sábado, 6 de abril de 2013

'Também estou marcada para morrer', diz irmã de ativista assassinada no Pará

Via BBC-Brasil
Por Mariana Della Barba
05.04.2013

Desde que sua irmã, Maria do Espírito Santo, e seu cunhado, José Claudio Ribeiro da Silva, foram assassinados em maio de 2011, Laísa Santos Sampaio sabe que pode ser a próxima. E após o julgamento que terminou nesta quinta-feira e condenou parcialmente os assassinos, seu temor se intensificou.

"Também estou marcada para morrer", disse Laísa à BBC Brasil.

"'Se forem condenados, você é a próxima'. Foi isso que eles me falaram na véspera do julgamento. Eu recebi esse recado por meio de pessoas da minha comunidade, que me avisaram para não voltar."

Laísa conta que já recebeu ameaças dizendo que iam "varrer da região" todos os membros de sua família. Mas, mesmo assim, ela diz que pretende voltar para onde vive, o assentamento agroextrativista Praialta-Piranheira em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. O local, onde sua irmã foi morta, costuma ser alvo de grileiros.

"Eu vou voltar porque lá é o meu lugar. E uma pessoa não pode simplesmente deixar para trás as ideias em que acredita. Vou continuar nossa luta."

Ela se refere à luta que assumiu com mais afinco após a morte da irmã e do cunhado. Ambos eram ativistas conhecidos na região por denunciarem a ação ilegal de madeireiros e de grileiros na região. CONTINUA!

 
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