quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Cardiologia brasileira vai reduzir o nível considerado bom para o colesterol ruim
JC e-mail 4805, de 04 de Setembro de 2013.
Cardiologia brasileira vai reduzir o nível considerado bom para o colesterol ruim
Pacientes de alto risco deverão ter menos 30% de LDL no sangue que na diretriz anterior
A partir do dia 28 de setembro, mais brasileiros estarão com excesso de colesterol ruim e terão que tomar remédios, no que depender da avaliação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Não significa que abusaremos mais da gordura nos próximos 24 dias, mas esta é a data escolhida pela entidade para apresentar, em seu congresso anual, as novas orientações sobre o limite saudável do LDL no sangue. Antes o normal era de até 100 miligramas por decilitro para pacientes com alto risco de doenças cardiovasculares - aqueles que têm histórico familiar ou que associam tabagismo com hipertensão, por exemplo. Agora a luta deve ser para ficar abaixo de 70 miligramas.
Com a nova diretriz, cardiologistas brasileiros serão orientados a serem mais rigorosos que americanos e europeus são hoje no controle do colesterol do infarto. Segundo Hermes Toros Xavier, presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC e editor da nova diretriz, 30% dos brasileiros adultos estão no sinal vermelho do nível da gordura que gruda nas paredes das artérias e devem procurar o médico para avaliar os riscos de doenças cardiovasculares.
Na linguagem dos cardiologistas, o risco de doenças cardiovasculares é separado em três níveis: o alto, o intermediário e o baixo. Quanto mais comportamentos e histórico genético ruins, mais se avança na escala. Para quem está no risco intermediário, o nível de colesterol deve ficar agora entre 70 e 100 miligramas e não mais entre 100 e 130mg. A diretriz está mais rigorosa com mulheres: um risco superior a 10% já é considerado alto, enquanto que, para homens, chega-se ao pior nível quem tem 20% de risco. Segundo Xavier, o rigor com as mulheres ocorre porque, nas últimas décadas, elas têm ficado mais hipertensas e com mais excesso de peso. Com isso, as doenças cardiovasculares, como infarto e derrame, deixaram de ser um mal masculino e são, cada vez mais, femininos. No país, para cada dez casos de infarto, quatro já são de mulheres. CONTINUA!