sábado, 31 de março de 2012
Exigências para entrada de espanhóis no País começam a valer na segunda-feira
Via Estadão
31.03.2012
Controle migratório passará a exigir a apresentação de bilhete aéreo de volta, com data de retorno marcada, e comprovação de meios econômicos suficientes para manutenção no Brasil
Agência Estado
Começam a valer a partir da próxima segunda-feira as novas exigências fixadas pelo governo brasileiro para os espanhóis conseguirem a autorização de entrada no País. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a decisão é baseada no chamado princípio diplomático da reciprocidade.
Continua
31.03.2012
Controle migratório passará a exigir a apresentação de bilhete aéreo de volta, com data de retorno marcada, e comprovação de meios econômicos suficientes para manutenção no Brasil
Agência Estado
Começam a valer a partir da próxima segunda-feira as novas exigências fixadas pelo governo brasileiro para os espanhóis conseguirem a autorização de entrada no País. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a decisão é baseada no chamado princípio diplomático da reciprocidade.
Continua
O legislador e o fora da lei
Via blog do Noblat
31.03.2012
Marcelo Rocha, Murilo Ramos e Andrei Meireles, ÉPOCA
Qual é o papel de um líder? Conseguir que outros o sigam. Inspirar seus subordinados por meio de suas próprias ações. Servir de exemplo para as futuras conquistas de um corpo coletivo.
O senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, liderava seu partido no Senado Federal. Suas palavras e atitudes, apoiadas num passado de credibilidade no mundo jurídico e como secretário da Segurança Pública de seu Estado, eram respeitadas na cena política nacional.
Não mais. Documentos e escutas telefônicas revelados nas últimas semanas mostram que, em vez de representar seus mais de 2 milhões de eleitores, Demóstenes se concentrou em defender os interesses de um único cidadão brasileiro: o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes fez lobby para Cachoeira no Congresso Nacional, na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e na Infraero, empresa responsável pela infraestrutura dos aeroportos do país.
Uma transcrição obtida com exclusividade por ÉPOCA mostra que Demóstenes também pedia favores a Cachoeira. Ele queria que o bicheiro, influente no Centro-Oeste, ajudasse a agência de publicidade de um amigo a conseguir contratos em Mato Grosso para a Copa do Mundo (leia o documento abaixo). Acumulam-se as evidências de uma relação promíscua entre um legislador e um fora da lei.
Investigações da Polícia Federal mostram que essa relação incluía inúmeras conversas amistosas, acompanhadas de troca de favores. Um desses bate-papos ocorreu num final de tarde, exatamente às 16h38, do dia 11 de abril de 2011.
Os dois conversaram sobre negócios ao telefone. Demóstenes pediu ajuda a Cachoeira para vencer uma licitação em Mato Grosso. Estava em disputa a prestação de serviços de marketing relacionados à Copa do Mundo de 2014. Demóstenes diz a Cachoeira que um “amigo nosso”, dono de agência de publicidade, está interessado. “Cê acha que consegue?”, pergunta Demóstenes. “Acho um negócio bacana. Se for do interesse seu... (de Demóstenes)”, responde Cachoeira. “Eu acho que consigo.”
Quatro minutos depois, os dois voltam a se falar, e Demóstenes afirma que passará na casa de Cachoeira para conversar mais sobre o assunto. A ocasião realmente merecia uma discussão mais profunda: estavam em jogo dois lotes, de R$ 13 milhões cada um.
Mais tarde, Cachoeira tratou do mesmo assunto com Cláudio Abreu, representante da empresa Delta Construções no Centro-Oeste. “Pega uma (um dos lotes) pra nós”, diz Cachoeira.
Em milhares de páginas, o inquérito da Operação Monte Carlo expõe em detalhes como Demóstenes Torres conciliou – e muitas vezes misturou – sua função de senador da República com a de prestador de serviços e parceiro privado de Cachoeira. Tais serviços incluíam lobby, tráfico de influência e corrupção.
Leia a íntegra em O legislador e o fora da lei
***
Leia também:
Stepan Nercessian pede licença do PPS
31.03.2012
Marcelo Rocha, Murilo Ramos e Andrei Meireles, ÉPOCA
Qual é o papel de um líder? Conseguir que outros o sigam. Inspirar seus subordinados por meio de suas próprias ações. Servir de exemplo para as futuras conquistas de um corpo coletivo.
O senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, liderava seu partido no Senado Federal. Suas palavras e atitudes, apoiadas num passado de credibilidade no mundo jurídico e como secretário da Segurança Pública de seu Estado, eram respeitadas na cena política nacional.
Não mais. Documentos e escutas telefônicas revelados nas últimas semanas mostram que, em vez de representar seus mais de 2 milhões de eleitores, Demóstenes se concentrou em defender os interesses de um único cidadão brasileiro: o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes fez lobby para Cachoeira no Congresso Nacional, na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e na Infraero, empresa responsável pela infraestrutura dos aeroportos do país.
Uma transcrição obtida com exclusividade por ÉPOCA mostra que Demóstenes também pedia favores a Cachoeira. Ele queria que o bicheiro, influente no Centro-Oeste, ajudasse a agência de publicidade de um amigo a conseguir contratos em Mato Grosso para a Copa do Mundo (leia o documento abaixo). Acumulam-se as evidências de uma relação promíscua entre um legislador e um fora da lei.
Investigações da Polícia Federal mostram que essa relação incluía inúmeras conversas amistosas, acompanhadas de troca de favores. Um desses bate-papos ocorreu num final de tarde, exatamente às 16h38, do dia 11 de abril de 2011.
Os dois conversaram sobre negócios ao telefone. Demóstenes pediu ajuda a Cachoeira para vencer uma licitação em Mato Grosso. Estava em disputa a prestação de serviços de marketing relacionados à Copa do Mundo de 2014. Demóstenes diz a Cachoeira que um “amigo nosso”, dono de agência de publicidade, está interessado. “Cê acha que consegue?”, pergunta Demóstenes. “Acho um negócio bacana. Se for do interesse seu... (de Demóstenes)”, responde Cachoeira. “Eu acho que consigo.”
Quatro minutos depois, os dois voltam a se falar, e Demóstenes afirma que passará na casa de Cachoeira para conversar mais sobre o assunto. A ocasião realmente merecia uma discussão mais profunda: estavam em jogo dois lotes, de R$ 13 milhões cada um.
Mais tarde, Cachoeira tratou do mesmo assunto com Cláudio Abreu, representante da empresa Delta Construções no Centro-Oeste. “Pega uma (um dos lotes) pra nós”, diz Cachoeira.
Em milhares de páginas, o inquérito da Operação Monte Carlo expõe em detalhes como Demóstenes Torres conciliou – e muitas vezes misturou – sua função de senador da República com a de prestador de serviços e parceiro privado de Cachoeira. Tais serviços incluíam lobby, tráfico de influência e corrupção.
Leia a íntegra em O legislador e o fora da lei
***
Leia também:
Stepan Nercessian pede licença do PPS
MPF/MG entra com 55 ações para obrigar empresas a apresentar plano de contenção de barragens
Via EcoDebate/
Ministério Público Federal em Minas Gerais
30.03.2012
Objetivo é evitar que novos acidentes possam ocorrer em virtude do rompimento das estruturas. Estudo divulgado há um mês aponta que 11,5% das 720 barragens auditadas no Estado não têm garantia de estabilidade.
O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG) ajuizou ontem, 29 de março, 55 ações civis públicas para obrigar empresas de mineração e indústria a apresentarem, no prazo máximo de 90 dias, plano de ações corretivas de suas barragens de rejeitos. Esses planos deverão especificar todas as medidas necessárias para a máxima mitigação do risco ambiental oriundo das barragens.
A barragem de rejeitos é uma estrutura utilizada por indústrias e mineradoras para o depósito de materiais, água e produtos químicos utilizados no processo de produção. Durante esse processo, os rejeitos são transformados em uma espécie de polpa, que é conduzida até uma bacia de acumulação, confinada por uma barragem, onde os sólidos sedimentam e as águas são clarificadas.
Nos últimos anos, o rompimento de barragens de rejeitos resultou em gravíssimos danos ambientais e até perda de vidas humanas no Estado de Minas Gerais. Os mais graves ocorreram na localidade de Macacos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2001, quando morreram cinco trabalhadores da Mineração Rio Verde e a lama chegou a atingir, em alguns locais, 30 metros de altura, e no Município de Miraí (2007), na Zona da Mata mineira.
O acidente de Miraí é considerado uma das maiores tragédias ambientais de Minas Gerais. O rompimento da barragem despejou dois bilhões de litros de lama em rios da região, deixou 30% da cidade desalojada e atingiu outros quatro municípios – Muriaé e Patrocínio do Muriaé, em Minas, e Laje do Muriaé e Itaperuna, no Rio.
Em pelo menos duas ocasiões anteriores, a região sofreu com outros graves acidentes causados pelo rompimento de barragens. Em março de 2006, 400 milhões de litros de resíduos de tratamento de bauxita – água e argila – atingiram um córrego da região e chegaram ao Rio de Janeiro. Os moradores de Laje do Muriaé tiveram o abastecimento de água suspenso em caráter preventivo, devido à possibilidade de contaminações. Em 2003, uma barragem pertencente às empresas Cataguases de Papel e Cataguases Florestal também rompeu e provocou o despejo de 1,2 bilhão de litros de resíduos tóxicos nos Rios Pomba e Paraíba do Sul, atingindo o norte e o noroeste fluminenses. Continua
Ministério Público Federal em Minas Gerais
30.03.2012
Objetivo é evitar que novos acidentes possam ocorrer em virtude do rompimento das estruturas. Estudo divulgado há um mês aponta que 11,5% das 720 barragens auditadas no Estado não têm garantia de estabilidade.
O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG) ajuizou ontem, 29 de março, 55 ações civis públicas para obrigar empresas de mineração e indústria a apresentarem, no prazo máximo de 90 dias, plano de ações corretivas de suas barragens de rejeitos. Esses planos deverão especificar todas as medidas necessárias para a máxima mitigação do risco ambiental oriundo das barragens.
A barragem de rejeitos é uma estrutura utilizada por indústrias e mineradoras para o depósito de materiais, água e produtos químicos utilizados no processo de produção. Durante esse processo, os rejeitos são transformados em uma espécie de polpa, que é conduzida até uma bacia de acumulação, confinada por uma barragem, onde os sólidos sedimentam e as águas são clarificadas.
Nos últimos anos, o rompimento de barragens de rejeitos resultou em gravíssimos danos ambientais e até perda de vidas humanas no Estado de Minas Gerais. Os mais graves ocorreram na localidade de Macacos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2001, quando morreram cinco trabalhadores da Mineração Rio Verde e a lama chegou a atingir, em alguns locais, 30 metros de altura, e no Município de Miraí (2007), na Zona da Mata mineira.
O acidente de Miraí é considerado uma das maiores tragédias ambientais de Minas Gerais. O rompimento da barragem despejou dois bilhões de litros de lama em rios da região, deixou 30% da cidade desalojada e atingiu outros quatro municípios – Muriaé e Patrocínio do Muriaé, em Minas, e Laje do Muriaé e Itaperuna, no Rio.
Em pelo menos duas ocasiões anteriores, a região sofreu com outros graves acidentes causados pelo rompimento de barragens. Em março de 2006, 400 milhões de litros de resíduos de tratamento de bauxita – água e argila – atingiram um córrego da região e chegaram ao Rio de Janeiro. Os moradores de Laje do Muriaé tiveram o abastecimento de água suspenso em caráter preventivo, devido à possibilidade de contaminações. Em 2003, uma barragem pertencente às empresas Cataguases de Papel e Cataguases Florestal também rompeu e provocou o despejo de 1,2 bilhão de litros de resíduos tóxicos nos Rios Pomba e Paraíba do Sul, atingindo o norte e o noroeste fluminenses. Continua
Comissão da OEA investiga Brasil por caso Herzog
Via Estadão
Por Wilson Tosta
29.03.2012
País foi notificado oficialmente e terá cerca de dois meses para explicar por que não puniu o assassinato do jornalista, morto no DOI-Codi de São Paulo, em 1975
RIO - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA) sediada em Washington (EUA), abriu oficialmente processo para investigar por que o Brasil não puniu o assassinato sob tortura por agentes do DOI-Codi de São Paulo, em 25 de outubro de 1975, do jornalista Vladimir Herzog. O País foi notificado na última terça-feira, 20, da denúncia apresentada pelo Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL), pela Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (FIDDH), pelo Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e pelo Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo. Continua
Por Wilson Tosta
29.03.2012
País foi notificado oficialmente e terá cerca de dois meses para explicar por que não puniu o assassinato do jornalista, morto no DOI-Codi de São Paulo, em 1975
RIO - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA) sediada em Washington (EUA), abriu oficialmente processo para investigar por que o Brasil não puniu o assassinato sob tortura por agentes do DOI-Codi de São Paulo, em 25 de outubro de 1975, do jornalista Vladimir Herzog. O País foi notificado na última terça-feira, 20, da denúncia apresentada pelo Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL), pela Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (FIDDH), pelo Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e pelo Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo. Continua
Notas das melhores escolas paulistas despencam em exame; veja
Via Folha.com
Por ANDRÉ MONTEIRO
FÁBIO TAKAHASHI
TALITA BEDINELLI
31.03.2012
A maioria das escolas públicas que tiveram os melhores desempenhos da rede estadual em 2010 sofreu queda na nota no ano seguinte, apontam dados divulgados pela Secretaria da Educação.
Veja o ranking das escolas no 3º ano do EM
Veja o ranking das escolas no 9º ano do EF
Veja o ranking das escolas no 5º ano do EF
Considerando as 349 melhores de 2010 no ensino médio (10% tops), 252 tiveram nota menor no ano passado, segundo tabulação da Folha com base nos dados oficiais.
Apenas outras 9 mantiveram a nota, e 88 melhoraram. O movimento foi semelhante nas unidades com séries finais do ensino fundamental.
A comparação é feita com base no Idesp, índice que considera o desempenho dos alunos em português e matemática em cada colégio, aliado à sua taxa de aprovação.
Melhor escola há dois anos, a Rizzieri Poletti (em Candido Rodrigues, a 352 km de SP) foi de média 5,81 para 1,47, na escala de 0 a 10 --recuo de 75%. Continua
Por ANDRÉ MONTEIRO
FÁBIO TAKAHASHI
TALITA BEDINELLI
31.03.2012
A maioria das escolas públicas que tiveram os melhores desempenhos da rede estadual em 2010 sofreu queda na nota no ano seguinte, apontam dados divulgados pela Secretaria da Educação.
Veja o ranking das escolas no 3º ano do EM
Veja o ranking das escolas no 9º ano do EF
Veja o ranking das escolas no 5º ano do EF
Considerando as 349 melhores de 2010 no ensino médio (10% tops), 252 tiveram nota menor no ano passado, segundo tabulação da Folha com base nos dados oficiais.
Apenas outras 9 mantiveram a nota, e 88 melhoraram. O movimento foi semelhante nas unidades com séries finais do ensino fundamental.
