Por Rolf Kuntz
29.06.2011
O Ministério da Saúde adverte: informação pode causar preocupações e deixar os cidadãos mais tensos. O governo poderia recomendar a difusão desse aviso em todos os meios de comunicação. É seu melhor argumento a favor do sigilo dos orçamentos da Copa 2014 e de quaisquer outros documentos oficiais. Os demais argumentos, como o da prevenção de fraudes em licitações, são na melhor hipótese engraçados e até servem para alegrar o ambiente. A inquietação da presidente Dilma Rousseff e de seus companheiros seria especialmente compreensível no caso das obras da Copa. As últimas informações têm representado grave ameaça ao estado de espírito dos leitores. Dois bons exemplos tiveram destaque no site da organização Contas Abertas, em menos de sete dias.
Primeiro: os valores estimados para as despesas com a Copa aumentaram muito desde a apresentação da candidatura brasileira, em 2007. O custo apontado para a reformas e construções de estádios saltou de R$ 2,1 bilhões para cerca de R$ 7 bilhões e ainda faltam três anos para os jogos. Durante o percurso já havia ocorrido um aumento – para R$ 4,3 bilhões. O site resumiu as conclusões de um levantamento realizado por Alexandre Sidnei Guimarães, consultor legislativo do Senado.
Impossível, segundo o autor do trabalho, determinar se a mudança de valores indica uma passagem de subestimação para superfaturamento. Impossível saber, argumenta o consultor, porque faltam informações suficientes sobre as condições das obras e sobre os custos associados às condições impostas pela Fifa. São bons motivos, de acordo com ele, para os contribuintes se mobilizarem na defesa de maior transparência e de mais intensa fiscalização do andamento das obras. Continua
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