quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Seu lixo, comida de famintos
JC e-mail 4615, de 31 de Outubro de 2012.
Seu lixo, comida de famintos
Estudo aponta que redução no desperdício poderia alimentar até um bilhão de pessoas. Especialistas ressaltam, porém, que é preciso garantir o acesso aos produtos agrícolas.
Dentro de uma lixeira da Central de Abastecimento (Ceasa) do Rio de Janeiro, há pouco mais de uma semana, a dona de casa Elizabeth de Moraes separava cebolas inteiras, batatas menos machucadas, cenouras sem raiz. Limpava tudo com um papel e punha em um carrinho. Em vez de percorrer barracas, é ali que ela faz a feira da família. Uma vez por semana, sai de Santa Cruz, onde mora com o marido, uma filha e três netos, e vai até a Ceasa, em Irajá, onde, segundo a Embrapa Agroindústria de Alimentos, nada menos do que dez toneladas de alimentos vão parar no lixo diariamente. Assim Elizabeth diz ter criado seus dez filhos, contando, semanalmente, com os alimentos descartados por feirantes no local. A cena carioca é um retrato de proporções mundiais alimentada pelo desperdício, que, se fosse atacado, abriria espaço para saciar a fome de um bilhão de pessoas mundo afora, sendo que 19 milhões no Brasil - mais do que os 13 milhões de brasileiros com fome.
O cálculo famintos versus desperdício é de pesquisadores da Universidade finlandesa de Aalto e foi publicado, este mês, na revista americana "Science". Para outros especialistas, porém, a conclusão sobre a redução da fome pode ser precipitada, uma vez que não leva em conta o tipo de alimento descartado e a qualidade do produto, além da forma de acesso das populações mais pobres aos produtos agrícolas, considerados commodities. As Nações Unidas cravam que 870 milhões de pessoas passam fome, seja porque não têm terra - o que dificulta a agricultura de subsistência - ou porque não têm dinheiro para pagar o preço de mercado.
Estamos jogando fora não somente alimentos, mas também água potável (27 metros cúbicos por habitante do mundo), energia, terra (0.031 hectares de área agricultável), trabalho e fertilizantes (4,3 quilos). "As perdas ocorrem em toda a cadeia produtiva. O consumidor paga por isso", diz Antônio Gomes, pesquisador da Embrapa.
Só no Brasil, 26,3 milhões de toneladas de alimentos têm o lixo como destino. Deste total, cerca de 10% se perdem ainda no campo. O maior desperdício, 50%, ocorre no transporte e manuseio. E 10% vão para a lixeira após a chegada do produto ao supermercado, quando ele perde qualidade na prateleira, ou simplesmente, quando comprado em excesso, não é consumido. As centrais de abastecimento espalhadas pelo país ajudam a engordar a conta: mais de 30% das perdas em toda a cadeia alimentar acontecem nesses locais.
Um passeio matinal na Ceasa do Rio é um cenário privilegiado para presenciar comerciantes descartando caixotes cheios de alimentos no chão. Há produtos que perderam qualidade no transporte, alguns ao serem embalados, outros por causa do armazenamento e até na própria disposição nas barracas. Na correria, os feirantes jogam alimentos uns por cima dos outros, e os estragam. As cenas se repetem em todas as semanas em feiras livres do Rio de Janeiro.
Em Botafogo, na semana passada, um comerciante carregava quatro caixas cheias de alfaces para o lixo, no fim da feira. Ninguém quis comprar porque o produto murchou demais. Sobre a perda, ele deu de ombros. Está acostumado, já entra na conta. E, como ele, muitos outros fazem do alto índice de descarte parte do cotidiano. "Dez anos atrás, fizemos um cálculo da cadeia de alimentos, e concluímos que havia 37 quilos de hortaliças não consumidas por cada habitante do país. Ainda não refizemos as contas, mas acompanhamos o cenário e já sabemos que o número quase não se alterou. Não é à toa que na Ceasa do Rio há, até hoje, uma comunidade do entorno que se alimenta do lixo que é descartado", analisa Gomes.
Banco de alimentos - A Ceasa do Rio alega dispor de um programa de Banco de Alimentos, em Irajá. A instituição doa, mensalmente, de 40 a 50 toneladas do que não pode mais ser vendido nos boxes para 60 instituições cadastradas. Os estoques próprios para consumo, mas sem valor comercial, vão para o banco, onde são selecionados e separados. Dentro do projeto do Banco de Alimentos, a central de distribuição também oferece cursos reaproveitamento integral do alimento para os responsáveis pelas cozinhas. A empresa reconheceu, no entanto, que nem todos os comerciantes da Ceasa buscam rotineiramente o Banco de Alimentos para doar.
Como parte da tentativa de erradicação da fome, Bancos de Alimentos proliferaram por todo o país. Mas há uma série de entraves para as doações, que amedrontam empresas. Segundo a legislação brasileira vigente hoje, as companhias respondem judicialmente se o alimento causar algum mal à pessoa que o consumir. Sendo assim, há estabelecimentos, como restaurantes e supermercados, que preferem descartar produtos em bom estado no lixo a doá-los. Por outro lado, nutricionistas criticam possíveis mudanças na legislação atual, já que há empresas dispostas a se livrar do lixo.
O professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Renato Maluf, está convencido de que é preciso separar o joio do trigo para entender a complexidade do problema. No caso, distinguir as perdas do desperdício. As primeiras se referem ao cultivo, à colheita, manipulação dos alimentos, embalagem, distribuição etc. Ou seja, acontecem em algum momento da cadeia produtiva. Já o desperdício acontece em casa. O especialista acaba de deixar a presidência do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea).
"As perdas podem ser reduzidas com investimentos em técnicas. Há agricultores que perdem alface por não saberem manejar o pé da forma correta. Tem também a aparência, o cuidado na hora de expor o alimento. Outra coisa é o desperdício. Ele é questão de educação alimentar, tem a ver com excesso de compra, má gestão dos alimentos em casa, não aproveitamento integral dos talos, cascas, entre outros. E isso não se muda da noite para o dia. Há muito preconceito envolvido."
Mal do século - Maluf não concorda com a relação direta feita pelo estudo de Aalto entre desperdício e redução da fome, pois ressalta que o problema não é relacionado à quantidade de alimentos disponíveis, mas ao acesso. A grande pergunta para ele é: se houvesse mais alimento disponível, ele iria parar nas mãos das camadas pobres? Nesse ponto, como o professor ressaltou, é necessário pensar em muito mais do que doação de alimentos, mas também na possibilidade de compra de cada habitante do planeta sustentar sua dieta alimentar.
Em pleno século XXI, 870 milhões de pessoas vão dormir diariamente com fome. Isso significa que 12,5% da população mundial estão subnutridas, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês). A propósito da divulgação dos novos números, seu diretor-geral, o brasileiro José Graziano da Silva, escreveu: "não há escassez de oferta ou deficiência tecnológica que justifique esses indicadores".
Há de se ressaltar, ainda de acordo com o relatório da FAO, intitulado "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo", que o número total de pessoas famintas no mundo diminuiu em 132 milhões entre 1990 e 2012. E o Brasil aparece no documento como exemplo, já que o percentual no país caiu de 14,9%, no período de 1990 a 1992, para 6,9%, nos anos de 2010 a 2012.
Se o país viu a fome diminuir quase à metade nos últimos anos, o fenômeno teve pouco a ver com a redução do desperdício e mudanças na cadeia produtiva em solo brasileiro. E, quando elas ocorrem, segundo especialistas, é, na maior parte das vezes, por exigências feitas pelo mercado externo. São condicionantes que passam por exigências fitossanitárias, regras de embalagem, formas de acesso a mercados. Há casos em que os mesmos produtores de agronegócio têm uma cadeia de embalagem e de distribuição mais cuidadosa para a exportação, e um padrão menos exigente para os produtos vendidos no mercado interno.
Uso incorreto - Além do consumidor pagar o preço da ineficiência do mercado, o desperdício se traduz em mau uso dos recursos naturais do país, como ressaltou o professor Maluf. "A grande questão do desperdício e das perdas é que temos sobreuso dos recursos naturais para uma produção que se perde. Poderíamos ter uma produção maior, pressionando menos o meio ambiente, gastando menos energia, com áreas menores.
O pesquisador defende a ideia do circuito curto, no qual pequenos produtores fazem a distribuição voltada para uma área mais próxima. O modelo encurta distâncias e diminui as perdas. A opinião é compartilhada por uma das mais respeitadas autoras da área de Segurança Alimentar no mundo, a indiana Vandana Shiva.
"As longas distâncias e a distribuição centralizada também contribuem para o desperdício. O modelo industrial que destrói ecossistemas e impõe a monocultura só agrava o problema. Além disso, é preciso lembrar que apenas 2% da soja produzida nos Estados Unidos é para fins alimentares. Fenômeno parecido acontece no Brasil", afirma Shiva. "O primeiro passo para acabar com o problema é trazer de volta a diversidade de produção para as fazendas. Assim, também se garante geração de renda para os agricultores, reduzindo a fome."
Há, por um lado, mudanças que dependem de empresas, políticas públicas e mais cobrança do poder público. Por outro, há atitudes que dependem da sociedade. Pensando nisso, a ONG internacional Oxfam acaba de lançar um manual sobre o desperdício para os consumidores. Entre as dicas, estão ações como aproveitar ao máximo os alimentos, pensar em receitas específicas para usar os que estão prestes a estragar na geladeira e consumir produtos de acordo com a estação. Segundo um dos coordenadores da campanha no Brasil, Rafael Georges, o objetivo é conscientizar as pessoas de que um terço dos alimentos se perde em toda a cadeia. "O consumidor precisa pensar na origem do produto. Alimentos distribuídos por pequenos produtores, frescos e não processados, exigem muito menos energia, fertilizantes e são mais diversos."
Filme verdade - O documento ganhou o título de "A transformação do sistema alimentar: utilizando o poder do consumidor para criar um futuro alimentar justo" e pode ser baixado na internet, pelo endereço eletrônico http://issuu.com/campanhacresca.
A pesquisa ressalta também o excesso de consumo, que acontece nos países desenvolvidos. A maioria dos alimentos do mundo está no Norte e no Ocidente, sendo insuficiente em outros lugares. Na Europa, os mercados e estabelecimentos comerciais têm alimentos em quantidades suficientes para oferecer mais de 3 mil calorias por dia a toda e qualquer pessoa. Nos Estados Unidos, esse número gira em torno de 3.600 calorias. Em média, uma pessoa precisa ingerir por volta de 2 mil calorias por dia.
No Brasil, os excessos são menores, os maiores problemas são de fato as perdas da produção até o consumo. E não é recente. Há 17 anos, uma produção cinematográfica, de 1989, que fez a cadeia produtiva de um tomate se tornar protagonista de um curta-metragem, foi eleito, pela crítica europeia, como um dos cem mais importantes do século.
O documentário "Ilha das Flores", de Jorge Furtado, mostrava a problemática da sociedade de consumo, a riqueza e a desigualdade. O filme ajudou a refletir sobre o estágio em que chegou o ser humano em busca de alimento, e diante da abundância que há nas prateleiras dos supermercados. E ainda mostrava as perdas na cadeia de produção de alimentos, da colheita até chegar ao supermercado, e o desperdício que ocorre na hora do consumo. Por fim, o tomate apodrece e acaba no lixão, onde pessoas disputam os restos de comida, mas só depois de rejeitados pelos porcos criados no local.
(O Globo, Caderno Amanhã - 30/10)
Bastidores da tragédia Kaiowá-Guarani: Multinacionais, partidos, Justiça…
Via Instituto Humanitas Unisinos
26.10.2012
Antropólogo e jornalista, Spensy Pimentel deixou, em 2007, o trabalho como repórter especial em Brasília, na Agência Brasil, para se dedicar à pesquisa de doutorado na USP, sobre a vida política dos Guarani-Kaiowá, atualmente em fase de conclusão. Spensy já tinha defendido o mestrado, também na USP, sobre a epidemia de suicídios verificada entre esses indígenas desde os anos 80. Realizou pesquisa no Mato Grosso do Sul exatamente no periodo em que os conflitos entre índios e fazendeiros se acirraram, desde 2009.
