quinta-feira, 24 de junho de 2010

Estudo do INPE aponta que enchentes e deslizamentos serão mais frequentes na capital paulista

Via Eco Debate - 23.06.2010


As mudanças no clima que indicam aumento de dias com chuvas intensas e mais freqüentes e as projeções de crescimento da população na Região Metropolitana de São Paulo, que deverá dobrar de tamanho nos próximos 20 anos, especialmente nas periferias, aumentarão significativamente os riscos de enchentes, inundações e deslizamentos, atingindo principalmente os mais pobres, além de provocar maior ocorrência de lepstopirose e doenças respiratórias.

Estudos preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sugerem que, entre 2070 e 2100, uma elevação média na temperatura da região de 2ºC a 3ºC poderá dobrar o número de dias com chuvas intensas (acima de 10 milímetros) na capital paulista. A previsão é de um aumento no número de dias e noites quentes e diminuição no número de dias e noites frios.

Esses cenários constam do relatório “Vulnerabilidade das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo”, divulgado nesta terça-feira (15/06), em São Paulo, e se referem a projeções climáticas para os próximos 20 anos e cenários futuros entre 2070 e 2100 para a região. Para isso, os pesquisadores aplicaram um modelo de projeção de mancha urbana associado ao modelo “Hand”, que permitiu identificar as possíveis áreas que seriam ocupadas no futuro e o risco potencial, caso o padrão de uso e ocupação do solo atual se perpetue sem nenhuma alteração e controle.

Segundo o relatório, mais de 20% da área total da expansão urbana da Região Metropolitana de São Paulo em 2030 estará vulnerável e poderá eventualmente ser afetada por acidentes naturais provocados pelas chuvas. Aproximadamente 11,17% dessas novas ocupações poderão ser áreas de risco de deslizamento.

O relatório foi coordenado pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CST/INPE) e pelo Núcleo de População da Universidade Estadual de Campinas (NEPO/UNICAMP) e contou com a participação de outras instituições de pesquisa do país. Continua