Por Pascale Harter
Da BBC News, na fronteira entre Líbia e Tunísia
15.06.2011
Mulheres e meninas líbias que engravidaram durante estupros correm o risco de serem assassinadas por suas próprias famílias, em atos chamados de “mortes honrosas”, advertem agentes humanitários.
Se ao redor do mundo o estupro é um tema sensível, na Líbia o tabu é ainda maior.
“Na Líbia, quando um estupro ocorre, parece que toda a cidade ou aldeia é considerada desonrada”, explica Arafat Jamal, da agência de refugiados da ONU (UNHCR).
Entidades beneficentes do país dizem estar recebendo relatos de que, no oeste do país, que é especialmente conservador, as forças do líder Muamar Khadafi teriam abusado sexualmente de meninas e mulheres diante de seus pais e irmãos.
“Serem vistas nuas e violentadas é algo pior do que a morte para elas”, afirma Hana Elgadi, parte de um grupo de voluntárias que oferecem atendimento médico e testes de HIV, além de pagar abortos a mulheres que foram estupradas durante os confrontos em curso na Líbia. “Esta é uma região onde as mulheres não saem de casa sem cobrir a face com um véu.” Continua