domingo, 5 de maio de 2013

Agrotóxico que atingiu escola em Goiás não pode ser lançado por avião

Jornal Nacional
04.05.2013

Suspeita é que piloto de aeronave que pulverizou a substância tenha desrespeitado normas de segurança.

O agrotóxico que atingiu crianças e funcionários de uma escola no interior de Goiás não tinha autorização para ser pulverizado por avião. O plano de voo da aeronave e o recibo da venda vão ser analisados pela polícia.

Um dia depois, e oito crianças ainda estavam passando mal por causa do agrotóxico que foi pulverizado sobre a escola. Elas passaram o dia no hospital tomando soro. Muitas ainda estão vomitando, com dor de cabeça e irritação na pele.

O acidente foi nesta sexta-feira (3). Segundo testemunhas, era hora do recreio quando alunos e funcionários da escola foram surpreendidos por uma chuva de agrotóxico. O veneno seria usado em uma plantação perto do local.

Ao todo, 29 crianças e oito adultos começaram a passar mal minutos depois. Todos foram levados para hospitais e por recomendação médica passaram a noite em observação em uma escola. Só na manhã deste sábado (4) puderam voltar para casa.

“Ele passou em cima da escola e todo o veneno caiu em cima de nós“, descreve Isac Souza Ferreira, de 11 anos.

O piloto disse que não viu que era uma escola. Ele foi preso juntamente com um funcionário e o dono do avião. Eles são investigados por crime ambiental, uso irregular de agrotóxico e lesão. O dono do avião, Rui Alberto Textor, disse que foi um incidente. “Em hipótese alguma, um ser humano chamado piloto agrícola iria fazer um trabalho sabendo que ali existia alguém”, diz ele.

No receituário emitido pelo vendedor do agrotóxico está escrito que o produto é proibido para "aplicação aérea". Além disso, ele é indicado para soja, e a plantação no local é milho.

Fiscais do meio ambiente e a policia estão investigando o caso. O plano de voo da aeronave e documentos sobre o produto usado para pulverizar a área foram recolhidos e serão analisados pelos investigadores. A suspeita é que o piloto tenha desrespeitado normas de segurança.

Veja o vídeo.