma forma ou outra já estariam dispostas a frequentar o acervo localmente. Isso não é algo ruim, mas é fato que o público leigo tem mais facilidade de acesso quando as imagens estão em menor qualidade”.
O processo de digitalização, segundo Barros, implica na necessidade de uma abordagem diferente, com foco em uma escala maior de usuários para “atingir virtualmente uma audiência diferente daquela que já se atinge fisicamente”.
Milhares de pessoas poderiam estar navegando pela Biblioteca Nacional Digital, pela França no Brasil ou pela Brasiliana, algumas das principais bibliotecas digitais do país, que permitem aos usuários acessar de forma virtual e gratuita seus arquivos. “Quase ninguém conhece esses acervos, ou somente uma pequena parcela da comunidade de pesquisa acadêmica”, garante Barros.
Outros bons exemplos de biblioteca digitais seriam a Biblioteca Digital Universidade Gama Filho e a Biblioteca Nacional Digital. A primeira, lançada em 2011 e considerada uma das maiores do Brasil. Seu acervo aberto contém teses e dissertações de quase 1.500 universidades, bibliotecas unificadas de 62 países e artigos de 48 mil revistas científicas disponíveis on-line para qualquer pessoa, gratuitamente. Já a segunda, pertence a Biblioteca Nacional e é tida como uma das precursoras no processo de digitalização de publicações e acesso a obras via internet.
A digitalização de acervos bibliográficos tem sido um método utilizado, principalmente, como forma de preservar os registros históricos, seja de um grande jornal – como é o caso do Jornal do Brasil, impresso até 2010, e que digitalizou todas as suas publicações; de um periódico local – o centenário jornal Federação, em Itu (SP), que, no ano passado, colocou todo seu acervo na internet –, ou até mesmo a criação de um site para abarcar os cerca 80 mil documentos do cientista Albert Einstein.
Os esconderijos das bibliotecas
Ao pesquisar por uma determinada obra no Google, o sistema de busca tem dificuldade de rastrear as publicações dessas bibliotecas virtuais. Escondidos na internet, os sites das instituições que abrigam grande parte desses acervos virtuais ainda têm navegação precária e softwares não muito amigáveis.
Uma das soluções apontadas por Barros para que usuários encontrem não apenas obras nos acervos digitais, como também nas bibliotecas físicas mais próximas de suas casas, é fazer com que os registros bibliográficos utilizem sistemas de busca mais trabalhados, indexando melhor suas informações na internet. “Se as bibliotecas abrirem seus dados, o Google vai ranquear não apenas os sites de livrarias famosas, mas vai indicar já na primeira página também as bibliotecas físicas mais próximas as casas dos usuários.”
Segundo levantamento realizado pelo 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, divulgado em 2010, no país existem em funcionamento, uma média de 2,67 bibliotecas municipais por cada 100 mil habitantes no país. Todas elas poderiam ser mais facilmente encontradas se melhor ranqueadas nos buscadores.
Para isso, o especialista afirma que será necessário, por exemplo, abolir sistemas que dificultem o rastreamento, como é o caso do javascript, uma espécie de página HTML que não possibilita interação dinâmica com o usuário, e funciona como se fosse uma imagem, muito utilizado nos softwares de biblioteca.
Outra alternativa apontada por Barros, que facilitaria a vida do usuário que busca por um ranking de bibliotecas, é a criação da versão brasileira do WorldCat, uma das principais redes de bibliotecas do mundo, que indica ao usuário onde encontrar livros, CDs, vídeos, resumos de artigos e versões digitais de itens raros nas bibliotecas mais próximas de suas casas.
Para conhecer as principais bibliotecas digitais brasileiras e internacionais, veja a lista indicada por Barros. O especialista, inclusive, tem um projeto para ajudar pessoas a redescobrir e reaprender o significado das bibliotecas na era do Google e do iPad. Para começar, ele propõe um encontro para ensinar as pessoas a economizar dinheiro usando essas bibliotecas. A proposta está em busca de financiamento, via crowdfunding, na plataforma no Nós.vc.
Por favor, divulgue!!!!
sábado, 23 de junho de 2012
O roubo de madeira na Amazônia - Jornal Hoje
Via Jornal Hoje
22.06.2012
[...] Cientistas e ecologistas alertam: o mundo vive uma nova era de extinções. O Brasil tem 82 espécies ameaçadas de extinção. Segundo a União Internacional para Conservação da Natureza, nesse índice trágico nós só perdemos para o México e para a Índia.
Na primeira reportagem, a Câmera do JH flagrou o roubo de madeira na Amazônia. Quadrilhas abastecem as serrarias com árvores centenárias, derrubadas ilegalmente. Além das frotas de caminhões e de tratores, elas têm até estações clandestinas de rádio para escapar da fiscalização e para administrar esse negócio milionário.
Apuração do Ibama concluiu que pelo menos nove das 45 serrarias instaladas nos municípios de Cláudia e União do Sul, no Mato Grosso, recebem madeira roubada.
Segundo o Ministério Público, o comércio ilegal de madeira é tão lucrativo quanto o tráfico de drogas. [...]
Veja a reportagem completa.
Veja os vídeos.
22.06.2012
[...] Cientistas e ecologistas alertam: o mundo vive uma nova era de extinções. O Brasil tem 82 espécies ameaçadas de extinção. Segundo a União Internacional para Conservação da Natureza, nesse índice trágico nós só perdemos para o México e para a Índia.
Na primeira reportagem, a Câmera do JH flagrou o roubo de madeira na Amazônia. Quadrilhas abastecem as serrarias com árvores centenárias, derrubadas ilegalmente. Além das frotas de caminhões e de tratores, elas têm até estações clandestinas de rádio para escapar da fiscalização e para administrar esse negócio milionário.
Apuração do Ibama concluiu que pelo menos nove das 45 serrarias instaladas nos municípios de Cláudia e União do Sul, no Mato Grosso, recebem madeira roubada.
Segundo o Ministério Público, o comércio ilegal de madeira é tão lucrativo quanto o tráfico de drogas. [...]
Veja a reportagem completa.
Veja os vídeos.
Ministra do Meio Ambiente protagoniza o maior barraco
Via blog do Noblat
22.06.2012
Blog da Miriam Leitão
Era um evento que tinha tudo para ter conteúdo sustentável. Até que virou um insustentável barraco. Discutiria economia com o BNDES, Banco Mundial, ministros da Alemanha, Noruega. O tema era o que o Brasil tem feito de combate ao desmatamento.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, não gostou quando uma pessoa da plateia levantou um cartaz com um desenho de uma motoserra.
Ela passou dez minutos aos gritos para a perplexidade dos estrangeiros. Mostro no vídeo abaixo apenas os dois minutos finais.
Há um momento em que até o tradutor de libras (linguagem dos sinais) desiste. Não tinha mãos para traduzir toda aquela eloquencia.
Estavam lá o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; Maria A. Barton-Dock, diretora do Departamento de Meio Ambiente da Rede de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial; Dirk Niebel, ministro da Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha; Bård Vegar Solhjell, ministro do Ambiente da Noruega; Tasso Azevedo, consultor ambiental.
A ministra representava o Estado brasileiro num debate dos muitos dos eventos paralelos da Rio+20. Pelo visto, o estado de nervos.
Assista o vídeo
22.06.2012
Blog da Miriam Leitão
Era um evento que tinha tudo para ter conteúdo sustentável. Até que virou um insustentável barraco. Discutiria economia com o BNDES, Banco Mundial, ministros da Alemanha, Noruega. O tema era o que o Brasil tem feito de combate ao desmatamento.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, não gostou quando uma pessoa da plateia levantou um cartaz com um desenho de uma motoserra.
Ela passou dez minutos aos gritos para a perplexidade dos estrangeiros. Mostro no vídeo abaixo apenas os dois minutos finais.
Há um momento em que até o tradutor de libras (linguagem dos sinais) desiste. Não tinha mãos para traduzir toda aquela eloquencia.
Estavam lá o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; Maria A. Barton-Dock, diretora do Departamento de Meio Ambiente da Rede de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial; Dirk Niebel, ministro da Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha; Bård Vegar Solhjell, ministro do Ambiente da Noruega; Tasso Azevedo, consultor ambiental.
A ministra representava o Estado brasileiro num debate dos muitos dos eventos paralelos da Rio+20. Pelo visto, o estado de nervos.
Assista o vídeo
Quantou custou a Rio+20?
Via Estadão
22.06.2012
Emanuel Bomfim, enviado ao Rio
Todos os gastos envolvendo a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável foi arcado pelo governo brasileiro, país sede do evento. Infraestrutura, segurança, operação, hospedagem dos representantes do governo são alguns dos itens que recaem sobre o orçamento na Rio+20. Só para ter uma ideia da vasta e complexa conta, o Brasil bancou dois quartos para cada chefe de Estado na Rio+20, além de facilitar o bloqueio dos demais alojamentos.
Segundo informou o CNO (Conselho Nacional de Organização da Rio+20) ao Estado nesta sexta, 22, o País ficou dentro do orçamento estipulado em 15 de dezembro, divulgado em Lei no Diário Oficial. A quantia gasta, portanto, foi de R$ 430 mihões, sendo R$9 mi para Presidência, R$ 48 mi para o Ministério da Justiça, R$ 200,1 mi para Relações Exteriores, R$ 15,8 mi para o Meio Ambiente e R$ 157,11 mi para Defesa.
Do montante de R$ 200 milhões destinados à montagem e operação da Rio+20, aproximadamente 95% foram empenhados.
Diante da falta de uma prestação de contas mais detalhada, o CNO afirmou que o governo brasileiro irá fazer dentro de algumas semanas um anúncio oficial com os valores empenhados na organização da Rio+20.
fonte
22.06.2012
Emanuel Bomfim, enviado ao Rio
Todos os gastos envolvendo a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável foi arcado pelo governo brasileiro, país sede do evento. Infraestrutura, segurança, operação, hospedagem dos representantes do governo são alguns dos itens que recaem sobre o orçamento na Rio+20. Só para ter uma ideia da vasta e complexa conta, o Brasil bancou dois quartos para cada chefe de Estado na Rio+20, além de facilitar o bloqueio dos demais alojamentos.
Segundo informou o CNO (Conselho Nacional de Organização da Rio+20) ao Estado nesta sexta, 22, o País ficou dentro do orçamento estipulado em 15 de dezembro, divulgado em Lei no Diário Oficial. A quantia gasta, portanto, foi de R$ 430 mihões, sendo R$9 mi para Presidência, R$ 48 mi para o Ministério da Justiça, R$ 200,1 mi para Relações Exteriores, R$ 15,8 mi para o Meio Ambiente e R$ 157,11 mi para Defesa.
