terça-feira, 9 de outubro de 2012

Entidade pede ações imediatas para conter
extinção de espécies


JC e-mail 4600, de 09 de Outubro de 2012.
Entidade pede ações imediatas para conter extinção de espécies


Na abertura da 11ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), a União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN) exigiu que os grandes planos para conter a extinção de espécies pelo mundo se tornem grandes ações imediatas.

O encontro internacional discute a implementação das decisões tomadas na última reunião, há dois anos, na cidade japonesa de Nagoya.

Para a diretora-geral da IUCN, Julia Marton-Lefèvre, a ação imediata é a única forma de manter viável o conjunto de metas de Aichi, que deverão ser cumpridas daqui a oito anos. "Em Nagoya, nós concordamos com um grande plano com metas ambiciosas, mas realistas, para salvar a biodiversidade", afirma Julia. "Nós precisamos manter a dinâmica em ação. A perda de biodiversidade continua e atinge os limites seguros do planeta. É tempo de um check-up sério sobre o progresso que fizemos para transformar o grande plano em grande ação."

A CDB é o segundo encontro internacional importante após a realização da Rio+20, em junho, no Brasil - no início de setembro, a IUCN já havia organizado o Congresso Mundial para a Conservação, na Coreia do Sul.

Lista vermelha - A entidade, que mantém uma lista de animais e plantas ameaçados de extinção (IUCN Red List of Threatened Species), diz que quase um terço das 63.837 espécies avaliadas corre risco - 41% dos anfíbios, 33% da fauna e flora que formam recifes de coral, 25% dos mamíferos e 13% das aves, além de 30% das árvores coníferas.

"A má notícia é que a perda da biodiversidade está crescendo e é esperado que cresça ainda mais", diz Jane Smart, diretora do grupo de conservação da biodiversidade da IUCN. "A boa notícia, porém, é que temos um plano que pode nos ajudar a reverter essa tendência devastadora."

Para ela, o assunto não é apenas uma questão que se refere ao Ministério do Meio Ambiente de cada país. Investir em infraestrutura natural, explica, é um modo eficiente em termos financeiros de responder no longo prazo às necessidades humanas, incluindo redução da pobreza, segurança alimentar, acesso à água e energia. "Não estamos mais falando em salvar a natureza apenas pelo bem dela", diz Smart.

Secretário executivo da convenção, o brasileiro Braulio Dias diz que é difícil detalhar nos orçamentos de outros órgãos o quanto de suas ações contribuem para conservação, uso sustentável e recuperação da biodiversidade. "Tudo que o Instituto Chico Mendes faz, por exemplo, está relacionado à implementação da agenda de biodiversidade. Mas essa agenda e as metas de Aichi extrapolam as competências dos Ministérios de Meio Ambiente", diz o biólogo. "Então, é preciso olhar as atividades de outros ministérios, no setor agrícola, de saúde, de energia, etc."

A dificuldade que a conferência deve enfrentar será a mesma já ocorrida em negociações como a climática: países ricos dizendo que não têm dinheiro e nações pobres cobrando investimentos e se isentando de possíveis aportes para "salvar o mundo".

Protesto - Um banner com a foto do Primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e frases de protesto contra o uso de carvão no país e a derrubada de florestas foi pendurado no monumento Charminar, mesquita que é um dos principais símbolos da cidade de Hyderabad, na Índia.

Com os dizeres "Pare com os crimes de carvão; salve as florestas indianas", a ONG quer chamar a atenção do governo indiano e dos negociadores de mais de 160 países que estão reunidos na cidade para a 11ª Conferência das Partes (COP) da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CBD).

(Informações do O Estado de São Paulo e do Globo Natureza)