sábado, 20 de abril de 2013
Vergonha federal, por Maria Helena RR de Sousa
Via blog do Noblat
Por Maria Helena RR de Sousa
19.04.2013
Na capital do estado de Goiás, que nunca é demais esquecer é o estado onde está encravada a capital do Brasil, 29 moradores de rua foram assassinados nos últimos oito meses e dezenas desapareceram.
As mortes foram com muita violência: a tiros, a facadas, espancados até morrer. Durante oito meses. 240 dias. Num silêncio total sobre o assunto. Ninguém preso, nenhuma passeata, nem um deputado ocupando o plenário da Câmara para pedir socorro para aquela cidade dominada pela maldade.
E as autoridades constituídas deste país? Manifestaram-se?
Talvez porque a Comissão dos Direitos Humanos estivesse muito preocupada com os direitos de seu estrambótico presidente, não tivesse tempo para ver a agressão aos direitos à vida daqueles miseráveis ali perto, a 205 km da civilizadíssima Brasília.
Pelo menos até ontem quando a ministra dos Direitos Humanos, é de justiça que se diga, pediu à Procuradoria-Geral da República que a Polícia Federal assumisse a investigação desses crimes covardes.
“Diante da gravidade do quadro apresentado, comuniquei a decisão de que serão ajuizados os incidentes de deslocamento de competência como única maneira de que o estado, como um todo, não fique inerte diante de uma situação de imensa gravidade”, disse o procurador.
Mas o dr. Rangel explicou que para “deslocar a competência”, leva algum tempo. Os trâmites são demorados, ele precisa escrever os pedidos. Foram muitos crimes. Serão muitos pedidos.
“Não sei quanto tempo, mas é um assunto muito urgente e que demandará atuação urgente de todos os órgãos envolvidos”, completou o Procurador-Geral.
Uma pergunta: por que tantos moradores de rua na capital do estado de Goiás? O governador é tucano, o prefeito da cidade é petista. Não creio que interesse descobrir quem é o maior culpado. Em minha opinião, o que interessa mesmo é saber o seguinte: quais as providências que serão tomadas para que não haja mais moradores de rua em nossas cidades?
A presidente da República repete a ladainha do Lula: não há mais miseráveis no Brasil. Está tudo muito bem no quartel de Abrantes. Nada mais está como dantes...
E a Imprensa? A minha querida imprensa? Fez logo uma grita sobre o crime hediondo em Boston, reagiu contra a brutalidade em Caracas, mas sobre esses desgraçados em Goiânia, nada.
Será que o brasileiro não notou o que está acontecendo em sua terra? A crueldade entrou por todas as frestas que encontrou e quase que diariamente ouvimos falar de crimes bestiais.
Jovens morrendo, jovens matando. Homens e mulheres agindo como bestas-feras. Alunos socando professores. Colegas se espancando em sala de aula. A droga substituindo a família.
Não me cabe fazer análises dos motivos, do que levou a isso, só o que me ocorre dizer é que precisamos dar um basta nessa situação.
Chega de pensar em arrumar a casa para as visitas: precisamos arrumar a casa para nossos filhos e netos. Para nós.
Por Maria Helena RR de Sousa
19.04.2013
Na capital do estado de Goiás, que nunca é demais esquecer é o estado onde está encravada a capital do Brasil, 29 moradores de rua foram assassinados nos últimos oito meses e dezenas desapareceram.
As mortes foram com muita violência: a tiros, a facadas, espancados até morrer. Durante oito meses. 240 dias. Num silêncio total sobre o assunto. Ninguém preso, nenhuma passeata, nem um deputado ocupando o plenário da Câmara para pedir socorro para aquela cidade dominada pela maldade.
E as autoridades constituídas deste país? Manifestaram-se?
Talvez porque a Comissão dos Direitos Humanos estivesse muito preocupada com os direitos de seu estrambótico presidente, não tivesse tempo para ver a agressão aos direitos à vida daqueles miseráveis ali perto, a 205 km da civilizadíssima Brasília.
Pelo menos até ontem quando a ministra dos Direitos Humanos, é de justiça que se diga, pediu à Procuradoria-Geral da República que a Polícia Federal assumisse a investigação desses crimes covardes.
“Diante da gravidade do quadro apresentado, comuniquei a decisão de que serão ajuizados os incidentes de deslocamento de competência como única maneira de que o estado, como um todo, não fique inerte diante de uma situação de imensa gravidade”, disse o procurador.
Mas o dr. Rangel explicou que para “deslocar a competência”, leva algum tempo. Os trâmites são demorados, ele precisa escrever os pedidos. Foram muitos crimes. Serão muitos pedidos.
“Não sei quanto tempo, mas é um assunto muito urgente e que demandará atuação urgente de todos os órgãos envolvidos”, completou o Procurador-Geral.
Uma pergunta: por que tantos moradores de rua na capital do estado de Goiás? O governador é tucano, o prefeito da cidade é petista. Não creio que interesse descobrir quem é o maior culpado. Em minha opinião, o que interessa mesmo é saber o seguinte: quais as providências que serão tomadas para que não haja mais moradores de rua em nossas cidades?
A presidente da República repete a ladainha do Lula: não há mais miseráveis no Brasil. Está tudo muito bem no quartel de Abrantes. Nada mais está como dantes...
E a Imprensa? A minha querida imprensa? Fez logo uma grita sobre o crime hediondo em Boston, reagiu contra a brutalidade em Caracas, mas sobre esses desgraçados em Goiânia, nada.
Será que o brasileiro não notou o que está acontecendo em sua terra? A crueldade entrou por todas as frestas que encontrou e quase que diariamente ouvimos falar de crimes bestiais.
Jovens morrendo, jovens matando. Homens e mulheres agindo como bestas-feras. Alunos socando professores. Colegas se espancando em sala de aula. A droga substituindo a família.
Não me cabe fazer análises dos motivos, do que levou a isso, só o que me ocorre dizer é que precisamos dar um basta nessa situação.
Chega de pensar em arrumar a casa para as visitas: precisamos arrumar a casa para nossos filhos e netos. Para nós.