quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Twitter: quem precisa de tanta informação assim?
Via Diário do Centro do Mundo - Por Paulo Nogueira - 01.08.2009
Tuitar ou não tuitar?
Tenho pensado nisso. Fui um entusiasta, nos últimos dois meses, e não estou aqui me despedindo do twitter.
Mas.
Mas é tempo de balanço.
Uma semana confinado aqui no apartamento de Fulham, perto da Putney Bridge, por força da schwwweeinefloo, na companhia milionária de meus três filhos, unidos na febre, na tosse, no uso do termômetro e na ingestão de Tamiflu, a grande estrela do verão inglês.
Oportunidade de fazer algumas coisas, como ver que a Camila, minha caçula de 12 anos, ruiva como uma musa pré-rafaelita, é capaz de digitar de olhos fechados em alta velocidade. O avô, que datilografava como um mestre, os dedos amarelados pelo cigarro deslizando pelas teclas da Olivetti como se fosse um piano, ficaria orgulhoso, imagino. Também pude apreciar o talento culinário do primogênito Emir, ainda que os pratos fossem servidos em horários extravagantes. Bom ver também a capacidade de comando do Pedro, filho do meio. Foi ele, quando a tosse efetivamente se instalou aqui, quem cuidou de ir ao computador e tomar as primeiras providências.
E chance também de refletir sobre a Era Digital e eu, um homem do papel impresso. São duas gerações completas de papel. Meu pai trabalhou 33 anos na Folha, e uma das cenas mais marcantes em minha infância era a chegada à noite de meu pai com vários jornais nas mãos. Fui meio que por acaso para o mundo das revistas, e não dos jornais, e nele estou há 30 anos. O fascínio do papel em nossa geração era tamanho que lembro sempre de um chefe que tive na Exame que, assim que chegavam a sua mão os primeiros cadernos da gráfica, os levava automaticamente às narinas. Duvido que algum perfume de mulher o tenha encantado tanto. Continua
Tuitar ou não tuitar?
Tenho pensado nisso. Fui um entusiasta, nos últimos dois meses, e não estou aqui me despedindo do twitter.
Mas.
Mas é tempo de balanço.
Uma semana confinado aqui no apartamento de Fulham, perto da Putney Bridge, por força da schwwweeinefloo, na companhia milionária de meus três filhos, unidos na febre, na tosse, no uso do termômetro e na ingestão de Tamiflu, a grande estrela do verão inglês.
Oportunidade de fazer algumas coisas, como ver que a Camila, minha caçula de 12 anos, ruiva como uma musa pré-rafaelita, é capaz de digitar de olhos fechados em alta velocidade. O avô, que datilografava como um mestre, os dedos amarelados pelo cigarro deslizando pelas teclas da Olivetti como se fosse um piano, ficaria orgulhoso, imagino. Também pude apreciar o talento culinário do primogênito Emir, ainda que os pratos fossem servidos em horários extravagantes. Bom ver também a capacidade de comando do Pedro, filho do meio. Foi ele, quando a tosse efetivamente se instalou aqui, quem cuidou de ir ao computador e tomar as primeiras providências.
E chance também de refletir sobre a Era Digital e eu, um homem do papel impresso. São duas gerações completas de papel. Meu pai trabalhou 33 anos na Folha, e uma das cenas mais marcantes em minha infância era a chegada à noite de meu pai com vários jornais nas mãos. Fui meio que por acaso para o mundo das revistas, e não dos jornais, e nele estou há 30 anos. O fascínio do papel em nossa geração era tamanho que lembro sempre de um chefe que tive na Exame que, assim que chegavam a sua mão os primeiros cadernos da gráfica, os levava automaticamente às narinas. Duvido que algum perfume de mulher o tenha encantado tanto. Continua