terça-feira, 13 de setembro de 2011

Nascentes foram soterradas em Águas Claras e em Vicente Pires

Via Correio Braziliense
Por Vinicius Sassine
24.04.2011

Em Águas Claras, no Distrito Federal, as construtoras ignoraram as nascentes,
 que insistem em aflorar, escorrendo pelas ruas da cidade

O setor imobiliário ignorou — e continua ignorando — o afloramento das nascentes em Águas Claras e em Vicente Pires, cidades a 20km do centro de Brasília. Regiões onde antes moradores apontavam a ocorrência de nascentes foram aterradas e deram espaço a linhas de transmissão de energia, grandes empreendimentos, espigões de concreto. Os atributos naturais dessa região, um chapadão plano e rico em água, com importante função de dreno para toda a imediação, transformaram-se num incômodo. A água verte de pilastras de garagens de prédios de Águas Claras, uma região no Distrito Federal que surgiu exclusivamente para abrigar prédios residenciais. Em Vicente Pires, casas, condomínios e prédios engoliram o Córrego Vicente Pires e soterraram nascentes. Algumas ainda insistem em aflorar. Escorrem por ruas e calçadas.

A imagem do DF como um guarda-chuva, por onde cai e escorre a água para as imediações, resume a função ambiental da região. O DF abriga nascentes de três grandes bacias — Tocantins, Paraná e São Francisco. Está numa área de planalto, é rico em água, mas, nem por isso, recebe a atenção necessária para a preservação desse potencial hídrico. Para se ter uma ideia, estão catalogadas no DF mais de 1.250 voçorocas, sulcos e erosões. Continua

Leia também:
Devastação das bacias do Cerrado impacta a vida de 88,6 milhões de pessoas