segunda-feira, 31 de março de 2014

La ONU prohíbe a Japón la caza de ballenas en la Antártida

Via SINC
31.03.2014

Una ballena jorobada. /Wikipedia

La Corte Internacional de Justicia (CIJ) de la ONU ha dictaminado hoy que el programa de caza de ballenas en la Antártida de Japón no es para fines científicos.

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Chuvas no Sul e no Sudeste podem voltar ao normal só em 2016

Agência Brasil
Via EcoDebate
Por Wellton Máximo
31.03.2014


A falta de chuva diminuiu o volume de água do Sistema Cantareira, que abastece São Paulo.
 Foto: Sabesp/Divulgação

A origem da crise energética provocada pela estiagem no Sul e no Sudeste no início do ano pode estar do outro lado do mundo. Segundo meteorologistas ouvidos pela Agência Brasil, o país está sendo afetado por um ciclo natural de resfriamento do Oceano Pacífico, que se reflete em alterações climáticas em grande parte do planeta. Para o Brasil, o fenômeno indica a possibilidade de as chuvas no centro-sul do país só voltaram ao normal no verão de 2016.
Chamado de oscilação interdecadal do Pacífico ou oscilação decadal do Pacífico (PDO, na sigla em inglês), o processo caracteriza-se pela sucessão entre fases quentes e frias na área tropical do Oceano Pacífico. Os ciclos duram de 20 a 30 anos e são mais amplos que os fenômenos El Niño e La Niña, que se alternam de dois a sete anos. Em 1999, o oceano entrou numa fase fria, que deve durar até 2025 e se reflete em El Niños brandos e La Niñas mais intensos.
Atualmente, o Pacífico está no auge do ciclo de resfriamento, o que, segundo os especialistas, historicamente provoca quatro anos seguidos de verões com chuvas abaixo do normal na região Centro-Sul do Brasil. “Desde 2012, tem chovido abaixo da média no Sul, no Sudeste e em parte do Centro-Oeste durante o verão. A princípio, o que está sendo desenhado é as chuvas só voltarem à média em 2016”, diz o meteorologista Alexandre Nascimento, especialista em análises climáticas da Climatempo.
A partir do segundo semestre, os modelos climáticos apontam a chegada de um novo El Niño, com chuvas no Sul e seca no Nordeste. No entanto, por causa do resfriamento do Oceano Pacífico, o El Niño deverá ser mais fraco que o normal e insuficiente para recompor os reservatórios. “O próximo verão deverá ter mais chuva que o anterior, mas as chuvas tendem a continuar irregulares no Sul e no Sudeste”, adverte Nascimento.
O El Niño é o aquecimento do Oceano Pacífico na região equatorial. Pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mary Kayano estudou a relação entre esse fenômeno e a oscilação decadal do Pacífico e constatou um padrão. “Em fases frias da PDO, os El Niños são mais brandos. Tanto que o último El Niño forte ocorreu em 1997, quando o Oceano Pacífico estava numa fase quente”, diz. Ela, no entanto, evita fazer prognósticos sobre o próximo verão. Segundo a pesquisadora, o Inpe emite previsões somente para os próximos três meses.
O comportamento histórico, no entanto, indica que o resfriamento do Pacífico está afetando o Brasil. Segundo o diretor-geral da MetSul Meteorologia, Eugenio Hackbart, o Brasil enfrentou uma sequência de verões com estiagem entre o fim dos anos 1950 e o início da década de 1960, quando o Pacífico atravessava um pico de temperaturas baixas. “Os padrões de circulação atmosférica hoje estão semelhantes aos daquela época”, compara.
Além das chuvas irregulares durante o verão, o resfriamento do Oceano Pacífico traz efeitos distintos conforme as regiões do país, com invernos mais rigorosos no Sul e no Sudeste. “Ano passado, chegou a nevar perto de Florianópolis”, lembra Hackbart. O fenômeno provoca ainda cheias acima da média no Amazonas e no Pará. No entanto, esclarece o diretor da MetSul, não está relacionado à cheia do Rio Madeira, decorrente de chuvas atípicas na Bolívia.
Apesar das chuvas acima da média na maior parte do país em março, Nascimento, da Climatempo, considera que os reservatórios não devem voltar a subir com rapidez por causa do tipo de chuva que tem atingido a região e da chegada da estação seca ao Centro-Sul nos próximos meses. “A verdade é que os reservatórios só enchem com chuvas generalizadas, que duram vários dias e são constantes. Até agora, temos registrado pancadas, que podem ser fortes, mas são eventos isolados”, explica.
Mesmo com a possibilidade de mais um verão com chuvas abaixo da média, os meteorologistas recomendam cuidado com os prognósticos. “A maioria dos estudos sobre os ciclos no Oceano Pacífico é recente. A gente precisa de séries históricas mais longas para compreender a extensão do fenômeno”, diz a pesquisadora do Inpe. Hackbart levanta dúvidas sobre a intensidade do próximo El Niño. “Alguns modelos e especialistas dizem que o próximo El Niño tem chances de ser forte. Nesse caso, as chuvas podem ser mais intensas e ajudar os reservatórios”, pondera.
Reportagem de Wellton Máximo, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 31/03/2014

O lado obscuro da Copa

Via El País
Por 
30.03.2014


A luta das famílias vizinhas ao estádio de abertura do Mundial para não serem expulsas da nova área nobre da pobre zona leste


No meio da tarde da última quarta-feira, tratores, guindastes e dezenas de homens trabalhavam em ao menos três canteiros de obra muito próximos nos arredores da avenida Miguel Inácio Curi, a 20 quilômetros do centro de São Paulo. A força-tarefa de ritmo frenético estava ali para aprontar em exatos 78 dias um estádio, uma praça, uma calçada acessível para os que vão assistir ao jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014 em 12 de junho e uma alça de acesso de uma via que liga a área até o aeroporto internacional, entre outras adaptações viárias que sozinhas custarão para a Prefeitura 108 milhões de reais. As obras estão, pouco a pouco, moldando um bolsão de riqueza no meio de uma das regiões mais pobres da cidade. 