Do montante de R$ 200 milhões destinados à montagem e operação da Rio+20, aproximadamente 95% foram empenhados.
Diante da falta de uma prestação de contas mais detalhada, o CNO afirmou que o governo brasileiro irá fazer dentro de algumas semanas um anúncio oficial com os valores empenhados na organização da Rio+20.
fonte
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Declaração final da Cúpula dos Povos na Rio+20
Via Cúpula dos Povos
22.06.2012
O documento final da Cúpula dos povos sintetiza os principais eixos discutidos durante as plenárias e assembléias, assim como expressam as intensas mobilizações ocorridas durante esse período – de 15 a 22 de junho – que apontam as convergências em torno das causas estruturais e das falsas soluções, das soluções dos povos frente às crises, assim como os principais eixos de luta para o próximo período.
As sínteses aprovadas nas plenárias integram e complementam este documento político para que os povos, movimentos e organizações possam continuar a convergir e aprofundar suas lutas e construção de alternativas em seus territórios, regiões e países em todos os cantos do mundo.
Você também pode ler a carta aqui (em pdf).
Movimentos sociais e populares, sindicatos, povos, organizações da sociedade civil e ambientalistas de todo o mundo presentes na Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, vivenciaram nos acampamentos, nas mobilizações massivas, nos debates, a construção das convergências e alternativas, conscientes de que somos sujeitos de uma outra relação entre humanos e humanas e entre a humanidade e a natureza, assumindo o desafio urgente de frear a nova fase de recomposição do capitalismo e de construir, através de nossas lutas, novos paradigmas de sociedade.
A Cúpula dos Povos é o momento simbólico de um novo ciclo na trajetória de lutas globais que produz novas convergências entre movimentos de mulheres, indígenas, negros, juventudes, agricultores/as familiares e camponeses, trabalhadore/as, povos e comunidades tradicionais, quilombolas, lutadores pelo direito a cidade, e religiões de todo o mundo. As assembléias, mobilizações e a grande Marcha dos Povos foram os momentos de expressão máxima destas convergências.
As instituições financeiras multilaterais, as coalizações a serviço do sistema financeiro, como o G8/G20, a captura corporativa da ONU e a maioria dos governos demonstraram irresponsabilidade com o futuro da humanidade e do planeta e promoveram os interesses das corporações na conferencia oficial. Em constraste a isso, a vitalidade e a força das mobilizações e dos debates na Cúpula dos Povos fortaleceram a nossa convicção de que só o povo organizado e mobilizado pode libertar o mundo do controle das corporações e do capital financeiro.
Há vinte anos o Fórum Global, também realizado no Aterro do Flamengo, denunciou os riscos que a humanidade e a natureza corriam com a privatização e o neoliberalismo. Hoje afirmamos que, além de confirmar nossa análise, ocorreram retrocessos significativos em relação aos direitos humanos já reconhecidos. A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza, sequestrando os bens comuns da humanidade para salvar o sistema economico-financeiro.
As múltiplas vozes e forças que convergem em torno da Cúpula dos Povos denunciam a verdadeira causa estrutural da crise global: o sistema capitalista patriarcal, racista e homofobico.
As corporações transnacionais continuam cometendo seus crimes com a sistematica violação dos direitos dos povos e da natureza com total impunidade. Da mesma forma, avançam seus interesses através da militarização, da criminalização dos modos de vida dos povos e dos movimentos sociais promovendo a desterritorialização no campo e na cidade.
Da mesma forma denunciamos a divida ambiental histórica que afeta majoritariamente os povos oprimidos do mundo, e que deve ser assumida pelos países altamente industrializados, que ao fim e ao cabo, foram os que provocaram as múltiplas crises que vivemos hoje.
O capitalismo também leva à perda do controle social, democrático e comunitario sobre los recursos naturais e serviços estratégicos, que continuam sendo privatizados, convertendo direitos em mercadorias e limitando o acesso dos povos aos bens e serviços necessarios à sobrevivencia.
A dita “economia verde” é uma das expressões da atual fase financeira do capitalismo que também se utiliza de velhos e novos mecanismos, tais como o aprofundamento do endividamento publico-privado, o super-estímulo ao consumo, a apropriação e concentração das novas tecnologias, os mercados de carbono e biodiversidade, a grilagem e estrangeirização de terras e as parcerias público-privadas, entre outros.
As alternativas estão em nossos povos, nossa historia, nossos costumes, conhecimentos, práticas e sistemas produtivos, que devemos manter, revalorizar e ganhar escala como projeto contra-hegemonico e transformador.
A defesa dos espaços públicos nas cidades, com gestão democrática e participação popular, a economia cooperativa e solidaria, a soberania alimentar, um novo paradigma de produção, distribuição e consumo, a mudança da matriz energética, são exemplos de alternativas reais frente ao atual sistema agro-urbano-industrial.
A defesa dos bens comuns passa pela garantia de uma série de direitos humanos e da natureza, pela solidariedade e respeito às cosmovisões e crenças dos diferentes povos, como, por exemplo, a defesa do “Bem Viver” como forma de existir em harmonia com a natureza, o que pressupõe uma transição justa a ser construída com os trabalhadores/as e povos.
Exigimos uma transição justa que supõe a ampliação do conceito de trabalho, o reconhecimento do trabalho das mulheres e um equilíbrio entre a produção e reprodução, para que esta não seja uma atribuição exclusiva das mulheres. Passa ainda pela liberdade de organização e o direito a contratação coletiva, assim como pelo estabelecimento de uma ampla rede de seguridade e proteção social, entendida como um direito humano, bem como de políticas públicas que garantam formas de trabalho decentes.
Afirmamos o feminismo como instrumento da construção da igualdade, a autonomia das mulheres sobre seus corpos e sexualidade e o direito a uma vida livre de violência. Da mesma forma reafirmamos a urgência da distribuição de riqueza e da renda, do combate ao racismo e ao etnocídio, da garantia do direito a terra e território, do direito à cidade, ao meio ambiente e à água, à educação, a cultura, a liberdade de expressão e democratização dos meios de comunicação.
O fortalecimento de diversas economias locais e dos direitos territoriais garantem a construção comunitária de economias mais vibrantes. Estas economias locais proporcionam meios de vida sustentáveis locais, a solidariedade comunitária, componentes vitais da resiliência dos ecossistemas. A diversidade da natureza e sua diversidade cultural associada é fundamento para um novo paradigma de sociedade.
Os povos querem determinar para que e para quem se destinam os bens comuns e energéticos, além de assumir o controle popular e democrático de sua produção. Um novo modelo enérgico está baseado em energias renováveis descentralizadas e que garanta energia para a população e não para as corporações.
A transformação social exige convergências de ações, articulações e agendas a partir das resistências e alternativas contra hegemônicas ao sistema capitalista que estão em curso em todos os cantos do planeta. Os processos sociais acumulados pelas organizações e movimentos sociais que convergiram na Cúpula dos Povos apontaram para os seguintes eixos de luta:
Em pé continuamos em luta!
22.06.2012
O documento final da Cúpula dos povos sintetiza os principais eixos discutidos durante as plenárias e assembléias, assim como expressam as intensas mobilizações ocorridas durante esse período – de 15 a 22 de junho – que apontam as convergências em torno das causas estruturais e das falsas soluções, das soluções dos povos frente às crises, assim como os principais eixos de luta para o próximo período.
As sínteses aprovadas nas plenárias integram e complementam este documento político para que os povos, movimentos e organizações possam continuar a convergir e aprofundar suas lutas e construção de alternativas em seus territórios, regiões e países em todos os cantos do mundo.
Você também pode ler a carta aqui (em pdf).
Declaração final
Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental
Em defesa dos bens comuns, contra a mercantilização da vida
Em defesa dos bens comuns, contra a mercantilização da vida
Movimentos sociais e populares, sindicatos, povos, organizações da sociedade civil e ambientalistas de todo o mundo presentes na Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, vivenciaram nos acampamentos, nas mobilizações massivas, nos debates, a construção das convergências e alternativas, conscientes de que somos sujeitos de uma outra relação entre humanos e humanas e entre a humanidade e a natureza, assumindo o desafio urgente de frear a nova fase de recomposição do capitalismo e de construir, através de nossas lutas, novos paradigmas de sociedade.
A Cúpula dos Povos é o momento simbólico de um novo ciclo na trajetória de lutas globais que produz novas convergências entre movimentos de mulheres, indígenas, negros, juventudes, agricultores/as familiares e camponeses, trabalhadore/as, povos e comunidades tradicionais, quilombolas, lutadores pelo direito a cidade, e religiões de todo o mundo. As assembléias, mobilizações e a grande Marcha dos Povos foram os momentos de expressão máxima destas convergências.
As instituições financeiras multilaterais, as coalizações a serviço do sistema financeiro, como o G8/G20, a captura corporativa da ONU e a maioria dos governos demonstraram irresponsabilidade com o futuro da humanidade e do planeta e promoveram os interesses das corporações na conferencia oficial. Em constraste a isso, a vitalidade e a força das mobilizações e dos debates na Cúpula dos Povos fortaleceram a nossa convicção de que só o povo organizado e mobilizado pode libertar o mundo do controle das corporações e do capital financeiro.
Há vinte anos o Fórum Global, também realizado no Aterro do Flamengo, denunciou os riscos que a humanidade e a natureza corriam com a privatização e o neoliberalismo. Hoje afirmamos que, além de confirmar nossa análise, ocorreram retrocessos significativos em relação aos direitos humanos já reconhecidos. A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza, sequestrando os bens comuns da humanidade para salvar o sistema economico-financeiro.
As múltiplas vozes e forças que convergem em torno da Cúpula dos Povos denunciam a verdadeira causa estrutural da crise global: o sistema capitalista patriarcal, racista e homofobico.
As corporações transnacionais continuam cometendo seus crimes com a sistematica violação dos direitos dos povos e da natureza com total impunidade. Da mesma forma, avançam seus interesses através da militarização, da criminalização dos modos de vida dos povos e dos movimentos sociais promovendo a desterritorialização no campo e na cidade.
Da mesma forma denunciamos a divida ambiental histórica que afeta majoritariamente os povos oprimidos do mundo, e que deve ser assumida pelos países altamente industrializados, que ao fim e ao cabo, foram os que provocaram as múltiplas crises que vivemos hoje.
O capitalismo também leva à perda do controle social, democrático e comunitario sobre los recursos naturais e serviços estratégicos, que continuam sendo privatizados, convertendo direitos em mercadorias e limitando o acesso dos povos aos bens e serviços necessarios à sobrevivencia.
A dita “economia verde” é uma das expressões da atual fase financeira do capitalismo que também se utiliza de velhos e novos mecanismos, tais como o aprofundamento do endividamento publico-privado, o super-estímulo ao consumo, a apropriação e concentração das novas tecnologias, os mercados de carbono e biodiversidade, a grilagem e estrangeirização de terras e as parcerias público-privadas, entre outros.
