sexta-feira, 13 de julho de 2012

A essência espiritual da evolução das espécies

Via Jornal da USP
Por IZABEL LEÃO
01.07.2012





Edusp lança Darwinismo, obra clássica de Alfred Russel Wallace, em que o biólogo inglês afirma que só uma “natureza superior” pode explicar a sensibilidade humana para a matemática e as artes

As faculdades matemática, musical e artística do homem civilizado não são desenvolvidas pela lei da seleção natural. Elas existem num pequeno número de indivíduos privilegiados. Esses poderes mentais diferem em muito dos que são necessários ao homem, comuns a ele e aos animais inferiores, e, portanto, não podem ter surgido em consequência da lei de seleção natural.

Essas afirmações são do biólogo inglês Alfred Russel Wallace (1823-1913), precursor da ecologia e biogeografia, que, após 30 anos de discussão sobre a teoria da seleção natural de Darwin, escreveu o livro Darwinismo: uma Exposição da Teoria da Seleção Natural com Algumas de suas Aplicações, em que apresenta uma revisão de alguns pontos da teoria de Darwin, considerados frágeis. O autor, mesmo tendo diferenças com algumas ideias darwinistas, tende a reiterar a importância esmagadora da seleção natural sobre todas as demais intervenções na produção de novas espécies, e reivindica para si a posição de advogado do darwinismo puro. O clássico livro de Wallace acaba de ser lançado pela Editora da USP (Edusp), com tradução de Antonio de Padua Danesi. Em capa dura, a obra tem 430 páginas e traz mapas e ilustrações.

Refletindo sobre a natureza e a origem das faculdades morais e intelectuais do homem, Wallace afirma que os dons especiais para a matemática, as artes e a música apontam para a existência no homem de algo que ele não obteve de seus progenitores animais, e sim de uma natureza espiritual, capaz de evoluir sob condições favoráveis. “Acatando a hipótese dessa essência espiritual, sobreposta à natureza animal do homem, conseguimos entender muito daquilo que de outro modo seria misterioso ou ininteligível com relação a ele, principalmente a enorme influência das ideias, princípios e crenças em sua vida e comportamento. Assim é que podemos entender a constância do mártir, a solidariedade do filantropo, a devoção do patriota, o entusiasmo do artista, a busca perseverante e resoluta do cientista que tenta desvendar os segredos da natureza”, explica. Continua

Valeu, Marinho!