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domingo, 30 de março de 2014

Un planeta enano sugiere que hay una supertierra en los confines del sistema solar

Via SINC
27.03.2014

Dos investigadores estadounidenses han descubierto un nuevo planeta enano llamado 2012 VP113 en la nube de Oort, justo más allá de nuestro sistema solar. Lo más sorprendente es que su órbita se ve influenciada por la posible presencia de un planeta desconocido, oscuro, gélido y de un tamaño que podría ser diez veces el de la Tierra.


Los planetas enanos Sedna –ilustrado en la imagen– y 2012 VP113 son los primeros de los muchos objetos
 que se supone recorren la nube de Oort, donde también podría aparecer una supertierra / NASA/JPL-Caltech/R. Hurt


Los investigadores Chad Trujillo del Observatorio Gemini y Scott Sheppard de la Institución Carnegie de Washington (EE UU) publican hoy en la revista Nature el hallazgo de un lejano planeta enano llamado 2012 VP113. Se encuentra en la parte interna de la nube de Oort, una región supuestamente poblada por miles de objetos más allá del borde conocido del sistema solar.


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Los atardeceres de cuadros famosos informan sobre la atmósfera del pasado

Via SINC
25.03.2014


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A Amazônia como esperança e solução - Por Washington Novaes


JC e-mail 4922, de 28 de março de 2014
A Amazônia como esperança e solução


Artigo do jornalista Washington Novaes publicado no Estado de São Paulo


As maiores inundações das últimas décadas em Rondônia, principalmente em Porto Velho, por causa do Rio Madeira e das hidrelétricas nele construídas, segundo muitos especialistas; as enchentes no Acre e o bloqueio de rodovias abertas há décadas; a polêmica sobre deficiências no estudo de impacto ambiental no Rio Madeira - tudo isso trouxe a Amazônia de volta ao centro de discussões, em que se envolveu até a presidente da República.

Na questão do Rio Madeira, segundo técnicos, o problema da contribuição das hidrelétricas para as enchentes calamitosas se deve a que seu estudo de impacto ambiental (EIA) não levou em consideração os aumentos dos fluxos de água vertida pelos reservatórios, vindos para o Brasil em decorrência do derretimento de gelos nos Andes - fenômeno observado há décadas pelos cientistas da área do clima. Mas a presidente da República criticou a visão dos técnicos.

O debate logo se ampliou para toda a questão de hidrelétricas na Amazônia, já que estão planejadas também usinas para a bacia do Tapajós e para a área do Rio Teles Pires (igualmente criticadas por técnicos e ambientalistas). Em meio a tudo, voltou à cena parecer do Ibama, de 2007, que sugerira se dobrasse a área alagável prevista nos projetos do Madeira e sugerira um EIA-Rima mais abrangente, incluindo a Bolívia. Também na Amazônia, a Justiça de Rondônia mandou agora rever os estudos do EIA-Rima de outra usina, Belo Monte. A Fundação Nacional do Índio lembrou (Estado, 19/3) que, das 31 condicionantes estabelecidas para essa usina, 22 estão atrasadas ou não saíram do papel - principalmente as que são de responsabilidade do próprio governo.

Polêmicas sobre hidrelétricas na Amazônia são antigas. Basta lembrar a que cercou a construção da Usina de Tucuruí, principalmente para fornecer energia mais barata que a do mercado a empresas fabricantes de alumínio, que vieram até de outros países. Ou a própria polêmica sobre a Usina de Belo Monte, em que a construtora se recusa agora a assinar termos de compromisso para garantir a execução dos projetos de mitigação de impactos para grupos indígenas.

Outra discussão é a dos impactos decorrentes dos fluxos de migrantes gerados por projetos como esses - e outros. Agora mesmo, em Porto Velho, um dos problemas está exatamente na ausência de infraestruturas para receber esses fluxos, centenas de milhares de pessoas (que já se fixaram em Porto Velho). Em Tucuruí também foi assim, como já está sendo em Altamira, por causa de Belo Monte. E já ocorrera em projetos de outras áreas, como o Jari. Ao todo, há 366 projetos hidrelétricos em oito países amazônicos, já planejados (soldepandobolivia, 19/3), em implantação ou em operação.

Usinas não são a única questão na Amazônia. Quem se preocupa em quantificar os efeitos das migrações de centenas de milhares de pessoas para áreas beneficiadas por projetos de incentivos fiscais (isenção de impostos) para indústrias? Que ocorreu em Manaus, por exemplo, onde, por causa da poluição, grande parte da população que migrou tem de consumir apenas água subterrânea, embora a cidade seja cercada por rios do porte do Solimões e do Negro. E em Belém, onde apenas 8% da população dispõe de coleta de esgotos e estes são despejados nos rios.

Mas nada demove os planejadores oficiais. Não anunciou a própria presidente o lançamento de edital para a implantação da Hidrovia Tocantins-Araguaia, que começará pelo derrocamento (remoção de pedras submersas) do Pedral do Lourenço, com a construção de um canal de calado mínimo de 3 metros e largura de 145 a 160 metros no Tocantins (Agência Brasil, 21/3)? Projeto semelhante tem sido defendido para um canal no Rio Araguaia, mais extenso que o Canal do Panamá, para assegurar um leito navegável, já que o rio recebe resíduos de erosões que mudam o leito navegável de lugar de ano para ano (milhões de metros cúbicos anuais, já medidos por hidrólogos da Universidade Federal de Goiás). Nas duas obras, quem pagará? Que fará para remover os resíduos conduzidos pelo rio e os o que forem retirados na implantação? E não é para finalidades como as da hidrovia que se está acabando de implantar a Ferrovia Norte-Sul?