As alternativas estão em nossos povos, nossa historia, nossos costumes, conhecimentos, práticas e sistemas produtivos, que devemos manter, revalorizar e ganhar escala como projeto contra-hegemonico e transformador.
A defesa dos espaços públicos nas cidades, com gestão democrática e participação popular, a economia cooperativa e solidaria, a soberania alimentar, um novo paradigma de produção, distribuição e consumo, a mudança da matriz energética, são exemplos de alternativas reais frente ao atual sistema agro-urbano-industrial.
A defesa dos bens comuns passa pela garantia de uma série de direitos humanos e da natureza, pela solidariedade e respeito às cosmovisões e crenças dos diferentes povos, como, por exemplo, a defesa do “Bem Viver” como forma de existir em harmonia com a natureza, o que pressupõe uma transição justa a ser construída com os trabalhadores/as e povos.
Exigimos uma transição justa que supõe a ampliação do conceito de trabalho, o reconhecimento do trabalho das mulheres e um equilíbrio entre a produção e reprodução, para que esta não seja uma atribuição exclusiva das mulheres. Passa ainda pela liberdade de organização e o direito a contratação coletiva, assim como pelo estabelecimento de uma ampla rede de seguridade e proteção social, entendida como um direito humano, bem como de políticas públicas que garantam formas de trabalho decentes.
Afirmamos o feminismo como instrumento da construção da igualdade, a autonomia das mulheres sobre seus corpos e sexualidade e o direito a uma vida livre de violência. Da mesma forma reafirmamos a urgência da distribuição de riqueza e da renda, do combate ao racismo e ao etnocídio, da garantia do direito a terra e território, do direito à cidade, ao meio ambiente e à água, à educação, a cultura, a liberdade de expressão e democratização dos meios de comunicação.
O fortalecimento de diversas economias locais e dos direitos territoriais garantem a construção comunitária de economias mais vibrantes. Estas economias locais proporcionam meios de vida sustentáveis locais, a solidariedade comunitária, componentes vitais da resiliência dos ecossistemas. A diversidade da natureza e sua diversidade cultural associada é fundamento para um novo paradigma de sociedade.
Os povos querem determinar para que e para quem se destinam os bens comuns e energéticos, além de assumir o controle popular e democrático de sua produção. Um novo modelo enérgico está baseado em energias renováveis descentralizadas e que garanta energia para a população e não para as corporações.
A transformação social exige convergências de ações, articulações e agendas a partir das resistências e alternativas contra hegemônicas ao sistema capitalista que estão em curso em todos os cantos do planeta. Os processos sociais acumulados pelas organizações e movimentos sociais que convergiram na Cúpula dos Povos apontaram para os seguintes eixos de luta:
- Contra a militarização dos Estados e territórios;
- Contra a criminalização das organizações e movimentos sociais;
- Contra a violência contra as mulheres;
- Contra a violência as lesbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgeneros;
- Contra as grandes corporações;
- Contra a imposição do pagamento de dívidas econômicas injustas e por auditorias populares das mesmas;
- Pela garantia do direito dos povos à terra e território urbano e rural;
- Pela consulta e consentimento livre, prévio e informado, baseado nos princípios da boa fé e do efeito vinculante, conforme a Convenção 169 da OIT;
- Pela soberania alimentar e alimentos sadios, contra agrotóxicos e transgênicos;
- Pela garantia e conquista de direitos;
- Pela solidariedade aos povos e países, principalmente os ameaçados por golpes militares ou institucionais, como está ocorrendo agora no Paraguai;
- Pela soberania dos povos no controle dos bens comuns, contra as tentativas de mercantilização;
- Pela mudança da matriz e modelo energético vigente;
- Pela democratização dos meios de comunicação;
- Pelo reconhecimento da dívida histórica social e ecológica;
- Pela construção do DIA MUNDIAL DE GREVE GERAL.
Em pé continuamos em luta!
Rio de Janeiro, 15 a 22 de junho de 2012.
Cúpula dos Povos por Justiça Social e ambiental em defesa dos bens comuns, contra a mercantilização da vida.
Rio+20 A economia fóssil na pauta
Via Ecopolítica
Por Sérgio Abranches
22.06.2012
De repente, a Rio+20, ontem se tornou palco de celebração dos combustíveis fósseis e saiu definitivamente do tom. Autoridades brasileiras irritadas com as críticas ao vazio do documento aprovado na véspera da conferência, insistiam nos exemplos que o Brasil pode dar de sustentabilidade. Na verdade, toda a política de desenvolvimento brasileira é baseada em indústrias convencionais, subsídios a combustíveis fósseis, incentivos ao consumo de produtos que estimulam o uso desses combustíveis. Isso ficou claro, ontem. Continua
Por Sérgio Abranches
22.06.2012
De repente, a Rio+20, ontem se tornou palco de celebração dos combustíveis fósseis e saiu definitivamente do tom. Autoridades brasileiras irritadas com as críticas ao vazio do documento aprovado na véspera da conferência, insistiam nos exemplos que o Brasil pode dar de sustentabilidade. Na verdade, toda a política de desenvolvimento brasileira é baseada em indústrias convencionais, subsídios a combustíveis fósseis, incentivos ao consumo de produtos que estimulam o uso desses combustíveis. Isso ficou claro, ontem. Continua
Veja o documento oficial da Rio+20
Via Estadão
22.06.2012
O consenso do documento foi comemorado pela presidente Dilma Rousseff, mas setores da sociedade civil e ONGs criticaram o texto por ser fraco e pouco ambicioso.
22.06.2012
A ONU disponibilizou a versão definitiva do documento oficial da
Rio+20. O documento, intitulado de O Futuro Que Nós
Queremos, pode ser baixado nos seis idiomas oficiais das Nações Unidas –
chinês, inglês, francês, espanhol, árabe e russo – neste link http://www.uncsd2012.org/thefuturewewant.html.
O consenso do documento foi comemorado pela presidente Dilma Rousseff, mas setores da sociedade civil e ONGs criticaram o texto por ser fraco e pouco ambicioso.
Gripe suína mata um a cada cinco em São Paulo
Via Jornal da Tarde
Por MARIANA LENHARO
21.06.2012
Um a cada cinco paulistas que contraíram o vírus H1N1 (gripe suína) neste ano morreu. Foram notificados até agora 53 casos da doença, com 11 óbitos, para a secretaria estadual da Saúde, que não divulgou em quais cidades do Estado a doença apareceu. Embora o número de pacientes infectados esteja dentro do esperado, a porcentagem de mortes nesse grupo, de 20,75%, preocupa os médicos. No País, essa taxa é bem menor: 11,35%.
Em 2011, nesta época do ano, o Estado de São Paulo não havia registrado nenhuma morte por gripe suína. O primeiro óbito foi notificado apenas no final de outubro. A pasta estadual não informou o total de casos ocorridos no ano passado.
“O número de mortes em 2012 é representativo e nos deixa preocupados. Há o receio de que, neste ano, exista uma virulência maior”, diz o infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Segundo ele, a letalidade em 2012 no Estado é de 5% a 10% superior às expectativas.
Gorinchteyn lembra que o inverno ainda está no começo e, com a possibilidade de dias mais frios nas próximas semanas, a tendência é que situações de confinamento e de aglomeração de pessoas se tornem mais frequentes. É justamente nessas ocasiões que o vírus tem maior circulação. Continua
Por MARIANA LENHARO
21.06.2012
Um a cada cinco paulistas que contraíram o vírus H1N1 (gripe suína) neste ano morreu. Foram notificados até agora 53 casos da doença, com 11 óbitos, para a secretaria estadual da Saúde, que não divulgou em quais cidades do Estado a doença apareceu. Embora o número de pacientes infectados esteja dentro do esperado, a porcentagem de mortes nesse grupo, de 20,75%, preocupa os médicos. No País, essa taxa é bem menor: 11,35%.
Em 2011, nesta época do ano, o Estado de São Paulo não havia registrado nenhuma morte por gripe suína. O primeiro óbito foi notificado apenas no final de outubro. A pasta estadual não informou o total de casos ocorridos no ano passado.
“O número de mortes em 2012 é representativo e nos deixa preocupados. Há o receio de que, neste ano, exista uma virulência maior”, diz o infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Segundo ele, a letalidade em 2012 no Estado é de 5% a 10% superior às expectativas.
Gorinchteyn lembra que o inverno ainda está no começo e, com a possibilidade de dias mais frios nas próximas semanas, a tendência é que situações de confinamento e de aglomeração de pessoas se tornem mais frequentes. É justamente nessas ocasiões que o vírus tem maior circulação. Continua
Família reage à decisão do governo de não reabrir caso Vladimir Herzog
Via Jornal Nacional
Por CÉSAR MENEZES
21.06.2012
O governo informou à Organização dos Estados Americanos que, por causa da Lei de Anistia, não vai reabrir o caso.
O governo informou à Organização dos Estados Americanos que, por causa da Lei de Anistia, não vai reabrir o caso Vladimir Herzog. A decisão foi criticada pela família e por organizações de defesa dos diretos humanos.
A família de Vladimir Herzog e as organizações não governamentais que fizeram a denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos criticam a resposta do Brasil ao pedido de investigação sobre as circunstâncias da morte do jornalista, durante a ditadura militar. O jornalista morreu enquanto estava preso nas dependências do DOI-CODI, a polícia política, em São Paulo, outubro de 1975.
O documento de 47 páginas com a resposta do estado brasileiro não pode ser apresentado porque é classificado como sigiloso pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Segundo as organizações que apresentaram a denúncia, o Brasil argumenta que uma nova investigação sobre o crime não pode ser feita para não contrariar a Lei da Anistia. A família de Herzog exige que o Brasil reconheça que ele morreu sob tortura. Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
Por CÉSAR MENEZES
21.06.2012
O governo informou à Organização dos Estados Americanos que, por causa da Lei de Anistia, não vai reabrir o caso.
O governo informou à Organização dos Estados Americanos que, por causa da Lei de Anistia, não vai reabrir o caso Vladimir Herzog. A decisão foi criticada pela família e por organizações de defesa dos diretos humanos.
A família de Vladimir Herzog e as organizações não governamentais que fizeram a denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos criticam a resposta do Brasil ao pedido de investigação sobre as circunstâncias da morte do jornalista, durante a ditadura militar. O jornalista morreu enquanto estava preso nas dependências do DOI-CODI, a polícia política, em São Paulo, outubro de 1975.
