quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Oceanos estão virando lixões invisíveis

Via Instituto Humanitas Unisinos
21.01.2014

Os cientistas ficaram horrorizados ao entrar no chuveiro e encontrar pequenas bolinhas coloridas, de 2 a 3 mm de diâmetro, misturadas ao sabonete líquido oferecido pelo hotel. Era o prenúncio de uma crise no início da conferência sobre poluição nos oceanos promovida pelas Nações Unidas em Montego Bay, na Jamaica, no fim de 2013, e que acontecia no mesmo lugar onde todos os 250 participantes estavam hospedados.
A reportagem é de Daniela Chiaretti, publicada pelo jornal Valor, 20-01-2014.
A suspeita dos pesquisadores era de que o sabonete fosse um daqueles produtos de higiene pessoal que vêm com microesferas de plástico. Elas vêm sendo usadas nos últimos 10 anos pelos fabricantes de cremes de barbear, xampus, esfoliantes e outros cosméticos. As estações de tratamento de água não foram projetadas para reter partículas tão pequenas e as bolinhas acabam indo da pia direto para os mares. Plásticos são um grande desastre para os oceanos e ecossistemas costeiros, e quanto menores, pior o estrago. Microesferas plásticas são encontradas em ostras, mariscos e até baleias.
A conferência promovida pelo governo da Jamaica e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) debatia justamente os elos entre as atividades terrestres e seu impacto no mar. O cenário não é animador: esgotos, produtos químicos e plásticos estão transformando as costas em lixões, reduzindo a biodiversidade marinha e aumentando as zonas mortas em todos os oceanos.
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