Por Leonor Assad
Cienc. Cult. vol.63 no.1 São Paulo jan. 2011
Em agosto de 2010 o vulcão Sinabung, na ilha indonesiana de Sumatra, entrou em erupção e retirou pelo menos 18 mil moradores da região. Um mês depois, no Paquistão, chuvas torrenciais causaram o pior desastre natural da história do país, matando mais de 1.500 pessoas e deixando mais de seis milhões de desabrigados, causando bilhões de dólares de danos à infraestrutura e à agricultura.
Eventos como vulcões e inundações são fenômenos da natureza e são considerados desastres naturais quando atingem um sistema social, causando danos e prejuízos que excedam a capacidade dos afetados de conviver com o impacto. Um desastre natural, além de causar a perda de vidas humanas, traz prejuízos materiais, econômicos e ambientais e provoca graves interrupções do funcionamento de uma comunidade ou de uma sociedade.
São fenômenos que podem ocorrer em qualquer região do nosso planeta variando de intensidade e gravidade, dependendo de elementos próprios da dinâmica da natureza e das intervenções humanas.
PERIGOS IGUAIS, RISCOS DIFERENTES Matthew Kahn, no artigo The death roll from natural disasters: the role of income, geography, and institutions (Universidade Tufts e Universidade Stanford, 2003), analisou grandes desastres naturais ocorridos em 73 países (pobres, médios e ricos), entre 1980 e 2002, e concluiu que os mesmos se distribuíram equitativamente, mas afetaram as populações de forma diferente. Por exemplo, no período estudado, a Índia teve 14 grandes terremotos, nos quais morreram 32.117 pessoas, enquanto que nos Estados Unidos ocorreram 18 grandes terremotos, que causaram 143 mortes. Continua