Em 2011, Spensy Pimentel lançou, junto com parceiros, o vídeo "Mbaraká – A Palavra que age", sobre o envolvimento dos xamãs Guarani-Kaiowá com a luta pela terra em MS.
Nesta conversa com Terra Magazine, 25-10-2012, o antropólogo Spensy Pimentel elenca alguns dos atores presentes nos bastidores dessa tragédia: - (…) O movimento de recuperação das terras, que organiza as grandes assembleias (Aty Guasu), é uma reação a esse confinamento que o Estado brasileiro impôs aos Kaiowá e Guarani.
Diz ainda Spensy Pimentel: - Esse confinamento foi realizado para viabilizar a instalação do agronegócio ali: cana, soja, gado, milho produzidos para exportação, em parceria (insumos, apoio tecnológico e, muitas vezes, financiamento) de multinacionais como Bunge, Cargill, ADM, Monsanto…
Eis a entrevista.
Quando fui ao Mato Grosso do Sul, em 1999, encontrei dados que davam conta de 308 suicídios entre 1986 e 1999. Recentemente, a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) divulgou que, de 2000 a 2011, foram mais 555 casos. Como os indígenas percebem o fenômeno?
Há uma série de dificuldades para acessar o que os Kaiowá e Guarani entendem sobre essas mortes. Em primeiro lugar, pode-se compreender que, para qualquer família em que acontece uma morte desse tipo, há, muitas vezes, certa reserva, certo receio de falar a respeito. As informações que pude obter se baseavam, em geral, na conversa com pessoas que conviviam com as famílias onde os casos ocorreram. A partir daí, é possível obter dados sobre as motivações das pessoas – boa parte, jovens – e sobre a forma como os familiares reagem. Em geral, posso dizer que, ao contrário do que já avaliaram algumas pessoas, essas mortes são, sim, um grande incômodo para as famílias Kaiowá e Guarani.
Por que isso está acontecendo?
Não é por acaso que essas mortes começaram a acontecer em maior número desde os anos 80. Os Kaiowá e Guarani mais antigos não se lembram de ter visto mais que um ou dois casos de enforcamentos antes desse período. Esse tipo de morte existia, mas era raro. Nos anos 80, no fim do regime militar, completa-se o processo de expulsão desses indígenas das áreas que eles ocupavam, em geral, nas beiras de rios e córregos, por todo o sul de Mato Grosso do Sul. Dezenas de grupos são literalmente despejados dentro das antigas reservas demarcadas pelo Serviço de Proteção ao Índio entre 1915 e 1928 para liberar a região para o agronegócio. É o que alguns chamam de “confinamento”, pois as antigas áreas, somadas, não passavam de 18 mil hectares. O processo não ocorreu sem reação por parte dos indígenas. Se você olhar os arquivos, vai ver notícias sobre grupos que resistiam aos despejos já em 1978, 1979.
O confinamento tem relação direta com essa tragédia dos suicídios, então?
Essa ação – movida em plena ditadura, é sempre bom lembrar – gerou uma mistura muito grande de famílias vindas de lugares diferentes, sem laços construídos historicamente, disputando recursos em áreas extremamente limitadas. Essas pessoas ficaram submetidas a alguns grupos recrutados pela Funai, como antes pelo SPI, em torno de um "capitão", que era um indígena empoderado pelo Estado para, em alguns lugares, ser uma espécie de microditador ali do local. Essas figuras recebiam apoio da ditadura para reprimir os demais indígenas que tentassem voltar para seus lugares de origem, como eles fazem até hoje, em casos como o de Pyelito. Foi nesse ambiente autoritário, opressor e miserável que os suicídios se multiplicaram. Só muito recentemente a Funai deixou de empoderar esses capitães.
As pessoas têm uma enorme ansiedade de voltar para seus lugares de origem, que chamam de "tekoha" (lugar onde se pode viver do nosso jeito). Elas querem escapar das reservas porque, ali, sentem que vivem mal. O ambiente nesses lugares é, hoje, tão precário que os jovens estão fazendo rap, eles se identificam com os problemas que grupos como o Racionais MC’s expõem em suas músicas, em relação às favelas de São Paulo: violência, racismo… Em suma, o Brasil impôs um projeto para os Kaiowá e Guarani que eles não aceitam. CONTINUA!
26.10.2012
Antropólogo e jornalista, Spensy Pimentel deixou, em 2007, o trabalho como repórter especial em Brasília, na Agência Brasil, para se dedicar à pesquisa de doutorado na USP, sobre a vida política dos Guarani-Kaiowá, atualmente em fase de conclusão. Spensy já tinha defendido o mestrado, também na USP, sobre a epidemia de suicídios verificada entre esses indígenas desde os anos 80. Realizou pesquisa no Mato Grosso do Sul exatamente no periodo em que os conflitos entre índios e fazendeiros se acirraram, desde 2009.
Em 2011, Spensy Pimentel lançou, junto com parceiros, o vídeo "Mbaraká – A Palavra que age", sobre o envolvimento dos xamãs Guarani-Kaiowá com a luta pela terra em MS.
Nesta conversa com Terra Magazine, 25-10-2012, o antropólogo Spensy Pimentel elenca alguns dos atores presentes nos bastidores dessa tragédia: - (…) O movimento de recuperação das terras, que organiza as grandes assembleias (Aty Guasu), é uma reação a esse confinamento que o Estado brasileiro impôs aos Kaiowá e Guarani.
Diz ainda Spensy Pimentel: - Esse confinamento foi realizado para viabilizar a instalação do agronegócio ali: cana, soja, gado, milho produzidos para exportação, em parceria (insumos, apoio tecnológico e, muitas vezes, financiamento) de multinacionais como Bunge, Cargill, ADM, Monsanto…
Eis a entrevista.
Quando fui ao Mato Grosso do Sul, em 1999, encontrei dados que davam conta de 308 suicídios entre 1986 e 1999. Recentemente, a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) divulgou que, de 2000 a 2011, foram mais 555 casos. Como os indígenas percebem o fenômeno?
Há uma série de dificuldades para acessar o que os Kaiowá e Guarani entendem sobre essas mortes. Em primeiro lugar, pode-se compreender que, para qualquer família em que acontece uma morte desse tipo, há, muitas vezes, certa reserva, certo receio de falar a respeito. As informações que pude obter se baseavam, em geral, na conversa com pessoas que conviviam com as famílias onde os casos ocorreram. A partir daí, é possível obter dados sobre as motivações das pessoas – boa parte, jovens – e sobre a forma como os familiares reagem. Em geral, posso dizer que, ao contrário do que já avaliaram algumas pessoas, essas mortes são, sim, um grande incômodo para as famílias Kaiowá e Guarani.
Por que isso está acontecendo?
Não é por acaso que essas mortes começaram a acontecer em maior número desde os anos 80. Os Kaiowá e Guarani mais antigos não se lembram de ter visto mais que um ou dois casos de enforcamentos antes desse período. Esse tipo de morte existia, mas era raro. Nos anos 80, no fim do regime militar, completa-se o processo de expulsão desses indígenas das áreas que eles ocupavam, em geral, nas beiras de rios e córregos, por todo o sul de Mato Grosso do Sul. Dezenas de grupos são literalmente despejados dentro das antigas reservas demarcadas pelo Serviço de Proteção ao Índio entre 1915 e 1928 para liberar a região para o agronegócio. É o que alguns chamam de “confinamento”, pois as antigas áreas, somadas, não passavam de 18 mil hectares. O processo não ocorreu sem reação por parte dos indígenas. Se você olhar os arquivos, vai ver notícias sobre grupos que resistiam aos despejos já em 1978, 1979.
O confinamento tem relação direta com essa tragédia dos suicídios, então?
Essa ação – movida em plena ditadura, é sempre bom lembrar – gerou uma mistura muito grande de famílias vindas de lugares diferentes, sem laços construídos historicamente, disputando recursos em áreas extremamente limitadas. Essas pessoas ficaram submetidas a alguns grupos recrutados pela Funai, como antes pelo SPI, em torno de um "capitão", que era um indígena empoderado pelo Estado para, em alguns lugares, ser uma espécie de microditador ali do local. Essas figuras recebiam apoio da ditadura para reprimir os demais indígenas que tentassem voltar para seus lugares de origem, como eles fazem até hoje, em casos como o de Pyelito. Foi nesse ambiente autoritário, opressor e miserável que os suicídios se multiplicaram. Só muito recentemente a Funai deixou de empoderar esses capitães.
As pessoas têm uma enorme ansiedade de voltar para seus lugares de origem, que chamam de "tekoha" (lugar onde se pode viver do nosso jeito). Elas querem escapar das reservas porque, ali, sentem que vivem mal. O ambiente nesses lugares é, hoje, tão precário que os jovens estão fazendo rap, eles se identificam com os problemas que grupos como o Racionais MC’s expõem em suas músicas, em relação às favelas de São Paulo: violência, racismo… Em suma, o Brasil impôs um projeto para os Kaiowá e Guarani que eles não aceitam. CONTINUA!
Desembargadora determina que os guaranis caiovás permaneçam em fazenda
Via blog do Noblat
31.10.2012
Márcio Allemand, O Globo
Até segunda ordem está garantida a permanência dos índios guarani caiowá na fazenda Cambará, em Iguatemi, em Mato Grosso do Sul, a 462 km de Campo Grande. A determinação foi proferida pela desembargadora Cecília Mello, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que nesta terça-feira anulou sentença de primeira instância, que ordenou a desocupação da área.
A desembargadora lembrou ainda que a área da fazenda faz parte de um procedimento de demarcação de terras em curso, e que vai demorar para que se tenha uma decisão definitiva quanto ao seu legítimo proprietário.
Leia mais em Desembargadora determina que os guaranis caiovás permaneçam em fazenda
31.10.2012
Márcio Allemand, O Globo
Até segunda ordem está garantida a permanência dos índios guarani caiowá na fazenda Cambará, em Iguatemi, em Mato Grosso do Sul, a 462 km de Campo Grande. A determinação foi proferida pela desembargadora Cecília Mello, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que nesta terça-feira anulou sentença de primeira instância, que ordenou a desocupação da área.
A desembargadora lembrou ainda que a área da fazenda faz parte de um procedimento de demarcação de terras em curso, e que vai demorar para que se tenha uma decisão definitiva quanto ao seu legítimo proprietário.
Leia mais em Desembargadora determina que os guaranis caiovás permaneçam em fazenda
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Guaranis kaiowás pedem à Procuradoria-Geral da República mais segurança e rapidez na demarcação de suas terras
Via Agência Brasil
Por Luciano Nascimento
29.10.2012
Brasília - Líderes indígenas da etnia Guarani Kaiowá e Ñadeva pediram hoje (29) à Procuradoria-Geral da República (PGR) mais segurança e urgência no processo de demarcação de suas terras em Mato Grosso do Sul. Eles se reuniram com a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat. Os índios também entregaram um documento solicitando o apoio do Ministério Público Federal (MPF) para garantir melhorias no acesso ao Acampamento Pyelito Kue/Mbarakay, área ocupada pelos indígenas na Fazenda Cambará, em Iguatemi, sul de Mato Grosso do Sul (MS).
No documento, eles explicam a situação pela qual passam e reafirmam que “a comunidade decidiu que não vai sair nem por bem e nem por mal”. “Vamos lutar pela nossa terra até o último guerreiro”, diz. Os índios relataram ainda a ocorrência de mais um suicídio, no último sábado (26) e também denunciaram o estupro de uma índia ocorrido na quarta-feira (24).
