sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cristovam: descaso com a educação é uma forma de corrupção


JC e-mail 4708, de 18 de Abril de 2013.
Cristovam: descaso com a educação é uma forma de corrupção


Senador diz que governo pressionou os membros da CCJ da Câmara a rejeitar projeto que obriga os pais que recebem a bolsa família a visitar as escolas dos filhos

Em pronunciamento nesta quarta-feira (17), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) manifestou sua frustração com o governo Dilma Rousseff, que teria pressionado os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara a rejeitar o projeto de lei que obriga os pais que recebem a bolsa-família a visitar as escolas dos filhos. Ele classificou o descaso com a educação das crianças como a "mais dramática" forma de corrupção.

- A Câmara votou contra por pressão do governo, mas com o voto de pessoas que se consideram da oposição e dizem defender os direitos humanos - afirmou, salientando o desprezo de muitos parlamentares aos mais necessitados.

Cristovam contestou os argumentos apresentados na Câmara de que "os pobres não sabem conversar com os professores" e que a escola está longe da moradia dos responsáveis pelos alunos. No entendimento de Cristovam é preciso fazer com que os pais se envolvam na educação dos filhos, mesmo que por um auxílio financeiro "pequenininho".

O senador lembrou que há 18 anos teve início no Distrito Federal o projeto de Bolsa-Escola, de sua autoria - que, levado à esfera federal, registrou grande expansão nos governos Fernando Henrique, Lula e Dilma - lamentando que a escola tenha sido abandonada no plano de transferência de renda.

- É bem provável que os filhos daquelas famílias sejam hoje pais recebendo bolsa-família. Isso mostra o fracasso do projeto que eu criei, mas que no meio do caminho foi desvirtuado.

Para Cristovam, o Brasil precisa de governos que tenham por objetivo abolir a necessidade de bolsas, o que - destacou - depende da ascensão educacional das crianças e da participação dos pais no acompanhamento da atividade dos professores. Em sua avaliação, o governo Dilma tem impedido isso.

- Que em cinco, dez, vinte, trinta anos nenhuma família tenha que votar porque o presidente dá bolsa-família. Hoje sabemos que existe isso - lamentou.

Em apartes, Casildo Maldaner (PMDB- SC) criticou a expansão do "assistencialismo", Alvaro Dias (PSDB-PR) associou-se à indignação de Cristovam com "a passividade e o descaso" do governo, e Acir Gurgacz (PDT-RO) cobrou metas e planejamento que levem à minimização da demanda pela bolsa-família.

(Agência Senado)