domingo, 13 de maio de 2012

Patrulhamento de políticos: o que a imprensa pode fazer pelo leitor

Via Observatório da Imprensa
Por Carlos Castilho
11/05/2012


A página do jornal norte-americano The Washington Post hospeda um blog que poderia servir de modelo para todos os jornalistas e outros jornais. O blog The Fact Checker (Verificador de Fatos) confere o que políticos, candidatos e governantes afirmam em público para verificar se o que dizem corresponde à realidade. Os que não passam nessa prova recebem Pinóquios, um prêmio baseado na história do boneco de madeira cujo nariz crescia sempre que era flagrado mentindo.

O blog lava a alma do leitor porque faz aquilo que todos nós gostaríamos de fazer, mas não temos tempo e nem preparo para encarar numa época em que os políticos e executivos despejam quantidades avassaladoras de dados, estatísticas e fatos para apoiar seus pontos de vista. A frequência com que esse recurso está sendo usado é tal que ficamos com a quase convicção de estão tentando nos enrolar, mas não temos como provar o que sentimos.

Os manuais de persuasão recomendam rechear qualquer declaração pública com o maior número possível de dados e fatos, para atender à regra de que os números estariam acima de qualquer suspeita. Esta é a lei máxima dos políticos e pode ser comprovada às vésperas de eleições, quando candidatos despejam sobre os eleitores uma quantidade enorme de cifras.

Só que os números, gráficos e fotos sem contexto podem ser usados para qualquer finalidade. Uma meia verdade é também uma meia mentira, mas os candidatos se utilizam apenas um lado desta dicotomia , usando números para tentar transmitir credibilidade ao que afirmam. Contextualizar não é uma tarefa fácil e requer examinar com lupa o que é dito por personalidades públicas, para permitir que os leitores não sejam levados a tirar conclusões equivocadas a partir de informações tendenciosas.
Continua