O documento de 47 páginas com a resposta do estado brasileiro não pode ser apresentado porque é classificado como sigiloso pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Segundo as organizações que apresentaram a denúncia, o Brasil argumenta que uma nova investigação sobre o crime não pode ser feita para não contrariar a Lei da Anistia. A família de Herzog exige que o Brasil reconheça que ele morreu sob tortura. Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
‘Cúpula feminina’ pede fim da violência e discriminação contra a mulher
Via Estadão
21.06.2012
Efe
Uma inédita cúpula de mulheres chefes de Estado e de governo realizada nesta quinta-feira no marco da Rio+20 instou o mundo a pôr fim à violência contra a mulher e aceitar que “metade da humanidade não pode continuar marginalizada”.
A cúpula foi convocada pela ONU Mulheres, dirigida pela ex-presidente chilena Michelle Bachelet, que alertou não apenas para a violência das qual são vítimas as mulheres, mas também do impacto que a miséria tem sobre elas.
“Uma mulher ou uma menina morre a cada dois minutos no mundo por causa da violência ou da fome”, afirmou a diretora-executiva da ONU Mulheres, sustentando que já “acabou” o tempo de promessas sobre a igualdade de gênero e chegou a hora de “passar à ação”.
Segundo Bachelet, as mulheres são as “piores vítimas” das guerras, os principais alvos do tráfico de pessoas e, ainda em muitos países, sofrem “muitos outros tipos de violência”, entre os quais mencionou o “casamento forçado” e uma absoluta falta de acesso a todo tipo de método anticoncepcional.
“As mulheres não querem menos. Queremos muito mais. Não queremos retroceder e não queremos seguir como estamos. Queremos avançar”, declarou Bachelet aclamada por 700 mulheres reunidas em um dos principais auditórios do Riocentro. Continua
21.06.2012
Efe
Uma inédita cúpula de mulheres chefes de Estado e de governo realizada nesta quinta-feira no marco da Rio+20 instou o mundo a pôr fim à violência contra a mulher e aceitar que “metade da humanidade não pode continuar marginalizada”.
A cúpula foi convocada pela ONU Mulheres, dirigida pela ex-presidente chilena Michelle Bachelet, que alertou não apenas para a violência das qual são vítimas as mulheres, mas também do impacto que a miséria tem sobre elas.
“Uma mulher ou uma menina morre a cada dois minutos no mundo por causa da violência ou da fome”, afirmou a diretora-executiva da ONU Mulheres, sustentando que já “acabou” o tempo de promessas sobre a igualdade de gênero e chegou a hora de “passar à ação”.
Segundo Bachelet, as mulheres são as “piores vítimas” das guerras, os principais alvos do tráfico de pessoas e, ainda em muitos países, sofrem “muitos outros tipos de violência”, entre os quais mencionou o “casamento forçado” e uma absoluta falta de acesso a todo tipo de método anticoncepcional.
“As mulheres não querem menos. Queremos muito mais. Não queremos retroceder e não queremos seguir como estamos. Queremos avançar”, declarou Bachelet aclamada por 700 mulheres reunidas em um dos principais auditórios do Riocentro. Continua
Rio+20: Ambientalistas criticam falta de acordo sobre defesa dos oceanos
Via Jornal Nacional
Por André Trigueiro
21.06.2012
Texto final da conferência reconhece importância do tema, mas não estabelece novas regras de proteção, além de não definir o que fazer em relação às águas internacionais.
Um dos temas mais importantes da Rio+20 é a preservação dos oceanos. Nesta quinta-feira (21), ambientalistas criticaram a falta de um acordo no texto final. A maior parte do planeta é azul e está seriamente ameaçada. Plásticos formam um novo continente visível por satélite no Oceano Pacífico. Produtos químicos usados nas lavouras exterminam a vida marinha. A poluição avança sem controle Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
Via Estadão
Por Paulina Chamorro
20.06.2012
‘Falta coragem para bater na mesa pelos oceanos’
A inclusão no rascunho zero do tema ‘Oceanos’, que vinha sendo comemorado por vários segmentos da sociedade, acabou ficando (assim como outros temas), sem metas e com protocolares frases de intenções.
A presidente Dilma Roussef se referiu ao tema em seu discurso na abertura da Confêrencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável:
“Os oceanos requerem crescente atenção. A população de diversos países dependem de seus resursos. Devemos cuidar da biodiversidade marinha em alto –mar, dos estoques pesqueiros e dos impactos do clima sobre os oceanos.”
Mas a partir de quando, e como, não foi citado.
Conversei com José Truda Palazzo Jr., observador na Comissão Baleeira Internacional, que ajudou a criar a APA da Baleia Franca no sul do país e hoje está na coordenação da Divers For Sharks, no Brasil.
De língua afiada, Truda afirma que falta coragem ao governo para “para bater na mesa e exigir que sejam protegidos os oceanos” Continua
Por André Trigueiro
21.06.2012
Texto final da conferência reconhece importância do tema, mas não estabelece novas regras de proteção, além de não definir o que fazer em relação às águas internacionais.
Um dos temas mais importantes da Rio+20 é a preservação dos oceanos. Nesta quinta-feira (21), ambientalistas criticaram a falta de um acordo no texto final. A maior parte do planeta é azul e está seriamente ameaçada. Plásticos formam um novo continente visível por satélite no Oceano Pacífico. Produtos químicos usados nas lavouras exterminam a vida marinha. A poluição avança sem controle Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
Via Estadão
Por Paulina Chamorro
20.06.2012
‘Falta coragem para bater na mesa pelos oceanos’
A inclusão no rascunho zero do tema ‘Oceanos’, que vinha sendo comemorado por vários segmentos da sociedade, acabou ficando (assim como outros temas), sem metas e com protocolares frases de intenções.
A presidente Dilma Roussef se referiu ao tema em seu discurso na abertura da Confêrencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável:
“Os oceanos requerem crescente atenção. A população de diversos países dependem de seus resursos. Devemos cuidar da biodiversidade marinha em alto –mar, dos estoques pesqueiros e dos impactos do clima sobre os oceanos.”
Mas a partir de quando, e como, não foi citado.
Conversei com José Truda Palazzo Jr., observador na Comissão Baleeira Internacional, que ajudou a criar a APA da Baleia Franca no sul do país e hoje está na coordenação da Divers For Sharks, no Brasil.
De língua afiada, Truda afirma que falta coragem ao governo para “para bater na mesa e exigir que sejam protegidos os oceanos” Continua
Rio+20: 2º dia com chefes de estado é marcado por protestos e críticas
Via Jornal Nacional
Por MÔNICA TEIXEIRA
21.06.2012
Menina de 11 anos rasgou papel simbolizando texto final da conferência e líderes latinoamericanos reclamaram de países desenvolvidos. Documento foi defendido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon.
O segundo dia da reunião dos chefes de Estado na conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável teve protestos contra o documento final da Rio+20 e também discursos contra os países ricos.
Sentados no chão, a poucos metros do pavilhão onde os líderes mundiais discursavam, manifestantes soltaram a voz. A atitude de uma menina de 11 anos chamou a atenção. Ela rasgou um papel simbolizando o texto final da Rio + 20. Canadense, descendente de índios, veio trazer um pedido para os chefes de Estado. “Parem, parem com o que vocês estão fazendo com o planeta”, disse ela.
O texto tão criticado pela sociedade civil foi defendido nesta quinta-feira (21) pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon. Ele convocou a imprensa brasileira e mudou o tom. Disse que o documento oferece, sim, uma base para o desenvolvimento sustentável. Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
Por MÔNICA TEIXEIRA
21.06.2012
Menina de 11 anos rasgou papel simbolizando texto final da conferência e líderes latinoamericanos reclamaram de países desenvolvidos. Documento foi defendido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon.
O segundo dia da reunião dos chefes de Estado na conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável teve protestos contra o documento final da Rio+20 e também discursos contra os países ricos.
Sentados no chão, a poucos metros do pavilhão onde os líderes mundiais discursavam, manifestantes soltaram a voz. A atitude de uma menina de 11 anos chamou a atenção. Ela rasgou um papel simbolizando o texto final da Rio + 20. Canadense, descendente de índios, veio trazer um pedido para os chefes de Estado. “Parem, parem com o que vocês estão fazendo com o planeta”, disse ela.
O texto tão criticado pela sociedade civil foi defendido nesta quinta-feira (21) pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon. Ele convocou a imprensa brasileira e mudou o tom. Disse que o documento oferece, sim, uma base para o desenvolvimento sustentável. Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Os gastos do Senado com saúde: um absurdo, por Ilimar Franco
Via blog do Noblat
Por Ilimar Franco, O Globo
21.06.2012
O Ministério Público entrou na Justiça contra o alto custo da assistência médica prestada aos senadores. Alega que há distorções nos valores pagos. Um senador chegou a gastar R$ 740 mil num convênio. O benefício é vitalício e não há limite para as despesas médicas de senador em exercício e dependentes. O MP aponta falta de critérios nos procedimentos cobertos, dando margem a gastos abusivos. Um senador ganhou reembolso de R$ 78 mil pela colocação de 22 coroas de porcelana.
Comentário básico:
...e livrai-me,
Senhor,
desses dentes
brancos,
amém.
Adelidia Chiarelli
Por Ilimar Franco, O Globo
21.06.2012
O Ministério Público entrou na Justiça contra o alto custo da assistência médica prestada aos senadores. Alega que há distorções nos valores pagos. Um senador chegou a gastar R$ 740 mil num convênio. O benefício é vitalício e não há limite para as despesas médicas de senador em exercício e dependentes. O MP aponta falta de critérios nos procedimentos cobertos, dando margem a gastos abusivos. Um senador ganhou reembolso de R$ 78 mil pela colocação de 22 coroas de porcelana.
Comentário básico:
...e livrai-me,
Senhor,
desses dentes
brancos,
amém.
Adelidia Chiarelli
ONGs divulgam carta de repúdio ao documento da Rio+20
Via Estadão
21.06.2012
Herton Escobar – O Estado de S. Paulo
Organizações não-governamentais (ONGs) que participam da Rio+20 vão divulgar na tarde desta quinta-feira, 21, uma carta de repúdio aos resultados diplomáticos da conferência, assinada por ícones mundiais do movimento ambientalista e do desenvolvimento sustentável, como Thomas Lovejoy, Ignacy Sachs, Vandana Shiva, Marina Silva, José Goldemberg e outros.
O documento acordado entre os países para ser aprovado na plenária final de amanhã, intitulado “O Futuro que Queremos”, é classificado como “fraco e muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos 20 anos, desde a Rio-92”. (Leia a íntegra da carta e veja a lista de signatários abaixo.)
Na quarta, lideranças da sociedade civil pediram que a expressão “com plena participação da sociedade civil” seja removida do parágrafo introdutório do documento. Veja a íntegra da carta:
*A Rio+20 que não queremos
O Futuro que Queremos não passa pelo documento que carrega este nome, resultante do processo de negociação da Rio+20.