O Brasil precisa de uma estratégia para a Amazônia, que deixe de considerar a floresta ou os povos que a habitam como "obstáculos" ao progresso. A floresta é um dos hábitats da biodiversidade brasileira (pelo menos 15% da planetária), fonte de novos medicamentos, novos alimentos, novos materiais que substituirão os que se esgotarem. E vários estudos mostram que áreas indígenas são o melhor caminho para a conservação dessa biodiversidade, mais eficiente até que parques e áreas de proteção legalizados. A Floresta Amazônica é também essencial para a parte brasileira (12%) da água superficial no planeta - alto privilégio. E para o clima. O mundo continua a perder áreas florestais -15,5 milhões de hectares por ano, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, em 21/3). Mesmo aqui, embora tenha diminuído bastante o desmatamento, há lugares (Mato Grosso, principalmente) e períodos em que ele recrudesce.

Também não se pode postergar mais a preparação de projetos competentes para a área do clima. O Ministério do Meio Ambiente tem dito que não consegue aplicar R$ 90 milhões com essa destinação, que poderiam ir para convênios com Estados e municípios, que não os fazem. Os graves problemas do clima que estamos enfrentando podem repetir-se.

Não podemos fazer da Amazônia um problema - ela deve ser uma solução. Nem podemos perder a esperança. Há uns 20 anos o autor destas linhas perguntou a uma jovem nordestina, que carregava um recém-nascido no colo e migrara para a última fronteira da penetração em Rondônia, se ela e o marido tinham esperança de enriquecer ali. E ela, serena, respondeu: "Nós já semo rico de esperança".

(Estado de S.Paulo)


AGÊNCIA FAPESP - REPORTAGENS E NOTÍCIAS MAIS LIDAS DO MÊS

Via Agência FAPESP


sábado, 29 de março de 2014

A BANALIZAÇÃO DA VIDA - POR LYA LUFT

Via blog do Ricardo Setti
29.03.2014

Este é talvez um dos fatos mais assustadores e tristes do nosso momento: falta de segurança generalizada, o medo, pois aqui se mata e se morre como quem come um pãozinho.
Bala perdida, traficante, bandido graúdo ou pequeno, e o menor de idade, que é o mais complicado: pelas nossas leis absurdas, sendo menor ele não é de verdade punido. É levado para um estabelecimento hipoteticamente educativo e socializador, de onde deveria sair regenerado, com profissão, com vergonha na cara, sair gente. Não sai. Não, salvo raríssimas exceções, e todo mundo sabe disso.
Todo mundo sabe que é urgente e essencial reduzir para menos de 18 anos a idade em que se pode prender, julgar, condenar um assassino feroz, reincidente, cruel e confesso. Mas aí vem quem defenda, quem tenha pena, ah! os direitos humanos, ah! são crianças.
São assassinos apavorantes: torturam e matam com frieza de animais, tantas vezes, e vão para a reeducação ou a ressocialização certamente achando graça: logo, logo estarão de volta. Basta ver os casos em que, checando-se a ficha do “menino”, ele é reincidente contumaz.
Outro ponto dessa nossa insegurança é a rala presença de policiais em muitas cidades brasileiras. Posso rodar quarteirões intermináveis de carro, e não vejo um só policial. Culpa deles? Certamente não.
Os policiais ganham mal, arriscam a vida, são mortos frequentemente, são mais heróis do que vilões, embora muitos os queiram enxergar assim. Onde não temos policiamento, mais insegurança.
Na verdade, a violência é tão alta e tão geral no país que mesmo porteiros treinados de bons edifícios ou condomínios pouco adiantam: facilmente são rendidos, ou mortos, e estamos à mercê da bandidagem.
Banalizamos a vida também nessas manifestações de toda sorte, em que paus, barras de ferro, bombas caseiras, até armas de fogo, não apenas assustam, não só ameaçam, mas aqui e ali matam alguém. Incendeiam-se ônibus não apenas em protesto, mas por pura maldade, com gente dentro, mesmo crianças: que civilização estamos nos tornando?
Morrer assassinado, mesmo sem estar no circuito perigoso dos bandidos, dos marginais, começa a se tornar, não ainda banal, mas já frequente: nas ruas, às 10 da manhã, matam-se pais de família ou jovens estudantes ou operários. Não falo em becos onde a violência impera e a mortandade é comum, mas em ruas abertas de bairros de classe média.
Não se passa semana sem que se noticie criança morta por bala perdida. Agora uma mulher foi morta com um tiro na cabeça quando ia comprar pão para as oito crianças que estava criando: levada no porta-malas do carro da polícia, caiu na rua, ficou presa pela roupa e assim foi arrastada no asfalto por um longo trecho.
Vemos esse horror na televisão, e vamos tomar calmamente o café da manhã. Nada, quase nada mais nos espanta: estamos ficando calejados, não nas mãos por trabalho duro, mas na alma pelo horror que nos assola tanto que a cada vez nos horrorizamos menos.
Que humanidade estamos nos tornando, nós os abandonados, os expostos, os indefesos, sem proteção nem de uma Justiça confusa, anacrônica, irreal, e, quando a lei é boa, tão mal cumprida?
Quero escrever uma coluna otimista. Quero escrever poemas delicados, romances intensos, crônicas de amor pela cidade, pelas pessoas, pela natureza, quero tudo isso. Mas se tenho voz, e vez, não posso falar de flores enquanto o asfalto mostra manchas de sangue, famílias são destroçadas, ruas acossadas, casas ameaçadas, seres humanos feito coelhos amedrontados sem ter para onde correr, nem a quem recorrer, e não se vê nem uma luz no fim desse túnel.
Pouca esperança real temos. Nós nos desinteressamos para sobreviver emocionalmente diante da horrenda banalização da vida representada não só pela quantidade e violência dos crimes cometidos e impunes como pela punição incrivelmente pequena para quem mata com seu automóvel por correr demais ou dirigir bêbado, por exemplo.
O descaso, ou a incompetência, com que tudo isso é administrado nos faz temer outra ameaça ainda: a banalização da vida é o outro lado da banalização da morte.