A comparação é feita com base no Idesp, índice que considera o desempenho dos alunos em português e matemática em cada colégio, aliado à sua taxa de aprovação.
Melhor escola há dois anos, a Rizzieri Poletti (em Candido Rodrigues, a 352 km de SP) foi de média 5,81 para 1,47, na escala de 0 a 10 --recuo de 75%. Continua
Ambientalistas acusam EUA de minar a Rio+20
JC e-mail 4467, de 30 de Março de 2012.
Ambientalistas acusam EUA de minar a Rio+20
A tendência de alguns países desenvolvidos liderados pelos Estados Unidos é a de enfraquecer a pauta da Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, no Rio de Janeiro, em junho, dizem ambientalistas. O calendário eleitoral e a crise econômica estariam fazendo com que a agenda de longo prazo do evento perca para a urgência de soluções no presente.
"O que dá para observar é que a Rio+20 é uma conferência bastante importante, que pode ter relevância, mas as negociações têm a tendência de postergar decisões mais fortes", diz Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos. "Pelas observações dos delegados dos EUA, o documento final da Rio+20 seria algo de cinco páginas, muito reduzido e de tom bem genérico", diz ele, que esteve nos EUA esta semana quando ocorreu outra rodada de negociações sobre o principal documento da Rio+20, o chamado "O Futuro que Queremos".
Em janeiro, em sua primeira versão, o texto tinha 19 páginas. Agora, tem 128. Recebeu um grande número de comentários e centenas de colchetes - a indicação dos diplomatas para dizer que não há consenso entre os países e, por isso, o texto não pode ser aprovado daquela forma. "Essa grande quantidade de emendas revelou uma tendência muito preocupante, a da exclusão sistemática de uma linguagem que favorecia direitos humanos para outra, que favorece os mercados", aponta Aron Belinky, coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis. "Por exemplo, a questão da água como direito humano foi alterada para o direito ao acesso à água", cita.
"A sociedade civil está questionando fortemente o conceito de economia verde", diz a deputada Aspásia Camargo (PV-RJ), também presente à rodada de negociações. "Fico até aborrecida, porque sou verde e há 20 anos discuto isso. Agora deu um pavor geral."
(Valor Econômico)
Ambientalistas acusam EUA de minar a Rio+20
A tendência de alguns países desenvolvidos liderados pelos Estados Unidos é a de enfraquecer a pauta da Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, no Rio de Janeiro, em junho, dizem ambientalistas. O calendário eleitoral e a crise econômica estariam fazendo com que a agenda de longo prazo do evento perca para a urgência de soluções no presente.
"O que dá para observar é que a Rio+20 é uma conferência bastante importante, que pode ter relevância, mas as negociações têm a tendência de postergar decisões mais fortes", diz Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos. "Pelas observações dos delegados dos EUA, o documento final da Rio+20 seria algo de cinco páginas, muito reduzido e de tom bem genérico", diz ele, que esteve nos EUA esta semana quando ocorreu outra rodada de negociações sobre o principal documento da Rio+20, o chamado "O Futuro que Queremos".
Em janeiro, em sua primeira versão, o texto tinha 19 páginas. Agora, tem 128. Recebeu um grande número de comentários e centenas de colchetes - a indicação dos diplomatas para dizer que não há consenso entre os países e, por isso, o texto não pode ser aprovado daquela forma. "Essa grande quantidade de emendas revelou uma tendência muito preocupante, a da exclusão sistemática de uma linguagem que favorecia direitos humanos para outra, que favorece os mercados", aponta Aron Belinky, coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis. "Por exemplo, a questão da água como direito humano foi alterada para o direito ao acesso à água", cita.
"A sociedade civil está questionando fortemente o conceito de economia verde", diz a deputada Aspásia Camargo (PV-RJ), também presente à rodada de negociações. "Fico até aborrecida, porque sou verde e há 20 anos discuto isso. Agora deu um pavor geral."
(Valor Econômico)
Ganhos e perdas na senda da inovação, artigo de Washington Novaes
JC e-mail 4467, de 30 de Março de 2012.
Ganhos e perdas na senda da inovação, artigo de Washington Novaes
Washington Novaes é jornalista. Artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo de hoje (30).
Quase à mesma hora em que era sepultado em São Paulo, há duas semanas, o corpo do professor Aziz Ab'Saber, uma das figuras mais importantes do pensamento científico e ambiental brasileiro, chegava às mãos do autor destas linhas o livro Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial, editado pelo Ministério do Meio Ambiente, sob coordenação do gerente de Recursos Genéticos, Lídio Coradin - obra importante para o País na área em que o falecido professor da Universidade de São Paulo (USP) foi um expoente.
Considerado referência em geografia no mundo, mas também em geologia, geomorfologia, biologia evolutiva, ecologia, autor de mais de 300 trabalhos acadêmicos, ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), condecorado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e outras instituições, o professor Ab'Saber era um homem simples e acessível, que aos 87 anos e com a saúde atingida não desistia da luta. A mais recente foi contra a versão de Código Florestal defendida pelos ruralistas - a seu ver, um forte retrocesso com graves consequências, principalmente por desprezar a variedade de cenários naturais no Brasil e a necessidade de regras diferenciadas para cada um.
O autor destas linhas conheceu-o pessoalmente em 1987, durante um debate promovido por este jornal sobre um dos programas da série Caminhos da Sobrevivência, que dirigia para a televisão. O debate era específico sobre um documentário a respeito da Bacia do Rio Tietê feito por Eduardo Coutinho. Havia muita confusão entre os debatedores, quando o professor Ab'Saber começou a falar. E a impressão de toda a plateia foi de que, a bordo da nacele de um balão, todos tinham subido ao céu e lá do alto haviam começado a enxergar a bacia do rio, hoje e na História: a ocupação humana, que começara pela planície, subira os morros e se estendera; os dramas causados pela ocupação desenfreada do solo e suas consequências na bacia hidrográfica, inclusive por causa do sepultamento sob o asfalto de dezenas de córregos e outros afluentes.
Pouco tempo depois, num debate em Mato Grosso do Sul sobre os dramas do Pantanal, quando se discutia a necessidade de desassorear o Rio Taquari, que já fora o grande leito da navegação no bioma e estava reduzido a um palmo d"água, o professor Ab'Saber, com seu saber, pôs a discussão no lugar: "Vocês podem planejar então desassorear o rio durante séculos, porque o desmatamento e a erosão que ele provoca, de fato, são problemáticos; mas a questão central está em que aquela região é de formação ainda recente, em evolução, e está no centro de um cone de terra com a base invertida para cima, milhares de quilômetros de diâmetro, que ejetam areia de baixo para cima; desassorear é útil, mas o problema mesmo durará séculos, milênios".
Era assim o professor Aziz A'"Saber, que antes de cursar a USP e nela ser professor foi, ali mesmo, jardineiro. E com essa simplicidade seguiu pela vida fora. Fará muita falta ao País.
Ele certamente gostaria de ler o livro sobre as espécies brasileiras, porque era um dos defensores exponenciais da nossa diversidade vegetal - 13% das espécies do planeta, segundo o texto, que tem como objetivo "promover o uso sustentável de espécies da flora brasileira de valor econômico atual e potencial, utilizadas local e regionalmente". Isso significa, diz o livro, novas opções para a agricultura familiar, oportunidades de investimento industrial, contribuição para a segurança alimentar, redução da vulnerabilidade do sistema alimentar brasileiro e formatos de favorecimento de comunidades locais. E todos esses caminhos são importantes para a área medicinal, para a produção de cosméticos e aromáticos, para plantio e comercialização de alimentos, para seleção de espécies adequadas ao clima, etc.
No mundo já se conhecem 250 mil espécies vegetais, dizem muitos estudos (outros apontam números menores) e a maior diversidade está no Brasil. Mas, apesar dela - observa o livro -, a nossa dieta é "altamente simplificada e dependente de recursos genéticos externos", enquanto poucas das nossas centenas de espécies comestíveis estão disponíveis no mercado. E tanto é assim que a nossa agricultura depende de espécies vindas de outras partes do mundo - café, arroz, soja, laranja, milho, trigo; na silvicultura, de eucaliptos e pinheiros; e mesmo fora das espécies vegetais, como na piscicultura (tilápias africanas e carpas asiáticas), na apicultura (polinizadores africanos), na pecuária (bovinos indianos, caprinos asiáticos, gramíneas africanas).
Então, o conhecimento das nossas espécies é vital, já que a produção mundial de alimentos, em grande parte cartelizada no comércio internacional, hoje depende basicamente de apenas 150 espécies; 15 espécies respondem por toda a energia de que depende o ser humano - e só quatro (arroz, batata, milho e trigo) respondem por metade dessa energia, segundo a ONU. Entre as pouco mais de 150 espécies mencionadas, só duas são brasileiras: mandioca e amendoim. E a própria evolução da biotecnologia entre nós dependerá do avanço no conhecimento nessa área. Até mesmo na área de medicamentos, em que os números do comércio mundial variam entre US$ 20 bilhões e US$ 250 bilhões anuais. Mas a produção interna não passa de US$ 500 milhões/ano. Só temos registrados 512 produtos fitoterapêuticos derivados de 162 espécies vegetais.
O conhecimento na área, portanto, é decisivo, até porque a perda da biodiversidade no mundo avança celeremente e já se perderam pelo menos 25% das espécies, diz o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que recomendou há dois anos ampliar para 17% as áreas terrestres protegidas e para 10% as áreas oceânicas.
Nas encruzilhadas que se apresentam para o Brasil em seu comércio exterior, em sua indústria, na política cambial, a inovação tecnológica será o fator preponderante nos próximos anos. Por isso são tão importantes os caminhos trilhados pelo livro.
Ganhos e perdas na senda da inovação, artigo de Washington Novaes
Washington Novaes é jornalista. Artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo de hoje (30).
Quase à mesma hora em que era sepultado em São Paulo, há duas semanas, o corpo do professor Aziz Ab'Saber, uma das figuras mais importantes do pensamento científico e ambiental brasileiro, chegava às mãos do autor destas linhas o livro Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial, editado pelo Ministério do Meio Ambiente, sob coordenação do gerente de Recursos Genéticos, Lídio Coradin - obra importante para o País na área em que o falecido professor da Universidade de São Paulo (USP) foi um expoente.
Considerado referência em geografia no mundo, mas também em geologia, geomorfologia, biologia evolutiva, ecologia, autor de mais de 300 trabalhos acadêmicos, ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), condecorado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e outras instituições, o professor Ab'Saber era um homem simples e acessível, que aos 87 anos e com a saúde atingida não desistia da luta. A mais recente foi contra a versão de Código Florestal defendida pelos ruralistas - a seu ver, um forte retrocesso com graves consequências, principalmente por desprezar a variedade de cenários naturais no Brasil e a necessidade de regras diferenciadas para cada um.
O autor destas linhas conheceu-o pessoalmente em 1987, durante um debate promovido por este jornal sobre um dos programas da série Caminhos da Sobrevivência, que dirigia para a televisão. O debate era específico sobre um documentário a respeito da Bacia do Rio Tietê feito por Eduardo Coutinho. Havia muita confusão entre os debatedores, quando o professor Ab'Saber começou a falar. E a impressão de toda a plateia foi de que, a bordo da nacele de um balão, todos tinham subido ao céu e lá do alto haviam começado a enxergar a bacia do rio, hoje e na História: a ocupação humana, que começara pela planície, subira os morros e se estendera; os dramas causados pela ocupação desenfreada do solo e suas consequências na bacia hidrográfica, inclusive por causa do sepultamento sob o asfalto de dezenas de córregos e outros afluentes.
Pouco tempo depois, num debate em Mato Grosso do Sul sobre os dramas do Pantanal, quando se discutia a necessidade de desassorear o Rio Taquari, que já fora o grande leito da navegação no bioma e estava reduzido a um palmo d"água, o professor Ab'Saber, com seu saber, pôs a discussão no lugar: "Vocês podem planejar então desassorear o rio durante séculos, porque o desmatamento e a erosão que ele provoca, de fato, são problemáticos; mas a questão central está em que aquela região é de formação ainda recente, em evolução, e está no centro de um cone de terra com a base invertida para cima, milhares de quilômetros de diâmetro, que ejetam areia de baixo para cima; desassorear é útil, mas o problema mesmo durará séculos, milênios".
Era assim o professor Aziz A'"Saber, que antes de cursar a USP e nela ser professor foi, ali mesmo, jardineiro. E com essa simplicidade seguiu pela vida fora. Fará muita falta ao País.
Ele certamente gostaria de ler o livro sobre as espécies brasileiras, porque era um dos defensores exponenciais da nossa diversidade vegetal - 13% das espécies do planeta, segundo o texto, que tem como objetivo "promover o uso sustentável de espécies da flora brasileira de valor econômico atual e potencial, utilizadas local e regionalmente". Isso significa, diz o livro, novas opções para a agricultura familiar, oportunidades de investimento industrial, contribuição para a segurança alimentar, redução da vulnerabilidade do sistema alimentar brasileiro e formatos de favorecimento de comunidades locais. E todos esses caminhos são importantes para a área medicinal, para a produção de cosméticos e aromáticos, para plantio e comercialização de alimentos, para seleção de espécies adequadas ao clima, etc.
No mundo já se conhecem 250 mil espécies vegetais, dizem muitos estudos (outros apontam números menores) e a maior diversidade está no Brasil. Mas, apesar dela - observa o livro -, a nossa dieta é "altamente simplificada e dependente de recursos genéticos externos", enquanto poucas das nossas centenas de espécies comestíveis estão disponíveis no mercado. E tanto é assim que a nossa agricultura depende de espécies vindas de outras partes do mundo - café, arroz, soja, laranja, milho, trigo; na silvicultura, de eucaliptos e pinheiros; e mesmo fora das espécies vegetais, como na piscicultura (tilápias africanas e carpas asiáticas), na apicultura (polinizadores africanos), na pecuária (bovinos indianos, caprinos asiáticos, gramíneas africanas).
Então, o conhecimento das nossas espécies é vital, já que a produção mundial de alimentos, em grande parte cartelizada no comércio internacional, hoje depende basicamente de apenas 150 espécies; 15 espécies respondem por toda a energia de que depende o ser humano - e só quatro (arroz, batata, milho e trigo) respondem por metade dessa energia, segundo a ONU. Entre as pouco mais de 150 espécies mencionadas, só duas são brasileiras: mandioca e amendoim. E a própria evolução da biotecnologia entre nós dependerá do avanço no conhecimento nessa área. Até mesmo na área de medicamentos, em que os números do comércio mundial variam entre US$ 20 bilhões e US$ 250 bilhões anuais. Mas a produção interna não passa de US$ 500 milhões/ano. Só temos registrados 512 produtos fitoterapêuticos derivados de 162 espécies vegetais.
O conhecimento na área, portanto, é decisivo, até porque a perda da biodiversidade no mundo avança celeremente e já se perderam pelo menos 25% das espécies, diz o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que recomendou há dois anos ampliar para 17% as áreas terrestres protegidas e para 10% as áreas oceânicas.
