16.12.2014
Seminário da Guarda Universitária debate violência contra minorias e aponta a necessidade de criação de um órgão descentralizado para receber as denúncias na USP, além de punições efetivas
Após relatos de abusos sexuais em festas de estudantes e outros tipos de violência registrados em algumas unidades da Universidade de São Paulo (USP), a instituição tem a responsabilidade de criar mecanismos, além de atuar de forma concreta para que mais estudantes possam se sentir confortáveis em denunciar esses casos de violência. Além de punir os agressores de forma efetiva. Esse foi o tom dado na avaliação feita pelas professoras Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer e Heloísa Buarque de Almeida durante o 2º. Seminário da Guarda Universitária Aberto à Comunidade, com o tema: Violências de Gênero, Raça-Etnia e decorrentes de outros marcadores sociais, realizado na terça-feira (09/12), no anfiteatro vermelho do Instituto de Química (IQ).
Segundo as docentes, é necessário a criação de um órgão decentralizado, que não dependa de decisões de diretores de unidades ou pró-reitores, e possa ter independência para investigar os casos de violência, inclusive as sexuais, para que as investigações não caiam no esquecimento. “A ideia é que seja ligado à direção central, mas que seja independente, sem vínculo com uma pessoa ou uma gestão. Uma instância permanente, com papel de continuidade independente de quem seja o reitor”, disse Heloísa, que também é coordenadora da USP Diversidade, setor criado para tratar do problema em relação às mulheres, discriminação do LGBT e preconceito racial.
Para Heloisa, um fator que pode aumentar a transparência dos casos denunciados é que este órgão, a ser criado pela Comissão de Direitos Humanos, aceite denúncias anônimas. “Faz parte do atendimento, não é só a vítima que tem que se expor”, disse.
Continua!