Cientistas criam primeiro cromossomo 100% sintético


JC e-mail 4922, de 28 de março de 2014
Cientistas criam primeiro cromossomo 100% sintético


Levedura totalmente fabricada e aprimorada em laboratório é o primeiro passo para a vida artificial. Feito foi considerado o Monte Everest da biologia sintética pelos editores da revista 'Science'


Cientistas de diversas universidades americanas e europeias conseguiram alcançar o que os editores da revista "Science" chamaram de "o Monte Everest da biologia sintética": o primeiro cromossomo totalmente fabricado (e aprimorado) em laboratório. Trata-se do cromossomo da levedura, o fungo usado para fazer cerveja, pão, biocombustível e metade das pesquisas sobre organismos mais complexos, como o nosso. A capacidade de introduzir um cromossomo sintético neste organismo permitirá vários avanços, como a produção de biocombustíveis mais sustentáveis para o meio ambiente, a produção de novos antibióticos e todo um novo campo para buscar a resposta da pergunta de um milhão de dólares: como o construir o genoma inteiro de um organismo superior. A reconstrução de um neandertal, por exemplo, seria impossível sem este passo essencial.

A biologia sintética é uma disciplina emergente que trata não exatamente de modificar organismos, mas de desenhá-los a partir de princípios básicos. Nos últimos cinco anos foram obtidos avanços espetaculares, como a síntese artificial do genoma completo de uma bactéria e vários vírus. Mas esta é a primeira vez que se consegue fabricar um cromossoma completo e funcional de um organismo superior (ou eucariota). O consórcio liderado por Jef Boeke, diretor do Instituto de Genética de Sistemas da Universidade de Nova York, apresentou seu inovador trabalho na última edição da "Science".

- Nossa investigação move a agulha da biologia sintética desde a teoria até a realidade - afirmou Boeke, um dos pioneiros deste campo. - Esse trabalho representa o maior passo dado até hoje no esforço internacional para construir o genoma completo de uma levedura sintética.

Boeke começou o projeto há sete anos, em outra universidade, a Johns Hopkins, reunindo 60 estudantes universitários em um projeto chamado "Build a genome" (construindo um genoma, em tradução livre). As técnicas para sintetizar o DNA melhoraram muito na última década, mas só conseguem produzir trechos muito curtos da sequência; não muito mais de 100 ou 200 letras. Os estudantes ficaram encarregados de juntar as sequências sintéticas em trechos cada vez maiores. Assim, o cromossoma final mede cerca de 300 mil letras.

Que tal feito científico se refira à levedura (Saccharomyces cerevisiae), um fungo unicelular que já era utilizado pelos antigos egípcios para fazer cerveja, parece um paradoxo ou uma piada sem graça. Mas não é bem assim. A divisão fundamental entre todos os seres vivos da Terra não é a que existe entre plantas e animais, nem entre micro-organismos e espécies grandes, mas sim entre procariotas (bactérias e arqueas) e eucariotas (todos os demais, incluindo os humanos).

O importante da levedura é que, embora seja um organismo unicelular, está do nosso lado dessa divisão. Não é exagerado dizer que a maior parte do que sabemos sobre a biologia humana se deve à investigação deste familiar fundo de aparência modesta. A levedura tem uns 6 mil genes, e compartilha um terço deles com o ser humano, apesar de 1 bilhão de anos de evolução separando os dois.

(Javier Sampedro do El Pais / O Globo)

sexta-feira, 28 de março de 2014

MPT entra com ação na Justiça contra o Mais Médicos


JC e-mail 4922, de 28 de março de 2014
MPT entra com ação na Justiça contra o Mais Médicos


A medida provisória que criou o programa diz que os médicos farão um curso de especialização durante o programa e, por isso, receberão a remuneração por meio de bolsa de estudos 


O Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou hoje (27) com ação civil pública na 13ª Vara do Trabalho de Brasília pedindo que o governo reconheça relação de trabalho entre a União e os profissionais contratados pelo Mais Médicos, brasileiros e estrangeiros.

Para o relator do processo, procurador Sebastião Caixeta, os médicos do programa exercem o mesmo trabalho em comparação aos profissionais que estão fora do Mais Médicos. De acordo com o procurador, a especialização é uma forma de mascarar a relação de trabalho existente. "O Ministério Público fez inspeções e verificou que o trabalho dos médicos integrantes do Mais Médicos é idêntico ao dos outros médicos, inclusive com a mesma jornada, com a mesma distribuição de pacientes. Não há como ter a diferenciação que o governo dá, o tratamento jurídico tem que ser idêntico", defendeu, acrescentando que a própria lei que cria o programa mostra que o objetivo é levar médicos para locais onde não há esses profissionais.

A medida provisória que criou o programa diz que os médicos farão um curso de especialização durante o programa e, por isso, receberão a remuneração por meio de bolsa de estudos.

O MPT quer que os médicos recebam todos os direitos trabalhistas previstos na Constituição, como férias remuneradas com adicional de um terço do salário e décimo terceiro salário.

Na ação, o ministério pede que a Justiça torne ineficaz as cláusulas dos contratos com os médicos cubanos que restringem os direitos individuais dos profissionais, como relacionamento com estrangeiros, manifestação de opiniões e se locomover em território nacional.