Nas encruzilhadas que se apresentam para o Brasil em seu comércio exterior, em sua indústria, na política cambial, a inovação tecnológica será o fator preponderante nos próximos anos. Por isso são tão importantes os caminhos trilhados pelo livro.
sexta-feira, 30 de março de 2012
Imagem revela como o cérebro é organizado
Via G1
29.03.2012
Registro mostra estrutura tridimensional, como uma grade curvada.
Descoberta desvenda conexão entre todas as partes do cérebro.
Esqueça aquela ideia de que "o lado direito do cérebro faz assim" e o "lado esquerdo do cérebro faz assado". Um estudo publicado nesta quinta-feira (29) pela revista “Science” mostra que o cérebro humano não tem "lados" nem é isolado na hora de realizar tarefas. Ele é todo interligado e não existem áreas específicas para funções específicas.
O mesmo padrão de organização foi observado no cérebro humano e também no de macacos. Segundo os pesquisadores, os sinais que correm pelo cérebro se ordenam em uma estrutura tridimensional, como uma "grade curvada". Em resumo, o cérebro não é um emaranhado de fios separados, mas uma rede interligada.
“A velha imagem do cérebro como um emaranhado com milhares de fios separados e desconectados não fazia sentido do ponto de vista evolutivo”, afirmou Van Wedeen, autor do estudo, em material de divulgação do Hospital Geral de Massachusetts, nos EUA, onde ele trabalha.
“Como a seleção natural levaria cada um destes fios a configurações mais eficientes e vantajosas? A grande simplicidade desta estrutura em grade é o motivo pelo qual ele [o cérebro] consegue acomodar as mudanças aleatórias e graduais da evolução”, concluiu o pesquisador.
29.03.2012
Descoberta desvenda conexão entre todas as partes do cérebro.
Esqueça aquela ideia de que "o lado direito do cérebro faz assim" e o "lado esquerdo do cérebro faz assado". Um estudo publicado nesta quinta-feira (29) pela revista “Science” mostra que o cérebro humano não tem "lados" nem é isolado na hora de realizar tarefas. Ele é todo interligado e não existem áreas específicas para funções específicas.
O mesmo padrão de organização foi observado no cérebro humano e também no de macacos. Segundo os pesquisadores, os sinais que correm pelo cérebro se ordenam em uma estrutura tridimensional, como uma "grade curvada". Em resumo, o cérebro não é um emaranhado de fios separados, mas uma rede interligada.
Cérebro visto como uma grade curvada, em imagem feita por estudo publicado nesta quinta (29) (Foto: MCH-UCLA Human Connectome Project) |
“A velha imagem do cérebro como um emaranhado com milhares de fios separados e desconectados não fazia sentido do ponto de vista evolutivo”, afirmou Van Wedeen, autor do estudo, em material de divulgação do Hospital Geral de Massachusetts, nos EUA, onde ele trabalha.
“Como a seleção natural levaria cada um destes fios a configurações mais eficientes e vantajosas? A grande simplicidade desta estrutura em grade é o motivo pelo qual ele [o cérebro] consegue acomodar as mudanças aleatórias e graduais da evolução”, concluiu o pesquisador.
Discussão de obras de ficção pode mudar visão sobre Ciência
Via Agência USP de Notícias
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
29.03.2012
Uma pesquisa do Instituto de Física (IF) da USP mostra que a leitura de textos de ficção científica em sala de aula pode ir além da introdução de conceitos científicos e se tornar um debate sobre o papel da Ciência e suas implicações sociais e políticas. O estudo de Adalberto Anderlini, professor de Física do ensino médio, apresenta projetos realizados com estudantes que buscam desenvolver entre eles uma visão mais crítica da Ciência.
O professor conta que no início da pesquisa a ficção científica era encarada de uma forma mais lúdica. “Trazê-la para a sala de aula seria principalmente uma forma de cativar os estudantes para o ensino de Ciências”, aponta. No entanto, ao longo do estudo, com as reflexões teóricas e o trabalho em sala de aula, houve uma mudança de foco. “O que se percebeu é que os textos de ficção científica poderiam servir para compreender as questões sociais que envolvem a Ciência”. Continua
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
29.03.2012
Uma pesquisa do Instituto de Física (IF) da USP mostra que a leitura de textos de ficção científica em sala de aula pode ir além da introdução de conceitos científicos e se tornar um debate sobre o papel da Ciência e suas implicações sociais e políticas. O estudo de Adalberto Anderlini, professor de Física do ensino médio, apresenta projetos realizados com estudantes que buscam desenvolver entre eles uma visão mais crítica da Ciência.
O professor conta que no início da pesquisa a ficção científica era encarada de uma forma mais lúdica. “Trazê-la para a sala de aula seria principalmente uma forma de cativar os estudantes para o ensino de Ciências”, aponta. No entanto, ao longo do estudo, com as reflexões teóricas e o trabalho em sala de aula, houve uma mudança de foco. “O que se percebeu é que os textos de ficção científica poderiam servir para compreender as questões sociais que envolvem a Ciência”. Continua
Igrejas concorrem politicamente para ampliar sua influência
Via Agência USP de Notícias
Por Victor Francisco Ferreira - victor.francisco.ferreira@usp.br
20.03.2012
Um estudo realizado pelo geógrafo Alberto Pereira dos Santos na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP analisou as relações entre a geopolítica das igrejas, principalmente a Católica e as evangélicas, e o crescimento da população sem religião definida no Brasil, fenômeno chamado pelo autor de anarquia religiosa.
“Existe sim uma geopolítica das igrejas que pensa na expansão de novas filiais, na eleição de parlamentares (vereadores, deputados, senadores), na disputa por concessões de canais de televisão e rádios, entre outras estratégias e metas. Por outro lado, existe também uma geopolítica da Igreja Católica para dentro e para fora desta instituição religiosa milenar”, afirma o geógrafo, autor da tese de doutorado Geopolítica das igrejas e anarquia religiosa no Brasil. Por uma geoética de apoio mútuo, defendida em junho de 2011 sob orientação do professor Jose William Vesentini.
O principal foco da disputa geopolítica estudado foram as igrejas evangélicas e a Igreja Católica. “O embate geopolítico entre as igrejas católica e evangélicas se dá por intermédio dos meios de comunicação, televisão e rádio principalmente; da produção musical, de um lado, os padres cantores, de outro, os cantores gospel evangélicos; da criação de novos templos faraônicos em lugares estratégicos nas cidades.”
Santos explica, porém, que a concorrência entre as igrejas é política e econômica. Para sua manutenção, as igrejas precisam ampliar seu número de fiéis. “Isso pode ocorrer por meio do engajamento eleitoral das igrejas em prol de determinados candidatos (padres, pastores e bispos), na intensificação da ideologia religiosa por meio da ênfase nos dogmas, na realização de grandes shows e eventos religiosos, por exemplo, as feiras Expocatólica, Expoevangélica e marketing do turismo religioso, entre outras atividades. Além do investimento de capital em atividades econômicas como gráficas, editoras, escolas e faculdades religiosas, bancos, instalação de equipamentos transmissores de som e imagem, e a disputa por concessões de canais de televisão e rádio”, afirma.
Anarquia
Apesar de todo o investimento feito pelas igrejas nos meios de comunicação ou em outras formas de tentar influenciar e captar mais fiéis, a anarquia religiosa cresce no Brasil. Atualmente, são mais de 12 milhões de pessoas sem religião. Destes, mais de 90% já foram católicos ou evangélicos em algum momento da vida. “Isto é, são pessoas que têm fé, mas não acreditam nas igrejas”, define Santos. Continua
Por Victor Francisco Ferreira - victor.francisco.ferreira@usp.br
20.03.2012
Um estudo realizado pelo geógrafo Alberto Pereira dos Santos na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP analisou as relações entre a geopolítica das igrejas, principalmente a Católica e as evangélicas, e o crescimento da população sem religião definida no Brasil, fenômeno chamado pelo autor de anarquia religiosa.
“Existe sim uma geopolítica das igrejas que pensa na expansão de novas filiais, na eleição de parlamentares (vereadores, deputados, senadores), na disputa por concessões de canais de televisão e rádios, entre outras estratégias e metas. Por outro lado, existe também uma geopolítica da Igreja Católica para dentro e para fora desta instituição religiosa milenar”, afirma o geógrafo, autor da tese de doutorado Geopolítica das igrejas e anarquia religiosa no Brasil. Por uma geoética de apoio mútuo, defendida em junho de 2011 sob orientação do professor Jose William Vesentini.
O principal foco da disputa geopolítica estudado foram as igrejas evangélicas e a Igreja Católica. “O embate geopolítico entre as igrejas católica e evangélicas se dá por intermédio dos meios de comunicação, televisão e rádio principalmente; da produção musical, de um lado, os padres cantores, de outro, os cantores gospel evangélicos; da criação de novos templos faraônicos em lugares estratégicos nas cidades.”
Santos explica, porém, que a concorrência entre as igrejas é política e econômica. Para sua manutenção, as igrejas precisam ampliar seu número de fiéis. “Isso pode ocorrer por meio do engajamento eleitoral das igrejas em prol de determinados candidatos (padres, pastores e bispos), na intensificação da ideologia religiosa por meio da ênfase nos dogmas, na realização de grandes shows e eventos religiosos, por exemplo, as feiras Expocatólica, Expoevangélica e marketing do turismo religioso, entre outras atividades. Além do investimento de capital em atividades econômicas como gráficas, editoras, escolas e faculdades religiosas, bancos, instalação de equipamentos transmissores de som e imagem, e a disputa por concessões de canais de televisão e rádio”, afirma.
Anarquia
Apesar de todo o investimento feito pelas igrejas nos meios de comunicação ou em outras formas de tentar influenciar e captar mais fiéis, a anarquia religiosa cresce no Brasil. Atualmente, são mais de 12 milhões de pessoas sem religião. Destes, mais de 90% já foram católicos ou evangélicos em algum momento da vida. “Isto é, são pessoas que têm fé, mas não acreditam nas igrejas”, define Santos. Continua
quinta-feira, 29 de março de 2012
CPI aprova repúdio à decisão do STJ sobre estupro de menor
Via G1
29.03.2012
Tribunal inocentou acusado porque crianças tinham vida sexual ativa.
Associação de Procuradores diz que STJ é 'afronta' a princípio da proteção.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre Violência Contra a Mulher, integrada por deputados e senadores, aprovou nesta quinta-feira (29) uma nota de repúdio à decisão da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de inocentar um homem acusado de estuprar três crianças de 12 anos.
Na decisão, divulgada na terça-feira (27), os ministros da seção entenderam, por 5 votos a 3, que o homem não poderia ser condenado porque as crianças “já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data".
O G1 consultou a assessoria do STJ sobre a nota de repúdio. A assessoria informou que trata-se de uma decisão judicial tomada por um colegiado e da qual ainda cabe recurso ao próprio STJ e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Continua
Veja também:
Governo recorre da decisão do STJ de absolver acusado de estupro
Maria do Rosário - Ministra da Secretaria de Direitos Humanos
29.03.2012
Tribunal inocentou acusado porque crianças tinham vida sexual ativa.
Associação de Procuradores diz que STJ é 'afronta' a princípio da proteção.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre Violência Contra a Mulher, integrada por deputados e senadores, aprovou nesta quinta-feira (29) uma nota de repúdio à decisão da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de inocentar um homem acusado de estuprar três crianças de 12 anos.
Na decisão, divulgada na terça-feira (27), os ministros da seção entenderam, por 5 votos a 3, que o homem não poderia ser condenado porque as crianças “já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data".
O G1 consultou a assessoria do STJ sobre a nota de repúdio. A assessoria informou que trata-se de uma decisão judicial tomada por um colegiado e da qual ainda cabe recurso ao próprio STJ e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Continua
Veja também:
Governo recorre da decisão do STJ de absolver acusado de estupro
“Relativizar direitos das crianças e julgá-las de acordo com a origem social, se já estavam nas ruas, julgar uma criança que foi vítima de abuso sexual compreendendo-a como responsável pela violência que ela sofreu é sem dúvida um ato de perversidade que vai contra toda a legislação protetiva de direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil”.
Maria do Rosário - Ministra da Secretaria de Direitos Humanos
STJ delimita provas para embriaguez e enfraquece Lei Seca
Via Folha.com
Por FILIPE COUTINHO
28.03.2012
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta quarta-feira que somente o bafômetro e o exame de sangue podem atestar a embriaguez do motorista e excluiu provas testemunhais ou exame médico.
Com essa decisão, a Lei Seca fica esvaziada, uma vez que o motorista não é obrigado a produzir provas contra si e pode recusar os exames aceitos pelo STJ. Assim, a comprovação de embriaguez pode ficar inviabilizada. Foram cinco votos contra novas provas, e quatro a favor. Continua
Por FILIPE COUTINHO
28.03.2012
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta quarta-feira que somente o bafômetro e o exame de sangue podem atestar a embriaguez do motorista e excluiu provas testemunhais ou exame médico.
Com essa decisão, a Lei Seca fica esvaziada, uma vez que o motorista não é obrigado a produzir provas contra si e pode recusar os exames aceitos pelo STJ. Assim, a comprovação de embriaguez pode ficar inviabilizada. Foram cinco votos contra novas provas, e quatro a favor. Continua
Amianto: milhares de britânicos serão indenizados
Via blog do Noblat
29.03.201
O Globo
Milhares de trabalhadores que contraíram câncer por exposição ao amianto devem ser indenizados num montante estimado, segundo o jornal “Guardian”, entre 600 milhões de libras e cinco bilhões de libras. A decisão foi anunciada em uma sentença histórica do Supremo Tribunal britânico, que encerrou mais de cinco anos de disputa judicial.
Os juízes determinaram que as seguradoras deverão indenizar as vítimas ou seus parentes, levando em conta o momento da contaminação e quando foram identificados os sintomas do câncer, anos depois. Estima-se que milhares de pessoas contaminadas ou seus herdeiros serão beneficiados pela sentença, já que os primeiros casos remontam aos anos 1940.
Acredita-se que, desde então, o amianto tenha causado a morte de cinco mil pessoas por ano e que ainda surjam 2.500 novos casos ao ano. Espera-se, porém, que este número comece a cair após 2015.
A Justiça se pronunciou em 2008 a favor dos doentes, mas, em seguida, o Supremo Tribunal deu razão às seguradoras, causando “confusão e incerteza entre as vítimas e suas famílias”.
Agora, um painel de cinco juízes do Supremo determinou que “a negligente exposição de um empregado ao amianto durante o período em que apólice (de seguro) estava em vigor tem vínculo causal suficiente com a consequente aparição de mesotelioma (um tipo de câncer) para ativar as obrigações do segurador”.
Leia mais em Amianto: milhares de britânicos serão indenizados
29.03.201
O Globo
Milhares de trabalhadores que contraíram câncer por exposição ao amianto devem ser indenizados num montante estimado, segundo o jornal “Guardian”, entre 600 milhões de libras e cinco bilhões de libras. A decisão foi anunciada em uma sentença histórica do Supremo Tribunal britânico, que encerrou mais de cinco anos de disputa judicial.
