sábado, 26 de janeiro de 2013
Reality shows: uma reprodução do capitalismo. Entrevista especial com Silvia Viana
Via INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS
24.01.2013
Os reality shows seriam impensáveis “até trinta anos atrás, quando o capitalismo tomava por justificativa o ‘bem-estar’ que produzia”, assinala a socióloga.
“Os reality shows são mal-estar enlatado para consumo, e isso só é possível em uma estrutura social que já não se preocupa com autolegitimação alguma”. A reflexão é de Silvia Viana, autora do livro Rituais de sofrimento, que será lançado pela Boitempo Editorial no dia 6 de fevereiro em São Paulo, a partir das 19h no Espaço Serralheria (Lapa). Para ela, a popularidade desses programas está diretamente relacionada à reprodução da “forma de dominação típica do capitalismo de acumulação flexível, dominação essa que ainda não foi superada”.
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, Silvia compara os processos do programa à estrutura capitalista, onde “devemos ser ‘fortes’ para ‘superar as dificuldades’ (por mais imbecis e esdrúxulas que sejam) e, por fim, ‘sobrevivermos’”. E conclui: “O assustador é que essa mesma estrutura organiza nossa existência no atual modo de produção: trabalhamos para arrumar mais trabalho, para não sermos demitidos, para sobrevivermos... E se retirarmos essa fantasia que organiza nossa existência, o que resta é o ‘Truman Show’: o tédio insuportável da vida desprovida de sentido”.
Silvia Viana é graduada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo – USP, mestre e doutora em Sociologia pela mesma universidade.
24.01.2013
Os reality shows seriam impensáveis “até trinta anos atrás, quando o capitalismo tomava por justificativa o ‘bem-estar’ que produzia”, assinala a socióloga.
“Os reality shows são mal-estar enlatado para consumo, e isso só é possível em uma estrutura social que já não se preocupa com autolegitimação alguma”. A reflexão é de Silvia Viana, autora do livro Rituais de sofrimento, que será lançado pela Boitempo Editorial no dia 6 de fevereiro em São Paulo, a partir das 19h no Espaço Serralheria (Lapa). Para ela, a popularidade desses programas está diretamente relacionada à reprodução da “forma de dominação típica do capitalismo de acumulação flexível, dominação essa que ainda não foi superada”.
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, Silvia compara os processos do programa à estrutura capitalista, onde “devemos ser ‘fortes’ para ‘superar as dificuldades’ (por mais imbecis e esdrúxulas que sejam) e, por fim, ‘sobrevivermos’”. E conclui: “O assustador é que essa mesma estrutura organiza nossa existência no atual modo de produção: trabalhamos para arrumar mais trabalho, para não sermos demitidos, para sobrevivermos... E se retirarmos essa fantasia que organiza nossa existência, o que resta é o ‘Truman Show’: o tédio insuportável da vida desprovida de sentido”.
Silvia Viana é graduada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo – USP, mestre e doutora em Sociologia pela mesma universidade.