Por Ivan Martins
02.04.2013
Uma campanha na internet reage contra os 65% que apóiam o estupro - e mostra que o país não pertence a eles
Aos trancos e barrancos, o Brasil vai se tornando um país melhor para quem vive aqui. Um dia depois da pesquisa do IPEA que mostrou que 65% dos homens e mulheres brasileiros acreditam que mulheres que “usam roupa que mostra o corpo merecem ser atacadas” – quer dizer, sexualmente violentadas, estupradas, abusadas – entrou no ar, nas redes sociais, uma reação espontânea contra essa barbaridade.
O movimento chama-se “Não mereço ser estuprada”, foi criado pela jornalista Nana Queiroz, de 28 anos, e tem a cara da internet: quem apóia faz uma foto de si mesmo com uma placa repetindo o mote da campanha. É um selfie com conteúdo. As mulheres aderiram em peso, muitos homens entraram na onda e a página do Facebook do movimento conseguiu – além de centenas de fotos - quase 53 mil apoios. No domingo, o Fantástico entrevistou Nana Queiroz, falou da campanha e abriu as páginas do programa na internet para quem quisesse apoiar o protesto. Valeu Fantástico! Curti!
Muita gente ficou compreensivelmente amargurada com o resultado da pesquisa do IPEA. É duro descobrir que 58,5% das pessoas ao nosso redor (inclusive as mulheres, que foram 66% das pessoas entrevistadas pela pesquisa), acham que se as mulheres “soubessem se comportar” haveria menos estupros. Essa lógica é fruto da mais profunda ignorância.
Na Arábia Saudita, talvez o país mais atrasado do mundo em termos de costumes, onde as mulheres não podem guiar automóveis ou andar sozinhas nas ruas, uma pesquisa entre homens concluiu que a culpa dos estupros é da maquiagem. Como as mulheres sauditas andam cobertas dos pés à cabeça, e os homens só lhes vêem os olhos, disseram que elas são estupradas porque usam rímel. Quer dizer: ao exibir apenas os olhos maquiados, elas não estão se comportando, por isso são violentadas.
CONTINUA!
O movimento chama-se “Não mereço ser estuprada”, foi criado pela jornalista Nana Queiroz, de 28 anos, e tem a cara da internet: quem apóia faz uma foto de si mesmo com uma placa repetindo o mote da campanha. É um selfie com conteúdo. As mulheres aderiram em peso, muitos homens entraram na onda e a página do Facebook do movimento conseguiu – além de centenas de fotos - quase 53 mil apoios. No domingo, o Fantástico entrevistou Nana Queiroz, falou da campanha e abriu as páginas do programa na internet para quem quisesse apoiar o protesto. Valeu Fantástico! Curti!
Muita gente ficou compreensivelmente amargurada com o resultado da pesquisa do IPEA. É duro descobrir que 58,5% das pessoas ao nosso redor (inclusive as mulheres, que foram 66% das pessoas entrevistadas pela pesquisa), acham que se as mulheres “soubessem se comportar” haveria menos estupros. Essa lógica é fruto da mais profunda ignorância.