Os juízes determinaram que as seguradoras deverão indenizar as vítimas ou seus parentes, levando em conta o momento da contaminação e quando foram identificados os sintomas do câncer, anos depois. Estima-se que milhares de pessoas contaminadas ou seus herdeiros serão beneficiados pela sentença, já que os primeiros casos remontam aos anos 1940.
Acredita-se que, desde então, o amianto tenha causado a morte de cinco mil pessoas por ano e que ainda surjam 2.500 novos casos ao ano. Espera-se, porém, que este número comece a cair após 2015.
A Justiça se pronunciou em 2008 a favor dos doentes, mas, em seguida, o Supremo Tribunal deu razão às seguradoras, causando “confusão e incerteza entre as vítimas e suas famílias”.
Agora, um painel de cinco juízes do Supremo determinou que “a negligente exposição de um empregado ao amianto durante o período em que apólice (de seguro) estava em vigor tem vínculo causal suficiente com a consequente aparição de mesotelioma (um tipo de câncer) para ativar as obrigações do segurador”.
Leia mais em Amianto: milhares de britânicos serão indenizados
Maria do Rosário pedirá revisão de decisão que inocentou estupradores
Via blog do Noblat
29.03.2012
O Globo
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, pedirá a reversão da decisão divulgada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que inocentou um homem da acusação de ter estuprado três meninas de 12 anos de idade.
Nesta quarta-feira, a ministra divulgou nota dizendo que encaminhará essa solicitação ao procurador Geral da República, Roberto Gurgel, e ao Advogado-Geral da União, Luiz Inácio Adams.
“Entendemos que os Direitos Humanos de crianças e adolescentes jamais podem ser relativizados. Com essa sentença, um homem foi inocentado da acusação de estupro de três vulneráveis, o que na prática significa impunidade para um dos crimes mais graves cometidos contra a sociedade brasileira. Esta decisão abre um precedente que fragiliza pais, mães e todos aqueles que lutam para cuidar de nossas crianças e adolescentes”, afirmou a ministra, em nota.
Na terça-feira, o STJ decidiu absolver o estuprador, sob a alegação de que a presunção de violência no crime de estupro pode ser afastada diante de algumas circunstâncias, pois as meninas se prostituíam antes do crime ocorrer.
Leia mais em Maria do Rosário pedirá revisão de decisão que inocentou estupradores
29.03.2012
O Globo
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, pedirá a reversão da decisão divulgada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que inocentou um homem da acusação de ter estuprado três meninas de 12 anos de idade.
Nesta quarta-feira, a ministra divulgou nota dizendo que encaminhará essa solicitação ao procurador Geral da República, Roberto Gurgel, e ao Advogado-Geral da União, Luiz Inácio Adams.
“Entendemos que os Direitos Humanos de crianças e adolescentes jamais podem ser relativizados. Com essa sentença, um homem foi inocentado da acusação de estupro de três vulneráveis, o que na prática significa impunidade para um dos crimes mais graves cometidos contra a sociedade brasileira. Esta decisão abre um precedente que fragiliza pais, mães e todos aqueles que lutam para cuidar de nossas crianças e adolescentes”, afirmou a ministra, em nota.
Na terça-feira, o STJ decidiu absolver o estuprador, sob a alegação de que a presunção de violência no crime de estupro pode ser afastada diante de algumas circunstâncias, pois as meninas se prostituíam antes do crime ocorrer.
Leia mais em Maria do Rosário pedirá revisão de decisão que inocentou estupradores
TCU aponta superfaturamento em transposição do São Francisco
Via Estadão
Por Marta Salomon
28.03.2012
Trecho 5 da obra feita no Rio São Francisco custou R$ 29 milhões a mais, segundo o tribunal; preço da areia chegou a subir 143%
BRASÍLIA - Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou superfaturamento de R$ 29 milhões num dos trechos da obra da transposição do São Francisco, localizado no Ceará, e mandou rever os custos do negócio. As novas licitações deverão consumir R$ 2,6 bilhões, segundo previsão do Ministério da Integração.
As irregularidades encontradas no edital do lote cinco da obra foram consideradas graves, e incluem preços de até 143% acima dos cobrados pelo mercado, no caso da areia, além de suposta restrição à concorrência. O TCU mandou rever o edital antes do lançamento, previsto para abril.
Mas, logo depois do anúncio da decisão do tribunal, o ministério informou que o edital já havia sido lançado no início de março. À revelia, portanto, do processo em curso no tribunal. Continua
Por Marta Salomon
28.03.2012
Trecho 5 da obra feita no Rio São Francisco custou R$ 29 milhões a mais, segundo o tribunal; preço da areia chegou a subir 143%
BRASÍLIA - Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou superfaturamento de R$ 29 milhões num dos trechos da obra da transposição do São Francisco, localizado no Ceará, e mandou rever os custos do negócio. As novas licitações deverão consumir R$ 2,6 bilhões, segundo previsão do Ministério da Integração.
As irregularidades encontradas no edital do lote cinco da obra foram consideradas graves, e incluem preços de até 143% acima dos cobrados pelo mercado, no caso da areia, além de suposta restrição à concorrência. O TCU mandou rever o edital antes do lançamento, previsto para abril.
Mas, logo depois do anúncio da decisão do tribunal, o ministério informou que o edital já havia sido lançado no início de março. À revelia, portanto, do processo em curso no tribunal. Continua
Cai nº de leitores no País e metade não lê
Via Estadão
Por Maria Fernanda Rodrigues
28.03.2012
Parcela da população que se diz leitora passou de 55% em 2007 para 50% em 2011
A terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a ser apresentada hoje na Câmara, revelou que a população leitora diminuiu no País. Enquanto em 2007 55% dos brasileiros se diziam leitores, hoje esse porcentual caiu para 50%.
São considerados leitores aqueles que leram pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa. Diminuiu também, de 4,7 para 4, o número de livros lidos por ano. Entraram nessa estatística os livros iniciados, mas não acabados. Na conta final, o brasileiro leu 2,1 livros inteiros e desistiu da leitura de 2. Continua
Por Maria Fernanda Rodrigues
28.03.2012
Parcela da população que se diz leitora passou de 55% em 2007 para 50% em 2011
A terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a ser apresentada hoje na Câmara, revelou que a população leitora diminuiu no País. Enquanto em 2007 55% dos brasileiros se diziam leitores, hoje esse porcentual caiu para 50%.
São considerados leitores aqueles que leram pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa. Diminuiu também, de 4,7 para 4, o número de livros lidos por ano. Entraram nessa estatística os livros iniciados, mas não acabados. Na conta final, o brasileiro leu 2,1 livros inteiros e desistiu da leitura de 2. Continua
quarta-feira, 28 de março de 2012
Morre Millôr Fernandes
Via Estadão
Por Gheisa Lessa
28.03.2012
Escritor faleceu na noite desta terça-feira, 27, em sua casa no Rio de Janeiro
SÃO PAULO - O escritor Millôr Fernandes morreu na noite deste terça-feira, 27, por volta das 21h, em sua residência no Rio, por falência múltipla de órgãos. O corpo será velado a partir das 10h de quinta-feira, 29, no Cemitério Memorial do Carmo, no Bairro do Caju, no Rio. Segundo a assessoria do cemitério, o corpo será cremado às 15h, desta quinta, no Crematório da Santa Casa. Millôr tinha 88 anos. Continua
Por Gheisa Lessa
28.03.2012
Escritor faleceu na noite desta terça-feira, 27, em sua casa no Rio de Janeiro
SÃO PAULO - O escritor Millôr Fernandes morreu na noite deste terça-feira, 27, por volta das 21h, em sua residência no Rio, por falência múltipla de órgãos. O corpo será velado a partir das 10h de quinta-feira, 29, no Cemitério Memorial do Carmo, no Bairro do Caju, no Rio. Segundo a assessoria do cemitério, o corpo será cremado às 15h, desta quinta, no Crematório da Santa Casa. Millôr tinha 88 anos. Continua
Veja também:
'O Pasquim', o mais subversivo dos tabloides
Millôr e sua obra de humor e inteligência
O dia que Millôr organizou uma passeata
ESPECIAL: Millôr Fernandes em depoimentos
Confira uma das últimas entrevistas de Millôr para o 'Estado'
'O Pasquim', o mais subversivo dos tabloides
Millôr e sua obra de humor e inteligência
O dia que Millôr organizou uma passeata
ESPECIAL: Millôr Fernandes em depoimentos
Confira uma das últimas entrevistas de Millôr para o 'Estado'
Las aldeas del cáncer, el resultado de la contaminación industrial en China
Greenpeace denuncia que en China existen más de 400 "aldeas del cáncer".
Los organismos de preservación internacional las llaman así porque tienen una tasa muy elevada de esa enfermedad. Todas están próximas a fábricas que vierten productos cancerígenos.
Greenpeace habla de un total de 450 aldeas del cáncer en China, envenenadas por las industrias sucias que se han instalado en las zonas rurales. Productos que están restringidos o prohibidos en Europa no están regulados en China. (texto do youtube)
Leia também:
En una "aldea del cáncer" en China
Transposição do rio São Francisco: E o bispo tinha razão… artigo de Ruben Siqueira
Via EcoDebate
27.03.2012
[EcoDebate] “Quando a razão se extingue, a loucura é o caminho“. Com esta ideia, o bispo franciscano de Barra–BA dom Luiz Cappio justificava seus dois jejuns, em 2005 e 2007, contra o projeto de transposição, em defesa do Rio São Francisco e do semiárido brasileiro. Dizia que o projeto, além de ignorar o mal estado do rio, visava, como sempre no Nordeste, concentrar água, terra e poder, levaria dinheiro público para o ralo e votos para urnas e – vaticínio profético? – não seria concluído.
E não é que, não à parte a loucura, ele tinha razão! Quatro anos e meio depois de iniciado, o projeto capenga, confirmando as críticas do bispo, de cientistas respeitados e dos movimentos populares. O próprio sertanejo da região “beneficiada”, até aqui iludido com a mítica promessa, começa a desconfiar.
Como já estamos em temporada eleitoral, ficam mais claras tanto as manobras do governo como as da oposição, a mídia a reboque. O início de 2012 é pródigo em matérias em vários veículos sobre o desandar da transposição. O governo corre a cons(c)ertar… Em meio ao jogo dos interesses – de empreiteiras, políticos, empresas da indústria e do agronegócio e da mídia a estes ligados – nem sempre se evidenciam os fatos dando razão ao bispo e aos demais críticos.
Já em outubro de 2011, por ocasião do 4 de outubro, dia do santo e do rio São Francisco, a Articulação Popular São Francisco Vivo, com mais de 300 entidades da Bacia, lançava documento chamando atenção para a confirmação de quase todas as principais críticas ao projeto:
“1. A obra seria muito mais cara que o previsto: de 5 bilhões iniciais já estão reajustadas em 6,8 bilhões, um aditivo de 1,8 bilhões, 36% em média. Há lotes ainda não re-licitados, o que vai onerar ainda mais o preço final.
2. Não atenderia a população mais necessitada: efetivamente, não pôs uma gota d’água para nenhum necessitado; antes desmantelou a produção agrícola local por onde passou.
3. O custo da água seria inviável: hoje o governo reconhece que o metro cúbico valerá cerca de R$ 0,13 (poderá ser ainda bem maior), seis vezes maior que às margens do São Francisco, onde muitos irrigantes estão inadimplentes por dívidas com os sistemas de água. Para ser economicamente viável, este preço terá que ser subsidiado, e é certo que o povo pagará a conta;
4. Impactaria comunidades indígenas e quilombolas: comunidades quilombolas impactadas são 50 e povos indígenas nove. As demarcações de seus territórios foram emperradas, patrimônios destruídos. No caso dos Truká, em Cabrobó – PE, em cuja área o Exército iniciou o Eixo Norte, o território já identificado é demarcado se aceitarem as obras. No caso dos Tumbalalá, em Curaçá e Abaré – BA, na outra margem, se aceitarem a barragem de Pedra Branca. Ainda não foi demarcado pela FUNAI o território Pipipã e concluído o processo Kambiwá, a serem cortados pelos futuros canais, ao pé da Serra Negra, em Pernambuco, monumento natural e sagrado de vários povos. Muitas destas comunidades resistem. Em Serra Negra povoado e assentamento de reforma agrária não admitem as obras em seu espaço.
5. Destruiria o meio ambiente: grandes porções da caatinga foram desmatadas. Inventário florestal levantou mais de mil espécies vegetais somente no Eixo Leste.
6. Empregos precários e temporários: como sintetizou o cacique Neguinho Truká, “os empregos foram temporários, os problemas são permanentes”. Em Cabrobó, nada restou da prometida dinamização econômica, só decepção e revolta. Nas cidades por onde a obra passou ficou um rastro de comércio desorientado, casas vazias, gente desempregada, adolescentes grávidas…
7. Arrastadas no tempo, a obra se presta a “transpor” votos e recursos: não debela, antes realimenta a “indústria política da seca”. Nova precisão de data para conclusão: 2014! Vem mais uma eleição aí, em 2012, outra em 2014…
8. Faltam duas das conseqüências graves a serem totalmente comprovadas, que só teremos certeza se a obra chegar ao fim: vai impactar ainda mais o rio São Francisco e não vai levar água para os necessitados do Nordeste Setentrional. Enfim, a Transposição é para o agro-hidronegócio e pólos industriais do Pecém (CE) e Suape (PE).”
As obras começaram apressadas sob pressão político-eleitoral. Foram aprovados e iniciados projetos sem suficiente detalhamento. Ignoraram-se solenemente as condições climáticas e geológicas da região. O resultado logo apareceu: canais rachados, túneis desabando, deslizamento de solo, infiltrações… Montanhas de dinheiro público jogado fora! O governo diz que a responsabilidade pela reconstrução é das empresas… Mas o custo total da obra já foi acrescido em 36%. E o prazo dilatado para 2015. E ainda faltam 30% do eixo leste (287 km) e 54% do eixo norte (426 km). Se tudo ficar pronto mesmo, pleno funcionamento só em 2030! Até lá quanto ainda vai custar aos cofres públicos, à paciência sertaneja e nacional e à verdade científica e ética?
Empregos frustrados, caatinga devastada, animais mortos, lavouras perdidas, difícil recomeço para quem perdeu o que tinha e foi mal indenizado… Maria Rosa, aposentada, do povoado Montevidéu, em Salgueiro-PE, disse à reportagem do Jornal do Commercio (Recife, 07/02/2012) indignada sem a água que a obra da transposição ao invés de trazer estancou: “Cadê essa água que não chega? Só quando Deus mandar. Eu vou ficar aqui esperando por Deus. Diz que quem espera por Deus não cansa e eu acho que estou cansando, mas vou levando”. Todo estardalhaço da mirabolante transposição até agora fez foi confirmou a “sina” nordestina de conformismo e resistência, do que o bispo Cappio bem entende há quase 40 anos. A luta de sempre continua!
