05.02.2012
O Globo
A nova fórmula de cálculo da inflação, que começou a ser aplicada no mês passado, mostrou que a estrutura de consumo das famílias brasileiras passa por uma revolução.
Com a ascensão de 48,7 milhões à classe média na última década, a população gasta agora fatia maior da renda com bens de consumo e transportes e menos com alimentação e educação.
No bojo dessa inclusão econômica, o Brasil estaria vivendo, segundo analistas, um processo bem mais profundo do que a ida da nova classe C às compras. Segundo o antropólogo Everardo Rocha, da PUC-Rio, há sinais do que ele chama de globalização do consumo.
Se a sardinha perdeu seu posto para o salmão na dieta nacional, não é só porque este peixe representa um status social mais elevado, mas, sobretudo, porque o salmão é um prato global. O hábito de comê-lo é retratado em filmes dos mais variados países:
— Isso vem desde o surgimento da TV, mas chegamos ao auge da influência com a internet.
Mas a mudança não abarca apenas o que comemos. Segundo Rocha, o aumento do peso das passagens aéreas é prova disso, já que o costume de voar é um dos hábitos mais representativos dessa nova era global.
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