Via Agência USP de Notícias
Por Hérika Dias - herikadias@usp.br
08.01.2014
Desde 2001, um grupo de cientistas do Centro de Pesquisas de Água Subterrânea (Cepas) do Instituto de Geociências (IGc) da USP tem desenvolvido pesquisas ligadas ao projeto Nitrato nas águas subterrâneas: caracterização do problema e subsídios a políticas públicas de planejamento territorial em cidades de São Paulo e os resultados mostram a crescente contaminação dos aquíferos por infiltração do esgoto urbano.
“Em locais onde não há saneamento, a contaminação ocorre pelas fossas ‘sépticas e negras’, já nas áreas com redes de esgoto o problema são os vazamentos. As redes são antigas e não passam por manutenção periódica. A presença do nitrato em áreas urbanas com rede de esgoto não era esperada de forma tão intensa”, afirma o professor Ricardo Hirata.
Municípios como São José do Rio Preto, Jales, Bauru, Urânia, São Paulo e Presidente Prudente (o último analisado em 2013) apresentaram quantidade de nitrato acima do aceitável em suas águas subterrâneas. O professor explica que o nitrato (NO3ˉ) é um dos “produtos” do esgoto e sua concentração na água serve como parâmetro de qualidade, já que em elevadas concentrações (acima de 45 miligramas de nitrato por litro de água) compromete a potabilidade humana e oferece riscos, sobretudo para crianças. A ingestão de nitrato reduz a capacidade de transporte de oxigênio do sangue e pode levar crianças a óbito por asfixia ou a problemas crônicos de crescimento”, diz Hirata.
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