Ruben Siqueira, CPT Bahia / Articulação Popular São Francisco Vivo
Artigo enviado pelo Autor e originalmente publicado no jornal da CPT, “Pastoral da Terra“, (Goiânia, no. 207, jan/fev 2012)
27.03.2012
[EcoDebate] “Quando a razão se extingue, a loucura é o caminho“. Com esta ideia, o bispo franciscano de Barra–BA dom Luiz Cappio justificava seus dois jejuns, em 2005 e 2007, contra o projeto de transposição, em defesa do Rio São Francisco e do semiárido brasileiro. Dizia que o projeto, além de ignorar o mal estado do rio, visava, como sempre no Nordeste, concentrar água, terra e poder, levaria dinheiro público para o ralo e votos para urnas e – vaticínio profético? – não seria concluído.
E não é que, não à parte a loucura, ele tinha razão! Quatro anos e meio depois de iniciado, o projeto capenga, confirmando as críticas do bispo, de cientistas respeitados e dos movimentos populares. O próprio sertanejo da região “beneficiada”, até aqui iludido com a mítica promessa, começa a desconfiar.
Como já estamos em temporada eleitoral, ficam mais claras tanto as manobras do governo como as da oposição, a mídia a reboque. O início de 2012 é pródigo em matérias em vários veículos sobre o desandar da transposição. O governo corre a cons(c)ertar… Em meio ao jogo dos interesses – de empreiteiras, políticos, empresas da indústria e do agronegócio e da mídia a estes ligados – nem sempre se evidenciam os fatos dando razão ao bispo e aos demais críticos.
Já em outubro de 2011, por ocasião do 4 de outubro, dia do santo e do rio São Francisco, a Articulação Popular São Francisco Vivo, com mais de 300 entidades da Bacia, lançava documento chamando atenção para a confirmação de quase todas as principais críticas ao projeto:
“1. A obra seria muito mais cara que o previsto: de 5 bilhões iniciais já estão reajustadas em 6,8 bilhões, um aditivo de 1,8 bilhões, 36% em média. Há lotes ainda não re-licitados, o que vai onerar ainda mais o preço final.
2. Não atenderia a população mais necessitada: efetivamente, não pôs uma gota d’água para nenhum necessitado; antes desmantelou a produção agrícola local por onde passou.
3. O custo da água seria inviável: hoje o governo reconhece que o metro cúbico valerá cerca de R$ 0,13 (poderá ser ainda bem maior), seis vezes maior que às margens do São Francisco, onde muitos irrigantes estão inadimplentes por dívidas com os sistemas de água. Para ser economicamente viável, este preço terá que ser subsidiado, e é certo que o povo pagará a conta;
4. Impactaria comunidades indígenas e quilombolas: comunidades quilombolas impactadas são 50 e povos indígenas nove. As demarcações de seus territórios foram emperradas, patrimônios destruídos. No caso dos Truká, em Cabrobó – PE, em cuja área o Exército iniciou o Eixo Norte, o território já identificado é demarcado se aceitarem as obras. No caso dos Tumbalalá, em Curaçá e Abaré – BA, na outra margem, se aceitarem a barragem de Pedra Branca. Ainda não foi demarcado pela FUNAI o território Pipipã e concluído o processo Kambiwá, a serem cortados pelos futuros canais, ao pé da Serra Negra, em Pernambuco, monumento natural e sagrado de vários povos. Muitas destas comunidades resistem. Em Serra Negra povoado e assentamento de reforma agrária não admitem as obras em seu espaço.
5. Destruiria o meio ambiente: grandes porções da caatinga foram desmatadas. Inventário florestal levantou mais de mil espécies vegetais somente no Eixo Leste.
6. Empregos precários e temporários: como sintetizou o cacique Neguinho Truká, “os empregos foram temporários, os problemas são permanentes”. Em Cabrobó, nada restou da prometida dinamização econômica, só decepção e revolta. Nas cidades por onde a obra passou ficou um rastro de comércio desorientado, casas vazias, gente desempregada, adolescentes grávidas…
7. Arrastadas no tempo, a obra se presta a “transpor” votos e recursos: não debela, antes realimenta a “indústria política da seca”. Nova precisão de data para conclusão: 2014! Vem mais uma eleição aí, em 2012, outra em 2014…
8. Faltam duas das conseqüências graves a serem totalmente comprovadas, que só teremos certeza se a obra chegar ao fim: vai impactar ainda mais o rio São Francisco e não vai levar água para os necessitados do Nordeste Setentrional. Enfim, a Transposição é para o agro-hidronegócio e pólos industriais do Pecém (CE) e Suape (PE).”
As obras começaram apressadas sob pressão político-eleitoral. Foram aprovados e iniciados projetos sem suficiente detalhamento. Ignoraram-se solenemente as condições climáticas e geológicas da região. O resultado logo apareceu: canais rachados, túneis desabando, deslizamento de solo, infiltrações… Montanhas de dinheiro público jogado fora! O governo diz que a responsabilidade pela reconstrução é das empresas… Mas o custo total da obra já foi acrescido em 36%. E o prazo dilatado para 2015. E ainda faltam 30% do eixo leste (287 km) e 54% do eixo norte (426 km). Se tudo ficar pronto mesmo, pleno funcionamento só em 2030! Até lá quanto ainda vai custar aos cofres públicos, à paciência sertaneja e nacional e à verdade científica e ética?
Empregos frustrados, caatinga devastada, animais mortos, lavouras perdidas, difícil recomeço para quem perdeu o que tinha e foi mal indenizado… Maria Rosa, aposentada, do povoado Montevidéu, em Salgueiro-PE, disse à reportagem do Jornal do Commercio (Recife, 07/02/2012) indignada sem a água que a obra da transposição ao invés de trazer estancou: “Cadê essa água que não chega? Só quando Deus mandar. Eu vou ficar aqui esperando por Deus. Diz que quem espera por Deus não cansa e eu acho que estou cansando, mas vou levando”. Todo estardalhaço da mirabolante transposição até agora fez foi confirmou a “sina” nordestina de conformismo e resistência, do que o bispo Cappio bem entende há quase 40 anos. A luta de sempre continua!
Ruben Siqueira, CPT Bahia / Articulação Popular São Francisco Vivo
Artigo enviado pelo Autor e originalmente publicado no jornal da CPT, “Pastoral da Terra“, (Goiânia, no. 207, jan/fev 2012)
Desrespeito a exclusividade gera agressões em vagão para mulheres
Via Agência Patrícia Galvão
Por Bernardo Moura, de O Globo,
com a leitora Michelly D'Ávila
24.03.2012
Homens teriam socado e ameaçado passageiras com arma após serem impedidos de embarcar
Sete anos após entrar em vigor, a lei que destina vagões exclusivos às mulheres em trens e metrôs do Rio é cada vez mais desrespeitada. A SuperVia investiga um incidente ocorrido na manhã desta sexta-feira em que uma mulher teria sido agredida e outra ameaçada com uma arma após tentarem impedir que homens invadissem o vagão feminino na estação Madureira. De acordo com a leitora Michelli D’Ávila, o incidente teria ocorrido por volta das 7h da manhã em um trem que saiu de Bangu com destino à Central do Brasil.
Por Bernardo Moura, de O Globo,
com a leitora Michelly D'Ávila
24.03.2012
Homens teriam socado e ameaçado passageiras com arma após serem impedidos de embarcar
Sete anos após entrar em vigor, a lei que destina vagões exclusivos às mulheres em trens e metrôs do Rio é cada vez mais desrespeitada. A SuperVia investiga um incidente ocorrido na manhã desta sexta-feira em que uma mulher teria sido agredida e outra ameaçada com uma arma após tentarem impedir que homens invadissem o vagão feminino na estação Madureira. De acordo com a leitora Michelli D’Ávila, o incidente teria ocorrido por volta das 7h da manhã em um trem que saiu de Bangu com destino à Central do Brasil.
“O vagão feminino, que, especificamente nesse horário tem mulheres lutando por direito e respeito, sofreu um ataque. Uma senhora levou um soco no rosto e uma outra, que tentava argumentar seus direitos, foi ameaçada com uma arma por um menor”, afirma a leitora.
A leitora relata ainda que pediu ajuda a um segurança da SuperVia, mas que teria sido orientada a procurar a Polícia Militar. Michelli afirma que o destrato com as mulheres que esperam pelo vagão exclusivo é diário: “As mulheres precisam de mais segurança e precisam de alguém que se responsabilize de impedir os homens dentro do vagão. É uma lei”.
A SuperVia afirma que busca cumprir a lei estadual 4.733/06, mas que a medida não garante a retirada de homens de dentro do vagão. Equipes de orientadores e uma nova sinalização nas composições auxiliam na conscientização dos usuários de trens, de acordo com a concessionária. A empresa ressaltou ainda que os seguranças das estações são treinados para auxiliar os passageiros e conter confusões.
O desrespeito à lei, sancionada em 2006, se estende também ao metrô. Na última semana, duas leitoras enviaram fotos ao Eu-repórter de homens acomodados nos vagões femininos em composições das linhas 1 e 2. A lei prevê a destinação de um vagão somente para mulheres entre as 6h e 9h da manhã e das 17h às 20h, de segunda a sexta-feira.
Acesse em pdf: SuperVia investiga denúncia de agressão em vagão para mulheres (O Globo - 24/03/2012)
A leitora relata ainda que pediu ajuda a um segurança da SuperVia, mas que teria sido orientada a procurar a Polícia Militar. Michelli afirma que o destrato com as mulheres que esperam pelo vagão exclusivo é diário: “As mulheres precisam de mais segurança e precisam de alguém que se responsabilize de impedir os homens dentro do vagão. É uma lei”.
A SuperVia afirma que busca cumprir a lei estadual 4.733/06, mas que a medida não garante a retirada de homens de dentro do vagão. Equipes de orientadores e uma nova sinalização nas composições auxiliam na conscientização dos usuários de trens, de acordo com a concessionária. A empresa ressaltou ainda que os seguranças das estações são treinados para auxiliar os passageiros e conter confusões.
O desrespeito à lei, sancionada em 2006, se estende também ao metrô. Na última semana, duas leitoras enviaram fotos ao Eu-repórter de homens acomodados nos vagões femininos em composições das linhas 1 e 2. A lei prevê a destinação de um vagão somente para mulheres entre as 6h e 9h da manhã e das 17h às 20h, de segunda a sexta-feira.
Acesse em pdf: SuperVia investiga denúncia de agressão em vagão para mulheres (O Globo - 24/03/2012)
Sexo com menor pode não ser estupro
Via Estadão
Por Mariângela Gallucci
27.03.2012
STJ revê jurisprudência em caso de vítimas de 12 anos que já tinham vida sexual anterior; na época, lei falava em ‘violência presumida’
BRASÍLIA - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que nem sempre o ato sexual com menores de 14 anos poderá ser considerado estupro. A decisão livrou um homem da acusação de ter estuprado três meninas de 12 anos de idade e deve direcionar outras sentenças. Diante da informação de que as menores se prostituíam, antes de se relacionarem com o acusado, os ministros da 3.ª Seção do STJ concluíram que a presunção de violência no crime de estupro pode ser afastada diante de algumas circunstâncias.
Na época do ocorrido, a legislação estabelecia que se presumia a violência sempre que a garota envolvida na relação sexual fosse menor de 14 anos. Desde 2009, prevê-se que a idade de "consentimento" para atos sexuais continua a ser 14 anos, mas o crime para quem se envolve com alguém abaixo dessa idade passou a ser o de "estupro de vulnerável".
De acordo com dados da Justiça paulista, as supostas vítimas do estupro "já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data". A mãe de uma delas chegou a dizer que a filha faltava às aulas para ficar em uma praça com outras meninas para fazer programas em troca de dinheiro. Continua
Veja também:
Nos EUA, brasileiro pega perpétua por cinco estupros
Médico é preso em motel com paciente de 13 anos
Justiça arquiva inquérito de suposto estupro na TV
Por Mariângela Gallucci
27.03.2012
STJ revê jurisprudência em caso de vítimas de 12 anos que já tinham vida sexual anterior; na época, lei falava em ‘violência presumida’
BRASÍLIA - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que nem sempre o ato sexual com menores de 14 anos poderá ser considerado estupro. A decisão livrou um homem da acusação de ter estuprado três meninas de 12 anos de idade e deve direcionar outras sentenças. Diante da informação de que as menores se prostituíam, antes de se relacionarem com o acusado, os ministros da 3.ª Seção do STJ concluíram que a presunção de violência no crime de estupro pode ser afastada diante de algumas circunstâncias.
Na época do ocorrido, a legislação estabelecia que se presumia a violência sempre que a garota envolvida na relação sexual fosse menor de 14 anos. Desde 2009, prevê-se que a idade de "consentimento" para atos sexuais continua a ser 14 anos, mas o crime para quem se envolve com alguém abaixo dessa idade passou a ser o de "estupro de vulnerável".
De acordo com dados da Justiça paulista, as supostas vítimas do estupro "já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data". A mãe de uma delas chegou a dizer que a filha faltava às aulas para ficar em uma praça com outras meninas para fazer programas em troca de dinheiro. Continua
Veja também:
Nos EUA, brasileiro pega perpétua por cinco estupros
Médico é preso em motel com paciente de 13 anos
Justiça arquiva inquérito de suposto estupro na TV
Lei 'antibaixaria' limita músicas maliciosas na Bahia
Via Folha.com
Por NATÁLIA CANCIAN
27.03.2012
Músicas com temas maliciosos podem ficar mais raras nas festas da Bahia. Um projeto, conhecido como "lei antibaixaria", foi aprovado na noite desta terça-feira (27) em votação na Assembleia Legislativa.
O projeto, de autoria da deputada Luiza Maia (PT), proíbe o poder público de contratar artistas cujas músicas "desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres à situação de constrangimento".
A votação, que já tinha sido adiada por várias vezes, começou às 14h e terminou por volta das 20h. Dos 52 deputados presentes, nove votaram contra o projeto.
Os parlamentares votaram também duas emendas.
Inicialmente, o projeto atingia artistas cujas letras e coreografias poderiam ofender as mulheres. Após discussão, os parlamentares optaram por retirar a parte que falava sobre as coreografias --a justificativa é que seria difícil fiscalizar esse tipo de ação.
Outra emenda, que estendia o veto aos grupos "que fazem apologia a drogas ilícitas e incentivam a homofobia", também foi aprovada. Continua
Por NATÁLIA CANCIAN
27.03.2012
Músicas com temas maliciosos podem ficar mais raras nas festas da Bahia. Um projeto, conhecido como "lei antibaixaria", foi aprovado na noite desta terça-feira (27) em votação na Assembleia Legislativa.
O projeto, de autoria da deputada Luiza Maia (PT), proíbe o poder público de contratar artistas cujas músicas "desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres à situação de constrangimento".
A votação, que já tinha sido adiada por várias vezes, começou às 14h e terminou por volta das 20h. Dos 52 deputados presentes, nove votaram contra o projeto.