Otoniel Guarani Ñadeva, um dos líderes, disse que os índios estão se sentindo ameaçados e que precisam que o Estado trabalhe para dar mais segurança aos índios que estão no Acampamento Pyelito Kue/Mbarakay, onde vivem atualmente 200 índios guarani kaiowás. O acampamento ocupa uma área de 2 hectares.
Para Otoniel, a demora da Fundação Nacional do Índio (Funai) em divulgar o relatório definindo se a área reivindicada pelos índios pertence à etnia, está contribuindo para a situação de violência. “Nós queremos resolver a questão da demarcação das terras. Queremos que a Funai divulgue o resultado final sobre a demarcação de terras. Aí, sim, acabaria a violência que o nosso povo sofre hoje”, disse.
Para Deborah Duprat, que coordena a 6ª Câmara do MPF, que trata de populações indígenas e comunidades tradicionais, a situação dos guaranis kaiowás é “um dos vários casos em que a omissão do Estado na demarcação de terras indígenas gera reações dramáticas como essa”, disse.
Segundo ela, a situação dos guaranis kaiowás é semelhante à vivenciada na demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. “Há uma reação enorme do setor dito produtivo de Mato Grosso do Sul. Há uma resistência que chega a ser quase um racismo institucional. O estado colocando as suas instituições contra os índios”, declarou.
Pra a vice-procuradora, o MPF tem cobrado agilidade da Funai na divulgação do relatório, mas que a fundação vem estourando todos os prazos. “A Funai firmou com o MPF, há cerca de três anos, um termo de ajustamento de conduta se comprometendo com prazos para a identificação de todas as áreas indígenas em Mato Grosso do Sul. Nada disso foi cumprido. É preciso que esses processos sejam concluídos”, disse.
No dia 16 de outubro, o MPF em Dourados apresentou recurso no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF 3) para reformar a decisão da Justiça Federal em Naviraí, que determinou a saída dos índios da fazenda. O MPF pede a permanência da etnia Guarani Kaiowá na área até que sejam concluídos os estudos antropológicos aptos a determinar a tradicionalidade da ocupação. A expectativa é que o recurso seja julgado até quarta-feira (31).
Mais duas lideranças vão se juntar ao grupo que está em Brasília. Eles representam 94 mil índios de oito etnias. Amanhã (300 na parte da, eles vão se reunir com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, para tratar das violação de direitos humanos sofrida pelos índios.
Edição: Aécio Amado
Por Luciano Nascimento
29.10.2012
Brasília - Líderes indígenas da etnia Guarani Kaiowá e Ñadeva pediram hoje (29) à Procuradoria-Geral da República (PGR) mais segurança e urgência no processo de demarcação de suas terras em Mato Grosso do Sul. Eles se reuniram com a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat. Os índios também entregaram um documento solicitando o apoio do Ministério Público Federal (MPF) para garantir melhorias no acesso ao Acampamento Pyelito Kue/Mbarakay, área ocupada pelos indígenas na Fazenda Cambará, em Iguatemi, sul de Mato Grosso do Sul (MS).
No documento, eles explicam a situação pela qual passam e reafirmam que “a comunidade decidiu que não vai sair nem por bem e nem por mal”. “Vamos lutar pela nossa terra até o último guerreiro”, diz. Os índios relataram ainda a ocorrência de mais um suicídio, no último sábado (26) e também denunciaram o estupro de uma índia ocorrido na quarta-feira (24).
Otoniel Guarani Ñadeva, um dos líderes, disse que os índios estão se sentindo ameaçados e que precisam que o Estado trabalhe para dar mais segurança aos índios que estão no Acampamento Pyelito Kue/Mbarakay, onde vivem atualmente 200 índios guarani kaiowás. O acampamento ocupa uma área de 2 hectares.
Para Otoniel, a demora da Fundação Nacional do Índio (Funai) em divulgar o relatório definindo se a área reivindicada pelos índios pertence à etnia, está contribuindo para a situação de violência. “Nós queremos resolver a questão da demarcação das terras. Queremos que a Funai divulgue o resultado final sobre a demarcação de terras. Aí, sim, acabaria a violência que o nosso povo sofre hoje”, disse.
Para Deborah Duprat, que coordena a 6ª Câmara do MPF, que trata de populações indígenas e comunidades tradicionais, a situação dos guaranis kaiowás é “um dos vários casos em que a omissão do Estado na demarcação de terras indígenas gera reações dramáticas como essa”, disse.
Segundo ela, a situação dos guaranis kaiowás é semelhante à vivenciada na demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. “Há uma reação enorme do setor dito produtivo de Mato Grosso do Sul. Há uma resistência que chega a ser quase um racismo institucional. O estado colocando as suas instituições contra os índios”, declarou.
Pra a vice-procuradora, o MPF tem cobrado agilidade da Funai na divulgação do relatório, mas que a fundação vem estourando todos os prazos. “A Funai firmou com o MPF, há cerca de três anos, um termo de ajustamento de conduta se comprometendo com prazos para a identificação de todas as áreas indígenas em Mato Grosso do Sul. Nada disso foi cumprido. É preciso que esses processos sejam concluídos”, disse.
No dia 16 de outubro, o MPF em Dourados apresentou recurso no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF 3) para reformar a decisão da Justiça Federal em Naviraí, que determinou a saída dos índios da fazenda. O MPF pede a permanência da etnia Guarani Kaiowá na área até que sejam concluídos os estudos antropológicos aptos a determinar a tradicionalidade da ocupação. A expectativa é que o recurso seja julgado até quarta-feira (31).
Mais duas lideranças vão se juntar ao grupo que está em Brasília. Eles representam 94 mil índios de oito etnias. Amanhã (300 na parte da, eles vão se reunir com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, para tratar das violação de direitos humanos sofrida pelos índios.
Edição: Aécio Amado
Livros - Série Boas Práticas - IPAM
Via site do IPAM:
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
Livro 4 - Legislação Ambiental: Mato Grosso
Livro 6 - Manual do Produtor Rural
Livro 7 - Identificando Mamíferos da Floresta de Transição Amazônia - Cerrado
Livro 8 - Defensivos agrícolas: Como evitar danos à saúde e ao meio ambiente
Você pode fazer o download dos livros acima, clicando aqui!
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
Série Boas Práticas
Livro 1 - Manejo e Recuperação de Mata Ciliar em Regiões Florestais da Amazônia
O objetivo dessa publicação é a defesa do bem social comum na Amazônia, conciliando o desenvolvimento socioeconômico com a conservação da natureza, partindo do pressuposto de que grande parte da degradação ambiental advinda da expansão da agricultura e pecuária na região poderia ser evitada ou revertida com práticas baratas e fáceis de implementar.
Livro 2 - Regularização ambiental e fundiária de propriedades rurais no Estado do Pará
Publicação reúne orientações de natureza legal para a regularização ambiental e fundiária no Estado do Pará, numa linguagem simples e com um conteúdo adequado para que sirva como um guia prático, simples e objetivo e de fácil acesso, mesmo para pessoas sem formação jurídica.
Livro 3 - Pegadas
Manual para proprietários e funcionários de fazendas na Amazônia identificarem animais através de suas pegadas.Livro 3 - Pegadas
Livro 4 - Legislação Ambiental: Mato Grosso
A publicação tem o objetivo de detalhar as regras de cumprimento da legislação federal e estadual do Mato Grosso, no que diz respeito à cobertura vegetal da propriedade, especificando as leis que regem a Reserva Legal, Área de Preservação Permanente, desmatamento e uso controlado do fogo.
Livro 5 - Manual para Restauração Florestal: Florestas de Transição
Manual objetiva auxiliar o produtor na escolha da técnica de restauro mais apropriada às suas condições ambientais e financeiras, conforme a situação de sua propriedade. Além disso, traz sugestões de manutenção e monitoramento da área recuperada e estimativas de custos. A publicação foi construída a partir de experiências nas cabeceiras dos rios Xingu e Araguaia, no Mato Grosso.
Livro 6 - Manual do Produtor Rural
Manual do Produtor Rural traz informações práticas e simplificadas para auxiliar a implantação de adequações nas propriedades rurais. Produzido por Aliança da Terra.
Livro 7 - Identificando Mamíferos da Floresta de Transição Amazônia - Cerrado
Guia de bolso apresenta a descrição de 22 pegadas de animais, e tem o objetivo de estimular os produtores locais a reconhecer e identificar a fauna de grandes mamíferos da Floresta de Transição Amazônia-Cerrado
Livro 8 - Defensivos agrícolas: Como evitar danos à saúde e ao meio ambiente
Livreto trata da questão de como reduzir o risco do uso de agrotóxicos para a saúde humana e para o meio ambiente. Esta publicação é o volume 8 da Série Boas Práticas e tem a colaboração de pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, Austria.
Você pode fazer o download dos livros acima, clicando aqui!
Mudança climática torna chuvas do Pacífico Sul imprevisíveis, diz estudo
Via G1
29.10.2012
Região pode ter tanto enchentes quanto secas, com combinação de fatores.
Ilhas já são ameaçadas pela possibilidade de aumento do nível do mar.
As alterações que a mudança climática devem provocar nos padrões das ilhas do Pacífico Sul serão extremas e imprevisíveis, segundo um estudo publicado neste domingo pela edição online da revista científica “Nature Climate Change”.
As chuvas na região devem ser afetadas de duas maneiras opostas. Por um lado, o aumento na temperatura tende a aumentar o volume de chuvas localmente. Por outro, a evaporação da água dos oceanos será alterada. CONTINUA!
saiba mais:
29.10.2012
Região pode ter tanto enchentes quanto secas, com combinação de fatores.
Ilhas já são ameaçadas pela possibilidade de aumento do nível do mar.
As alterações que a mudança climática devem provocar nos padrões das ilhas do Pacífico Sul serão extremas e imprevisíveis, segundo um estudo publicado neste domingo pela edição online da revista científica “Nature Climate Change”.
As chuvas na região devem ser afetadas de duas maneiras opostas. Por um lado, o aumento na temperatura tende a aumentar o volume de chuvas localmente. Por outro, a evaporação da água dos oceanos será alterada. CONTINUA!
saiba mais:
Furacão Sandy - EUA
No Estadão:
30.10.2012
Água atinge 1,5m nos locais afetados pelo rompimento do dique;
supertempestade avança pelo continente
Lúcia Guimarães: 'Mar invadiu os três aeroportos de Nova York'
'Estadão ESPN': correspondente do 'Estado' conta como população dos EUA
enfrenta a supertempestade
Sandy: cinegrafistas amadores gravam chegada
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30.10.2012
Furacão Sandy causa ao menos 15 mortes e deixa 6,5 mi sem luz nos EUA
Fenômeno atingiu 13 Estados e Washington (DC) com ventos de 137 km/h; em NY, sete túneis foram inundados; 1 pessoa morreu no Canadá- Tempestade causa maior paralisação desde o 11/9
- Mapa do Google informa sobre a tempestade
- CHACRA: como é esperar o furacão em Nova York
- Sandy: cinegrafistas amadores gravam chegada
Lúcia Guimarães: 'Mar invadiu os três aeroportos de Nova York'
Sandy: cinegrafistas amadores gravam chegada
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The New York Times
30.10.2012
MAIS SOBRE O FURACÃO AQUI!!!
(em inglês)
(em inglês)
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Botucatu na luta pelos Guarani-Kaiowá
Recebi por e-mail
Matéria de Sérgio Viana
Índios Guarani-Kaiowás recebem passeata de apoio em Botucatu-SP
Assim como milhares de outras cidades brasileiras, Botucatu carrega em seu próprio nome traços de cultura indígena (do Tupi, Ybytu-katu significa “bons ares ou ventos). No entanto, não foi esse o motivo que levou mais de cem botucatuenses às ruas neste último sábado (27).