Foi solicitado ainda que o governo deixe de repassar o salário dos médicos cubanos ao governo de Cuba ou à Organização Pan-Americana da Saúde, sob pena de pagamento de multa diária de R$100 mil. A aplicação da mesma multa é pedida para casos como não pagamento do décimo terceiro salário e férias remuneradas com pelo menos um terço a mais do salário normal e descumprimento de licenças-maternidade e paternidade.

De acordo com Caixeta, houve várias reuniões com o governo para ajustar as irregularidades, mas não houve resultado. A União tem 72 horas para se manifestar, e só então a Justiça irá analisar os pedidos.

(Agência Brasil)


Governo estuda pedir que povo poupe luz para evitar apagão na Copa


JC e-mail 4922, de 28 de março de 2014
Governo estuda pedir que povo poupe luz para evitar apagão na Copa

Lobão diz, em entrevista ao 'Wall Street Journal', que campanha pode ser feita se volume de chuvas não aumentar até maio


Para não haver apagões de energia durante a Copa do Mundo, o governo pode pedir que a população economize energia. A afirmação é do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em entrevista publicada pelo "The Wall Street Journal".

Segundo o ministro, é muito baixa a possibilidade de falta de energia elétrica antes do início da estação chuvosa que começa em novembro, mas, se o volume de chuvas não aumentar em abril ou maio e não houver uma recuperação dos reservatórios que suprem as importantes usinas hidrelétricas do país, ele poderá pedir aos brasileiros que reduzam voluntariamente a demanda por energia.

O ministro garantiu que não haverá racionamento compulsório de energia, o que, lembra o "WSJ" poderia ser um problema para a presidente Dilma Rousseff, em ano de eleições presidenciais.

O país teve racionamento em 2001-2002, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Este ano, enfrenta uma onda de calor e de seca recorde. Segundo o jornal americano, analistas do banco de investimento brasileiro Brasil Plural disseram em relatório de mercado neste mês acreditar que o racionamento não poderá ser evitado.

"Não estamos trabalhando com a hipótese de racionamento de energia", disse Lobão na entrevista. "Temos a convicção de que isso não será necessário."

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Para 58,5%, comportamento feminino influencia estupros, diz pesquisa

Via G1
Por Filipe Matoso
27.03.2014

Ipea divulgou estudo 'Tolerância social à violência contra as mulheres'.
Instituto ouviu 3.810 pessoas em 212 cidades entre maio e junho de 2013.


Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do governo, mostra que 58,5% dos entrevistados concordam totalmente (35,3%) ou parcialmente (23,2%) com a frase "Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros". Segundo o levantamento, 37,9% discordam totalmente (30,3%) ou parcialmente (7,6%) da afirmação – 3,6% se dizem neutros em relação à questão.
O estudo também demonstra que 65,1% concordam inteiramente (42,7%) ou parcialmente (22,4%) com a frase "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas", enquanto 24% discordam totalmente, 8,4% discordam parcialmente e 2,5% se declaram neutros.
A pesquisa ouviu 3.810 pessoas entre maio e junho do ano passado em 212 cidades. Do total de entrevistados, 66,5% são mulheres. A assessoria do Ipea não informou qual o percentual de homens e de mulheres que opinaram especificamente em relação à questão do comportamento feminino.
No documento sobre a pesquisa, intitulado "Tolerância social à violência contra as mulheres", que também avaliou opiniões sobre violência e homossexualidade, o órgão afirma que "por trás da afirmação [referente ao estupro], está a noção de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais". Na avaliação do instituto, a violência "parece surgir" a partir dessa ideia.
Os entrevistados foram questionados com base em afirmações pré-formuladas pelo instituto, com as quais diziam se concordavam totalmente ou parcialmente, se discordavam totalmente ou parcialmente ou se tinham uma posição de neutralidade em relação ao assunto. 

*****


No site do Ipea:

Leia o texto (SIPS): Tolerância social à violência contra as mulheres

quinta-feira, 27 de março de 2014

Para OMS, governos não acham que poluição é 'um problema básico'


JC e-mail 4920, de 26 de março de 2014
Para OMS, governos não acham que poluição é 'um problema básico'


Medidas como rodízio de carros e uso de máscaras não substituem investimento em fontes de energia renováveis e no transporte público

O ar imprescindível para a vida do homem é, também, uma das maiores causas de sua morte. Segundo um novo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), um em cada oito óbitos no mundo - o equivalente a 7 milhões de casos - é causado pela poluição atmosférica. O levantamento levou em conta dados coletados em 2012. Quatro anos antes, foram constatadas 3,2 milhões de mortes devido à poluição do ar.

Grandes cidades tentam driblar a baixa qualidade do ar com máscaras - como ocorre nas metrópoles chinesas - e com rodízio de carros - medida adotada na semana passada por Paris. A OMS, no entanto, acredita que os "problemas básicos" sobrevivem a estas iniciativas.

- O poder público precisa definir a poluição do ar como um problema prioritário e que vai ser respondido por medidas específicas e em um tempo determinado - ressalta Carlos Dora, coordenador do Departamento de Saúde Pública e Determinantes Sociais e Ambientais da OMS. - As empresas particulares perceberão que um novo mercado foi criado, e investirão em soluções.

A OMS investigou a ligação entre a poluição e estudos epidemiológicos. Os principais males causados pelo ar poluído são doença cardíaca isquêmica, infecção respiratória, derrame e câncer de pulmão.

- Além de contarmos com estudos sobre epidemias, que nunca havíamos considerado em nossos relatórios, conseguimos associá-los a outros fatores de risco, como tabaco, pressão arterial e dieta - explica Dora.

Nos próximos meses, a OMS divulgará a lista das cidades com pior qualidade de ar do planeta.

Embora o número de óbitos tenha mais do que duplicado entre os relatórios, o pneumologista Hermano Castro, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), acredita que a conta ainda não reflete a realidade.

