sábado, 13 de abril de 2013

Dias que marcam a memória e a pele

Via Blog Instituto Humanitas Unisinos
Por Luana Taís Nyland
12.04.2013





365 fotos durante um ano podem mostrar lugares, alimentos, eventos e momentos felizes, ou não. Um vídeo anônimo reflexivo e bastante impactante, intitulado “Uma foto por dia no pior ano da minha vida”, divulgado no dia 25 de março e atualmente com mais de 4 milhões de visualizações, acabou chamando atenção em todo o mundo. Trata-se de uma suposta campanha publicitária croata de conscientização que alerta sobre a violência doméstica. A autoria do vídeo não foi descoberta, mas a mulher que aparece é a tradutora e modelo Mia Hujic. Ao final, aparece a seguinte mensagem: “Me ajude. Eu não sei se o amanhã virá”.

Assista ao vídeo:




Em novembro de 2012, o Centro para a Liderança Global das Mulheres (CWGL) da Universidade de Rutgers, Estados Unidos, em conjunto com milhares de organizações ao redor do mundo, realizou a campanha para exigir o fim da violência contra as mulheres e apelar aos governos para que garantam sua proteção.

Em 30 de março deste ano, cinco homens estupraram uma turista americana e espancaram seu namorado francês em uma van que circulava em Copacabana. Em 16 de março, uma mulher suíça, viajando de bicicleta na região central da Índia com o marido, foi vítima de estupro perpetrado por oito homens. Em 10 de fevereiro, um grupo de cinco homens mascarados estuprou seis espanholas em uma casa de praia próxima a Acapulco, no México. Em 26 de dezembro, o estupro coletivo de uma mulher em um ônibus em Nova Délhi chocou a comunidade internacional, gerando profunda comoção e intensos protestos – fomentando a criação de uma comissão nacional na Índia que recebeu mais de 80 mil sugestões para fortalecer as medidas de combate à violência contra a mulher.

Um dos mecanismos para coibir a violência doméstica no Brasil é a Lei Maria da Penha, mas nem todas as mulheres sentem-se seguras para denunciar o que sofrem em seus lares. Hoje com 68 anos e paraplégica devido ao tiro que levou do ex-cônjuge, Maria da Penha Maia Fernandes sabe que tem um lugar especial reservado na história do país, após ter uma lei batizada com seu nome, e que pode ajudar a salvar milhares de vidas de mulheres. “Gostaria de ser lembrada como uma mulher que, perseverando após 19 anos e seis meses em busca de justiça, conseguiu mudar a lei de um país”, diz a cearense durante uma entrevista à BBC Mundo.

Quem sofre agressão nem sempre tem coragem para se identificar, mas um dos meios para a denúncia é através do Ligue 180, um serviço gratuito focado na orientação das mulheres vítimas de abusos e seu encaminhamento para órgãos da polícia, da Justiça e demais serviços de enfrentamento da violência contra a mulher, como centros especializados e casas de abrigo. A violência é um crime. Denuncie! Compartilhe esta ideia!