Sensibilizados pela publicação de uma carta da comunidade Guarani-Kaiowá [LEIA A CARTA], que denuncia o descaso, torturas, assassinatos e, por fim, o despejo de índios de uma terra ocupada há centenas de anos por eles, jovens estudantes criaram um evento pelo Facebook chamando amigos e conhecidos para participar de uma passeata pela causa indígena. Além do convite, uma série de informações sobre o caso e a discussão de como a passeata seria organizada foram discutidas via rede social. No total, foram convidadas mais de 5 mil pessoas, das quais 448 confirmaram que participariam da manifestação.
A concentração de pessoas começou a partir das 15 horas na Praça do Bosque, região central de Botucatu. Alguns já vieram totalmente preparados com cartazes, instrumentos e caras pintadas de vermelho e preto – cores tipicamente usadas pelos índios Guaranis –, outros puderam se aproveitar de tintas e cartolinas e produzir seu próprio material ali, pouco antes de tomarem o principal corredor comercial da cidade escoltados pela Guarda Civil Municipal.
Ao longo do caminho, os manifestantes tocaram musicas, deram gritos de apoio à comunidade Guarani-Kaiowás e distribuíram panfletos com informações sobre o que está acontecendo com os índios no Mato Grosso do Sul.
Os organizadores já esperavam que o número de adeptos reais ao movimento seria menor do que os virtuais (no Facebook). “Pode parecer que não foi muita gente, mas foi muito importante, pelo menos, que tantos tenham visto que nós estávamos preocupados com essa causa”, afirma Raul Micheleto, 18, estudante de cursinho pré-universitário, que iniciou o movimento com Malvina Parré, estudante de Medicina Veterinária da Unesp/Botucatu.
Ao fim do percurso, os mais de cem participantes se concentraram em outra praça da região central e puderam ouvir e dar depoimentos sobre a causa e a participação na passeata. A professora Nora Santos Silva, 56, se disse impressionada com a reunião de pessoas de diferentes gerações por uma mesma causa. “O sentimento que fica é de que os índios, mais uma vez, nos ensinam que o coletivo é forte. O coletivo é o melhor remédio para uma sociedade que prega tanto individualismo”, comentou.
A esperança de quem participou da passeata é que somadas diversas outras ações pela mesma causa o Governo Federal, do Estado do Mato Grosso do Sul e a Justiça Federal, se manifestem e interfiram no caso, impedindo o despejo, garantindo segurança aos índios contra os fazendeiros e jagunços e demarcando definitivamente as terras que deveriam ser dos índios por direito.
Raul e outros colegas disseram que a passeata pelos índios Guarani-Kaiowás foi o primeiro passo para a criação do Movimento de Ativismo Social Botucatuense (MASB), que tratará de levantar questões e promover o debate sobre temas sociais, ambientais e de Direitos Humanos.
Ação Beneficente
Também para ajudar à comunidade Guarani-Kaiowá o MASB está recebendo doações de alimentos, que serão levados até os índios do MS diretamente ou através de um comitê central da causa, que está sendo organizado em São Paulo.
Em Botucatu, os alimentos não perecíveis devem ser entregues durante o horário comercial no Núcleo de Orientação Integral da Aprendizagem (NOIA), que fica na Rua Amando de Barros, 1058, no Centro (com entrada também pela Rua João Passos).
Sérgio Viana
(14) 9615 - 9034
Comentário básico.
Grande abraço, meus queridos!!!
Botucatu mora no meu coração!!!
Adelidia Chiarelli
Matéria de Sérgio Viana
Índios Guarani-Kaiowás recebem passeata de apoio em Botucatu-SP
Assim como milhares de outras cidades brasileiras, Botucatu carrega em seu próprio nome traços de cultura indígena (do Tupi, Ybytu-katu significa “bons ares ou ventos). No entanto, não foi esse o motivo que levou mais de cem botucatuenses às ruas neste último sábado (27).
Sensibilizados pela publicação de uma carta da comunidade Guarani-Kaiowá [LEIA A CARTA], que denuncia o descaso, torturas, assassinatos e, por fim, o despejo de índios de uma terra ocupada há centenas de anos por eles, jovens estudantes criaram um evento pelo Facebook chamando amigos e conhecidos para participar de uma passeata pela causa indígena. Além do convite, uma série de informações sobre o caso e a discussão de como a passeata seria organizada foram discutidas via rede social. No total, foram convidadas mais de 5 mil pessoas, das quais 448 confirmaram que participariam da manifestação.
A concentração de pessoas começou a partir das 15 horas na Praça do Bosque, região central de Botucatu. Alguns já vieram totalmente preparados com cartazes, instrumentos e caras pintadas de vermelho e preto – cores tipicamente usadas pelos índios Guaranis –, outros puderam se aproveitar de tintas e cartolinas e produzir seu próprio material ali, pouco antes de tomarem o principal corredor comercial da cidade escoltados pela Guarda Civil Municipal.
Ao longo do caminho, os manifestantes tocaram musicas, deram gritos de apoio à comunidade Guarani-Kaiowás e distribuíram panfletos com informações sobre o que está acontecendo com os índios no Mato Grosso do Sul.
Os organizadores já esperavam que o número de adeptos reais ao movimento seria menor do que os virtuais (no Facebook). “Pode parecer que não foi muita gente, mas foi muito importante, pelo menos, que tantos tenham visto que nós estávamos preocupados com essa causa”, afirma Raul Micheleto, 18, estudante de cursinho pré-universitário, que iniciou o movimento com Malvina Parré, estudante de Medicina Veterinária da Unesp/Botucatu.
Ao fim do percurso, os mais de cem participantes se concentraram em outra praça da região central e puderam ouvir e dar depoimentos sobre a causa e a participação na passeata. A professora Nora Santos Silva, 56, se disse impressionada com a reunião de pessoas de diferentes gerações por uma mesma causa. “O sentimento que fica é de que os índios, mais uma vez, nos ensinam que o coletivo é forte. O coletivo é o melhor remédio para uma sociedade que prega tanto individualismo”, comentou.
A esperança de quem participou da passeata é que somadas diversas outras ações pela mesma causa o Governo Federal, do Estado do Mato Grosso do Sul e a Justiça Federal, se manifestem e interfiram no caso, impedindo o despejo, garantindo segurança aos índios contra os fazendeiros e jagunços e demarcando definitivamente as terras que deveriam ser dos índios por direito.
Raul e outros colegas disseram que a passeata pelos índios Guarani-Kaiowás foi o primeiro passo para a criação do Movimento de Ativismo Social Botucatuense (MASB), que tratará de levantar questões e promover o debate sobre temas sociais, ambientais e de Direitos Humanos.
Ação Beneficente
Também para ajudar à comunidade Guarani-Kaiowá o MASB está recebendo doações de alimentos, que serão levados até os índios do MS diretamente ou através de um comitê central da causa, que está sendo organizado em São Paulo.
Em Botucatu, os alimentos não perecíveis devem ser entregues durante o horário comercial no Núcleo de Orientação Integral da Aprendizagem (NOIA), que fica na Rua Amando de Barros, 1058, no Centro (com entrada também pela Rua João Passos).
Sérgio Viana
(14) 9615 - 9034
Comentário básico.
Grande abraço, meus queridos!!!
Botucatu mora no meu coração!!!
Adelidia Chiarelli
Professora é demitida após divulgar fotos de escola alagada em Imperatriz
Via G1
Por Fernanda Libério
27.10.2012
A divulgação em redes sociais de fotos que mostram alunos fazendo prova embaixo de guarda-chuvas causou a demissão de uma professora do ensino municipal de Imperatriz (MA). As imagens causaram impacto e o caso ganhou repercussão na cidade. O secretário municipal de Educação, Zeziel Ribeiro da Silva, disse que a medida foi tomada porque a professora procedeu de forma errada. A reportagem foi sugerida por um internauta através do VC no G1.
Uiliene Araújo Santa Rosa, de 24 anos, foi afastada e teve seu contrato com a Prefeitura Municipal de Imperatriz encerrado nesta sexta-feira (26), após a publicação das fotos que mostravam uma sala de aula do Colégio Municipalizado Guilherme Dourado. Nas imagens é possível ver os alunos se protegendo com guarda-chuvas, além do chão da sala de aula alagado e buracos no telhado da instituição. De acordo com a professora, a intenção ao publicar as imagens era chamar a atenção para os problemas da rede municipal. “Não identifiquei o nome do colégio ou de qualquer funcionário da instituição, mas publiquei as fotos em meu perfil pessoal, pois acredito que não se deve ficar de braços cruzados diante de uma situação assim”, falou ao G1.
Após a publicação das fotos, Uiliene conta que percebeu que os colegas a tratavam de forma diferente. “Quando voltamos do feriado, percebi que os funcionários me olhavam de uma forma diferente e já não falavam comigo. Era por causa das fotos. Então começaram a boicotar minhas aulas. Não liberavam data-show ou televisão para que eu trouxesse material para os meus alunos, coisa que faziam para os outros professores”, afirmou ela. CONTINUA!
Comentário básico:
Esse é o país das Olimpíadas!!!
Esse é o país da Copa!!!
Adelidia Chiarelli
Por Fernanda Libério
27.10.2012
Imagens mostram alunos realizando prova segurando guarda-chuvas.
Secretário municipal disse que professora procedeu de forma errada.
Secretário municipal disse que professora procedeu de forma errada.
Após chuva, sala de aula do Colégio Municipalizado Guilherme Dourado ficou alagada e alunos tiveram que se proteger com guarda-chuvas (Foto: Uiliene Araújo/Arquivo Pessoal) |
A divulgação em redes sociais de fotos que mostram alunos fazendo prova embaixo de guarda-chuvas causou a demissão de uma professora do ensino municipal de Imperatriz (MA). As imagens causaram impacto e o caso ganhou repercussão na cidade. O secretário municipal de Educação, Zeziel Ribeiro da Silva, disse que a medida foi tomada porque a professora procedeu de forma errada. A reportagem foi sugerida por um internauta através do VC no G1.
Uiliene Araújo Santa Rosa, de 24 anos, foi afastada e teve seu contrato com a Prefeitura Municipal de Imperatriz encerrado nesta sexta-feira (26), após a publicação das fotos que mostravam uma sala de aula do Colégio Municipalizado Guilherme Dourado. Nas imagens é possível ver os alunos se protegendo com guarda-chuvas, além do chão da sala de aula alagado e buracos no telhado da instituição. De acordo com a professora, a intenção ao publicar as imagens era chamar a atenção para os problemas da rede municipal. “Não identifiquei o nome do colégio ou de qualquer funcionário da instituição, mas publiquei as fotos em meu perfil pessoal, pois acredito que não se deve ficar de braços cruzados diante de uma situação assim”, falou ao G1.
Após a publicação das fotos, Uiliene conta que percebeu que os colegas a tratavam de forma diferente. “Quando voltamos do feriado, percebi que os funcionários me olhavam de uma forma diferente e já não falavam comigo. Era por causa das fotos. Então começaram a boicotar minhas aulas. Não liberavam data-show ou televisão para que eu trouxesse material para os meus alunos, coisa que faziam para os outros professores”, afirmou ela. CONTINUA!
Comentário básico:
Esse é o país das Olimpíadas!!!
Esse é o país da Copa!!!
Adelidia Chiarelli
Serviço em São Paulo acompanha albinos
Via Estadão
Por MARIANA LENHARO
28.10.2012
Piloto da Santa Casa oferece atendimento médico e psicológico; ideia é expandi-lo para todo o País
Ser albino não significa apenas ter pele e olhos bem mais claros que o resto da população. A falta de melanina no organismo torna mais comum a ocorrência de problemas de saúde na pele e nos olhos. A condição rara, que afeta em média 1 entre cada 17 mil habitantes na Europa (no Brasil, ainda não existe uma estimativa), demanda cuidados médicos especiais.
Foi com o objetivo de conhecer melhor as especificidades dos albinos no Brasil que médicos da Santa Casa da Misericórdia de São Paulo criaram um serviço de atendimento especializado para essa população. Trata-se de um projeto piloto que, se tiver bons resultados, poderá ser levado para todos os serviços de saúde conveniados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), de acordo com o dermatologista Marcus Maia, que está à frente da iniciativa. CONTINUA!
