13.02.2011
Herança, como se sabe, é o que o descendente recebe quando o antepassado não teve a sabedoria de gastar tudo antes de tornar-se pretérito.
Progenitor político de Dilma Rousseff, Lula revelou-se um ascendente estróina. No governo dele, os gastos cresceram R$ 282 bilhões, descontada a inflação.
O grosso da derrama (78,4%) ocorreu no segundo reinado. Apenas entre 2006 e 2010, as despesas foram tonificadas em R$ 221 bilhões.
Deve-se a iluminação do legado fiscal de Lula às repórteres Regina Alvarez e Patrícia Duarte. Elas enfeixaram numa notícia dados recolhidos junto a especialistas.
A aferição dos gastos extras de Lula, por exemplo, consta de estudo do economista Fernando Montero, da Convenção Corretora.
Dilma ainda não disse, mas recebeu uma herança fiscal amaldiçoada. Não disse nem pode dizer.
Está condenada ao silêncio primeiro por lealdade ao patrono. Segundo, pelo instinto de autopreservação.
Vendida na eleição como supergerente, responsável por todo o governo, Dilma atiraria contra o pé se dissesse que não viu o escancaramento das arcas.
Assim, a pupila de Lula paga a conta sem chiar. Viu-se compelida a passar na lâmina R$ 50 bilhões do Orçamento de 2011. Continua