quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Superbactérias evoluem mundialmente, de acordo com Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos


JC e-mail 4820, de 25 de Setembro de 2013.
Superbactérias evoluem mundialmente, de acordo com Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos


Sem monitoramento adequado, ANBio alerta que situação no Brasil pode ser ainda mais grave


Um relatório divulgado ontem pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) mostrou que as superbactérias continuam se desenvolvendo em um ritmo alarmante, muito mais rápido do que conseguem evoluir a biologia sintética e as indústrias farmacêuticas. O momento é de cuidado. A proliferação desses organismos já é considerada um problema de saúde pública mundial e recebe atenção dos especialistas durante o VIII Congresso Brasileiro de Biossegurança, que acontece até o dia 27/9, em Salvador.

Se essa é uma situação preocupante no resto do mundo, o panorama do Brasil é ainda mais grave. "Não conseguimos fazer o levantamento em nenhum hospital do País. O que existem são estudos pontuais sobre a evolução dessas superbactérias", alerta aDra. Leila Macedopresidente da Associação Nacional de Biossegurança (ANBio), entidade que realiza o evento.

De acordo com a Doutora, não existe um sistema de monitoramento adequado dessas infecções e, ainda, é preciso melhorar muito a situação, a limpeza e os demais procedimentos de Biossegurança dos hospitais no País. "Humanamente, não estamos conseguindo acompanhar o ritmo dos organismos que já existem, pois eles se tornaram resistentes aos nossos medicamentos. A multiplicação das superbactérias é muito fácil, e é preciso que haja controle dos centros de saúde", explica.

"Quando uma pessoa adquire uma superbactéria, e não existe um medicamento que possa impedir o crescimento dela, o acompanhamento é essencial, pois qualquer coisa que ela faça pode espalhar a doença", esclarece. A especialista aponta que as infecções hospitalares são uma triste realidade no Brasil e que é preciso estabelecer uma política de Biossegurança para o assunto.

A Lei de Biossegurança existente não contempla as infecções hospitalares. "A nossa Lei é muito eficaz para a biotecnologia, mas é preciso ter mecanismos para os outros setores, como para o controle da segurança dos hospitais, dos laboratórios e de acesso a materiais biológicos de risco", pontua. Ainda segundo a Dra. Leila, tudo que envolve organismos biológicos deve receber cuidado especial. Ela completa que, no momento em que o País receberá um grande número de pessoas provenientes de diversos lugares do mundo, o monitoramento da Biossegurança em todos seus aspectos é essencial.

Superbactérias e em quais casos podem se desenvolver

MRSA - Doenças de pulmão e de pele
KPC - Doenças Gastrointestinais e respiratórias
Clostridium difficili - Doenças Gastrointestinais (pode causar diarréias mortais)
E. coli - Doenças Gastrointestinais (pode causar diarréias mortais)

VIII Congresso Brasileiro de Biossegurança

Com o tema "Construindo competências em Biossegurança no contexto da bioeconomia", os maiores especialistas nacionais e internacionais da área estão reunidos para atualizar e definir os principais pontos da Biossegurança do Brasil. O Congresso é uma referência para a América Latina e acontece até o dia 27/9, no Bahia Othon Palace Hotel, em Salvador.

São palestrantes Dr. Jonathan Gressel, Dr. Klaus Ammann, Dr. George TzoTzos, Dr. Magnus Bosse, Dr. Francisco Aragão, Dr. Marcelo Gravina, Dra. Margareth Capurro, Dr. Willker Ribeiro Filho, Dra. Maria Helena Zanettini, além do Dr. David Franz da Academia de Ciências dos Estados Unidos, Dr. Jim Welch, do Elizabeth Griffin Institute dos EUA, e Dr. George Sakellaris, da Grécia. Serão ainda oferecidos cursos diversos para capacitação de entidades e profissionais das diferentes áreas afins.

(Assessoria de Comunicação da ANBio)