sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A herança genética dos neandertais nos homens modernos


JC e-mail 4884, de 30 de janeiro de 2014
A herança genética dos neandertais nos homens modernos


Estudos mostram variedade da presença do DNA destes hominídeos antigos em pessoas de hoje e como ela afeta nossa saúde, aparência e vida


Quando os humanos modernos (Homo sapiens) saíram da África, entre 125 mil e 60 mil anos atrás, eles já encontraram a Europa e a Ásia ocupadas por outra espécie de hominídeos. Eram os neandertais (Homo neanderthalensis), com os quais conviveram durante milênios até que eles foram extintos, há cerca de 30 mil anos. Neste longo período de convivência, no entanto, as duas espécies se cruzaram e estudos recentes mostraram que europeus, asiáticos, oceânicos e americanos atuais têm por volta de 2% de DNA neandertal, praticamente ausente nas populações da África subsaariana, que nunca encontraram com eles.

Agora, duas novas pesquisas revelam pela primeira vez a variedade desta herança genética neandertal, assim como a forma como ela afeta a saúde, a aparência e a vida dos humanos de hoje. A primeira, publicada online ontem pela revista "Science", indica que embora cada indivíduo no planeta sem herança africana tenha cerca de 2% de DNA neandertal, em conjunto a Humanidade guarda pelo menos 20% do genoma completo destes hominídeos antigos.

- Os seus 2% de DNA neandertal podem ser totalmente diferentes dos meus 2% e estar em lugares diferentes do genoma - explica Joshua Akey, geneticista da Universidade de Washington em Seattle e um dos autores do estudo na "Science", em que procurou por mutações incomuns nos genes de 379 europeus e 286 asiáticos que acabaram se mostrando estarem em locais com DNA de origem neandertal. - Com isso, pudemos recuperar uma parcela substancial do genoma neandertal.

CONTINUA!