quarta-feira, 1 de maio de 2013
Garimpeiros e mulheres são os mais vulneráveis à aids
Via Agência USP de Notícias
Por Mariana Melo - mariana.melo@usp.br
20.04.2013
Mulheres de baixa escolaridade e homens que trabalham nas regiões de garimpos se mostraram mais vulneráveis à infecção por HIV no Norte do Brasil. A identificação foi feita em grupos da sociedade da região de Santarém, no oeste do Pará, que eram portadores do vírus. O estudo realizado pelo médico infectologista e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Paulo Afonso Martins Abati, analisou os perfis sociodemográficos da população com HIV da região para conhecer o perfil local da epidemia.
Ainda que a incidência de HIV tenha se estabilizado no Sudeste, nas regiões Norte e Nordeste esses níveis, entre 1999 e 2010, apresentaram crescimento. Visto a carência de dados anteriores, o trabalho não pode definir se a epidemia na região é recente ou apenas recém-descoberta. Dos fatores que podem justificar esta frequência alta, Abati destaca o grande número de homens mais velhos com parceiras muito jovens e o elevado número de mulheres desamparadas e sem escolaridade, além do costume de homens manterem relações com mais de uma parceira ser socialmente mais aceito.
“A despeito dos serviços de atenção às pessoas que vivem com HIV/aids na região terem melhorado nos últimos dez anos, as pessoas ainda descobrem tardiamente que têm o vírus” diz Abati. “Muitas descobrem quando já estão muito doentes, ainda que, agora, a oferta do teste esteja maior”. Esse diagnóstico tardio implica em maiores dificuldades para tratar a doença. “A região possui o maior índice proporcional de mortalidade por aids do Brasil”, conta. Continua
Por Mariana Melo - mariana.melo@usp.br
20.04.2013
Mulheres de baixa escolaridade e homens que trabalham nas regiões de garimpos se mostraram mais vulneráveis à infecção por HIV no Norte do Brasil. A identificação foi feita em grupos da sociedade da região de Santarém, no oeste do Pará, que eram portadores do vírus. O estudo realizado pelo médico infectologista e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Paulo Afonso Martins Abati, analisou os perfis sociodemográficos da população com HIV da região para conhecer o perfil local da epidemia.
Ainda que a incidência de HIV tenha se estabilizado no Sudeste, nas regiões Norte e Nordeste esses níveis, entre 1999 e 2010, apresentaram crescimento. Visto a carência de dados anteriores, o trabalho não pode definir se a epidemia na região é recente ou apenas recém-descoberta. Dos fatores que podem justificar esta frequência alta, Abati destaca o grande número de homens mais velhos com parceiras muito jovens e o elevado número de mulheres desamparadas e sem escolaridade, além do costume de homens manterem relações com mais de uma parceira ser socialmente mais aceito.
“A despeito dos serviços de atenção às pessoas que vivem com HIV/aids na região terem melhorado nos últimos dez anos, as pessoas ainda descobrem tardiamente que têm o vírus” diz Abati. “Muitas descobrem quando já estão muito doentes, ainda que, agora, a oferta do teste esteja maior”. Esse diagnóstico tardio implica em maiores dificuldades para tratar a doença. “A região possui o maior índice proporcional de mortalidade por aids do Brasil”, conta. Continua