quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Brasil precisa dobrar número de pacientes com aids tratados
Via Agência USP de Notícias
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
07.01.2013
Hoje, no Brasil, cerca de 250 mil portadores do HIV, vírus causador da aids, recebem gratuitamente do Sistema Único de Saúde (SUS) os medicamentos antirretrovirais para o tratamento da doença. Entretanto, o especialista em saúde pública Mario Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), defende no livro Coquetel: a incrível história dos antirretrovirais e do tratamento da aids no Brasil que o país deve duplicar o número de pacientes tratados e ampliar o acesso aos testes de detecção do HIV, para permitir o diagnóstico e tratamento precoce da doença e reduzir a proliferação do vírus.
O livro, lançado em dezembro do ano passado, é baseado em pesquisas realizadas na FMUSP sobre o histórico do desenvolvimento dos antirretrovirais e da mobilização dos pacientes e da sociedade para que o governo implantasse sua distribuição pelo SUS. Scheffer explica que o vírus HIV, para se reproduzir, utiliza-se das células CD-4 (linfócitos), que protegem o organismo contra infecções. “Quando a aids tornou-se uma epidemia, no inicio dos anos 1980, os médicos limitavam-se a acompanhar a história natural dos pacientes, que morriam de infecções oportunistas, provocadas pela destruição do sistema imunológico pelo vírus”, diz. “O primeiro medicamento conta o HIV, o AZT, começou a ser utilizado em 1986, mas o tratamento era pouco eficaz, mesmo quando combinado com outra medicação, na chamada terapia dupla, surgida em 1991.”
A eficácia do tratamento aumentou somente a partir de 1995 com o aparecimento de antirretrovirais mais potentes. “São os chamados inibidores da protease, uma das cinco classes desses medicamentos, que atuam em etapas específicas da reprodução do HIV, impedindo sua replicação e recuperando o sistema imunológico”, afirma Scheffer. “Como é necessária a combinação de pelo menos três medicamentos, batizou-se o tratamento de ‘coquetel’, que tem evoluído na diminuição dos efeitos adversos e do número de doses diárias”. Em todo o mundo, já foram lançados mais de 30 antirretovirais, que fizeram a aids passar de doença fatal a crônica entre os pacientes que aderem ao tratamento. CONTINUA!
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
07.01.2013
Hoje, no Brasil, cerca de 250 mil portadores do HIV, vírus causador da aids, recebem gratuitamente do Sistema Único de Saúde (SUS) os medicamentos antirretrovirais para o tratamento da doença. Entretanto, o especialista em saúde pública Mario Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), defende no livro Coquetel: a incrível história dos antirretrovirais e do tratamento da aids no Brasil que o país deve duplicar o número de pacientes tratados e ampliar o acesso aos testes de detecção do HIV, para permitir o diagnóstico e tratamento precoce da doença e reduzir a proliferação do vírus.
O livro, lançado em dezembro do ano passado, é baseado em pesquisas realizadas na FMUSP sobre o histórico do desenvolvimento dos antirretrovirais e da mobilização dos pacientes e da sociedade para que o governo implantasse sua distribuição pelo SUS. Scheffer explica que o vírus HIV, para se reproduzir, utiliza-se das células CD-4 (linfócitos), que protegem o organismo contra infecções. “Quando a aids tornou-se uma epidemia, no inicio dos anos 1980, os médicos limitavam-se a acompanhar a história natural dos pacientes, que morriam de infecções oportunistas, provocadas pela destruição do sistema imunológico pelo vírus”, diz. “O primeiro medicamento conta o HIV, o AZT, começou a ser utilizado em 1986, mas o tratamento era pouco eficaz, mesmo quando combinado com outra medicação, na chamada terapia dupla, surgida em 1991.”
A eficácia do tratamento aumentou somente a partir de 1995 com o aparecimento de antirretrovirais mais potentes. “São os chamados inibidores da protease, uma das cinco classes desses medicamentos, que atuam em etapas específicas da reprodução do HIV, impedindo sua replicação e recuperando o sistema imunológico”, afirma Scheffer. “Como é necessária a combinação de pelo menos três medicamentos, batizou-se o tratamento de ‘coquetel’, que tem evoluído na diminuição dos efeitos adversos e do número de doses diárias”. Em todo o mundo, já foram lançados mais de 30 antirretovirais, que fizeram a aids passar de doença fatal a crônica entre os pacientes que aderem ao tratamento. CONTINUA!