- Vários países não têm estatísticas confiáveis. Os pacientes morrem sem diagnóstico, então não sabemos quantos casos podemos atribuir a doenças que podem estar ligadas à poluição do ar, como pneumonia e infecções respiratórias - lembra.

Países do Sudeste Asiático e de regiões do Pacífico Ocidental registraram a maior quantidade de óbitos relacionados à qualidade do ar - somados, ambas regiões respondem por mais dos 3,3 milhões de casos. Em seguida vieram África, a região do Mediterrâneo Ocidental, Europa e Américas. Das 7 milhões de mortes, apenas 19 mil foram em nações de alta renda.

As mulheres experimentem níveis mais elevados de exposição pessoal à poluição - e, por isso, correm mais risco de desenvolver efeitos adversos à saúde -, mas os homens respondem pela maior parte dos óbitos, devido à combinação da baixa qualidade do ar com outras doenças.

Cerca de 4,3 milhões de óbitos são atribuídos à poluição de origem doméstica, enquanto 3,7 milhões derivam da exposição à poluição externa. Além dos índices mapeados nas pesquisas anteriores, a OMS fez inventários de emissões por satélite e observou o deslocamento dos poluentes na atmosfera. O novo método, destaca Dora, aumentou a visualização de áreas rurais, onde vive metade da população mundial.

O campo, porém, não era a única região que fugia da lupa da OMS. Diversos poluentes da cidade, como o uso de energia em edifícios e as emissões dos meios de transporte e da construção civil, eram subestimados.

(O Globo / Mark Ralston da AFP)

quarta-feira, 26 de março de 2014

A crise do ensino médio


JC e-mail 4919, de 25 de março de 2014
A crise do ensino médio


Editorial do O Estado de S.Paulo sobre a situação da rede pública de ensino médio



Ao avaliar a situação da rede pública de ensino médio, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou um déficit de 32,7 mil professores, especialmente nas áreas de física, química, biologia e sociologia. O levantamento também revelou que há 41 mil docentes sem formação específica em nenhuma das disciplinas desse ciclo educacional. E mostrou que 61 mil professores se encontram fora das salas de aula - 40 mil exercendo atividades administrativas, 5 mil cedidos a órgãos públicos sem qualquer relação com a área educacional e 16 mil em outros tipos de afastamento.

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Por que os alunos não aprendem a ler?


JC e-mail 4919, de 25 de março de 2014
Por que os alunos não aprendem a ler?


Artigo de Suzana Schwartz publicado no Zero Hora. Ler e escrever hoje demandam habilidades e competências muito diferentes das de antigamente


"... é preciso não se basear, como normalmente se faz, em características mais vistosas... é necessário examinar os pormenores mais negligenciáveis..." (Ginzburg, 1989:144)

No Brasil, o ensino básico está se universalizando, no entanto a qualidade das aprendizagens produzidas nas escolas ainda está deixando muito a desejar. Ler e escrever são construções sociais e a aprendizagem da leitura e da escrita é base fundamental para outras aprendizagens. Nessa aprendizagem, pode estar a síntese dos problemas de ensino e de aprendizagem no nosso país. Como a escrita é um objeto cultural e histórico, ler e escrever hoje demandam habilidades e competências muito diferentes das de antigamente. As solicitações da cultura escrita, quando a maioria dos professores alfabetizadores aprendeu a ler e a escrever, eram muito diferentes das de hoje, as funções sociais da escrita eram mais restritas e o acesso a qualquer tipo de informação, por outros meios, que não a escola, era quase inexistente. Na escola a que poucos tinham acesso e em que as demandas eram diferentes das de hoje, era coerente, por exemplo, que o ensino da letra cursiva fosse considerado prioridade e tivesse importância. Acreditava-se, então, que para aprender era preciso copiar, repetir, memorizar informações e a escrita cursiva favorecia esse processo. Com ela se copia mais e mais rápido. Hoje, esse tipo de escrita só existe na escola, os portadores de texto que estão nas ruas, na realidade, na internet, no mundo em geral não utilizam esse tipo de letra. E, está comprovado que na alfabetização essa aprendizagem tem se revelado um agente complicador, que dificulta o processo.

Nos Estados Unidos, por exemplo, acabar com letra cursiva faz parte de movimento de padronização da educação. A decisão de transformar a letra cursiva em prática do passado está inserida em um movimento que tenta padronizar, avaliar e tornar os sistemas de ensino dos Estados Unidos mais competitivos internacionalmente. A partir de 2012, as escolas americanas foram autorizadas a abandonar o ensino da letra cursiva para se concentrar em "áreas mais importantes", como definiu o Departamento de Educação americano. Percebe-se então que o uso simples e "natural" desse tipo de escrita tem merecido atenção e desencadeado ações no sentido de acabar com ela, por não serem percebidos acréscimos qualitativos nas aprendizagens, pelo contrário.

No Brasil, não existe legislação que obrigue o uso da letra cursiva e nem seu ensino ou aprendizagem. Nada que determine que o sujeito deva usar esse tipo de letra nem em sua assinatura. No entanto, em alguns Estados do país pessoas são impedidas de fazer documentos de identidade se não souberem assinar seu nome com letra cursiva e, acreditem: alunos são reprovados por não saber escrever com esse tipo de caligrafia! Essa aprendizagem não é obrigatória, não contribui e nem qualifica o estudo, dificulta a compreensão do que está escrito e, no entanto, dificilmente é questionada sua necessidade. Parece ser óbvia, mas não é. Nada é. Sugiro que, na busca de respostas para a educação do Brasil, seja repensada a contribuição desse tipo de escrita e que se canalize a energia despendida nela para outros aspectos muito mais importantes ao ensino e à aprendizagem da leitura e da escrita. Existem inúmeros relatos de professores que alfabetizam todos os seus alunos com intervenções coerentes com o mundo em que vivemos hoje, comprovando essa ideia.