O futuro que queremos tem compromisso e ação, e não só promessas. Tem a urgência necessária para reverter as crises social, ambiental e econômica e não postergação. Tem cooperação e sintonia com a sociedade e seus anseios, e não apenas as cômodas posições de governos.
Nada disso se encontra nos 283 parágrafos do documento oficial que deverá ser o legado desta Conferência. O documento intitulado O Futuro que Queremos é fraco e está muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos 20 anos, desde a Rio-92. Está muito aquém, ainda, da importância e da urgência dos temas abordados, pois simplesmente lançar uma frágil e genérica agenda de futuras negociações não assegura resultados concretos.
A Rio+20 passará para a história como uma Conferência da ONU que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta, bem como a garantia, às atuais e futuras gerações, de direitos humanos adquiridos.
Por tudo isso, registramos nossa profunda decepção com os chefes de Estado, pois foi sob suas ordens e orientações que trabalharam os negociadores, e esclarecemos que a sociedade civil não compactua nem subscreve esse documento.
SIGNATÁRIOS:
Ashok Khosla
Bill McKibben
Brittany Trifold
Camilla Toulmin
Carlos Alberto Ricardo
Carlos Eduardo Young
Davi Kopenawa Yanomami
Fabio Feldmann
Ignacy Sachs
Jim Leape
José Eli da Veiga
José Goldemberg
Juan Carlos Jintiach
Kumi Naidoo
Luis Flores
Marcelo Furtado
Marina Silva
Mathis Wackernagel
Megaron Txucarramãe
Mohamed El-Ashry
Oded Grajew
Peter May
Raoni Metuktire
Ricardo Abramovay
Ricardo Young
Roberto Klabin
Sergio Mindlin
Severn Suzuki
Thomas Lovejoy
Vandana Shiva
William Rees
Yolanda Kakabadse
21.06.2012
Herton Escobar – O Estado de S. Paulo
Organizações não-governamentais (ONGs) que participam da Rio+20 vão divulgar na tarde desta quinta-feira, 21, uma carta de repúdio aos resultados diplomáticos da conferência, assinada por ícones mundiais do movimento ambientalista e do desenvolvimento sustentável, como Thomas Lovejoy, Ignacy Sachs, Vandana Shiva, Marina Silva, José Goldemberg e outros.
O documento acordado entre os países para ser aprovado na plenária final de amanhã, intitulado “O Futuro que Queremos”, é classificado como “fraco e muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos 20 anos, desde a Rio-92”. (Leia a íntegra da carta e veja a lista de signatários abaixo.)
Na quarta, lideranças da sociedade civil pediram que a expressão “com plena participação da sociedade civil” seja removida do parágrafo introdutório do documento. Veja a íntegra da carta:
*A Rio+20 que não queremos
O Futuro que Queremos não passa pelo documento que carrega este nome, resultante do processo de negociação da Rio+20.
O futuro que queremos tem compromisso e ação, e não só promessas. Tem a urgência necessária para reverter as crises social, ambiental e econômica e não postergação. Tem cooperação e sintonia com a sociedade e seus anseios, e não apenas as cômodas posições de governos.
Nada disso se encontra nos 283 parágrafos do documento oficial que deverá ser o legado desta Conferência. O documento intitulado O Futuro que Queremos é fraco e está muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos 20 anos, desde a Rio-92. Está muito aquém, ainda, da importância e da urgência dos temas abordados, pois simplesmente lançar uma frágil e genérica agenda de futuras negociações não assegura resultados concretos.
A Rio+20 passará para a história como uma Conferência da ONU que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta, bem como a garantia, às atuais e futuras gerações, de direitos humanos adquiridos.
Por tudo isso, registramos nossa profunda decepção com os chefes de Estado, pois foi sob suas ordens e orientações que trabalharam os negociadores, e esclarecemos que a sociedade civil não compactua nem subscreve esse documento.
SIGNATÁRIOS:
Ashok Khosla
Bill McKibben
Brittany Trifold
Camilla Toulmin
Carlos Alberto Ricardo
Carlos Eduardo Young
Davi Kopenawa Yanomami
Fabio Feldmann
Ignacy Sachs
Jim Leape
José Eli da Veiga
José Goldemberg
Juan Carlos Jintiach
Kumi Naidoo
Luis Flores
Marcelo Furtado
Marina Silva
Mathis Wackernagel
Megaron Txucarramãe
Mohamed El-Ashry
Oded Grajew
Peter May
Raoni Metuktire
Ricardo Abramovay
Ricardo Young
Roberto Klabin
Sergio Mindlin
Severn Suzuki
Thomas Lovejoy
Vandana Shiva
William Rees
Yolanda Kakabadse
Metade dos ambientalistas assassinados na última década são brasileiros
Via blog do Noblat
21.06.2012
Júlia Dias Carneiro, BBC Brasil
Um estudo da ONG Global Witness concluiu que 711 ativistas foram assassinados no mundo todo ao longo da última década por protegerem a terra e a floresta - e mais da metade são brasileiros. De acordo com a pesquisa, divulgada durante a Rio+20, 365 brasileiros foram mortos entre 2002 e 2011 ao defenderem direitos humanos e o meio ambiente.
Depois do Brasil, os dois países com mais mortes no período também estão na América do Sul: o Peru, com 123 mortos, e a Colômbia, com 70.
Para o pesquisador britânico Billy Kyte, o alto número de mortes no Brasil se deve a uma conjunção de fatores que fazem a concorrência pela terra e pelos recursos naturais se intensificar e geram maior pressão - e tensão - no campo.
Ele enumera a desigualdade na posse de terra no país, com a concentração de propriedades nas mãos de latifundiários; o grande número de comunidades que tira o seu sustento da terra; e a atuação de setores cuja produção consiste também em explorar a terra, como oagropecuário, de mineração e madeireiro.
Leia mais em Metade dos ativistas ambientais assassinados na última década são brasileiros, diz estudo
21.06.2012
Júlia Dias Carneiro, BBC Brasil
Um estudo da ONG Global Witness concluiu que 711 ativistas foram assassinados no mundo todo ao longo da última década por protegerem a terra e a floresta - e mais da metade são brasileiros. De acordo com a pesquisa, divulgada durante a Rio+20, 365 brasileiros foram mortos entre 2002 e 2011 ao defenderem direitos humanos e o meio ambiente.
Depois do Brasil, os dois países com mais mortes no período também estão na América do Sul: o Peru, com 123 mortos, e a Colômbia, com 70.
Para o pesquisador britânico Billy Kyte, o alto número de mortes no Brasil se deve a uma conjunção de fatores que fazem a concorrência pela terra e pelos recursos naturais se intensificar e geram maior pressão - e tensão - no campo.
Ele enumera a desigualdade na posse de terra no país, com a concentração de propriedades nas mãos de latifundiários; o grande número de comunidades que tira o seu sustento da terra; e a atuação de setores cuja produção consiste também em explorar a terra, como oagropecuário, de mineração e madeireiro.
Leia mais em Metade dos ativistas ambientais assassinados na última década são brasileiros, diz estudo
A Carta Rio + 20 foi desidratada, por Miriam Leitão
Via blog do Noblat
Por Miriam Leitão
20.06.2012
O momento mais difícil dos últimos dias para o Itamaraty foi quando a União Europeia ameaçou, na segunda-feira, não levar o documento aos níveis superiores, o que significava sair das negociações.
O momento de maior alívio para a diplomacia brasileira aconteceu ontem, ao meio-dia, quando o documento foi aprovado. A estratégia foi tirar o que incomodasse qualquer grupo. A soma dos vetos desidratou o texto O Futuro que Queremos.
A partir de hoje começa a reunião dos chefes de Estado, e o texto está fechado. A comissária europeia para a Ação Climática, Connie Hedegaard, desabafou no Twitter: “Riomais20, muito ‘tomam nota’ e ‘reafirmam’ e pouco ‘decidem’ e ‘se comprometem’.”
De fato, dos 20 primeiros parágrafos, cinco começam com “reconhecemos”, e seis, com “reafirmamos”.
Na entrevista coletiva, as autoridades brasileiras repetiram com palavras diferentes o mesmo recado. “Foi possível assegurar o não retrocesso”, disse a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente. “Depois de uma longa batalha confirmamos os princípios do Rio”, disse o ministro Antonio Patriota, referindo-se à conferência de 20 anos atrás.
O embaixador Figueiredo também comemorou ter sido possível “preservar e não retroceder”. O negociador André Corrêa do Lago disse que foi “possível reiterar e não ir para trás”.
Some essas declarações e você entenderá o que houve. O Brasil jogou na retranca. O importante passou a ser reafirmar o que foi estabelecido há 20 anos. Assim, o futuro que queremos ficou com a cara do passado que tivemos.
E não fomos felizes no passado. O Brasil, como já disse aqui, desmatou em 20 anos uma área equivalente a São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo somados. A China mais que duplicou as emissões dos gases de efeito estufa. Estados Unidos, Brasil, China, Índia não assinaram o Protocolo de Kioto e isso aumentou as muitas falhas do único acordo de redução de emissões já assinado.
Leia a íntegra em A Carta Rio + 20 foi desidratada
Por Miriam Leitão
20.06.2012
O momento mais difícil dos últimos dias para o Itamaraty foi quando a União Europeia ameaçou, na segunda-feira, não levar o documento aos níveis superiores, o que significava sair das negociações.
O momento de maior alívio para a diplomacia brasileira aconteceu ontem, ao meio-dia, quando o documento foi aprovado. A estratégia foi tirar o que incomodasse qualquer grupo. A soma dos vetos desidratou o texto O Futuro que Queremos.
A partir de hoje começa a reunião dos chefes de Estado, e o texto está fechado. A comissária europeia para a Ação Climática, Connie Hedegaard, desabafou no Twitter: “Riomais20, muito ‘tomam nota’ e ‘reafirmam’ e pouco ‘decidem’ e ‘se comprometem’.”
De fato, dos 20 primeiros parágrafos, cinco começam com “reconhecemos”, e seis, com “reafirmamos”.
Na entrevista coletiva, as autoridades brasileiras repetiram com palavras diferentes o mesmo recado. “Foi possível assegurar o não retrocesso”, disse a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente. “Depois de uma longa batalha confirmamos os princípios do Rio”, disse o ministro Antonio Patriota, referindo-se à conferência de 20 anos atrás.
O embaixador Figueiredo também comemorou ter sido possível “preservar e não retroceder”. O negociador André Corrêa do Lago disse que foi “possível reiterar e não ir para trás”.
Some essas declarações e você entenderá o que houve. O Brasil jogou na retranca. O importante passou a ser reafirmar o que foi estabelecido há 20 anos. Assim, o futuro que queremos ficou com a cara do passado que tivemos.