Os parlamentares votaram também duas emendas.
Inicialmente, o projeto atingia artistas cujas letras e coreografias poderiam ofender as mulheres. Após discussão, os parlamentares optaram por retirar a parte que falava sobre as coreografias --a justificativa é que seria difícil fiscalizar esse tipo de ação.
Outra emenda, que estendia o veto aos grupos "que fazem apologia a drogas ilícitas e incentivam a homofobia", também foi aprovada. Continua
Cerca de 75% dos brasileiros jamais pisaram em uma biblioteca, diz estudo
Via Estadão
Por Edison Veiga e Paulo Saldana
27.03.2012
O desempregado gaúcho Rodrigo Soares tem 31 anos e nunca foi a uma biblioteca. Na tarde desta terça-feira, ele lia uma revista na porta da Biblioteca São Paulo, zona norte da cidade. "A correria acaba nos forçando a esquecer essas coisas." E Soares não está sozinho. Cerca de 75% da população brasileira jamais pisou numa biblioteca - apesar de quase o mesmo porcentual (71%) afirmar saber da existência de uma biblioteca pública em sua cidade e ter fácil acesso a ela.
Vão à biblioteca frequentemente apenas 8% dos brasileiros, enquanto 17% o fazem de vez em quando. Além disso, o uso frequente desse espaço caiu de 11% para 7% entre 2007 e 2011. A maioria (55%) dos frequentadores é do sexo masculino.
Os dados fazem parte da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro (IPL), o mais completo estudo sobre comportamento leitor. O Estado teve acesso com exclusividade a parte do levantamento, cuja íntegra será divulgada nesta quarta-feira em Brasília. Continua
Por Edison Veiga e Paulo Saldana
27.03.2012
O desempregado gaúcho Rodrigo Soares tem 31 anos e nunca foi a uma biblioteca. Na tarde desta terça-feira, ele lia uma revista na porta da Biblioteca São Paulo, zona norte da cidade. "A correria acaba nos forçando a esquecer essas coisas." E Soares não está sozinho. Cerca de 75% da população brasileira jamais pisou numa biblioteca - apesar de quase o mesmo porcentual (71%) afirmar saber da existência de uma biblioteca pública em sua cidade e ter fácil acesso a ela.
Vão à biblioteca frequentemente apenas 8% dos brasileiros, enquanto 17% o fazem de vez em quando. Além disso, o uso frequente desse espaço caiu de 11% para 7% entre 2007 e 2011. A maioria (55%) dos frequentadores é do sexo masculino.
Os dados fazem parte da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro (IPL), o mais completo estudo sobre comportamento leitor. O Estado teve acesso com exclusividade a parte do levantamento, cuja íntegra será divulgada nesta quarta-feira em Brasília. Continua
terça-feira, 27 de março de 2012
Eike Batista, um superpai?
Via Época
Por ELIANE BRUM
26/03/2012
O comportamento do pai de Thor nos leva a refletir sobre o que é a paternidade em nossa época
Na noite de sábado, 17/3, Thor Batista, 20 anos, atropelou Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, na rodovia Washington Luís, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Wanderson morreu na hora. De imediato, Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, passou a defender o filho de todas as maneiras – e também no microblog twitter. Com tanta veemência que o humorista Tutty Vasques comentou em sua coluna no Estadão, de 21/3: “Não satisfeito com o lugar de destaque que ocupa na mídia como o homem mais rico do Brasil, o insaciável Eike Batista tem se esforçado um bocado para virar capa de revista como o Pai do Ano em 2012”. A observação é aguda, como costuma ser o humor de qualidade. E é algo que vale a pena pensar: ao defender o filho com os melhores advogados, com assessores de imprensa e com seu próprio discurso público, Eike Batista é mesmo um superpai? O que se espera hoje de um pai, afinal?
Ainda que a maioria tenha acompanhado o noticiário, é importante recordar os principais capítulos e seus protagonistas, antes de seguirmos adiante. Assim como é importante fazer algumas perguntas óbvias sobre a investigação.
Thor é o mais próximo de um príncipe herdeiro que o Brasil atual pode ter: filho do homem mais rico do Brasil e da eterna musa do Carnaval. Como disse Eike Batista (@eikebatista) no twitter: “A mídia e todos vão já já perceber que o Rio tem um Príncipe Harry! O Thor”. Wanderson era ajudante de caminhoneiro e filho de criação de Maria Vicentina Pereira. Thor foi batizado com o nome de um deus nórdico. Ninguém se preocupou em perguntar qual é a origem do nome de Wanderson na mitologia familiar, mas com certeza existe uma história, sempre existe. Thor dirigia um Mercedes SLR McLaren, o mesmo que costumava ser exibido como obra de arte na sala da mansão de sua família. Wanderson, uma bicicleta. Na BR-040, Thor e Wanderson encontraram-se não apenas como dois brasileiros, mas como dois Brasis que raramente se encontrariam de outro modo.
A vontade de condenar Thor, em um país tão desigual como o nosso, sempre pródigo em presentear os mais ricos com a impunidade, é imediata. É necessário, porém, resistir a ela. Ninguém pode ser condenado sem julgamento, sob hipótese alguma. Da mesma forma, pelos mesmos critérios e também pela sobriedade que a morte de uma pessoa exige, Eike Batista deveria ter resistido a condenar Wanderson.
Em suas afirmações na imprensa e no twitter, o pai de Thor apressou-se em culpar o morto pela própria morte. E afirmou que Wanderson poderia ter matado não só a si mesmo, como também seu filho e o amigo que o acompanhava – o que é altamente improvável. Segundo pesquisa citada pela jornalista Maria Paola de Salvo, no Blog do Sakamoto, apenas 0,3% dos motoristas envolvidos em atropelamento com vítima fatal morrem.
Enquanto as investigações não forem concluídas, nenhum de nós – e muito menos Eike – tem o direito de condenar alguém. Até agora, ninguém – nem mesmo Eike – pode afirmar se a morte de Wanderson foi fatalidade ou homicídio. Até agora, ninguém – nem mesmo Eike – pode declarar se a morte de Wanderson é responsabilidade exclusiva da vítima, é responsabilidade exclusiva de Thor ou é responsabilidade de ambos.
Infelizmente para todos, já pairam dúvidas sobre as investigações. É difícil entender, por exemplo, por que um carro envolvido em uma morte está na casa de Thor, o investigado – e não nas dependências da polícia. Depois da perícia feita no local, o carro foi liberado. As demais diligências seriam feitas na mansão do Jardim Botânico. “No dia seguinte, meu advogado me informou que havia sido feita a perícia do carro no local do acidente, e que o carro teria sido liberado pela PRF para que pudéssemos trazê-lo para casa, garantindo deixá-lo intacto”, afirmou Thor.
Segundo o próprio Thor relata na conta no twitter que criou para dar sua versão dos fatos, ele primeiro foi para casa, onde seria atendido pelo médico da família, e só depois, por iniciativa própria, foi a um posto da Polícia Rodoviária Federal próximo ao local do acidente para se submeter ao bafômetro e demais procedimentos exigidos em um caso de atropelamento com vítima fatal. O exame deu negativo para a presença de álcool, ao contrário do resultado de Wanderson, que revelou um índice elevado de álcool no sangue.
Se Thor não fugiu do local – o que não é um ato louvável, como seu pai quer convencer a opinião pública que é, mas uma obrigação –, por que a polícia não fez o que devia fazer, na hora em que devia fazer, por sua própria iniciativa? A conta de Thor no twitter é esta: @Thor631. Nela, é narrada sua versão da cronologia dos fatos. Pensado para defendê-lo e escrito com método, o relato revela mais do que gostaria.
É uma pena que as partes nebulosas darão, mais uma vez, algum grau de legitimidade às dúvidas sobre a lisura do inquérito policial, mesmo depois da sua conclusão – ou de seu arquivamento. Para o futuro em aberto de Thor, pelo futuro interrompido de Wanderson e para o Brasil, um país partido pela impunidade dos poderosos, seria fundamental que a polícia e o Estado demonstrassem total correção e transparência ao investigar uma morte que envolve o filho do homem mais rico da nação.
A condenação prévia de Thor nas redes sociais e nas conversas de bar deve-se não apenas à raiva que parte da população teria dos ricos e poderosos, ou à tendência de se colocar ao lado dos mais fracos, mas também à percepção legítima de que os atos criminosos dos ricos e poderosos permanecem impunes. A pressa em acusar e condenar Thor não demonstra apenas histeria ou irresponsabilidade das “massas”, ou mesmo “inveja”, como chegou a ser dito, mas a ansiedade de fazer uma justiça que temem, com todas as razões históricas e objetivas para isso, que não seja feita por quem tem o dever constitucional de fazê-la. Seria, nesse sentido, uma espécie de antecipação e compensação pela justiça que não acreditam que aconteça. E aqui me limito a analisar o fenômeno – e não a defendê-lo.
Quem é Thor, o filho de Eike Batista? Seu perfil é fascinante e quase obrigatório para compreender o Brasil atual. Basta procurar no Google para encontrar pelo menos uma matéria exemplar sobre sua vida, seus hábitos e seus pensamentos. Aqui, vou me deter apenas em quem é Thor como motorista. Em seu prontuário no Detran constam 51 pontos e 11 multas, parte delas causada por excesso de velocidade. Thor deveria ter perdido a carteira de habilitação por isso, mas não a perdeu. Se a tivesse perdido, como determina a lei, talvez não estivesse dirigindo na noite daquele sábado, e Wanderson possivelmente não estaria morto. Thor ama carros, velocidade e potência. Como declarou em uma entrevista anterior ao acidente, ele já teve um Aston Martin: “Trouxe de São Paulo e fiz 280 quilômetros por hora na Dutra”. Continua
Por ELIANE BRUM
26/03/2012
O comportamento do pai de Thor nos leva a refletir sobre o que é a paternidade em nossa época
Na noite de sábado, 17/3, Thor Batista, 20 anos, atropelou Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, na rodovia Washington Luís, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Wanderson morreu na hora. De imediato, Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, passou a defender o filho de todas as maneiras – e também no microblog twitter. Com tanta veemência que o humorista Tutty Vasques comentou em sua coluna no Estadão, de 21/3: “Não satisfeito com o lugar de destaque que ocupa na mídia como o homem mais rico do Brasil, o insaciável Eike Batista tem se esforçado um bocado para virar capa de revista como o Pai do Ano em 2012”. A observação é aguda, como costuma ser o humor de qualidade. E é algo que vale a pena pensar: ao defender o filho com os melhores advogados, com assessores de imprensa e com seu próprio discurso público, Eike Batista é mesmo um superpai? O que se espera hoje de um pai, afinal?
Ainda que a maioria tenha acompanhado o noticiário, é importante recordar os principais capítulos e seus protagonistas, antes de seguirmos adiante. Assim como é importante fazer algumas perguntas óbvias sobre a investigação.
Thor é o mais próximo de um príncipe herdeiro que o Brasil atual pode ter: filho do homem mais rico do Brasil e da eterna musa do Carnaval. Como disse Eike Batista (@eikebatista) no twitter: “A mídia e todos vão já já perceber que o Rio tem um Príncipe Harry! O Thor”. Wanderson era ajudante de caminhoneiro e filho de criação de Maria Vicentina Pereira. Thor foi batizado com o nome de um deus nórdico. Ninguém se preocupou em perguntar qual é a origem do nome de Wanderson na mitologia familiar, mas com certeza existe uma história, sempre existe. Thor dirigia um Mercedes SLR McLaren, o mesmo que costumava ser exibido como obra de arte na sala da mansão de sua família. Wanderson, uma bicicleta. Na BR-040, Thor e Wanderson encontraram-se não apenas como dois brasileiros, mas como dois Brasis que raramente se encontrariam de outro modo.
A vontade de condenar Thor, em um país tão desigual como o nosso, sempre pródigo em presentear os mais ricos com a impunidade, é imediata. É necessário, porém, resistir a ela. Ninguém pode ser condenado sem julgamento, sob hipótese alguma. Da mesma forma, pelos mesmos critérios e também pela sobriedade que a morte de uma pessoa exige, Eike Batista deveria ter resistido a condenar Wanderson.
Em suas afirmações na imprensa e no twitter, o pai de Thor apressou-se em culpar o morto pela própria morte. E afirmou que Wanderson poderia ter matado não só a si mesmo, como também seu filho e o amigo que o acompanhava – o que é altamente improvável. Segundo pesquisa citada pela jornalista Maria Paola de Salvo, no Blog do Sakamoto, apenas 0,3% dos motoristas envolvidos em atropelamento com vítima fatal morrem.
Enquanto as investigações não forem concluídas, nenhum de nós – e muito menos Eike – tem o direito de condenar alguém. Até agora, ninguém – nem mesmo Eike – pode afirmar se a morte de Wanderson foi fatalidade ou homicídio. Até agora, ninguém – nem mesmo Eike – pode declarar se a morte de Wanderson é responsabilidade exclusiva da vítima, é responsabilidade exclusiva de Thor ou é responsabilidade de ambos.
Infelizmente para todos, já pairam dúvidas sobre as investigações. É difícil entender, por exemplo, por que um carro envolvido em uma morte está na casa de Thor, o investigado – e não nas dependências da polícia. Depois da perícia feita no local, o carro foi liberado. As demais diligências seriam feitas na mansão do Jardim Botânico. “No dia seguinte, meu advogado me informou que havia sido feita a perícia do carro no local do acidente, e que o carro teria sido liberado pela PRF para que pudéssemos trazê-lo para casa, garantindo deixá-lo intacto”, afirmou Thor.
Segundo o próprio Thor relata na conta no twitter que criou para dar sua versão dos fatos, ele primeiro foi para casa, onde seria atendido pelo médico da família, e só depois, por iniciativa própria, foi a um posto da Polícia Rodoviária Federal próximo ao local do acidente para se submeter ao bafômetro e demais procedimentos exigidos em um caso de atropelamento com vítima fatal. O exame deu negativo para a presença de álcool, ao contrário do resultado de Wanderson, que revelou um índice elevado de álcool no sangue.
Se Thor não fugiu do local – o que não é um ato louvável, como seu pai quer convencer a opinião pública que é, mas uma obrigação –, por que a polícia não fez o que devia fazer, na hora em que devia fazer, por sua própria iniciativa? A conta de Thor no twitter é esta: @Thor631. Nela, é narrada sua versão da cronologia dos fatos. Pensado para defendê-lo e escrito com método, o relato revela mais do que gostaria.
É uma pena que as partes nebulosas darão, mais uma vez, algum grau de legitimidade às dúvidas sobre a lisura do inquérito policial, mesmo depois da sua conclusão – ou de seu arquivamento. Para o futuro em aberto de Thor, pelo futuro interrompido de Wanderson e para o Brasil, um país partido pela impunidade dos poderosos, seria fundamental que a polícia e o Estado demonstrassem total correção e transparência ao investigar uma morte que envolve o filho do homem mais rico da nação.