Por MARIANA LENHARO
28.10.2012
Piloto da Santa Casa oferece atendimento médico e psicológico; ideia é expandi-lo para todo o País
Ser albino não significa apenas ter pele e olhos bem mais claros que o resto da população. A falta de melanina no organismo torna mais comum a ocorrência de problemas de saúde na pele e nos olhos. A condição rara, que afeta em média 1 entre cada 17 mil habitantes na Europa (no Brasil, ainda não existe uma estimativa), demanda cuidados médicos especiais.
Foi com o objetivo de conhecer melhor as especificidades dos albinos no Brasil que médicos da Santa Casa da Misericórdia de São Paulo criaram um serviço de atendimento especializado para essa população. Trata-se de um projeto piloto que, se tiver bons resultados, poderá ser levado para todos os serviços de saúde conveniados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), de acordo com o dermatologista Marcus Maia, que está à frente da iniciativa. CONTINUA!
domingo, 28 de outubro de 2012
Resíduos de antibiótico veterinário atingem o solo
Via Agência USP de Notícias
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
23.10.2012
A presença de resíduos de antibióticos de uso veterinário no solo e em cama de frango (revestimento sobre o qual ficam os animais no criadouro) é comprovada por pesquisa do engenheiro agrônomo Rafael Leal no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba. Os compostos podem favorecer a resistência de micro-organismos aos antibióticos e se acumular em vegetais usados no consumo humano. O pesquisador aponta que ainda não há legislação sobre limites de resíduos no ambiente e recomenda o controle e o monitoramento das substâncias em uso na criação de animais. Continua
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
23.10.2012
A presença de resíduos de antibióticos de uso veterinário no solo e em cama de frango (revestimento sobre o qual ficam os animais no criadouro) é comprovada por pesquisa do engenheiro agrônomo Rafael Leal no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba. Os compostos podem favorecer a resistência de micro-organismos aos antibióticos e se acumular em vegetais usados no consumo humano. O pesquisador aponta que ainda não há legislação sobre limites de resíduos no ambiente e recomenda o controle e o monitoramento das substâncias em uso na criação de animais. Continua
Depressão é principal motivo para paciente com HIV deixar tratamento
Via Estadão
Por Mariana Lenharo
27.10.2012
Estudo feito pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas com 201 soropositivos que interromperam a terapia mostrou que 53% falharam na adesão por estarem deprimidos
SÃO PAULO - A depressão é o principal motivo que leva pacientes com HIV a abandonar o tratamento. Um estudo feito pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas com 201 soropositivos que interromperam a terapia mostrou que 53% falharam na adesão por estarem deprimidos. A falta de tempo para comparecer às consultas e o medo de perder o emprego também apareceram como fatores importantes: 38% alegaram esses motivos para cessar o acompanhamento médico.
O levantamento envolveu pacientes que abandonaram as consultas por pelo menos seis meses sem justificativas. Com base nas conclusões do estudo, o Emílio Ribas criou um grupo de adesão semanal. Batizado de Tá Difícil de Engolir? - em referência à quantidade de pílulas que alguns dos pacientes têm de tomar diariamente -, o projeto funciona como uma terapia em grupo, na qual cada um relata suas próprias dificuldades em relação ao tratamento. Continua
Por Mariana Lenharo
27.10.2012
Estudo feito pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas com 201 soropositivos que interromperam a terapia mostrou que 53% falharam na adesão por estarem deprimidos
SÃO PAULO - A depressão é o principal motivo que leva pacientes com HIV a abandonar o tratamento. Um estudo feito pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas com 201 soropositivos que interromperam a terapia mostrou que 53% falharam na adesão por estarem deprimidos. A falta de tempo para comparecer às consultas e o medo de perder o emprego também apareceram como fatores importantes: 38% alegaram esses motivos para cessar o acompanhamento médico.
O levantamento envolveu pacientes que abandonaram as consultas por pelo menos seis meses sem justificativas. Com base nas conclusões do estudo, o Emílio Ribas criou um grupo de adesão semanal. Batizado de Tá Difícil de Engolir? - em referência à quantidade de pílulas que alguns dos pacientes têm de tomar diariamente -, o projeto funciona como uma terapia em grupo, na qual cada um relata suas próprias dificuldades em relação ao tratamento. Continua
sábado, 27 de outubro de 2012
Somos todos Guarani-Kaiowá
Via Nosso Planeta
Por Nurit Bensusan
26.10.2012
Talvez tenha começado com os gritos em Paris, em maio de 1968, quando Daniel Cohn Bendit, um dos líderes estudantis do movimento, judeu e alemão, foi expulso da França: somos todos judeus alemães! Cohn Bendit afirmou numa entrevista a France Press, em 2008, que para ele essa era a imagem de 68 que persistia, "o espírito de solidariedade multirracial da época... estar em uma sociedade onde você tem a impressão de estar sozinho e, de repente, não está."
A mim me parece que esse slogan teve tanto impacto, também, porque não havia tanto tempo que a segunda guerra e o avassalador holocausto judeu tinham terminado. Ou seja, somos todos judeus, esses mesmos que estiveram completamente desamparados e abandonados por todos alguns poucos anos antes. Conhecer a atrocidade que levou ao fim de milhares de comunidades e assassinou seis milhões de indivíduos é fundamental para entender o que é o mundo hoje. É como se as fronteiras do aceitável tivessem se alargado para permitir que tais situações ocorressem e que a própria concepção de humanidade fosse revisitada para abarcar o inominável, o inaceitável, o inexplicável, mas ainda assim, real.
De lá para cá, inúmeras foram as situações onde tal alargamento da concepção de humanidade foi útil... se não, como conceber o massacre de Ruanda, por exemplo? E agora, diante de nós, na mídia, nas nossas redes sociais, se delineia mais uma dessas situações: a declaração de morte coletiva de um grupo Guarani Kaiowá. 170 indios, dos quais 70 crianças, que pedem à justiça brasileira que sua morte seja decretada e que tratores sejam enviados para enterrarem os corpos. Chegaram a esse extremo depois que o estado brasileiro falhou fragorosamente em garantir os direitos desse povo, assegurando a ele condições de viver. Hoje a média de suicídios entre os Guarani Kaiowá é de uma pessoa a cada seis dias. Os homicídios também são frequentes. Tudo fruto da completa falta de perspectiva de um povo que vive num pequeno fragmento do que era sua terra, cercado de pistoleiros e completamente desprotegido. Para uma ótima análise do caso, vale a pena ler a coluna de Eliane Brum.
Retomando as palavras de Cohn Bendit: "estar em uma sociedade onde você tem a impressão de estar sozinho e, de repente, não está." Mas, aqui parece que o final da frase não é esse e sim: ... e, de repente, está sim... sozinho, abandonado...
A campanha "somos todos Guarani Kaiowá" traz, talvez, a esperança que o final da frase volte para o original e que o povo Guarani Kaiowá consiga uma empatia e uma mobilização da acomodada sociedade brasileira para mudar seu destino. Se não, toca a alargar ainda mais a concepção de humano, para que abarque mais um genocídio inominável.
Salvemos os índios Guarani-Kaiowá - URGENTE!
CLIQUE AQUIE ASSINE A PETIÇÃO
Gravidez de mulheres sexagenárias reacende debate ético sobre fertilização
Via Agência Patrícia Galvão
26.10.2012
(O Estado de S. Paulo) Ao longo do último ano, pelo menos três mulheres com mais de 60 anos tiveram bebês – o caso mais recente é o de um casal de Santos, cujos gêmeos nasceram anteontem; CFM recomenda que reprodução assistida seja feita, no máximo, em mulheres de até 55 anos
Ao menos três mulheres com mais de 60 anos deram à luz no País no último ano - sendo duas delas nos últimos meses - após serem submetidas a procedimentos de reprodução assistida. No País, não há uma legislação que imponha um limite máximo de idade para uma mulher gerar um filho nem consenso entre os médicos.
O caso mais recente é de um casal de Santos: Antônia tem 61 anos e José César Arte, 58. Eles são casados há 25 anos e, anteontem, ela deu à luz um casal de gêmeos, Sofia e Roberto. Os bebês nasceram aos 7 meses de gestação e estão na UTI neonatal, pois precisam de acompanhamento: Sofia nasceu com pouco mais de 980 gramas e Roberto com 1,1 kg. Os dois respiram naturalmente, sem aparelhos.
Há cerca de dez anos, o casal havia tentado engravidar por meio de reprodução assistida, mas não conseguiu e decidiu congelar os embriões. Nesse período, Antônia e Arte entraram na fila de adoção e chegaram a fazer uma entrevista com a assistente social do fórum, mas tiveram o pedido recusado por conta da idade dos dois. A partir daí eles resolveram tentar a fertilização in vitro de novo. E deu certo.
Arte conta que procurou uma clínica especializada em Santos, mas o médico não assumiu o caso. Ele decidiu então buscar um especialista em São Paulo e o procedimento foi feito pelos irmãos Vicente e Soraya Abdelmassih, filhos do ex-médico Roger Abdelmassih. "Eles (os bebês) são duas riquezas. São lindos", diz o pai.
O outro casal sexagenário é de Campinas. Márcia, de 61 anos, e Silvio, de 63, são os pais de Marcinha, que completou 2 meses no dia 20 (mais informações nesta pág.). Uma mulher do Rio, de 61 anos, também deu à luz tardiamente uma menina: a criança nasceu em 2011 e vai completar 1 ano.
Lei. A última resolução do Conselho Federal de Medicina sobre reprodução assistida não impõe uma idade máxima para que uma mulher possa ser submetida aos procedimentos. A única restrição é em relação ao número de embriões: mulheres com até 35 anos podem implantar até dois; entre 36 e 39 anos, até três; e com 40 anos ou mais, até quatro embriões. Isso porque, quanto mais velha a mulher, menor a chance de sucesso.
Adelino Amaral, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, diz que, apesar de não existir regulamentação, recomenda-se que a fertilização seja feita até os 55 anos da mulher. Além disso, a sociedade quer propor a redução da idade máxima para 50 anos. "Tivemos uma reunião na semana passada no CFM e queremos oficializar a redução. Cada caso é um caso, mas o risco para a mulher é grande. Aumenta a incidência de parto prematuro, ela pode ter hipertensão, diabete. É muito complicado."
O ginecologista Carlos Alberto Petta, coordenador médico do Laboratório Reprodução Humana do Hospital Sírio-Libanês, é cauteloso ao avaliar os casos. "Não há uma lei, mas existe o grande dilema ético. Não é só ter o filho, são várias questões. Por quanto tempo ela vai conseguir cuidar da criança? E se ela ficar doente? E o risco obstétrico que ela corre durante a gravidez?"
"Temos de ter muita cautela. Não é toda mulher nessa idade que pode engravidar", diz Julio Voget, responsável pela fertilização do casal Márcia e Silvio. "Se hoje os homens estão tendo filhos tardiamente, até depois dos 70, por que as mulheres não poderiam? Se ela tem condições, por que negar esse direito?", diz.
Veja também: 'Ela preenche a nossa vida', diz mãe
José Hiran Gallo, coordenador da Câmara Técnica de Reprodução Assistida do CFM, diz que nenhuma norma é "absoluta e imutável". "Todas elas estão sujeitas a aperfeiçoamentos que podem ser implementados se houver justificativas técnica, social e ética que os viabilizem."
Fernanda Bassette e Gabriela Cupani, de O Estado de S.Paulo
26.10.2012
(O Estado de S. Paulo) Ao longo do último ano, pelo menos três mulheres com mais de 60 anos tiveram bebês – o caso mais recente é o de um casal de Santos, cujos gêmeos nasceram anteontem; CFM recomenda que reprodução assistida seja feita, no máximo, em mulheres de até 55 anos
Ao menos três mulheres com mais de 60 anos deram à luz no País no último ano - sendo duas delas nos últimos meses - após serem submetidas a procedimentos de reprodução assistida. No País, não há uma legislação que imponha um limite máximo de idade para uma mulher gerar um filho nem consenso entre os médicos.