E não fomos felizes no passado. O Brasil, como já disse aqui, desmatou em 20 anos uma área equivalente a São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo somados. A China mais que duplicou as emissões dos gases de efeito estufa. Estados Unidos, Brasil, China, Índia não assinaram o Protocolo de Kioto e isso aumentou as muitas falhas do único acordo de redução de emissões já assinado.
Leia a íntegra em A Carta Rio + 20 foi desidratada
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Mais de 30% das espécies estão ameaçadas de extinção
Coral en forma de pilar. Commander William Harrigan, NOAA Corps (ret.) |
no Tendencias 21
“A vida não é um documento”, diz Vandana Shiva, ativista indiana
Via Estadão
Por Roberta Pennafort/RIO
20.06.2012
Estrela do ecoativismo, Vandana Shiva critica Rio+20
A física indiana Vandana Shiva é uma estrela global do ecoativismo. Autora de mais de 20 livros e de 500 publicações acadêmicas, fundadora de um movimento feminino para a proteção da biodiversidade, ela viaja o mundo pregando contra a exploração do homem pelo homem e o patenteamento de recursos da natureza, em especial as sementes.
Vandana está no Rio depois de 20 anos para mais uma tentativa de ajudar a salvar o planeta. Mas não é nas mesas de negociação que deposita suas esperanças, e sim na força da solidariedade humana.
Ontem à tarde, fez um discurso contundente criticando a Rio+20 ao participar damesa “Mulheres e o Desenvolvimento Sustentável – Liderando o Caminho”, organizada pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade em evento paralelo à conferência.
A senhora fica desanimada quando vê que questões como agricultura familiar e erradicação da pobreza extrema provavelmente ficarão de fora do documento final da Rio+20?
Vim sem grande expectativa com relação à conferência formal. Não é por que o documento não vai falar dessas causas que a luta das pessoas vai diminuir. Não vim atrás de um texto, e sim atrás da solidariedade. A vida não é um documento, é a preservação dos nossos rios e sementes; verde não é a cor do dinheiro, é a cor da vida. Confio muito mais na força das pessoas do que nas negociações, que são influenciadas pelas grandes corporações. Existe uma grande reunião de quem está preocupado com a paz e a justiça, o que nos permite pensar estratégias juntos. Em 92, podíamos entrar nos corredores e interferir, por isso chegamos a compromissos sobre o clima. Retrocedemos. Assim como as corporações estão comprando nossos governos, estão comprando a ONU. A Rio+20 será lembrada como a última tentativa das grandes corporações de desfazer as obrigações legais estabelecidas na Eco 92.
O que o cidadão comum pode fazer?
Todo mundo tem que declarar que o patenteamento das sementes é ilegal e imoral. A Monsanto (gigante da agroindústria, produtora líder de sementes geneticamente modificadas) não inventou as sementes, e patentes são dadas a invenções. Como governos deixam que eles cobrem royalties de fazendeiros, levando-os ao suicídio? O meu chamado às pessoas em todo o mundo é para o dia 2 de outubro, aniversário de Gandhi: Diga não ao patenteamento. Comecem a guardar sementes. Não importa se você não é um fazendeiro, faça em casa, na escola.
A senhora costuma ser criticada por defender metas consideradas inatingíveis, desconectadas da realidade capitalista. Como responde a isso?
É porque estou conectada com a realidade que ajo assim. Se não fosse, investiria em Wall Street enquanto eles quebram, acharia que as sementes foram criadas por uma empresa. Estamos vivendo num mundo em que os poderosos acham que a alucinação deles é a realidade. Para mim, a realidade é a da criança que morre de fome.
A senhora critica o crescimento econômico da Índia, por excluir 95% da população, mas crescimento econômico é o que todos os países perseguem. O que está errado?
Crescimento econômico é um indicador de quanto a natureza foi destruída. Nós temos que priorizar o bem-estar, e não o crescimento. Existe um ditado antigo que diz que quem tem o ouro escreve as regras, e quem escreve as regras recebe mais ouro. Meu país, em 1992, não tinha um problema grave de fome. Hoje, uma a cada duas crianças procura comida no lixo. Por quê? Porque comida se transformou numa commodity. A sociedade era muito mais igualitária antes do crescimento econômico, que só serviu para criar dez bilionários. Dizem que existe uma classe média em países como Índia e Brasil, mas para mim existe uma elite e uma grande parcela da população que acaba despossuída de seus recursos naturais.
fonte
VISITE:
RIO+20
Cúpula dos Povos
RIO+20
Inst. Socio Ambiental
RIO+20
Green Blog
RIO+20
No Estadão
RIO+20
Na Folha.com
RIO+20
Por Sérgio Abranches
Por Roberta Pennafort/RIO
20.06.2012
Estrela do ecoativismo, Vandana Shiva critica Rio+20
A física indiana Vandana Shiva é uma estrela global do ecoativismo. Autora de mais de 20 livros e de 500 publicações acadêmicas, fundadora de um movimento feminino para a proteção da biodiversidade, ela viaja o mundo pregando contra a exploração do homem pelo homem e o patenteamento de recursos da natureza, em especial as sementes.
Vandana está no Rio depois de 20 anos para mais uma tentativa de ajudar a salvar o planeta. Mas não é nas mesas de negociação que deposita suas esperanças, e sim na força da solidariedade humana.
Ontem à tarde, fez um discurso contundente criticando a Rio+20 ao participar damesa “Mulheres e o Desenvolvimento Sustentável – Liderando o Caminho”, organizada pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade em evento paralelo à conferência.
A senhora fica desanimada quando vê que questões como agricultura familiar e erradicação da pobreza extrema provavelmente ficarão de fora do documento final da Rio+20?
Vim sem grande expectativa com relação à conferência formal. Não é por que o documento não vai falar dessas causas que a luta das pessoas vai diminuir. Não vim atrás de um texto, e sim atrás da solidariedade. A vida não é um documento, é a preservação dos nossos rios e sementes; verde não é a cor do dinheiro, é a cor da vida. Confio muito mais na força das pessoas do que nas negociações, que são influenciadas pelas grandes corporações. Existe uma grande reunião de quem está preocupado com a paz e a justiça, o que nos permite pensar estratégias juntos. Em 92, podíamos entrar nos corredores e interferir, por isso chegamos a compromissos sobre o clima. Retrocedemos. Assim como as corporações estão comprando nossos governos, estão comprando a ONU. A Rio+20 será lembrada como a última tentativa das grandes corporações de desfazer as obrigações legais estabelecidas na Eco 92.
O que o cidadão comum pode fazer?
Todo mundo tem que declarar que o patenteamento das sementes é ilegal e imoral. A Monsanto (gigante da agroindústria, produtora líder de sementes geneticamente modificadas) não inventou as sementes, e patentes são dadas a invenções. Como governos deixam que eles cobrem royalties de fazendeiros, levando-os ao suicídio? O meu chamado às pessoas em todo o mundo é para o dia 2 de outubro, aniversário de Gandhi: Diga não ao patenteamento. Comecem a guardar sementes. Não importa se você não é um fazendeiro, faça em casa, na escola.
A senhora costuma ser criticada por defender metas consideradas inatingíveis, desconectadas da realidade capitalista. Como responde a isso?
É porque estou conectada com a realidade que ajo assim. Se não fosse, investiria em Wall Street enquanto eles quebram, acharia que as sementes foram criadas por uma empresa. Estamos vivendo num mundo em que os poderosos acham que a alucinação deles é a realidade. Para mim, a realidade é a da criança que morre de fome.
A senhora critica o crescimento econômico da Índia, por excluir 95% da população, mas crescimento econômico é o que todos os países perseguem. O que está errado?
Crescimento econômico é um indicador de quanto a natureza foi destruída. Nós temos que priorizar o bem-estar, e não o crescimento. Existe um ditado antigo que diz que quem tem o ouro escreve as regras, e quem escreve as regras recebe mais ouro. Meu país, em 1992, não tinha um problema grave de fome. Hoje, uma a cada duas crianças procura comida no lixo. Por quê? Porque comida se transformou numa commodity. A sociedade era muito mais igualitária antes do crescimento econômico, que só serviu para criar dez bilionários. Dizem que existe uma classe média em países como Índia e Brasil, mas para mim existe uma elite e uma grande parcela da população que acaba despossuída de seus recursos naturais.
fonte
Cúpula dos Povos
Inst. Socio Ambiental
Green Blog
No Estadão
Na Folha.com
Por Sérgio Abranches
Grupo de cientistas não vê motivo de alarme para mudanças climáticas
Jornal Nacional
Por Elaine Bast 20.06.2012
Pesquisadores respeitados discordam de relatório da ONU que diz que homem é o principal culpado pelo aquecimento global. Eles acreditam que alterações do clima fazem parte da história do planeta.
Em meio às discussões sobre o perigo do aquecimento global e a responsabilidade do homem nas mudanças climáticas, um grupo de cientistas respeitados defende uma posição diferente da maioria.
Que a temperatura do nosso planeta está aumentando, todos concordam, mas quais seriam as consequências do aquecimento global ? E quem é o grande vilão?
O relatório da ONU , divulgado em 2007, que se tornou referência da comunidade científica diz que o homem é o principal culpado pelo aquecimento global. Mas um grupo de pesquisadores respeitados discorda dessa conclusão e afirma que não há motivo para alarme. Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
Por Elaine Bast 20.06.2012
Pesquisadores respeitados discordam de relatório da ONU que diz que homem é o principal culpado pelo aquecimento global. Eles acreditam que alterações do clima fazem parte da história do planeta.
Em meio às discussões sobre o perigo do aquecimento global e a responsabilidade do homem nas mudanças climáticas, um grupo de cientistas respeitados defende uma posição diferente da maioria.
Que a temperatura do nosso planeta está aumentando, todos concordam, mas quais seriam as consequências do aquecimento global ? E quem é o grande vilão?
O relatório da ONU , divulgado em 2007, que se tornou referência da comunidade científica diz que o homem é o principal culpado pelo aquecimento global. Mas um grupo de pesquisadores respeitados discorda dessa conclusão e afirma que não há motivo para alarme. Veja a matéria completa. Veja o vídeo.
Rio+20: Propostas brasileiras ignoram povos indígenas, dizem lideranças
JC e-mail 4522, de 20 de Junho de 2012.
Rio+20: Propostas brasileiras ignoram povos indígenas, dizem lideranças
Indígenas apontam falhas nas propostas finais do Brasil apresentadas hoje (20) às delegações da Rio+20, no Riocentro, por não incluírem a visão dos povos indígenas, protagonistas na preservação e conservação da biodiversidade.
Reunidas na Cúpula dos Povos, as lideranças indígenas defendem uma governança ambiental que assegure, entre outros, o direito de incluir a demarcação de terras indígenas como uma política pública de conservação dos ambientes naturais e o financiamento para o desenvolvimento sustentável, segundo Fernanda Kaingang, dirigente do Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual (Inbrapi).
