Para o UOL Ciência e Saúde
No Rio de Janeiro
01.06.2011
Dentro da área reconhecida como Amazônia Legal, 32,1% do território desmatado deu lugar ao crescimento de uma vegetação secundária. Em outras palavras, isso significa que um terço do território cuja mata nativa foi eliminada sofreu a devastação à toa. Os dados são referentes ao ano de 2002, mas só foram divulgados agora pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o estudo “Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal”, tornado público nesta quarta-feira (1º), até 2002, 241.577 km2 haviam sido desmatados sem que houvesse nenhum uso posterior do solo -- a área equivale a quase toda a extensão do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte).
Do total da área alvo de desmatamento, 51,7% passou a ser utilizada pela pecuária enquanto 15,2% foi convertida em local de produção agrícola. O estudo mostra, portanto, que a área devastada sem um posterior uso do solo representa mais do que o dobro da área voltada à agricultura, evidenciando o grande estoque de terras desmatadas e depois abandonadas.
Para o pesquisador André Correia de Almeida, os motivos para o abandono destas áreas vão desde a extração predatória de madeira até a falta de financiamento para implantar uma atividade econômica na área já desmatada.
O IBGE ressalta que essa comprovação da forte subutilização das terras já devastadas serve de alerta para se repensar o modelo de ocupação da região. Por exemplo, a partir do aumento da produtividade pecuária por hectare e do aproveitamento de áreas que já foram desmatadas e possuem vegetação secundária ao invés de agredir novas áreas de vegetação nativa. Continua