O caso mais recente é de um casal de Santos: Antônia tem 61 anos e José César Arte, 58. Eles são casados há 25 anos e, anteontem, ela deu à luz um casal de gêmeos, Sofia e Roberto. Os bebês nasceram aos 7 meses de gestação e estão na UTI neonatal, pois precisam de acompanhamento: Sofia nasceu com pouco mais de 980 gramas e Roberto com 1,1 kg. Os dois respiram naturalmente, sem aparelhos.
Há cerca de dez anos, o casal havia tentado engravidar por meio de reprodução assistida, mas não conseguiu e decidiu congelar os embriões. Nesse período, Antônia e Arte entraram na fila de adoção e chegaram a fazer uma entrevista com a assistente social do fórum, mas tiveram o pedido recusado por conta da idade dos dois. A partir daí eles resolveram tentar a fertilização in vitro de novo. E deu certo.
Arte conta que procurou uma clínica especializada em Santos, mas o médico não assumiu o caso. Ele decidiu então buscar um especialista em São Paulo e o procedimento foi feito pelos irmãos Vicente e Soraya Abdelmassih, filhos do ex-médico Roger Abdelmassih. "Eles (os bebês) são duas riquezas. São lindos", diz o pai.
O outro casal sexagenário é de Campinas. Márcia, de 61 anos, e Silvio, de 63, são os pais de Marcinha, que completou 2 meses no dia 20 (mais informações nesta pág.). Uma mulher do Rio, de 61 anos, também deu à luz tardiamente uma menina: a criança nasceu em 2011 e vai completar 1 ano.
Lei. A última resolução do Conselho Federal de Medicina sobre reprodução assistida não impõe uma idade máxima para que uma mulher possa ser submetida aos procedimentos. A única restrição é em relação ao número de embriões: mulheres com até 35 anos podem implantar até dois; entre 36 e 39 anos, até três; e com 40 anos ou mais, até quatro embriões. Isso porque, quanto mais velha a mulher, menor a chance de sucesso.
Adelino Amaral, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, diz que, apesar de não existir regulamentação, recomenda-se que a fertilização seja feita até os 55 anos da mulher. Além disso, a sociedade quer propor a redução da idade máxima para 50 anos. "Tivemos uma reunião na semana passada no CFM e queremos oficializar a redução. Cada caso é um caso, mas o risco para a mulher é grande. Aumenta a incidência de parto prematuro, ela pode ter hipertensão, diabete. É muito complicado."
O ginecologista Carlos Alberto Petta, coordenador médico do Laboratório Reprodução Humana do Hospital Sírio-Libanês, é cauteloso ao avaliar os casos. "Não há uma lei, mas existe o grande dilema ético. Não é só ter o filho, são várias questões. Por quanto tempo ela vai conseguir cuidar da criança? E se ela ficar doente? E o risco obstétrico que ela corre durante a gravidez?"
"Temos de ter muita cautela. Não é toda mulher nessa idade que pode engravidar", diz Julio Voget, responsável pela fertilização do casal Márcia e Silvio. "Se hoje os homens estão tendo filhos tardiamente, até depois dos 70, por que as mulheres não poderiam? Se ela tem condições, por que negar esse direito?", diz.
Veja também: 'Ela preenche a nossa vida', diz mãe
José Hiran Gallo, coordenador da Câmara Técnica de Reprodução Assistida do CFM, diz que nenhuma norma é "absoluta e imutável". "Todas elas estão sujeitas a aperfeiçoamentos que podem ser implementados se houver justificativas técnica, social e ética que os viabilizem."
Fernanda Bassette e Gabriela Cupani, de O Estado de S.Paulo
Campanha incentiva doação de cabelos para pacientes com câncer
Via G1
Fabio Rodrigues
27.10.2012
Moradora de São Carlos, SP, faz arrecadação para produzir perucas.
Ação voluntária visa melhoria da autoestima durante o tratamento.
Uma campanha em São Carlos (SP) incentiva a doação de cabelos para a confecção de perucas que serão destinadas gratuitamente a pacientes que enfrentam o câncer. A perda de cabelo devido aos efeitos colaterais do tratamento da doença causa um impacto psicológico na feminilidade da mulher, levando a uma baixa autoestima e, consequentemente, retardando o seu processo de recuperação, segundo especialistas.
Afim de amenizar esse sofrimento e ajudar as pessoas que não têm condições financeiras, uma moradora da cidade do interior de São Paulo criou o projeto Doação de Cabelos. A campanha teve início em agosto último e desde então Márcia Abondancia, de 40 anos, tem recebido muitas doações de pessoas do município. Durante esse período, ela conseguiu juntar variados tipos de cabelos, que estão guardados em duas caixas de sapatos.
A dona de casa Alice Sodré, de 55 anos, foi uma das que se sensibilizaram com a ação. Ele doou os cabelos que havia cortado há 12 anos. "Na ocasião eu pensei em vendê-los, mas não deu certo. Então resolvi guardá-los e agora eles serão bem úteis para alguém", disse.
A matéria prima será bem aproveitada por Abondancia, que almeja começar o quanto antes a produção das perucas. Para atingir esse objetivo, ela contará com mão de obra profissional. Três cabeleireiros da cidade irão ajudá-la em todo o processo. Continua
Fabio Rodrigues
27.10.2012
Moradora de São Carlos, SP, faz arrecadação para produzir perucas.
Ação voluntária visa melhoria da autoestima durante o tratamento.
Uma campanha em São Carlos (SP) incentiva a doação de cabelos para a confecção de perucas que serão destinadas gratuitamente a pacientes que enfrentam o câncer. A perda de cabelo devido aos efeitos colaterais do tratamento da doença causa um impacto psicológico na feminilidade da mulher, levando a uma baixa autoestima e, consequentemente, retardando o seu processo de recuperação, segundo especialistas.
Afim de amenizar esse sofrimento e ajudar as pessoas que não têm condições financeiras, uma moradora da cidade do interior de São Paulo criou o projeto Doação de Cabelos. A campanha teve início em agosto último e desde então Márcia Abondancia, de 40 anos, tem recebido muitas doações de pessoas do município. Durante esse período, ela conseguiu juntar variados tipos de cabelos, que estão guardados em duas caixas de sapatos.
A dona de casa Alice Sodré, de 55 anos, foi uma das que se sensibilizaram com a ação. Ele doou os cabelos que havia cortado há 12 anos. "Na ocasião eu pensei em vendê-los, mas não deu certo. Então resolvi guardá-los e agora eles serão bem úteis para alguém", disse.
A matéria prima será bem aproveitada por Abondancia, que almeja começar o quanto antes a produção das perucas. Para atingir esse objetivo, ela contará com mão de obra profissional. Três cabeleireiros da cidade irão ajudá-la em todo o processo. Continua
Manual do IPAM alerta sobre uso de defensivos agrícolas e traz recomendações práticas a produtores
Via EcoDebate
26.10.2012
Download do Manual
Apesar de importantes no controle de pragas agrícolas, defensivos podem causar danos ao homem, animais e meio ambiente. Manual que orienta sobre o uso e riscos, pode ser baixado gratuitamente.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) acaba de lançar mais um volume da série “Boas Práticas”, em colaboração com pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, Áustria. Desta vez, a publicação lida com a importante questão de como reduzir o risco do uso de agrotóxicos para a saúde humana e para o meio ambiente.
O dano causado ao homem pelo uso indevido de agrotóxicos, segundo Luis Schiesari, professor de Gestão Ambiental da USP e um dos autores do estudo, varia de irritação na pele, náusea e dor de cabeça podendo chegar até a morte, passando por câncer e danos ao sistema reprodutivo, nervoso, hormonal e desenvolvimento fetal. “Por isso devem ser usados apenas quando estritamente necessário, nas formulações e doses corretas, e cercando-se de todos os cuidados”, diz.
O manual destaca a importância da consulta a profissionais especializados e receituário na escolha e aplicação do produto, já que o próprio produto traz informações indispensáveis sobre sua toxicidade, armazenamento e manuseio, e procedimentos em caso de vazamento e intoxicação.
A publicação, disponível gratuitamente para download no site do IPAM, traz também recomendações acerca das condições climáticas adequadas para a aplicação e o procedimento indicado para a lavagem, armazenamento e devolução das embalagens vazias. Finalmente, o manual traz uma seção com instituições, telefones e links úteis no caso de dúvidas. Oswaldo Carvalho Jr., pesquisador do IPAM, ressalta a importância da consulta a esse manual por todos os agricultores e a necessidade da consulta ao profissional especializado. “Esses produtos estão amplamente disponíveis no mercado e são extremamente atrativos pelos resultados. No entanto, por conterem substâncias que podem causar danos a saúde, exigem um cuidado especial na sua aplicação e manuseio”, diz Carvalho.
O Brasil é, desde 2008, o maior consumidor global de insumos químicos para agricultura. Sendo que substâncias já proibidas em vários países encontram mercado fértil em terras brasileiras. ( Ciência Hoje)
Os outros volumes da série “Boas Práticas” tratam de assuntos que vão desde manejo e recuperação de mata ciliar em regiões florestais da Amazônia até identificação de mamíferos por pegadas deixadas no solo. Todas as publicações são gratuitas e podem ser acessadas pelo site do IPAM (Série Boas Práticas).
Defensivos agrícolas: Como evitar danos à saúde e ao meio ambiente
Manual alerta sobre uso de defensivos agrícolas e traz recomendações práticas a produtores. Volume 8 da Série Boas Práticas, a publicação tem a colaboração de pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, Áustria.
Defensivos agrícolas: Como evitar danos à saúde e ao meio ambiente.
Luis Schiesari. Série Boas Práticas – Volume 8. 2012.
EcoDebate, 26/10/2012
E ASSINE A PETIÇÃO
26.10.2012
Apesar de importantes no controle de pragas agrícolas, defensivos podem causar danos ao homem, animais e meio ambiente. Manual que orienta sobre o uso e riscos, pode ser baixado gratuitamente.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) acaba de lançar mais um volume da série “Boas Práticas”, em colaboração com pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, Áustria. Desta vez, a publicação lida com a importante questão de como reduzir o risco do uso de agrotóxicos para a saúde humana e para o meio ambiente.
O dano causado ao homem pelo uso indevido de agrotóxicos, segundo Luis Schiesari, professor de Gestão Ambiental da USP e um dos autores do estudo, varia de irritação na pele, náusea e dor de cabeça podendo chegar até a morte, passando por câncer e danos ao sistema reprodutivo, nervoso, hormonal e desenvolvimento fetal. “Por isso devem ser usados apenas quando estritamente necessário, nas formulações e doses corretas, e cercando-se de todos os cuidados”, diz.
O manual destaca a importância da consulta a profissionais especializados e receituário na escolha e aplicação do produto, já que o próprio produto traz informações indispensáveis sobre sua toxicidade, armazenamento e manuseio, e procedimentos em caso de vazamento e intoxicação.
A publicação, disponível gratuitamente para download no site do IPAM, traz também recomendações acerca das condições climáticas adequadas para a aplicação e o procedimento indicado para a lavagem, armazenamento e devolução das embalagens vazias. Finalmente, o manual traz uma seção com instituições, telefones e links úteis no caso de dúvidas. Oswaldo Carvalho Jr., pesquisador do IPAM, ressalta a importância da consulta a esse manual por todos os agricultores e a necessidade da consulta ao profissional especializado. “Esses produtos estão amplamente disponíveis no mercado e são extremamente atrativos pelos resultados. No entanto, por conterem substâncias que podem causar danos a saúde, exigem um cuidado especial na sua aplicação e manuseio”, diz Carvalho.
