sábado, 22 de agosto de 2009

Diferenciação celular

Via Veja - Por Mayana Zatz - 20.08.2009







Sou leitora assídua de seus artigos e gostaria de saber como se dá a diferenciação celular.
(Paula)

Essa pergunta tem sido objeto de muitas pesquisas. Existe um interesse enorme em entender o processo da diferenciação celular, mas muita coisa ainda é um mistério.

No início a ordem é: crescei e multiplicai-vos. Em seguida é: diferenciai-vos. Recordando: todos nós começamos a partir de um óvulo fecundado por um espermatozoide. Essa primeira célula começa a se dividir em duas, quatro, oito e assim por diante. Até a fase de oito células elas são chamadas de células-tronco totipotentes.

Qualquer uma delas tem o potencial, se colocada em útero, de formar um ser completo. Quando o embrião tem cerca de 100 células (o blastocisto- aproximadamente cinco dias após a fecundação) ocorre a primeira diferenciação: as células que ficam na parte externa se diferenciam e tornam-se responsáveis pela formação dos anexos embrionários, enquanto a massa interna é constituída de células-tronco pluripotentes. Elas têm o potencial de formar todos os tecidos, mas não mais um ser completo.

Células que vão originar vários tecidos

Qual é o comando que as células recebem para saber se vão ser células de fígado, osso, músculo ou sangue? Isso ainda é um grande mistério. O que sabemos é que, conforme o embrião vai crescendo, as células começam a se diferenciar nos vários tecidos: muscular, nervoso, ósseo, sanguíneo, adiposo etc… Como a célula sabe que o destino dela é ser músculo e não osso ? É o que queremos entender…. O que sabemos é que uma vez diferenciada, todas as células-filha têm as mesmas características. Assim, células de fígado só originarão células hepáticas, células sanguíneas originarão células produtora de sangue e assim por diante. Dizemos que essas células estão diferenciadas de modo terminal. Durante esse processo alguns genes são silenciados e outros permanecem ativos e isso é específico para cada tecido. Descobrir que genes estão ativos ou silenciados em cada tecido têm sido objeto de muita pesquisa. Continua