segunda-feira, 12 de maio de 2014

Áreas protegidas vítimas da crise energética

Via O ECO
Por Marc Dourojeanni
07.05.14

"Queremos ter elementos para tomar uma decisão final, que será dos órgãos ambientais". Esta é a justificativa do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para defender a pesquisa hidro energética no interior de áreas naturais protegidas, conforme uma nova tentativa de mudança na lei poderia permitir. Estas áreas são estabelecidas para conservar a natureza e, portanto, não podem ser convertidas em canteiros de obras, nem ser inundadas ou alagadas. O que pode justificar gastar-se dinheiro em estudos que eventualmente demonstrem um potencial que não poderá ser explorado?

A resposta é óbvia. O próprio presidente da EPE responde quando diz "Nosso pleito maior é poder estudar. Queremos ter elementos para tomar uma decisão final, que será dos próprios órgãos ambientais. Se você nem pode estudar algo, não pode saber os seus impactos". Ou seja, para esta empresa que em princípio deve respeitar a legislação nacional, as Unidades de Conservação, inclusive as de proteção integral podem ser alteradas e exploradas de forma direta. Dito de outro modo, tudo o que a Constituição e as leis dispõem, além de tudo o que os cientistas brasileiros e de todo o mundo dizem, é bobagem e nem merece ser contemplado na medida em que, segundo essa empresa, gerar energia é muito mais importante que proteger amostras dos ecossistemas, da biodiversidade ou que manter os serviços ambientais.

Continua!