Por IAN SAMPLE
DO "GUARDIAN"
26.08.2011
As propostas visam erradicar o negócio escuso da "autoria convidada", em que artigos sobre pesquisas que foram redigidos por empresas farmacêuticas ou redatores médicos pagos pelo setor são publicados com se fossem obras de acadêmicos independentes e influentes.
Nos piores casos, médicos recebem pagamentos ou outros incentivos para endossar artigos, sem estarem familiarizados com os estudos ou dados descritos nos mesmos. Com frequência os artigos são enviesados e não trazem os nomes de seus autores reais.
Não é de hoje que a questão dos autores convidados e dos "ghostwriters" (pessoas que escrevem um texto mas não recebem os créditos de autoria, que ficam com quem contrata ou compra o trabalho) atinge a categoria médica, mas nos últimos anos ela vem se tornando mais difícil de ignorar, na medida em que vem ficando claro até que ponto as empresas farmacêuticas fazem uso dessa tática como ferramenta de marketing.
Artigos redigidos pelo setor farmacêutico, com participação mínima de autores convidados, foram publicados em periódicos importantes, tratando da terapia de reposição hormonal, do Vioxx (um anti-inflamatório que foi tirado do mercado devido a questões de segurança de uso), o Neurontin (usado no combate à dor), antidepressivos e a associação medicamentosa Fen-phen, usada em dietas (também tirada do mercado por razões de segurança). Continua
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