"Não aceitamos que o documento final de negociação da Rio+20 não contemple a participação plena e efetiva dos povos indígenas na governança, na gestão de biodiversidade e no desenvolvimento de mecanismos financeiros para implementar medidas concretas. Isso pode comprometer seriamente os resultados da Conferência e a herança que a Rio+20 deixará para o mundo e para os povos indígenas", declarou ela, ao Jornal da Ciência.
Da forma como se apresentam as negociações do Brasil sobre a proteção e uso sustentável da biodiversidade, Fernanda teme que os resultados da Rio+20 não sejam satisfatórios como foram na Eco-92.
Preocupações - Ex-coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) no município de Colíder, no norte do Mato Grosso, o indígena Megaron Txucarramãe, 67 anos, disse que nas propostas dos povos indígenas foram incluídas também as preocupações com o desmatamento próximo aos rios da Amazônia, que segundo ele, está acabando com as florestas; a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte e o fortalecimento da Funai.
Líder de Caipós, nome dado a uma série de tribos que vivem na bacia do Xingu, Txucarramãe lamenta o fato de o governo federal não ter convidado os indígenas para participarem das negociações para o texto final da Rio+20. "O governo faz a parte dele, mas ele não convidou, até agora, as lideranças indígenas para participarem das discussões sobre o meio ambiente e sobre 'esse progresso que ele chama de progresso'. O que está ocorrendo com as florestas é impressionante. Antes era tudo verde e agora é tudo capim".
Segundo a diretora do Inbrapi, as terras dos indígenas, que representam hoje 15% do território nacional, são as mais conservadas do País. "É possível falar, por mapas de satélites, que se alguém pode falar de desenvolvimento sustentável e de conservação de florestas em pé esse alguém somos nós", complementou.
Em uma tentativa de reverter a situação, ela disse que os indígenas vão tentar aproveitar a visibilidade que a Rio+20 propicia, tanto na Cúpula dos Povos quanto no Riocentro, para viabilizar as demandas do povo indígena. "Estamos preocupados com a falta de financiamentos para políticas e medidas concretas para gestão, governanças, apoio e fomento à cultura e estilos devidamente relevantes; e para alternativas de produção de energia limpa que não afoguem as nossas culturas e que não condenem as nossas terras", declarou.
PEC 215 - Fernanda cita também a preocupação com a Proposta de Emenda Constitucional nº 215 (PEC 215) que transfere do Governo Federal a responsabilidade para o Congresso Nacional de demarcar as terras indígenas. "A PEC 215 é um retrocesso. Nos últimos anos notamos a legislação ambiental regredir e os direitos territoriais serem revogados. Além disso, observamos que as nossas terras podem ser revisadas para servirem a agroindústria, que não vai produzir comida. Ao contrário, vai produzir insumos para alimentar um desenvolvimento que não se preocupa com a sustentabilidade, visa apenas o lucro", disse.
(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)
Plenária de Soberania Alimentar debate os motivos da crise alimentar e as soluções camponesas
Via Cúpula dos Povos
18.06.2012
As cinco plenárias da Cúpula dos Povos tem a função de socializar o que foi debatidos pelas diversas organizações e movimentos nas atividades dos dias anteriores de acordo com três eixos: as causas estruturais das crises e falsas soluções apresentadas pelo capital; as soluções dos povos para os problemas e a agenda de ações dos povos. Ao final do processo, cada plenária produzirá um documento, que será levado para as Assembleias de convergência da Cúpula.
A plenária número 3 tratou da Soberania Alimentar. Participaram dela diversas organizações e movimentos sociais do campo nacionais e internacionais, como Via Campesina, MST, Marcha Mundial das Mulheres, Associação Nacional de Agroecologia (ANA), o Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade (GEA) movimentos quilombolas, indígenas, entre outros.
Na parte da manhã, debateu-se os motivos da crise e as falsas soluções dadas pelos governos e corporações para resolvê-las. O modelo do agronegócio foi apontado como o principal responsável pela crise alimentar. Ao priorizar o latifúndio monocultor, o agronegócio aumentou a expulsão de camponeses, indígenas e negros do campo, agravando a concentração de concentração de terras; o modelo criou um êxodo rural forte, além do uso de trabalho escravo no campo, a privatização das sementes, a utilização de agrotóxicos e alimentos transgênicos na lavoura.
Além disso, pois desde sua implantação a crise climática aumentou, ao passo que a perda de alimentos na cadeia produtiva aumentou de 30% a 40%. O Agronegócio se apropria de recursos naturais para existir, e mesmo sendo um modelo de agrário que somente aumenta as desigualdades, continua sendo a opção política dos Estados, que se subordinam aos seus interesses, dando aos latifundiários grandes incentivos públicos. Movimentos de diversos lugares do mundo, como Índia, Bolíivia, África, Argentina e Paraguai, relataram que os mesmos problemas causados pelo agronegócio no Brasil está presente em outros lugares, pois são as mesmas companhias transnacionais que ditam as regras. Continua
18.06.2012
As cinco plenárias da Cúpula dos Povos tem a função de socializar o que foi debatidos pelas diversas organizações e movimentos nas atividades dos dias anteriores de acordo com três eixos: as causas estruturais das crises e falsas soluções apresentadas pelo capital; as soluções dos povos para os problemas e a agenda de ações dos povos. Ao final do processo, cada plenária produzirá um documento, que será levado para as Assembleias de convergência da Cúpula.
A plenária número 3 tratou da Soberania Alimentar. Participaram dela diversas organizações e movimentos sociais do campo nacionais e internacionais, como Via Campesina, MST, Marcha Mundial das Mulheres, Associação Nacional de Agroecologia (ANA), o Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade (GEA) movimentos quilombolas, indígenas, entre outros.
Na parte da manhã, debateu-se os motivos da crise e as falsas soluções dadas pelos governos e corporações para resolvê-las. O modelo do agronegócio foi apontado como o principal responsável pela crise alimentar. Ao priorizar o latifúndio monocultor, o agronegócio aumentou a expulsão de camponeses, indígenas e negros do campo, agravando a concentração de concentração de terras; o modelo criou um êxodo rural forte, além do uso de trabalho escravo no campo, a privatização das sementes, a utilização de agrotóxicos e alimentos transgênicos na lavoura.
Além disso, pois desde sua implantação a crise climática aumentou, ao passo que a perda de alimentos na cadeia produtiva aumentou de 30% a 40%. O Agronegócio se apropria de recursos naturais para existir, e mesmo sendo um modelo de agrário que somente aumenta as desigualdades, continua sendo a opção política dos Estados, que se subordinam aos seus interesses, dando aos latifundiários grandes incentivos públicos. Movimentos de diversos lugares do mundo, como Índia, Bolíivia, África, Argentina e Paraguai, relataram que os mesmos problemas causados pelo agronegócio no Brasil está presente em outros lugares, pois são as mesmas companhias transnacionais que ditam as regras. Continua
Diretor do MAC lança livro nesta quarta-feira, dia 20/06
Via blog da Reitoria - USP
19.06.2012
O diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, Domingos Tadeu Chiarelli, realiza o lançamento do seu livro “No calor da hora – Dossiê jovens artistas paulistas – década de 1980″, Editora Com Arte, nesta quarta-feira, dia 20 de junho, das 18h30 às 21h30, em evento na Livraria Martins Fontes.
Lançado neste ano, o livro trata-se de entender os revezes e reviravoltas que o “alto modernismo” experimentou, sem trégua, entre os meados da década de 1950 e o início da de 1990, no contexto euro-norte americano, e também em países que, como o Brasil, vinham experimentando processos contínuos e decisivos de modernização, desde os anos trinta do século XX.
As entrevistas realizadas pelo autor Tadeu Chiarelli – que também é professor do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e impulsionou de maneira notável no país os estudos sobre a fotografia e a revisão do modernismo brasileiro – com 27 jovens artistas que entre os anos de 1986 e 1987 começavam a ganhar alguma projeção no circuito de arte brasileiro, são uma contribuição essencial para a compreensão do período e do contencioso de problemas que carreou para a atualidade.
A Livraria Martins Fontes está localizada na Av. Paulista, 509 – próximo à Estação Brigadeiro do metrô, São Paulo.
Mais informações pelo telefone: (11) 2167-9900
fonte
Comentário básico:
Viva o meu irmão!!!
Viva a Vila Tibério!!!
Adelidia Chiarelli
19.06.2012
O diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, Domingos Tadeu Chiarelli, realiza o lançamento do seu livro “No calor da hora – Dossiê jovens artistas paulistas – década de 1980″, Editora Com Arte, nesta quarta-feira, dia 20 de junho, das 18h30 às 21h30, em evento na Livraria Martins Fontes.
Lançado neste ano, o livro trata-se de entender os revezes e reviravoltas que o “alto modernismo” experimentou, sem trégua, entre os meados da década de 1950 e o início da de 1990, no contexto euro-norte americano, e também em países que, como o Brasil, vinham experimentando processos contínuos e decisivos de modernização, desde os anos trinta do século XX.
As entrevistas realizadas pelo autor Tadeu Chiarelli – que também é professor do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e impulsionou de maneira notável no país os estudos sobre a fotografia e a revisão do modernismo brasileiro – com 27 jovens artistas que entre os anos de 1986 e 1987 começavam a ganhar alguma projeção no circuito de arte brasileiro, são uma contribuição essencial para a compreensão do período e do contencioso de problemas que carreou para a atualidade.
A Livraria Martins Fontes está localizada na Av. Paulista, 509 – próximo à Estação Brigadeiro do metrô, São Paulo.
Mais informações pelo telefone: (11) 2167-9900
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Comentário básico:
Viva o meu irmão!!!
Viva a Vila Tibério!!!
Adelidia Chiarelli
El fotógrafo que captó ese qué sé yo de Buenos Aires
Via El País
Por Francisco Peregil - Buenos Aires
19.06.2012
Muere a los 105 años Horacio Coppola, el gran retratista de la capital argentina. Dejó un consejo:
"A veces, las cosas están ahí. Solo hay que saber mirar"
FOTOGALERÍA 'Los inicios de Horacio Coppola', (Publicado en 2010, con motivo de la muestra dedicada al fotógrafo en Madrid)
'El gran retratista de Buenos Aires', por ÁNGELES GARCÍA
Por Francisco Peregil - Buenos Aires
19.06.2012
Muere a los 105 años Horacio Coppola, el gran retratista de la capital argentina. Dejó un consejo:
"A veces, las cosas están ahí. Solo hay que saber mirar"
Leia íntegra do rascunho zero da Rio+20
Via Estadão
19.06.2012
Se nada de impressionante acontecer até amanhã, dia 20, às 10h, horário de abertura da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, este será o texto que os chefes de Estado receberão: Rio+20: Documento final para os chefes de Estado (Em inglês)
19.06.2012
Se nada de impressionante acontecer até amanhã, dia 20, às 10h, horário de abertura da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, este será o texto que os chefes de Estado receberão: Rio+20: Documento final para os chefes de Estado (Em inglês)
Durante a Rio+20, ONG francesa entrega documento com 350 mil assinaturas pedindo o fim de Belo Monte
JC e-mail 4521, de 19 de Junho de 2012.
