13.07.2011
[EcoDebate] Você desconfia de que parte dos alimentos que come podem acarretar danos graves e irreversíveis à saúde devido aos resíduos de agrotóxicos e fertilizantes químicos?
Especialistas advertem que o Brasil é um dos países mais agrointoxicados e que sua população padece de insegurança alimentar, uma vez que está contaminada mais de metade das cenouras, pimentões, uvas, pepinos e morangos que consumimos.
Ganhou notoriedade o tema da insegurança alimentar quando se temia a falta de alimentos para os brasileiros devido ao incremento das exportações. Agrega-se que, além do pouco remanescente, ainda compõem a mesa itens de procedência e qualidade duvidosas.
O Programa de Análise de Resíduos Agrotóxicos em Alimentos (PARA), criado em 2001 no âmbito da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), monitora o nível de agrotóxicos nos alimentos e elabora relatórios, cujas revelações são assustadoras e escabrosas.
A agência encontrou metamidofós em morango e alface, embora o pesticida seja proibido nestas culturas. Coíbem-se alhures certas substâncias químicas, como acefato, endossulfam e metamidofós, enquanto se as aplica irregularmente no Brasil em cultivos de alface, arroz, batata, laranja, tomate porque falta fiscalização, por um lado, e ética dos produtores, por outro.
Mancomunemos, leitor e benfeitor, na tarefa de ab-rogar as mazelas deste país e transformá-lo num espaço geográfico de atitudes sérias, soberanas e eticamente responsáveis.
O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola informou que os cultivos brasileiros receberam mais de um bilhão de litros de pesticidas em 2010. Este crime ambiental e sanitário, não obstante, é tido como apenas um número que contribui para o “êxito” da economia nacional e do setor produtivo primário.
Os patrocinadores deste infortúnio raras vezes comentam sobre os riscos de exposição direta dos trabalhadores rurais aos venenos lançados sobre as plantações ou a incidência de câncer e outras doenças nos consumidores destes produtos, cujos sintomas não brotam de imediato e dificultam o reconhecimento da empresa causadora dos danos humanos.
Indenização aos enfermos? Quem paga o prejuízo? Estas empresas auferem vantagens que nenhum micro-empreendedor brasileiro jamais sonhou. Sobra-nos a dívida social pelo atendimento hospitalar e psicológico às vítimas envenenadas.
De valores: o mercado mundial de praguicidas movimenta 48 bilhões de dólares e está concentrado em poucas empresas, como Basf, Bayer, Nufarm, Dupont, Dow AgroSciences, Syngenta, e Monsanto. Só no Brasil são 7,1 bilhões de dólares, e nos Estados Unidos, 6,6 bilhões. Continua