A condenação prévia de Thor nas redes sociais e nas conversas de bar deve-se não apenas à raiva que parte da população teria dos ricos e poderosos, ou à tendência de se colocar ao lado dos mais fracos, mas também à percepção legítima de que os atos criminosos dos ricos e poderosos permanecem impunes. A pressa em acusar e condenar Thor não demonstra apenas histeria ou irresponsabilidade das “massas”, ou mesmo “inveja”, como chegou a ser dito, mas a ansiedade de fazer uma justiça que temem, com todas as razões históricas e objetivas para isso, que não seja feita por quem tem o dever constitucional de fazê-la. Seria, nesse sentido, uma espécie de antecipação e compensação pela justiça que não acreditam que aconteça. E aqui me limito a analisar o fenômeno – e não a defendê-lo.
Quem é Thor, o filho de Eike Batista? Seu perfil é fascinante e quase obrigatório para compreender o Brasil atual. Basta procurar no Google para encontrar pelo menos uma matéria exemplar sobre sua vida, seus hábitos e seus pensamentos. Aqui, vou me deter apenas em quem é Thor como motorista. Em seu prontuário no Detran constam 51 pontos e 11 multas, parte delas causada por excesso de velocidade. Thor deveria ter perdido a carteira de habilitação por isso, mas não a perdeu. Se a tivesse perdido, como determina a lei, talvez não estivesse dirigindo na noite daquele sábado, e Wanderson possivelmente não estaria morto. Thor ama carros, velocidade e potência. Como declarou em uma entrevista anterior ao acidente, ele já teve um Aston Martin: “Trouxe de São Paulo e fiz 280 quilômetros por hora na Dutra”. Continua
Manifestantes protestam contra ex-delegado da polícia que atuou na ditadura // Jovens constrangem militares e policiais da ditadura
Via Jornal da Record
26.03.2012
Manifestantes protestam contra ex-delegado da polícia que atuou na ditadura
Via blog do Noblat
26.03.2012
Jovens constrangem militares e policiais da ditadura
Mobilização ocorreu em diversas capitais e pede punição para acusados de tortura
O Globo
Militares da reserva e policiais supostamente envolvidos com atos de tortura e outros abusos cometidos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) foram alvo de manifestações realizadas nesta segunda-feira em cinco cidades do país. Integrantes do Levante Popular da Juventude - movimento de jovens que surgiu há seis anos no Rio Grande do Sul e hoje tem representantes em todo país - levaram faixas e fizeram apitaços em frente às casas ou endereços de trabalho dos agentes do Estado, com o intuito de constrangê-los em função da participação deles em atos do regime.
As ações ocorreram em Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE) e Belém (PA), e devem continuar nos próximos meses, segundo os manifestantes.
O grupo chama os atos de "escracho" e informa ter se inspirado em ações semelhantes que ocorreram em países como Argentina e Chile. Eles levam cartazes com imagens dos militares e de suas supostas vítimas, com base em informações de processos conduzidos pelo Ministério Público Federal, livros da época e relatos de familiares de opositores do regime.
Em manifesto divulgado nesta segunda, os jovens se posicionam a favor da Comissão da Verdade e dizem ser necessário "expor e julgar aqueles que torturaram e assassinaram nosso povo e nossos sonhos". O grupo também organizou atos públicos em praças e ruas do Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Blumenau (SC), Lages (SC), São Carlos (SP) e Salvador (BA).
Em São Paulo, cerca de 200 pessoas se reuniram pela manhã em frente à sede da empresa de segurança privada Dacala, que pertence ao delegado aposentado do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), David dos Santos Araujo, mais conhecido como "capitão Lisboa".
Eles levavam cartazes com imagens de mortos e desaparecidos durante a ditadura, e também do ex-delegado. Araujo é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de participar da tortura e do assassinato, em abril de 1971, do ativista político Joaquim Alencar de Seixas. De acordo com o MPF, o ex-delegado teria sido reconhecido por parentes da vítima. Funcionários da empresa Dacala informaram que o Araujo não estava na empresa na hora da manifestação.
Em Belo Horizonte, cerca de 70 pessoas usaram tambores e apitos para fazer barulho na janela da casa de Ariovaldo da Hora e Silva, investigador da Polícia Federal que era lotado na Delegacia de Vigilância Social e delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) no início dos anos 70. Ele é citado no livro Brasil Nunca Mais como envolvido na morte do opositor do regime João Lucas Alves, além de participação em atos de tortura.
Leia mais em Jovens constrangem militares e policiais da ditadura
26.03.2012
Via blog do Noblat
26.03.2012
Jovens constrangem militares e policiais da ditadura
Mobilização ocorreu em diversas capitais e pede punição para acusados de tortura
O Globo
Militares da reserva e policiais supostamente envolvidos com atos de tortura e outros abusos cometidos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) foram alvo de manifestações realizadas nesta segunda-feira em cinco cidades do país. Integrantes do Levante Popular da Juventude - movimento de jovens que surgiu há seis anos no Rio Grande do Sul e hoje tem representantes em todo país - levaram faixas e fizeram apitaços em frente às casas ou endereços de trabalho dos agentes do Estado, com o intuito de constrangê-los em função da participação deles em atos do regime.
As ações ocorreram em Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE) e Belém (PA), e devem continuar nos próximos meses, segundo os manifestantes.
O grupo chama os atos de "escracho" e informa ter se inspirado em ações semelhantes que ocorreram em países como Argentina e Chile. Eles levam cartazes com imagens dos militares e de suas supostas vítimas, com base em informações de processos conduzidos pelo Ministério Público Federal, livros da época e relatos de familiares de opositores do regime.
Em manifesto divulgado nesta segunda, os jovens se posicionam a favor da Comissão da Verdade e dizem ser necessário "expor e julgar aqueles que torturaram e assassinaram nosso povo e nossos sonhos". O grupo também organizou atos públicos em praças e ruas do Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Blumenau (SC), Lages (SC), São Carlos (SP) e Salvador (BA).
Em São Paulo, cerca de 200 pessoas se reuniram pela manhã em frente à sede da empresa de segurança privada Dacala, que pertence ao delegado aposentado do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), David dos Santos Araujo, mais conhecido como "capitão Lisboa".
Eles levavam cartazes com imagens de mortos e desaparecidos durante a ditadura, e também do ex-delegado. Araujo é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de participar da tortura e do assassinato, em abril de 1971, do ativista político Joaquim Alencar de Seixas. De acordo com o MPF, o ex-delegado teria sido reconhecido por parentes da vítima. Funcionários da empresa Dacala informaram que o Araujo não estava na empresa na hora da manifestação.
Em Belo Horizonte, cerca de 70 pessoas usaram tambores e apitos para fazer barulho na janela da casa de Ariovaldo da Hora e Silva, investigador da Polícia Federal que era lotado na Delegacia de Vigilância Social e delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) no início dos anos 70. Ele é citado no livro Brasil Nunca Mais como envolvido na morte do opositor do regime João Lucas Alves, além de participação em atos de tortura.
Leia mais em Jovens constrangem militares e policiais da ditadura
MANIFESTO EM DEFESA DO PANTANAL
PANTANAL INTEIRO E NÃO PELA METADE!
Via EcoDebate
26.03.2012
Nós, Pantaneiros e Pantaneiras, que vivemos, que amamos e que defendemos o Pantanal, mais uma vez nos dirigimos à Sociedade para compartilhar nossa luta na promoção da vida no Pantanal. Fazemos um alerta: é preciso a gente “se juntar” de novo para que o nosso Pantanal, tão rico e frágil, possa ser levado a sério.
Está Tramitando no Senado Federal o Projeto de Lei nº 750/2011 de autoria do Senador Blairo Maggi, que dispõe sobre a Política de Gestão e Proteção do Bioma Pantanal e dá outras providências. Ao analisarmos a proposta, pudemos observar que ela tem os mesmos problemas que apresentamos durante as audiências públicas para aprovação, pela Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, da Lei nº 8830/2008 que dispõe sobre a Política Estadual de Gestão e Proteção à Bacia do Alto Paraguai no Estado de Mato Grosso.
Dirigimos-nos também às autoridades, especialmente ao Senado Federal, a fim de Manifestar que queremos respeito sobre nossa opinião em relação ao Pantanal. Não queremos que, mais uma vez, interesses de mercado oriente a gestão sobre o bioma pantaneiro, se não puder ajudar, ao menos não atrapalhe com leis, que sob o preceito de “proteger” coloque em risco nosso bioma. Queremos contribuir na Elaboração do Projeto, não apenas discutir uma proposta, que sequer sabemos quais critérios foram utilizados para apresentação das diretrizes.
Nos últimos tempos o Pantanal tem sido objeto de diversas ações do poder público estadual e federal, associados aos interesses do segmento empresarial que são altamente impactantes negativamente e que tem trazido grandes preocupações para a população que aqui vive, bem como para a comunidade científica e movimentos socioambientais, por tudo que o Pantanal significa como patrimônio nacional, internacional, membro das áreas úmidas prioritárias para conservação prevista pela Comissão Ramsar.
Exemplo disso é a proposta de construção da Hidrovia Paraguai-Paraná (HPP), a instalação de Zonas de Processamento de Exportação (ZPE), a construção de Hidrelétricas de pequeno, médio e grande porte, dos pólos gás-químico e minero-siderúrgico, além da política de pesca altamente prejudicial às populações que vivem da pesca profissional, dentre outras. Continua
26.03.2012
Nós, Pantaneiros e Pantaneiras, que vivemos, que amamos e que defendemos o Pantanal, mais uma vez nos dirigimos à Sociedade para compartilhar nossa luta na promoção da vida no Pantanal. Fazemos um alerta: é preciso a gente “se juntar” de novo para que o nosso Pantanal, tão rico e frágil, possa ser levado a sério.
Está Tramitando no Senado Federal o Projeto de Lei nº 750/2011 de autoria do Senador Blairo Maggi, que dispõe sobre a Política de Gestão e Proteção do Bioma Pantanal e dá outras providências. Ao analisarmos a proposta, pudemos observar que ela tem os mesmos problemas que apresentamos durante as audiências públicas para aprovação, pela Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, da Lei nº 8830/2008 que dispõe sobre a Política Estadual de Gestão e Proteção à Bacia do Alto Paraguai no Estado de Mato Grosso.
Dirigimos-nos também às autoridades, especialmente ao Senado Federal, a fim de Manifestar que queremos respeito sobre nossa opinião em relação ao Pantanal. Não queremos que, mais uma vez, interesses de mercado oriente a gestão sobre o bioma pantaneiro, se não puder ajudar, ao menos não atrapalhe com leis, que sob o preceito de “proteger” coloque em risco nosso bioma. Queremos contribuir na Elaboração do Projeto, não apenas discutir uma proposta, que sequer sabemos quais critérios foram utilizados para apresentação das diretrizes.
Nos últimos tempos o Pantanal tem sido objeto de diversas ações do poder público estadual e federal, associados aos interesses do segmento empresarial que são altamente impactantes negativamente e que tem trazido grandes preocupações para a população que aqui vive, bem como para a comunidade científica e movimentos socioambientais, por tudo que o Pantanal significa como patrimônio nacional, internacional, membro das áreas úmidas prioritárias para conservação prevista pela Comissão Ramsar.
Exemplo disso é a proposta de construção da Hidrovia Paraguai-Paraná (HPP), a instalação de Zonas de Processamento de Exportação (ZPE), a construção de Hidrelétricas de pequeno, médio e grande porte, dos pólos gás-químico e minero-siderúrgico, além da política de pesca altamente prejudicial às populações que vivem da pesca profissional, dentre outras. Continua
segunda-feira, 26 de março de 2012
Cursando faculdade há 21 anos, petista do Acre vai assumir diretoria no MEC
Via blog do Altino Machado
26.03.2012
26.03.2012
O “professor” Irailton Lima de Sousa, diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento da Educação Profissional Dom Moacyr, do Acre, anunciou que vai assumir a Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação.
Militante do PT e ex-candidato a vereador em Rio Branco, Irailton Sousa foi indicado para o cargo com aval do ex-governador do Acre, Binho Marques (PT), que atualmente ocupa o cargo de titular da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do MEC, além do aval do atual governador Tião Viana (PT).
Porém, Irailton Sousa, enfrenta dificuldade para apresentar o diploma de graduação em Ciências Sociais pela Ufac (Universidade Federal do Acre), exigido pelo MEC. Segundo a coordenação do curso de bacharelado em Ciências Sociais, Sousa iniciou o curso, pela primeira vez, em 1991.
- Os cargos no Ministério da Educação são de livre provimento. São cargos políticos. Não existe uma exigência legal para que tenha a formação - argumenta Sousa.
Consultada pelo Blog da Amazônia, a coordenadora do curso de bacharelado em Ciências Sociais, professora doutora Eurenice Oliveira de Lima, enviou a seguinte nota de esclarecimento:
"1 - O referido aluno iniciou o curso, pela primeira vez, em 1991. Temendo um processo de jubilamento, prestou novamente vestibular e reiniciou o curso em 1998. Considerando todo o período, ele está há 21 anos no curso Ciências Sociais. Em 2004, este aluno não estava sequer cadastrado no Sistema de Informação do Ensino (SIE).
2 - Conforme o Histórico Escolar do aluno, disponível no sistema da UFAC, a carga horária cumprida por ele ao longo desses 21 anos foi de 2.070 horas, sendo que a carga horária exigida para concessão de diploma como Bacharel em Ciências Sociais é de 2.295 horas.
3 - Este aluno deveria ter sido jubilado em 2005. No entanto, em 2007, a Coordenação do Curso autorizou ao Núcleo de Registro e Controle Acadêmico da UFAC (NURCA) o recadastramento para que ele tivesse a oportunidade de defender sua monografia, o que foi feito em 2008, sob a orientação do Prof. Dr. Ermício Sena.
4 - De acordo com o Projeto Curricular Pedagógico do Curso de Ciências Sociais, o prazo de integralização é de sete anos. No entanto, o aluno em questão defendeu sua monografia sem integralização de créditos, dez anos depois de sua matrícula em 1998.
5 - Além disso, à época da defesa de sua monografia, o aluno devia outros créditos e também o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Estabelece o Ministério da Educação e Cultura (MEC) que o ENADE faz parte do componente curricular, de maneira que o seu descumprimento não permite colar grau ou obter diplomação. Isto posto, a declaração de conclusão do curso, que o aluno pleiteia junto a esta Coordenação, não tem validade legal.
6 - Outrossim, uma vez defendida a monografia, o mencionado aluno ingressou com uma solicitação de colação de grau especial, por meio da Vice-Reitoria, na pessoa do Prof. Dr. Pascoal Muniz, procedimento este totalmente inadequado. Pois o caminho correto é que esta solicitação seja feita diretamente na Coordenação do Curso, instância responsável por dar sequência aos procedimentos cabíveis, que se pauta pela normas vigentes na Instituição e sempre orientou os alunos sobre seus direitos e deveres.
