sábado, 14 de julho de 2012
Ecos do Velho Testamento
Via Jornal da USP
01.07.2012
Indígenas da Amazônia têm narrativas similares às da Bíblia, demonstra tese de doutorado
ANTONIO CARLOS QUINTO
Agência USP de Notícias
A convivência com povos amazônicos, indígenas da região do Nhamundá-Mapuera e do Alto Rio Guamá, por mais de quatro anos, permitiu ao linguista e narratólogo Álvaro Fernando Rodrigues da Cunha identificar semelhanças “inesperadas” entre as narrativas dos índios e histórias bíblicas do Velho Testamento. A partir dessa constatação, Cunha realizou cruzamentos entre as narrativas, utilizando-se de uma ferramenta que ele denominou “teoria em cruzamento para oralidade e escrituralidade”. “Estamos diante de uma nova teoria para estudos na área de ciências humanas e sociais”, garante o pesquisador.
“Depois de aprender a língua daqueles povos, percebi similaridades, inclusive temporais, com 17 narrativas bíblicas. Tratando-se de povos isolados e que não possuem escrita como a Bíblia, é algo, no mínimo, intrigante”, considera o linguista, que defendeu sua tese de doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sobre o tema em questão.
Ele ressalta que, no período em que conviveu com os índios, entre 2002 e 2005, eles viviam praticamente isolados da civilização. “Não tenho receio em dizer que as semelhanças podem ser atribuídas a um ‘elo perdido’”, acredita. Segundo Cunha, as narrativas desses povos que habitam a Amazônia têm muitas coincidências com as narrativas bíblicas. “Os relatos estão apenas ‘maquiados’ por outras versões existentes noutras culturas”, relata.
Num período do ano de 2004, Cunha conviveu com os teneteháras, que habitam o Alto do Rio Guamá, no ramo ocidental da Amazônia. Lá também foram encontradas semelhanças com as mesmas narrativas do Velho Testamento. “Já entre os mawayanas, com quem vivi por cerca de seis meses, pude constatar 14 narrativas semelhantes”, narra o linguista. Continua
01.07.2012
Indígenas da Amazônia têm narrativas similares às da Bíblia, demonstra tese de doutorado
ANTONIO CARLOS QUINTO
Agência USP de Notícias
A convivência com povos amazônicos, indígenas da região do Nhamundá-Mapuera e do Alto Rio Guamá, por mais de quatro anos, permitiu ao linguista e narratólogo Álvaro Fernando Rodrigues da Cunha identificar semelhanças “inesperadas” entre as narrativas dos índios e histórias bíblicas do Velho Testamento. A partir dessa constatação, Cunha realizou cruzamentos entre as narrativas, utilizando-se de uma ferramenta que ele denominou “teoria em cruzamento para oralidade e escrituralidade”. “Estamos diante de uma nova teoria para estudos na área de ciências humanas e sociais”, garante o pesquisador.
“Depois de aprender a língua daqueles povos, percebi similaridades, inclusive temporais, com 17 narrativas bíblicas. Tratando-se de povos isolados e que não possuem escrita como a Bíblia, é algo, no mínimo, intrigante”, considera o linguista, que defendeu sua tese de doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sobre o tema em questão.
Ele ressalta que, no período em que conviveu com os índios, entre 2002 e 2005, eles viviam praticamente isolados da civilização. “Não tenho receio em dizer que as semelhanças podem ser atribuídas a um ‘elo perdido’”, acredita. Segundo Cunha, as narrativas desses povos que habitam a Amazônia têm muitas coincidências com as narrativas bíblicas. “Os relatos estão apenas ‘maquiados’ por outras versões existentes noutras culturas”, relata.
Num período do ano de 2004, Cunha conviveu com os teneteháras, que habitam o Alto do Rio Guamá, no ramo ocidental da Amazônia. Lá também foram encontradas semelhanças com as mesmas narrativas do Velho Testamento. “Já entre os mawayanas, com quem vivi por cerca de seis meses, pude constatar 14 narrativas semelhantes”, narra o linguista. Continua