O Brasil é, desde 2008, o maior consumidor global de insumos químicos para agricultura. Sendo que substâncias já proibidas em vários países encontram mercado fértil em terras brasileiras. ( Ciência Hoje)
Os outros volumes da série “Boas Práticas” tratam de assuntos que vão desde manejo e recuperação de mata ciliar em regiões florestais da Amazônia até identificação de mamíferos por pegadas deixadas no solo. Todas as publicações são gratuitas e podem ser acessadas pelo site do IPAM (Série Boas Práticas).
Defensivos agrícolas: Como evitar danos à saúde e ao meio ambiente
Manual alerta sobre uso de defensivos agrícolas e traz recomendações práticas a produtores. Volume 8 da Série Boas Práticas, a publicação tem a colaboração de pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, Áustria.
Defensivos agrícolas: Como evitar danos à saúde e ao meio ambiente.
Luis Schiesari. Série Boas Práticas – Volume 8. 2012.
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EcoDebate, 26/10/2012
Salvemos os índios Guarani-Kaiowá - URGENTE!
CLIQUE AQUIE ASSINE A PETIÇÃO
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
COMUNICADO DE FALECIMENTO
Carlos Eduardo Andrade Chagas
É com imenso pesar que a Direção do Instituto de Biociências [de Botucatu] comunica o falecimento do Professor Doutor Carlos Eduardo Andrade Chagas, docente do Departamento de Educação deste Instituto de Biociências, ocorrido no dia 25/10/2012.
Carlos Eduardo Andrade Chagas |
Comunicamos ainda que o corpo será velado no Memorial de Santos, na cidade de Santos/SP e o sepultamento ocorrerá no dia 27/10/2012, às 10 horas.
Prof. Dr. Renato Eugênio da Silva Diniz
Diretor do IBB
'Carta de Deus' escrita por Albert Einstein é vendida por US$ 3 milhões
Via G1
26.10.2012
No texto, cientista alemão se refere à Bíblia como 'coleção de lendas'. Comprador anônimo fez lance em leilão pela internet.
Um texto escrito pelo físico Albert Einstein no qual ele expressa suas opiniões sobre religião, conhecido como "Carta de Deus", foi vendido em um leilão pela internet para um comprador anônimo por US$ 3 milhões, segundo o site eBay.
A carta, escrita no dia 3 de janeiro de 1954, aproximadamente um ano antes que o cientista morresse, recebeu apenas dois lances no leilão via internet, segundo informa o "Huffington Post". A venda foi encerrada na última semana, no dia 18 de outubro.
Einstein, nascido na Alemanha de uma família judia, diz na carta que pertence “com prazer” ao povo judeu, mas, ao mesmo tempo, mostra uma posição distante em relação às religiões.
O coordenador do leilão, Eric Gazin, havia dito que o preço da carta poderia triplicar com a venda, de acordo com o "Huffington Post". O texto foi leiloado no site eBay entre os dias 8 e 18 de outubro, e acabou vendido por um valor próximo ao lance inicial, de US$ 3 milhões.
A carta de Einstein, escrita à mão em alemão, era destinada ao filósofo Erik Gutkind, de quem ele havia lido a obra: "Escolha a vida: o apelo bíblico pela revolta".
“A palavra ‘Deus’ não é para mim nada além da expressão e o produto de fraquezas humanas, e a Bíblia é uma coleção de lendas honoráveis, embora primitivas e bastante infantis. Nenhuma interpretação, não importa quão sutil, pode mudar isso [para mim]”, escreveu o físico.
O vendedor anônimo da carta, que foi leiloada com o envelope, selo e carimbo postal originais, a comprou em 2008 da Bloomsbury Auctions, de Londres, por US$ 404 mil. A agência Auction Cause, de Los Angeles, responsável pela venda recente no eBay, disse que o papel foi guardado em um ambiente com luz, umidade e temperatura controlados para garantir sua integridade.
Leia também:
Cérebro de Albert Einstein é 'vendido' em aplicativo para iPad por R$ 20
E ASSINE A PETIÇÃO
26.10.2012
No texto, cientista alemão se refere à Bíblia como 'coleção de lendas'. Comprador anônimo fez lance em leilão pela internet.
Um texto escrito pelo físico Albert Einstein no qual ele expressa suas opiniões sobre religião, conhecido como "Carta de Deus", foi vendido em um leilão pela internet para um comprador anônimo por US$ 3 milhões, segundo o site eBay.
A carta, escrita no dia 3 de janeiro de 1954, aproximadamente um ano antes que o cientista morresse, recebeu apenas dois lances no leilão via internet, segundo informa o "Huffington Post". A venda foi encerrada na última semana, no dia 18 de outubro.
Einstein, nascido na Alemanha de uma família judia, diz na carta que pertence “com prazer” ao povo judeu, mas, ao mesmo tempo, mostra uma posição distante em relação às religiões.
'Carta de Deus', enviada por Einstein ao filósofo Erik Gutkind (Foto: Reuters/Golan Weiser/Divulgação) |
O coordenador do leilão, Eric Gazin, havia dito que o preço da carta poderia triplicar com a venda, de acordo com o "Huffington Post". O texto foi leiloado no site eBay entre os dias 8 e 18 de outubro, e acabou vendido por um valor próximo ao lance inicial, de US$ 3 milhões.
A carta de Einstein, escrita à mão em alemão, era destinada ao filósofo Erik Gutkind, de quem ele havia lido a obra: "Escolha a vida: o apelo bíblico pela revolta".
“A palavra ‘Deus’ não é para mim nada além da expressão e o produto de fraquezas humanas, e a Bíblia é uma coleção de lendas honoráveis, embora primitivas e bastante infantis. Nenhuma interpretação, não importa quão sutil, pode mudar isso [para mim]”, escreveu o físico.
O vendedor anônimo da carta, que foi leiloada com o envelope, selo e carimbo postal originais, a comprou em 2008 da Bloomsbury Auctions, de Londres, por US$ 404 mil. A agência Auction Cause, de Los Angeles, responsável pela venda recente no eBay, disse que o papel foi guardado em um ambiente com luz, umidade e temperatura controlados para garantir sua integridade.
Leia também:
Cérebro de Albert Einstein é 'vendido' em aplicativo para iPad por R$ 20
Salvemos os índios Guarani-Kaiowá - URGENTE!
CLIQUE AQUIE ASSINE A PETIÇÃO
Pressão empresarial susta norma de publicidade de alimentos
Via Agência USP de Notícias
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
24.10.2012
Pesquisa apresentada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP revela que a pressão de grupos de interesse empresarial tornou sem efeito a regulamentação da publicidade de alimentos publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2010. De acordo com o estudo do cientista político Marcello Baird, o lobby dos empresários do setor de alimentação abrandou as normas propostas pela Agência e a resolução foi suspensa por liminares na justiça, com base em parecer contrário da Advocacia Geral da União (AGU). O trabalho investiga os mecanismos de ação política utilizados pelo empresariado e por grupos de interesse público, representados principalmente por Organizações Não Governamentais (ONGs), nas discussões e após a publicação da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 24, de junho de 2010. “A Anvisa iniciou o debate sobre a regulação da publicidade em 2005 e uma das principais propostas era colocar advertências na publicidade de alimentos com grandes quantidades de açúcar, sal, gorduras trans e saturadas, além de bebidas com baixo teor nutricional, associados a doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade e diabetes”, diz o cientista político. “Os anúncios não poderiam associar o consumo desses produtos a ideia de bem estar e nem promover iniciativas de marketing que os associem a campanhas sociais. A propaganda de alimentos infantis na televisão passaria a ter restrições de horário.” Continua
E ASSINE A PETIÇÃO
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
24.10.2012
Pesquisa apresentada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP revela que a pressão de grupos de interesse empresarial tornou sem efeito a regulamentação da publicidade de alimentos publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2010. De acordo com o estudo do cientista político Marcello Baird, o lobby dos empresários do setor de alimentação abrandou as normas propostas pela Agência e a resolução foi suspensa por liminares na justiça, com base em parecer contrário da Advocacia Geral da União (AGU). O trabalho investiga os mecanismos de ação política utilizados pelo empresariado e por grupos de interesse público, representados principalmente por Organizações Não Governamentais (ONGs), nas discussões e após a publicação da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 24, de junho de 2010. “A Anvisa iniciou o debate sobre a regulação da publicidade em 2005 e uma das principais propostas era colocar advertências na publicidade de alimentos com grandes quantidades de açúcar, sal, gorduras trans e saturadas, além de bebidas com baixo teor nutricional, associados a doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade e diabetes”, diz o cientista político. “Os anúncios não poderiam associar o consumo desses produtos a ideia de bem estar e nem promover iniciativas de marketing que os associem a campanhas sociais. A propaganda de alimentos infantis na televisão passaria a ter restrições de horário.” Continua
Salvemos os índios Guarani-Kaiowá - URGENTE!
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quinta-feira, 25 de outubro de 2012
PETIÇÃO E DENÚNCIA DE ÍNDIOS GUARANI-KAIOWÁ
"Os índios da etnia Guarani-Kaiowá estão correndo sério risco de GENOCÍDIO, com total omissão da mídia local e nacional e permissão do governo. Se você tem consciência de que este sangue não pode ser derramado, assine esta petição. Exija conosco cobertura da mídia sobre o caso e ação urgente do governo DILMA e do governador ANDRÉ PUCCINELLI, para que impeçam tais matanças e junto com elas a extinção desse povo." (Texto - Página da petição)
E ASSINE A PETIÇÃO
Por favor, divulgue!
"Se a gente vai se matar? Não! Não nos entregaremos fácil", afirma Kaiowá de Pyelito Kue
Via Conselho Indigenista Missionário - CIMI
Por Ruy Sposati, de Brasília
25.10.2012
A situação dos Kaiowá e Guarani envolvendo as comunidades de Passo Piraju, Arroio Korá, Potreto Guasu, Laranjeira Nhanderu e, especialmente, Pyelito Kue, todos no Mato Grosso do Sul, comoveu sociedades de todo o mundo na última semana - e gerou interpretações diferenciadas sobre o que queriam dizer os indígenas com a carta que denunciava o despejo da aldeia e a 'morte coletiva' de 170 pessoas.
Integrantes da Aty Guasu conversaram com Líder Lopes - ou Apykaa Rendy, "Trono Iluminado", em Guarani - uma das principais lideranças da comunidade de Pyelito Kue sobre a situação da aldeia, seus problemas, expectativas e sobre a carta, alvo de diversas mobilizações internacionais. A íntegra da conversa será publicada em um vídeo a ser lançado pela Aty Guasu.
Em novembro, a comunidade completa um ano de retomada do território - e um ano de muitos problemas. "Não temos saída [da aldeia]. As pessoas que estão doentes não têm por onde sair. Não têm recurso. As crianças também não têm onde estudar. Não têm roupa. As cestas da Funai não estão chegando para a gente. Não temos atendimento da Funasa. Mas mesmo assim, nós estamos aqui", conta Líder Lopes.
"Estamos em um lugar apertado. Os fazendeiros não querem que a gente abra caminhos, não querem que a gente passe no meio do pasto. Nós atravessamos pelo rio", explica. "Tudo acontece com a gente. Ameaças, não por indígenas, mas pelo próprio fazendeiro, ameaças pelos pistoleiros, ameaçando a gente. Por isso, nós guerreamos pela nossa terra".
Suicídio coletivo
Questionado sobre as interpretações de que os Kaiowá de Pyelito Kue cometeriam suicídio coletivo, Apykaa explica a posição da comunidade. "Se a gente vai se suicidar? Se a gente vai se matar? Não, nós não iremos fazer isso", comenta. "Se for para a gente se entregar, nós não nos entregaremos fácil. É por causa da terra que estamos aqui, nós estamos unidos com o mesmo sentimento e com a mesma palavra para morrermos na nossa terra. Esta terra é nossa mesmo!"
"Os brancos querem nos atacar. Por isso nós dizemos: morreremos pela terra!
Mas a ideia da gente se matar, ou se suicidar, nós não iremos fazer. Nós morreremos se os fazendeiros nos atacar. Aí poderemos morrer!"