Suzana Schwartz é professora.

(Zero Hora)




Comentário básico:

Imagens sagradas
povoam a minha mente,
nesta manhã fria de São Paulo.
Nelas aprendo a ler.
Nelas aprendo a escrever.

Meus cadernos de caligrafia...

Quanta saudade, mamãe.
Quanta saudade, Vila Tibério.

Adelidia Chiarelli

terça-feira, 25 de março de 2014

Seis a cada dez professores são contra sistema de aprovação nas escolas estaduais


JC e-mail 4919, de 25 de março de 2014
Seis a cada dez professores são contra sistema de aprovação nas escolas estaduais


Levantamento feito com 2,1 mil docentes faz parte de uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 24, pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e o Instituto Data Popular


A resistência dentro das escolas ao modelo paulista de progressão continuada, em que não há chance de reprovação em todas as séries, foi medida em números: 63% dos professores e 75% dos alunos são contrários. Entre os pais, a rejeição sobe para 94%. Os dados são de uma pesquisa do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), em parceria com o Instituto Data Popular, divulgada nesta segunda-feira, 24.

O modelo estadual passou por mudanças neste ano. O ensino fundamental agora tem três ciclos e o aluno pode repetir ao fim de cada uma das etapas: 3.º, 6.º e 9.º anos. Até 2013 a reprovação só era prevista em dois momentos, no 5.º e no 9.º ano. A alteração foi anunciada pelo governo do Estado quatro meses depois de a Prefeitura de São Paulo ter ampliado a reprovação na rede municipal. No ensino médio, a reprovação é possível em todas as séries.

O principal argumento contra o sistema é a percepção de que os alunos passam de ano sem aprender a matéria - o que é admitido por 46% dos estudantes entrevistados na pesquisa. Outras justificativas são a baixa autoridade do professor sobre a classe e a falta de esforço dos alunos. A progressão continuada foi o 2.º maior problema das escolas na opinião dos docentes, atrás apenas da falta de segurança. A pesquisa ainda mostrou que 39% dos pais e 29% dos alunos acreditam que mais cursos e atividades extracurriculares são essenciais para melhorar a qualidade da escola.

Para a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, porém, não adianta aumentar as chances de repetência sem qualificar o ensino. "Não é só reprovar ou aprovar. Junto das alterações, devemos ter um conjunto de medidas para ter desenvolvimento pleno do aluno", diz. De acordo com ela, a elevada retenção no primeiro ano do ensino médio é fruto da aprovação sem domínio dos conteúdos. "É uma exclusão postergada", avalia.

O professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Ocimar Alavarse diz que, apesar de o baixo nível de aprendizado ser real, a política da repetência é onerosa e pouco eficiente. "Passar de ano também não significa que o aluno aprendeu", ressalta. "São necessárias estratégias para acompanhar os desempenhos."

Modelo estadual. Em nota, a Secretaria da Educação do Estado afirmou "que é equivocado dizer que há ausência de reprovação no sistema de progressão continuada da rede". Segundo a pasta, o modelo foi aperfeiçoado com maior chance de retenção para que "as defasagens de conhecimento sejam corrigidas mais prematuramente".

O texto diz ainda que "todos os alunos são constantemente avaliados, recebem boletins escolares bimestralmente e podem optar por três diferentes modalidades de recuperação". Além do novo modelo de escola de tempo integral, cursos técnicos e de idiomas, 300 mil alunos da rede desenvolvem alguma atividade extracurricular. Para a segurança, a escola tem apoio da polícia e capacita os educadores para ações preventivas.

(Victor Vieira/Estado de S.Paulo)


A guerra por água chegou aos estados

Via O ECO
Por Guilherme José Purvin de Figueiredo
24.03.2014

A mais recente polêmica envolvendo os governadores dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro acerca do abastecimento de água para a população está diretamente relacionada ao clamoroso descaso do país para com sua legislação ambiental, que um dia já foi considerada um importante paradigma internacional.

De um lado, São Paulo enfrenta uma das mais graves crises de sua história no setor hídrico e ameaça cerca de 10 milhões de pessoas de ficarem sem água. De outro, o Rio de Janeiro busca garantir que não haja redução no abastecimento hídrico para uma população equivalente à da capital do estado vizinho.

CONTINUA!

segunda-feira, 24 de março de 2014

Exxon Valdez - Alaska se tiñó de negro hace un cuarto de siglo

Via sinc
Por Eva Rodríguez
24.03.2014


clique no texto acima para ler a matéria completa


ONG alerta para explosão da exploração sexual em sedes de Copa

Via Veja
Por Bianca Bibiano e Bruna Fasano
23.03.2014

Crianças fora da escola, intenso fluxo de turistas pelo país e fatores socioeconômicos ampliam riscos de aumento da exploração de crianças e mulheres durante o mundial de futebol no Brasil

No dia 12 de junho de 2014, os olhos de milhões de pessoas pelo mundo estarão voltados para a abertura da Copa do Mundo no Brasil, no estádio do Itaquerão, na Zona Leste de São Paulo. Durante um mês, as principais cidades do país viverão uma efervescente e atípica rotina, movimentada pela presença de até um milhão de turistas estrangeiros e do deslocamento de três milhões de brasileiros para acompanhar os jogos do mundial de futebol. Enquanto a administração pública corre contra o relógio para tentar reverter a própria incapacidade de entregar as obras de infraestrutura a tempo, são outros números que despertam a atenção da ONG sueca ChildHood, especializada em proteção à infância.
A instituição elaborou um estudo sobre o aumento de casos de exploração sexual de mulheres e crianças em sedes de grandes eventos esportivos nos últimos anos. O documento foi entregue à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em fevereiro. Segundo a ONG, na Copa da África do Sul, em 2010, foram registrados 40.000 casos de exploração infantil (aumento de 63%) e 73.000 ocorrências de abusos contra mulheres (83% a mais) nos dois meses entre a chegada das delegações, os jogos e o término do evento. Quatro anos antes, no Mundial da desenvolvida Alemanha, foram contabilizados 20.000 casos contra crianças (aumento de 28%) e 51.000 contra mulheres (49% a mais). Nas Olimpíadas da Grécia, em 2012, foram 33.000 casos contra crianças (87% a mais) e 80.000 casos contra mulheres (78% de acréscimo). Se tomados a dimensão territorial e os fatores socioeconômicos, tudo indica que o retrato não deverá ser diferente no Brasil. 
CONTINUA!

