Por Alexandra Zanela e Carlos Guilherme Ferreira
26.01.2014
Delegada que investiga o caso conclui que casa noturna nunca funcionou com todas as licenças. Empresários adulteraram endereço para obter alvará
Em algumas horas, os escombros e os relatos dos sobreviventes da boate Kiss conduziam a uma constatação inevitável: a morte de uma centena de jovens durante a madrugada – e as que, lamentavelmente, viriam em seguida – não foi uma fatalidade. Erros em sequência, negligência e omissão do poder público convergiram para que uma casa noturna de grande movimento operasse por tanto tempo com superlotação, sem área de escape, com materiais inadequados e uma atividade de alto risco, como é o uso de fogos de artifício em ambientes fechados. Os sinais de que a catástrofe foi construída pela mão do homem se confirmaram, e ganharam tons dramáticos, quando foi comprovada a causa da morte de grande parte das vítimas, o envenenamento por gás cianídrico – o cianeto, o mesmo usado nas câmaras de gás nazistas.
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