"Desde o começo que nós entramos lá, estamos firme. A comunidade falou que não vai desistir. Queremos retomar a terra que foi dos nossos avós, onde os nossos parentes morreram. Queremos realmente ocupar essa terra. Viveremos realmente neste lugar! Esta terra não é dos brancos, é nossa e de nossos antepassados. Se a gente perder a nossa vida será por causa da terra", conclui Apykaa.
ATO CONTRA O GENOCÍDIO
Por Ruy Sposati, de Brasília
25.10.2012
A situação dos Kaiowá e Guarani envolvendo as comunidades de Passo Piraju, Arroio Korá, Potreto Guasu, Laranjeira Nhanderu e, especialmente, Pyelito Kue, todos no Mato Grosso do Sul, comoveu sociedades de todo o mundo na última semana - e gerou interpretações diferenciadas sobre o que queriam dizer os indígenas com a carta que denunciava o despejo da aldeia e a 'morte coletiva' de 170 pessoas.
Integrantes da Aty Guasu conversaram com Líder Lopes - ou Apykaa Rendy, "Trono Iluminado", em Guarani - uma das principais lideranças da comunidade de Pyelito Kue sobre a situação da aldeia, seus problemas, expectativas e sobre a carta, alvo de diversas mobilizações internacionais. A íntegra da conversa será publicada em um vídeo a ser lançado pela Aty Guasu.
Em novembro, a comunidade completa um ano de retomada do território - e um ano de muitos problemas. "Não temos saída [da aldeia]. As pessoas que estão doentes não têm por onde sair. Não têm recurso. As crianças também não têm onde estudar. Não têm roupa. As cestas da Funai não estão chegando para a gente. Não temos atendimento da Funasa. Mas mesmo assim, nós estamos aqui", conta Líder Lopes.
"Estamos em um lugar apertado. Os fazendeiros não querem que a gente abra caminhos, não querem que a gente passe no meio do pasto. Nós atravessamos pelo rio", explica. "Tudo acontece com a gente. Ameaças, não por indígenas, mas pelo próprio fazendeiro, ameaças pelos pistoleiros, ameaçando a gente. Por isso, nós guerreamos pela nossa terra".
Suicídio coletivo
Questionado sobre as interpretações de que os Kaiowá de Pyelito Kue cometeriam suicídio coletivo, Apykaa explica a posição da comunidade. "Se a gente vai se suicidar? Se a gente vai se matar? Não, nós não iremos fazer isso", comenta. "Se for para a gente se entregar, nós não nos entregaremos fácil. É por causa da terra que estamos aqui, nós estamos unidos com o mesmo sentimento e com a mesma palavra para morrermos na nossa terra. Esta terra é nossa mesmo!"
"Os brancos querem nos atacar. Por isso nós dizemos: morreremos pela terra!
Mas a ideia da gente se matar, ou se suicidar, nós não iremos fazer. Nós morreremos se os fazendeiros nos atacar. Aí poderemos morrer!"
"Desde o começo que nós entramos lá, estamos firme. A comunidade falou que não vai desistir. Queremos retomar a terra que foi dos nossos avós, onde os nossos parentes morreram. Queremos realmente ocupar essa terra. Viveremos realmente neste lugar! Esta terra não é dos brancos, é nossa e de nossos antepassados. Se a gente perder a nossa vida será por causa da terra", conclui Apykaa.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Nota sobre o suposto suicídio coletivo dos Kaiowá de Pyelito Kue
Via CIMI - Conselho Indigenista Missionário
23.10.2012
O Cimi entende que na carta dos indígenas Kaiowá e Guarani de Pyelito Kue, MS, não há menção alguma sobre suposto suicídio coletivo, tão difundido e comentado pela imprensa e nas redes sociais. Leiam com atenção o documento: os Kaiowá e Guarani falam em morte coletiva (o que é diferente de suicídio coletivo) no contexto da luta pela terra, ou seja, se a Justiça e os pistoleiros contratados pelos fazendeiros insistirem em tirá-los de suas terras tradicionais, estão dispostos a morrerem todos nela, sem jamais abandoná-las. Vivos não sairão do chão dos antepassados. Não se trata de suicídio coletivo! Leiam a carta, está tudo lá. É preciso desencorajar a reprodução de tais mentiras, como o que já se espalha por aí com fotos de índios enforcados e etc. Não precisamos expor de forma irresponsável um tema que muito impacta a vida dos Guarani Kaiowá.
O suicídio entre os Kaiowá e Guarani já ocorre há tempos e acomete sobretudo os jovens. Entre 2003 e 2010 foram 555 suicídios entre os Kaiowá e Guarani motivados por situações de confinamento, falta de perspectiva, violência aguda e variada, afastamento das terras tradicionais e vida em acampamentos às margens de estradas. Nenhum dos referidos suicídios ocorreu em massa, de maneira coletiva, organizada e anunciada.
Desde 1991, apenas oito terras indígenas foram homologadas para esses indígenas que compõem o segundo maior povo do país, com 43 mil indivíduos que vivem em terras diminutas. O Cimi acredita que tais números é que precisam de tamanha repercussão, não informações inverídicas que nada contribuem com a árdua e dolorosa luta desse povo resistente e abnegado pela Terra Sem Males.
Conselho Indigenista Missionário, 23 de outubro de 2012
*
Leia a carta dos indígenas na íntegra:
23.10.2012
O Cimi entende que na carta dos indígenas Kaiowá e Guarani de Pyelito Kue, MS, não há menção alguma sobre suposto suicídio coletivo, tão difundido e comentado pela imprensa e nas redes sociais. Leiam com atenção o documento: os Kaiowá e Guarani falam em morte coletiva (o que é diferente de suicídio coletivo) no contexto da luta pela terra, ou seja, se a Justiça e os pistoleiros contratados pelos fazendeiros insistirem em tirá-los de suas terras tradicionais, estão dispostos a morrerem todos nela, sem jamais abandoná-las. Vivos não sairão do chão dos antepassados. Não se trata de suicídio coletivo! Leiam a carta, está tudo lá. É preciso desencorajar a reprodução de tais mentiras, como o que já se espalha por aí com fotos de índios enforcados e etc. Não precisamos expor de forma irresponsável um tema que muito impacta a vida dos Guarani Kaiowá.
O suicídio entre os Kaiowá e Guarani já ocorre há tempos e acomete sobretudo os jovens. Entre 2003 e 2010 foram 555 suicídios entre os Kaiowá e Guarani motivados por situações de confinamento, falta de perspectiva, violência aguda e variada, afastamento das terras tradicionais e vida em acampamentos às margens de estradas. Nenhum dos referidos suicídios ocorreu em massa, de maneira coletiva, organizada e anunciada.
Desde 1991, apenas oito terras indígenas foram homologadas para esses indígenas que compõem o segundo maior povo do país, com 43 mil indivíduos que vivem em terras diminutas. O Cimi acredita que tais números é que precisam de tamanha repercussão, não informações inverídicas que nada contribuem com a árdua e dolorosa luta desse povo resistente e abnegado pela Terra Sem Males.
Conselho Indigenista Missionário, 23 de outubro de 2012
*
Leia a carta dos indígenas na íntegra:
A escola hoje e os alunos que não aprendem, artigo de Roberto Leal Lobo
JC e-mail 4609, de 23 de Outubro de 2012.
A escola hoje e os alunos que não aprendem, artigo de Roberto Leal Lobo
Roberto Leal Lobo e Silva Filho é professor titular aposentado do Instituto de Física de São Carlos da USP e presidente do Instituto Lobo. Artigo publicado na Folha de São Paulo de hoje (23).
A educação brasileira está em crise. Além da recorrente violência escolar - a imprensa noticia com frequência casos de alunos armados ou com drogas, além de agressões a professores -, pais e filhos parecem achar que a escola não pode contrariar os alunos ou exigir desempenho. As próprias famílias não conseguem impor limites aos filhos - às vezes, nem os pais têm limites -, algo que se espraia à sala de aula.
Esse problema, que está se tornando quase epidêmico no Brasil, não é desconhecido em outros países. Neste momento, vale lembrar um livro francês que nunca foi muito divulgado no Brasil. Para quem está preocupado com a situação das escolas, vale ler "A Escola dos Bárbaros", de Isabelle Stal e Françoise Thom, publicado no Brasil pela Edusp ainda em 1987, apontando um cenário que só se agravaria no Brasil nas décadas seguintes.
As autoras são duas professoras francesas que contam a degradação que viam surgir nas escolas daquele país já na década de 1980. Os problemas que elas enxergaram nunca soaram tão familiares. Elas consideram que a falta de disciplina nas escolas reflete uma sociedade que "adota o prazer como o ideal, em todas as direções - para tal sociedade, o objetivo da civilização é se divertir sem limites". Ou seja, a escola desistiu de conduzir os jovens à vida adulta.
Nesse sentido, as autoras acertam em cheio ao apontar a profusão de práticas extracurriculares, fáceis e sem conteúdo, que servem para matar o tempo do jovem, como um dos grandes problemas da escola de hoje em dia. Os pais brasileiros podem reconhecer com facilidade essa moda dominando também as nossas escolas. Nas palavras das autoras: "É uma enganação afirmar que a inaptidão para expressar-se, que a ignorância crassa em história, em geografia, em literatura e a incapacidade em seguir um raciocínio elementar" sejam um preço que tenhamos de pagar para que todos se sintam à vontade na escola, permitindo a "inclusão" de todos os alunos.
Sob o pretexto de instaurar na escola a igualdade, o ensino é nivelado por baixo. Não há como escrever melhor do que elas: "A ambição da igualdade a todo preço desencoraja o esforço de aprender, tipicamente individual". Não se pode abandonar o ensino de conteúdo ou deixar que os alunos escolham o que querem aprender. É possível incluir todos os alunos na escola - isto é, democratizar o ensino, criando uma escola que atenda à massa - sem a atual catástrofe.
Além dessas teses, as autoras criticam, com muita dureza, pedagogos, professores, administradores, sindicatos de professores e a nova geração de pais. Os sindicatos, especialmente, estão mais preocupados em defender a mediocridade e o corporativismo. Eles apontam soluções simplistas para todos os males que afligem o ensino básico, como o aumento dos orçamentos ou ações tecnológicas nas escolas. Isso sem falar nas ideologias que banalizam o ensino, como se o papel principal da escola não fosse tirar o aluno da ignorância.
O livro pode ser ácido e ter adjetivos em excesso. Pode até ser injusto com relação à importância de democratizar o acesso à educação, algo fundamental para diminuir as injustiças da sociedade. Mas ele é preciso ao defender a destruição de alguns paradigmas tão em moda no Brasil, como:
- A qualidade inquestionável e universal do trabalho em grupo;
- A "postura crítica" sobreposta à absorção de conhecimento;
- A frouxidão e a permissividade em vez de disciplina e cobrança;
- A prioridade das atividades "sociais" em vez do estudo persistente;
- A valorização dos pesquisadores de banalidades;
- A ênfase nas metodologias em vez dos conteúdos.
Vale a reflexão: quantas gerações de alunos serão prejudicadas até o estudo persistente e o conteúdo voltarem a ser valorizados?
* A equipe do Jornal da Ciência esclarece que o conteúdo e opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do jornal.
fonte
Mensalão
Jornal Nacional
24.10.2012
1
2
3
4
24.10.2012
1
Foram 12 absolvidos; 25 acabaram condenados. Do chamado núcleo político, foram condenados José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
2
Resolvida a questão dos empates, os ministros do Supremo começaram a debater a chamada dosimetria, que é a determinação da pena exata para cada crime cometido pelos condenados.
3
Onze ministros; 38 réus. Dezenas de advogados. Às 14h26 do dia 2 de agosto, começava a primeira sessão do julgamento do mensalão.
4
Ao longo de 3 meses, algumas frases ouvidas no plenário do Supremo ajudaram a dar a dimensão histórica do momento.
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