Durante a Rio+20, ONG francesa entrega documento com 350 mil assinaturas pedindo o fim de Belo Monte
Os índios da etnia Kaiapó receberam ontem (18) da organização não governamental francesa Planète Amazone documento com cerca de 350 mil assinaturas contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que será instalada no Rio Xingu.
As assinaturas foram coletadas na Europa, pela internet - a maior parte delas na França e na Bélgica, segundo os organizadores. O documento foi lançado no ano passado e permanece no site www.raoni.com.
De acordo com o representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), Marcos Apurinã, que recebeu o documento com as assinaturas, o protesto dos europeus se somará ao dos brasileiros. "Vamos levar tudo para a presidente Dilma [Rousseff] em breve", declarou. "É especialmente para ela. Para dizer que os índios brasileiros não estão sozinhos", afirmou durante a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.
"Ela precisa saber que está assinando documentos para a ONU [Organização das Nações Unidas] dizendo que os povos indígenas estão bem, mas não estamos bem. Pelo contrário", completou em referência ao impacto da obras. Segundo Apurinã, a barragem vai afetar "completamente o modo vida" dos índios.
O representante da ONG francesa, Ildo Tikuna, explicou que a petição foi um pedido expresso do cacique Raoni Kaiapó para divulgar os problemas na Amazônia. "O impacto da barragem é de nível mundial em termos de desmatamento e emissão de gases de efeito estufa", afirmou.
A entidade também acredita que pode reforçar a mobilização para que a obra seja reavaliada pelo Brasil. "Como o governo federal não está ouvindo nenhuma das etnias, o objetivo da petição é fazer barulho para que os povos sejam atendidos e divulgar isso [a construção de Belo Monte] lá fora".
(Agência Brasil)
Clique para ver o vídeo:
Rio +20: o apoio do ambientalista francês NICOLAS HULOT para o cacique RAONI e seu povo
terça-feira, 19 de junho de 2012
Valei-me meu São Jorge
Rio+20
Salve a proteção dos guerreiros nessa eterna luta da natureza contra as forças da destruição.
Andarei vestido e armado com a coragem do cavaleiro sagrado para que a cobiça de quem mata a mata tendo jatos não me alcancem; tendo garras não me peguem; tendo esquemas não me enredem; tendo espias não me achem.
Correntes, aços e químicas não mais devastarão. Armas de fogo, a fauna e a flora não atingirão. O dragão é voraz. O dragão é sagaz. Tratores e motoserras se quebrem sem o meu trono derrubar.
Tubos, vapores e odores encontrem sua capa sem o meu ar alterar. Venenos, poções e gotas caiam em sua lança antes de minha pele penetrar.
Tudo isso porque estamos vestidos de consciência e atitude pela vida plena, ampla, diversa, mestiça e possível a todos os seres. Sob as armas de Jorge, cavaleiro de todos os guerreiros no combate desse caminho.
Na grandeza da Terra como santuário vivo de toda Beleza. Salve Jorge!
(adaptação livre de TT Catalão para a Oração de São Jorge)
TT Catalão é poeta, jornalista, letrista, ativista cultural
Via blog do Noblat
Salve a proteção dos guerreiros nessa eterna luta da natureza contra as forças da destruição.
Andarei vestido e armado com a coragem do cavaleiro sagrado para que a cobiça de quem mata a mata tendo jatos não me alcancem; tendo garras não me peguem; tendo esquemas não me enredem; tendo espias não me achem.
Correntes, aços e químicas não mais devastarão. Armas de fogo, a fauna e a flora não atingirão. O dragão é voraz. O dragão é sagaz. Tratores e motoserras se quebrem sem o meu trono derrubar.
Tubos, vapores e odores encontrem sua capa sem o meu ar alterar. Venenos, poções e gotas caiam em sua lança antes de minha pele penetrar.
Tudo isso porque estamos vestidos de consciência e atitude pela vida plena, ampla, diversa, mestiça e possível a todos os seres. Sob as armas de Jorge, cavaleiro de todos os guerreiros no combate desse caminho.
Na grandeza da Terra como santuário vivo de toda Beleza. Salve Jorge!
(adaptação livre de TT Catalão para a Oração de São Jorge)
TT Catalão é poeta, jornalista, letrista, ativista cultural
Via blog do Noblat
Rio+20: Em entrega de Prêmio Muriqui, ambientalistas e cientistas afirmam que a luta em defesa do meio ambiente continua
JC e-mail 4520, de 18 de Junho de 2012.
Rio+20: Em entrega de Prêmio Muriqui, ambientalistas e cientistas afirmam que a luta em defesa do meio ambiente continua
"A luta vai continuar". A frase foi repetida várias vezes por cientistas, pesquisadores e ambientalistas em uma referência sobre a luta pela melhoria do Código Florestal, a proteção da biodiversidade e do desenvolvimento sustentável, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Muriqui 2012 realizada na tarde de sábado (16), no pavilhão do Governo do Estado do Rio de Janeiro no Parque dos Atletas, no seminário "As Reservas da Biosfera e a Rio+20".
Concedida anualmente pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), desde 1993, a premiação é uma das principais homenagens às ações ambientais no País.
Constituído de uma estatueta de bronze representando um muriqui e um diploma, o Prêmio Muriqui foi entregue este ano à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na categoria pessoa jurídica; ao cientista Carlos Alfredo Joly, na categoria pessoa física; e ao cientista norte-americano Thomas Lovejoy, em uma edição especial pelo conjunto de sua obra. O animal muriqui é o símbolo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida em 1991 pelo Programa Homem e Biosfera da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Clayton Ferreira Lino, intermediando a entrega do prêmio, disse que a escolha da SBPC coincidiu com o momento em que a instituição assumiu a defesa da melhoria do Código Florestal, com estudos e manifestos, e do desenvolvimento sustentável.
O jogo não terminou - Lino lamentou o fato "de grande parte do recado da SBPC" não ter sido ouvida (no Congresso Nacional). Mesmo assim, ele disse que a campanha em prol da melhoria do Código Florestal será mantida. "O jogo ainda não terminou. Passamos do momento do 'veta Dilma' para 'o jogo não terminou'. E com certeza a Rio+20 vai marcar este momento".
Segundo ele, a SBPC não é apenas "um baluarte" da ciência nacional. "Ela é a maior instituição científica que temos, é uma presença institucional de referência para os brasileiros na questão de cidadania, na luta pelas grandes causas e pelas perspectivas em termos de futuro", disse para emendar. "A SBPC representa muito mais do que simplesmente uma associação de pesquisadores. Ela representa a alma daqueles que pensam no Brasil, que pensam o futuro", declarou Lino.
Emocionada, a presidente da SBPC, Helena Nader, ao receber o prêmio das mãos de André Ilha, diretor de biodiversidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro, agradeceu o prêmio dedicando-o a todos os membros e sócios da SBPC e às 104 sociedades científicas que a constituem. "O que a SBPC tem feito em seus 64 anos de existência é lutar pela cidadania: é ciência para o cidadão, ciência pelo meio ambiente e ciência para todos os brasileiros", disse ela, dedicando o prêmio também aos membros do Grupo de Trabalho que estuda o Código Florestal, do qual Joly é participante; e é coordenado por José Antonio Aleixo, diretor da SBPC.
Nova versão do livro Código Florestal - Presente à cerimônia, Aleixo aproveitou o momento para anunciar a segunda versão do livro do Código Florestal, uma coletânea de todas as cartas e documentos que sucederam a votação do texto no Senado Federal, em português e inglês - lançada na cerimônia do Prêmio Muriqui 2012.
Por sua vez, Aleixo agradeceu a dedicação voluntária de todos que trabalham no Grupo de Trabalho desde maio de 2010, como Antonio Donato Nobre, Carlos Alfredo Joly, Carlos Nobre, Celso Manzatto, dentre outros. Aleixo ressaltou que o grupo vai manter as atividades relacionadas ao Código Florestal. "O jogo continua", disse.
Já o cientista Joly recebeu a premiação por ter se dedicado à Mata Atlântica há muitos anos. Ele é o criador do projeto Biota-São Paulo, o maior projeto científico do País, que deu origem ao maior banco virtual de dados, e trabalha no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além de ser um dos ícones do conhecimento científico do Brasil e participante na defesa da melhora do Código Florestal.
"Talvez não tenhamos nenhum especialista mais importante do que o professor Joly no conhecimento sobre a flora da Mata Atlântica, não apenas como pioneiro, mas também como conhecedor do entendimento do funcionamento da flora Mata Atlântica", disse o presidente da RBMA.
Agradecendo a premiação, Joly disse que conheceu a Mata Atlântica "pelas mãos" de seu pai, um experiente botânico que o ensinou as diferenças das especificidades do bioma; e por intermédio de projetos de pesquisa sobre a Serra do Japi (SP), na tese de seu doutorado.
Diversidade biológica - Por último, o presidente da RBMA entregou o prêmio a Thomas Lovejoy, responsável por colocar o conceito de biodiversidade na pauta de prioridade mundial introduzir o termo "diversidade biológica" na comunidade científica.
"Quando falamos de uma convenção da biodiversidade é uma conseqüência desse trabalho dele. Ele é muito mais do que um cientista, é um cidadão, de uma cidadania global", disse Lino. Ele acrescenta: "Lovejoy é aquela pessoa que se Barack Obama (presidente dos Estados Unidos) quer saber algo sobre biodiversidade pergunta para quem? Para Thomas Lovejoy". O cientista é consultor-chefe do Banco Mundial sobre a biodiversidade e desenvolvimento sustentável. A edição especial do Prêmio Muriqui 2012 homenageia o conjunto da obra de Lovejoy, em nome do meio ambiente, do desenvolvimento sustentável e da cidadania global. "O cientista sintetiza o que a Eco92 propôs e o que a Rio+20 deve reafirmar", disse Lino.
Por sua vez, agradecendo a premiação, Lovejoy arrancou risos da platéia ao declarar: "Antes eu tinha ciúmes do macaco porque ele tinha uma cauda, e agora eu tenho uma cauda", disse ele, referindo-se à estatueta de bronze no formato de um macaco.
Saiba mais sobre a premiação:
http://www.sbpcnet.org.br/site/home/home.php?id=1654.
(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)
Veja também no JC-email:
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