quinta-feira, 21 de junho de 2012
A Carta Rio + 20 foi desidratada, por Miriam Leitão
Via blog do Noblat
Por Miriam Leitão
20.06.2012
O momento mais difícil dos últimos dias para o Itamaraty foi quando a União Europeia ameaçou, na segunda-feira, não levar o documento aos níveis superiores, o que significava sair das negociações.
O momento de maior alívio para a diplomacia brasileira aconteceu ontem, ao meio-dia, quando o documento foi aprovado. A estratégia foi tirar o que incomodasse qualquer grupo. A soma dos vetos desidratou o texto O Futuro que Queremos.
A partir de hoje começa a reunião dos chefes de Estado, e o texto está fechado. A comissária europeia para a Ação Climática, Connie Hedegaard, desabafou no Twitter: “Riomais20, muito ‘tomam nota’ e ‘reafirmam’ e pouco ‘decidem’ e ‘se comprometem’.”
De fato, dos 20 primeiros parágrafos, cinco começam com “reconhecemos”, e seis, com “reafirmamos”.
Na entrevista coletiva, as autoridades brasileiras repetiram com palavras diferentes o mesmo recado. “Foi possível assegurar o não retrocesso”, disse a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente. “Depois de uma longa batalha confirmamos os princípios do Rio”, disse o ministro Antonio Patriota, referindo-se à conferência de 20 anos atrás.
O embaixador Figueiredo também comemorou ter sido possível “preservar e não retroceder”. O negociador André Corrêa do Lago disse que foi “possível reiterar e não ir para trás”.
Some essas declarações e você entenderá o que houve. O Brasil jogou na retranca. O importante passou a ser reafirmar o que foi estabelecido há 20 anos. Assim, o futuro que queremos ficou com a cara do passado que tivemos.
E não fomos felizes no passado. O Brasil, como já disse aqui, desmatou em 20 anos uma área equivalente a São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo somados. A China mais que duplicou as emissões dos gases de efeito estufa. Estados Unidos, Brasil, China, Índia não assinaram o Protocolo de Kioto e isso aumentou as muitas falhas do único acordo de redução de emissões já assinado.
Leia a íntegra em A Carta Rio + 20 foi desidratada
Por Miriam Leitão
20.06.2012
O momento mais difícil dos últimos dias para o Itamaraty foi quando a União Europeia ameaçou, na segunda-feira, não levar o documento aos níveis superiores, o que significava sair das negociações.
O momento de maior alívio para a diplomacia brasileira aconteceu ontem, ao meio-dia, quando o documento foi aprovado. A estratégia foi tirar o que incomodasse qualquer grupo. A soma dos vetos desidratou o texto O Futuro que Queremos.
A partir de hoje começa a reunião dos chefes de Estado, e o texto está fechado. A comissária europeia para a Ação Climática, Connie Hedegaard, desabafou no Twitter: “Riomais20, muito ‘tomam nota’ e ‘reafirmam’ e pouco ‘decidem’ e ‘se comprometem’.”
De fato, dos 20 primeiros parágrafos, cinco começam com “reconhecemos”, e seis, com “reafirmamos”.
Na entrevista coletiva, as autoridades brasileiras repetiram com palavras diferentes o mesmo recado. “Foi possível assegurar o não retrocesso”, disse a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente. “Depois de uma longa batalha confirmamos os princípios do Rio”, disse o ministro Antonio Patriota, referindo-se à conferência de 20 anos atrás.
O embaixador Figueiredo também comemorou ter sido possível “preservar e não retroceder”. O negociador André Corrêa do Lago disse que foi “possível reiterar e não ir para trás”.
Some essas declarações e você entenderá o que houve. O Brasil jogou na retranca. O importante passou a ser reafirmar o que foi estabelecido há 20 anos. Assim, o futuro que queremos ficou com a cara do passado que tivemos.
E não fomos felizes no passado. O Brasil, como já disse aqui, desmatou em 20 anos uma área equivalente a São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo somados. A China mais que duplicou as emissões dos gases de efeito estufa. Estados Unidos, Brasil, China, Índia não assinaram o Protocolo de Kioto e isso aumentou as muitas falhas do único acordo de redução de emissões já assinado.
Leia a íntegra em A Carta Rio + 20 foi desidratada