sexta-feira, 15 de abril de 2016

Pesquisadores da UFSCar testam substância isolada do gengibre que demonstra potencial para tratamento de câncer

JC-Notícias/SBPC
14.04.2016


A molécula já foi testada e obteve resultados positivos contra células de câncer de mama, mas poderá ser testada também em câncer de próstata, de pulmão, de colo de útero, dentre outros tipos da doença

Uma substância isolada do gengibre que está em fase de testes no Laboratório de Biologia do Envelhecimento (Laben) do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar demonstra potencial para ser usada no tratamento de câncer, isoladamente ou em conjunto com a quimioterapia, podendo reduzir os efeitos colaterais. A molécula já foi testada e obteve resultados positivos contra células de câncer de mama, mas poderá ser testada também em câncer de próstata, de pulmão, de colo de útero, dentre outros tipos da doença.

Segundo a professora Márcia Cominetti, docente do DGero e coordenadora do Laben, o composto isolado do gengibre, denominado [10]-gingerol, é uma substância com atividade específica, ou seja, mata mais células tumorais em comparação com células normais, por um mecanismo de morte celular programada. Dessa forma, não ocorre a inflamação nos tecidos, efeito que realmente se espera de um medicamento antitumoral.

A docente explica que para o tratamento do câncer, que é um conjunto de mais de 100 doenças diferentes, existem atualmente três principais opções: a cirurgia para remoção do tumor, a quimioterapia e a radioterapia, que muitas vezes são realizadas de forma combinada. Porém, o que acontece com a quimioterapia, que é o tratamento mais usado, é a não seletividade de seus medicamentos, o que faz com que eles atinjam células tumorais, mas também células saudáveis do organismo do paciente. “Então, as células que se dividem rapidamente, como células do bulbo capilar, local onde os cabelos nascem, da mucosa bucal, e do intestino, por exemplo, acabam morrendo também, o que acaba levando o paciente a apresentar sérios efeitos colaterais desta medicação, que são náusea, queda de cabelo, efeitos bastante conhecidos da quimioterapia. Portanto, o desenvolvimento de drogas antitumorais é um campo repleto de desafios, já que os agentes quimioterápicos ideais devem agir seletivamente para matar ou inibir o crescimento das células neoplásicas, deixando as células normais intactas”, relata a pesquisadora.

Continua.