domingo, 23 de março de 2014

Barbosa diz que Lula tentou usá-lo em ‘estratégia de marketing’ para África

Via blog do Josias de Souza
23.03.2014

Empossado no STF em junho de 2003 como primeiro dos oito ministros que Lula indicaria para compor o tribunal, Joaquim Barbosa contou, em entrevista exibida na madrugada deste domingo (23), que foi convidado “algumas vezes” para integrar a comitiva presidencial em viagens à África. “Recusei terminantemente”.


Por quê? “Primeiro porque não era da tradição aqui da Casa ministro do Supremo viajar em comitiva de presidente da República. Segundo porque percebi que aquilo era uma estratégia de marketing para os países africanos”. Barbosa insinuou que Lula quis exibi-lo em nações africanas como uma espécie de negro de mostruário, numa falsa demonstração de que não haveria racismo no Brasil.


O presidente do STF falou ao repórter Roberto D’Ávila. A conversa foi exibida no canal Globo News. A certa altura, Barbosa disse esperar que, doravante, os presidentes da República indiquem para o Supremo “um certo número de homens e mulheres negras de maneira natural. E não façam estardalhaço disso, não tentem levar a pessoa escolhida para a África para esconder uma realidade.” Uma “realidade muito triste”, ele enfatizou.

CONTINUA!





Veja AQUI! a entrevista com Joaquim Barbosa, presidente do STF


Desconhecimento popular sobre água é problema a ser enfrentado, diz ONG

Via Agência Brasil
Por Andreia Verdélio
22.03.2024


Neste sábado (22), dia em que se comemora o Dia Mundial da Água (22), é importante lembrar que um dos principais problemas que o Brasil precisa enfrentar é a falta de conhecimento da população sobre a realidade dos recursos hídricos no país, afirma o coordenador do Programa Água para a Vida da organização não governamental (ONG) WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas.

Para ele, a população está muito distante do tema água, que só chama a atenção quando há uma crise instalada. “As pessoas não procuram se informar de onde vem a água que consomem e o que podem fazer para garantir o abastecimento, há um desconhecimento geral. Os governantes têm sua culpa, as empresas e a mídia, também, e essa falta de esclarecimento reflete no cidadão.”

Kimura cita a pesquisa que o WWF faz a cada cinco anos sobre a percepção dos brasileiros sobre a água. Na última, em 2012, mais de 80% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar da ANA [Agência Nacional de Águas], que é o órgão regulador dos recursos hídricos. "Há consciência sobre como economizar e de que pode faltar água. Mais de 70% das pessoas sabem dos problemas, mas o desconhecimento ainda é grande”, disse o especialista.

Outro problema é a má governança dos recursos hídricos, acrescenta Kimura. “É muito difícil dizer se vamos conseguir, ou não, suprir nossas demandas e é grande a chance de termos problemas no futuro com a gestão que tem sido feita”, disse ele, destacando que o Brasil está muito bem em termos de leis, como, por exemplo, a Política Nacional de Recursos Hídricos , o Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os comitês de bacias hidrográficas, mas que não estão sendo implementados e fiscalizados como deveria.

“Fizemos a lição de casa até um certo ponto e precisamos mudar essa trajetória, fugir das consequências desse cenário que as Nações Unidas [ONU] projetam. Temos um arcabouço legal, bons modelos, mas a vontade política para fazer algo consistente está muito baixa, não só no âmbito federal, mas nos estados e municípios também”, destaca o coordenador do Programa Água para a Vida.

Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água 2014 , de autoria da ONU-Água, prevê que, em 2030, a população global necessitará de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia.

“O tema água esta abaixo das prioridades. A ANA é um órgão técnico de excelência, mas os governos locais não dão conta de implementar os instrumentos que já existem, a sociedade não cobra, e as empresas só se mexem quando têm que cumprir a lei”, argumenta Kimura.

De acordo com ele, o terceiro gargalo na gestão dos recursos hídricos é o mau uso da terra. “As cidades vão crescendo, ficam dependendo de reservatórios, a maioria poluídos, e ocupando áreas de nascentes, que são os ovos de ouro da galinha. O planejamento urbano tem que ser levado muito a sério, e o setor de recursos hídricos precisa estar inserido.”

Para Kimura, na área rural, também há uma tendência de agravamento do problema com a flexibilização do Código Florestal , aprovado em 2012. Para ele, a diminuição das Áreas de Preservação Permanente (APPs), que agora levam em conta o tamanho da propriedade, coloca em risco os mananciais de água.

Política Nacional de Irrigação, instituída no ano passado, também pode constituir um problema para o especialista do WWF, já que o crédito financeiro e as outorgas para captação de água vão aumentar.  “É como uma poupança: estamos dando cada vez mais senhas para acessar a nossa caderneta, mas ninguém põe dinheiro lá. Então, temos que ter um trabalho sério de proteção das nascentes e área de recarga de aquífero”, destaca Kimura, explicando que existem áreas de terra mais permeáveis que outras que precisam ter uma cobertura florestal em cima e que, por desconhecimento das pessoas, são pavimentadas ou assoreadas.