quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A falsa democracia da saúde


JC e-mail 4805, de 04 de Setembro de 2013.
A falsa democracia da saúde


Artigo de Antonio Carlos Lopes* para o Jornal da Ciência

A igualdade de direitos e a preservação da liberdade são pilares de toda e qualquer democracia. Isto posto, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderia ser apresentado como exemplo mundial de equidade, afinal, conforme consagrado na Constituição Federal de 1988, a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Tudo seria perfeito, se a teoria se aplicasse à prática. Medidas como a importação de médicos formados fora do Brasil sem revalidação do diploma, o aumento indiscriminado de vagas em faculdades de medicina sem estrutura adequada ao ensino, além da utilização de residentes sem preceptoria adequada para atender nos rincões do Brasil, evidenciam que os cidadãos mais carentes, portanto mais vulneráveis, não são devidamente valorizados.

Os médicos que o governo já começou a trazer de Cuba terão que sobreviver no Brasil sem a família, férias, 13% salário e outras garantias legais. Viverão na condição de milagreiros, para que consigam exercer a medicina em postos de saúde sem o mínimo de estrutura, com falta de medicamentos, equipamentos, enfermeiros, anestesistas, nutricionistas, entre tantas outras carências. E, para que o Programa Mais Médicos se torne realidade, o Brasil repassará a Cuba R$ 40 milhões por mês, sendo que os profissionais que vêm atuar no nosso país receberão uma mísera parte desse valor.  CONTINUA!