7 - Como se vê, esta é a síntese da trajetória acadêmica apresentada pelo discente. Cabe a pergunta: este aluno tem autoridade para tecer críticas à UFAC e a seu corpo docente, que estão apenas cumprindo a legislação educacional em vigor? Entendo que este não é o melhor caminho para quem pretende cuidar do futuro de milhões de jovens brasileiros que aguardam ansiosamente as oportunidades do PRONATEC, programa em que o aluno parece pleitear um cargo de direção.
8 - Por fim, ressalto que a Coordenação do Curso de Bacharelado em Ciências Sociais está aberta e disponível a prestar quaisquer esclarecimentos sobre o caso, assim como as demais instâncias da UFAC, primando sempre pela transparência e rigor na administração pública."
Veja a íntegra da entrevista com Irailton Sousa no Blog da Amazônia.
Bhopal, na Índia, continua morrendo 25 anos depois de tragédia em fábrica de pesticida da Union Carbide
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Reportagem [Bhopal sigue muriendo] do El País, no UOL Notícias.
Matéria publicada pelo EcoDebate, em 04/12/2009
Panna Lal Yadav acordou naquela meia-noite com os gritos aterrorizantes e o tumulto de gente correndo. Sentiu que o ar “se transformava em fogo” e queimava seus ossos e pulmões. Não podia enxergar claramente, mas ouvia que seus filhos não paravam de tossir. Desesperado, gritou para sua mulher que, assim como seus vizinhos, deviam fugir. “Nas ruas vimos que as pessoas caíam fulminadas como moscas depois de ser tocadas pelos gases. Tivemos de correr entre cadáveres”, lembra ainda, perturbado.
Panna e sua família viveram na madrugada de 3 de dezembro de 1984 um dos desastres mais graves da história. Em sua cidade, Bhopal, no centro da Índia, e muito perto de sua casa, 42 toneladas de um dos produtos químicos mais tóxicos, o isocianato de metila (MIC), escaparam em forma de gás da fábrica de pesticidas americana Union Carbide. Reportagem de Ana Gabriela Rojas, no El País.
Nessa noite morreram quase 3.000 pessoas, e nos dias seguintes até 15 mil, segundo os números oficiais conservadores. Segundo várias ONGs e ativistas, poderiam ser até 25 mil mortos e cerca de 100 mil as pessoas com sequelas permanentes: câncer, problemas no estômago, no fígado, nos rins, nos pulmões, transtornos hormonais e mentais…
Passados 25 anos, Bhopal continua sofrendo. A situação ainda é desastrosa. Os diretores da Union Carbide, encabeçados por seu presidente, Warren Anderson, escaparam da Índia e do processo criminal aberto contra eles. A fábrica ficou abandonada e sem limpeza. No que é hoje o centro da cidade permanecem mais de 300 toneladas de produtos químicos perigosos – entre eles DDT – em contêineres que ficaram desprotegidos até apenas quatro anos atrás.
Outras 10 mil toneladas de dejetos tóxicos continuam enterradas perto da fábrica, segundo as ONGs. A Union Carbide mantinha tanques de evaporação pelos quais passavam seus dejetos químicos tóxicos, e lá ainda estão toneladas de sedimentos perigosos. E em cima deles muita gente vai fazer suas necessidades todas as manhãs, pois poucos dos barracos próximos têm banheiros.
“Mesmo que não tivesse ocorrido um vazamento de gás, o desastre era iminente. E com o passar dos anos e as chuvas esses tóxicos se infiltraram no subsolo e atingiram a água que cerca de 30 mil pessoas bebem”, afirma Rachna Dhingra, que chefia a Campanha Internacional de Justiça em Bhopal, que reúne as associações de vítimas.
A água disponível em alguns locais contém altos níveis de produtos químicos nocivos, incluindo clorofórmio e tetracloreto de carbono, conhecido cancerígeno, de acordo com os resultados de vários estudos. E perto da fábrica também foram encontrados metais pesados nocivos, segundo denunciou a Greenpeace. O processo judicial é longo, e no ano passado o caso foi reaberto, com a exigência de que a empresa limpe a área e compense economicamente os milhares de pessoas que beberam água contaminada.
O governo do estado de Madhya Pradesh, do qual Bhopal é a capital, estabeleceu um sistema de encanamento de água potável, que ainda é insuficiente. No bairro de Sunder Nagar os moradores fazem fila para conseguir água limpa. Raju Raikwar, um vendedor de peixes, diz que às vezes falta água durante uma semana. “Mas pelo menos não precisamos mais beber diariamente a contaminada. Tinha um sabor amargo e ficávamos doentes do estômago. Nossos pulmões e a garganta doíam”, queixa-se.
Segundo a associação de vítimas, ainda são minoria as pessoas que recebem água potável permanentemente. Muitas ainda bebem o líquido contaminado. “Sabemos que tomamos veneno e o damos na boca de nossos filhos. Mas o que podemos fazer?”, lamenta uma afetada, a professora escolar Kalpana Rajarat.
A família de Panna Lal Yadav resume amargamente as consequências da catástrofe de Bhopal. Dias depois do desastre morreu sua filha menor, com apenas um ano de idade. “Sua pele começou a cair aos pedaços”, conta o pai, hoje sexagenário, que foi operário da fábrica da Union Carbide. Ele mostra os papéis que demonstram que ainda lhe devem alguns pagamentos. Sua vida sempre foi dura: cansaço crônico, falta de apetite e de ânimo. Agora a única coisa que pode fazer é vender amendoins, o que lhe dá uma renda muito pequena.
Seus filhos também se sentem fracos, sofrem de psoríase e dores no peito. Até pouco tempo atrás bebiam água contaminada. Um dos filhos de Panna teve dois filhos com paralisia cerebral: Vikas e Aman, de 10 e 8 anos, têm olhos brilhantes e curiosos e um sorriso encantador, mas seus corpos não lhes respondem. Não podem se alimentar sozinhos, nem andar, nem tomar banho ou ir sozinhos ao banheiro. A mãe teme que nunca cheguem a ser independentes.
Vikas e Aman pertencem à segunda geração de vítimas de Bhopal, assim chamada pela alta incidência de crianças com defeitos congênitos: até dez vezes mais que nas comunidades com água potável, segundo um estudo da clínica Sambhavna, que atende gratuitamente 30 mil pacientes graças a doações privadas.
Os pais de Vikas e Aman eram crianças quando ocorreu o desastre, e beberam veneno quase toda a sua vida. “Meus filhos estão sempre sorrindo, mas não entendem nada, mesmo quando estou chorando por eles. É muito triste. Não sei o que vai acontecer quando não houver quem cuide deles.” A avó dos meninos, Umvati Yadav, lamenta: “O que me dá mais raiva é que nem a empresa nem o governo assumem qualquer responsabilidade”.
Crianças cegas, surdas, com retardo mental ou corpos de extremidades rígidas, grotescamente entrelaçadas, recebem reabilitação em Chingari Trust. Esta ONG cuida de 320 jovens. “Há muito mais crianças doentes em Bhopal por causa do vazamento da Union Carbide, mas só levamos em conta as que podemos ajudar e temos certeza de que seus pais foram vítimas do vazamento de gás”, afirma o administrador, Tarun Thomas.
Muitos meninos são muito menores que outros de sua idade. Suraj, aos 12 anos, tem a altura de seu vizinho de seis. Um estudo do “Jornal da Associação Médica Americana” concluiu em 2003 que os filhos de pais expostos ao gás pesam menos. O crescimento sofre atrasos e a parte superior do corpo é desproporcionalmente menor que a inferior.
As crianças que nascem doentes hoje não são reconhecidas como vítimas pelo governo, e portanto não recebem qualquer tipo de ajuda oficial.
“Não há vítimas de segunda geração. Crianças com defeitos de nascimento existem em todo lugar. Não há em seu país?”, pergunta à jornalista o ministro para a Reabilitação e o Alívio da Tragédia de Bhopal, Babulal Gaur, em seu chalé luxuoso. O político octogenário, que foi governador do Estado, afirma que não recebeu qualquer queixa das vítimas.
“Foi uma grande tragédia, mas as vítimas já estão mortas. Os afetados já foram indenizados e agora a reabilitação está funcionando bem. Já não há contaminantes na fábrica porque as chuvas de 25 anos lavaram tudo”, comenta. E então para que seu ministério? “Porque prometemos às pessoas que sempre estaríamos aqui para cuidar delas”, afirma.
Mas essa opinião é exatamente a oposta da que expressam as vítimas e os ativistas. “Um quarto de século depois da tragédia os moradores de Bhopal não receberam justiça e não conseguem viver dignamente. A Union Carbide se negou a assumir as responsabilidades e os governos, tanto nacional como estadual, falharam; foram corrompidos pela empresa. Temos inúmeras provas de subornos de milhares de dólares para políticos.” A acusação é feita pela representante das vítimas, Rachna Dhingra, que fala de um intenso tráfico de influências. O advogado defensor da companhia nos tribunais é o porta-voz do governista Partido do Congresso, Abhishek Manu Singhvi.
A reclamação de responsabilidades dos bhopalis tornou-se mais difícil em 2001, quando a Union Carbide foi comprada pela Dow Chemical, também americana, que se nega redondamente a assumir qualquer responsabilidade. A Dow nunca foi proprietária nem operou a fábrica e a comprou mais de 16 anos depois da tragédia. A empresa tem interesses no subcontinente, onde produz e vende seu inseticida Dursban, que por causa de sua toxicidade é proibido para uso comercial nos EUA.
A indenização às vítimas de Bhopal se limita por enquanto ao acordo que a Union Carbide fez com o governo indiano em 1989: US$ 470 milhões de indenização, uma pequena parte dos US$ 3 bilhões exigidos originalmente. Cada uma das vítimas recebeu em teoria vários pagamentos no total de 50 mil rúpias (cerca de 720 euros hoje), mas muitos denunciam que nem sequer receberam essa quantia.
A família de Panna Lal sim, a recebeu para cada um dos membros doentes. Assim puderam construir a modesta casa de tijolos onde vivem. Não deu para mais nada. “O tratamento das crianças é muito caro e além disso elas exigem muita atenção”, diz a avó. A família não usa os hospitais do governo porque o serviço é péssimo.
Não são só as vítimas que se queixam desses hospitais: o relatório apresentado este ano à Suprema Corte por uma comissão de investigação independente revelou que o número de médicos é reduzido, os remédios tem baixa qualidade, a informação aos pacientes é precária e a higiene choca pela ausência.
E, como em muitas outras histórias na Índia, a pobreza agrava tudo. Depois da catástrofe, o terreno ao redor da fábrica de pesticidas se desvalorizou e foi invadido por barracos de plástico, madeira e chapas. Além disso, há a contaminação. Talvez por causa dela um estudo de um hospital público situa na área da tragédia altos índices de mortalidade. “Não podemos expulsá-los dali, de seus barracos. Este é um país democrático e as pessoas podem viver onde quiserem”, diz o ministro Gaur.
Com o crescimento da cidade, o lugar ficou no centro desta capital que em 2011 terá 2,1 milhões de habitantes, segundo estimativas oficiais.
Teoricamente, ninguém pode entrar na fábrica sem autorização, mas embora uma das laterais esteja cercada e vigiada por guardas, nas outras basta saltar uma pequena cerca de menos de 1 metro para entrar. As crianças vão habitualmente ali jogar críquete, e as famílias entram para cortar ervas secas para alimentar o fogo.
No centro do solar, a antiga fábrica de pesticidas é imponente. Parece o cenário de um filme de ficção científica abandonado depois de um ataque biológico. Aos poucos, os gigantes de ferro abandonados foram cobertos pela ferrugem e a vegetação.
O governo do estado pretendia abrir a fábrica ao público ao se completar o 25º aniversário da tragédia. “Tratava-se de que as pessoas vissem que não é perigoso”, afirmava o ministro. Mas as manifestações das vítimas detiveram a tentativa. “O governo quer apregoar que está limpo, que não há problema, para se livrar da descontaminação do lugar e, por outro lado, das responsabilidades”, diz a porta-voz das vítimas.
Enquanto isso, em Bhopal e algumas outras cidades da Índia e do resto do mundo, começou uma série de campanhas lembrando o desastre e exigindo justiça. A Anistia Internacional afirma em sua campanha que “Bhopal é uma zombaria aos direitos humanos. O legado de Bhopal sobrevive porque seus habitantes nunca puderam reivindicar seus direitos. Além disso, os efeitos negativos do vazamento afetam as novas gerações”.
Apesar de todo esse movimento internacional, as vítimas têm pouca fé. Um quarto de século de espera lhes tirou a esperança. Panna Lal, afetado e avô dos meninos Vikas e Aman, é taxativo: “Talvez tivesse sido melhor morrer no dia do desastre. Pelo menos os que morreram já não estão aqui. Nós estamos sofrendo há 25 anos”.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Reportagem [Bhopal sigue muriendo] do El País, no UOL Notícias.
EcoDebate, 04/12/2009
Reportagem [Bhopal sigue muriendo] do El País, no UOL Notícias.
Matéria publicada pelo EcoDebate, em 04/12/2009
Bhopal no dia posterior do desastre socioambiental. Foto de arquivo |
Panna Lal Yadav acordou naquela meia-noite com os gritos aterrorizantes e o tumulto de gente correndo. Sentiu que o ar “se transformava em fogo” e queimava seus ossos e pulmões. Não podia enxergar claramente, mas ouvia que seus filhos não paravam de tossir. Desesperado, gritou para sua mulher que, assim como seus vizinhos, deviam fugir. “Nas ruas vimos que as pessoas caíam fulminadas como moscas depois de ser tocadas pelos gases. Tivemos de correr entre cadáveres”, lembra ainda, perturbado.
Panna e sua família viveram na madrugada de 3 de dezembro de 1984 um dos desastres mais graves da história. Em sua cidade, Bhopal, no centro da Índia, e muito perto de sua casa, 42 toneladas de um dos produtos químicos mais tóxicos, o isocianato de metila (MIC), escaparam em forma de gás da fábrica de pesticidas americana Union Carbide. Reportagem de Ana Gabriela Rojas, no El País.
Nessa noite morreram quase 3.000 pessoas, e nos dias seguintes até 15 mil, segundo os números oficiais conservadores. Segundo várias ONGs e ativistas, poderiam ser até 25 mil mortos e cerca de 100 mil as pessoas com sequelas permanentes: câncer, problemas no estômago, no fígado, nos rins, nos pulmões, transtornos hormonais e mentais…
Passados 25 anos, Bhopal continua sofrendo. A situação ainda é desastrosa. Os diretores da Union Carbide, encabeçados por seu presidente, Warren Anderson, escaparam da Índia e do processo criminal aberto contra eles. A fábrica ficou abandonada e sem limpeza. No que é hoje o centro da cidade permanecem mais de 300 toneladas de produtos químicos perigosos – entre eles DDT – em contêineres que ficaram desprotegidos até apenas quatro anos atrás.
Outras 10 mil toneladas de dejetos tóxicos continuam enterradas perto da fábrica, segundo as ONGs. A Union Carbide mantinha tanques de evaporação pelos quais passavam seus dejetos químicos tóxicos, e lá ainda estão toneladas de sedimentos perigosos. E em cima deles muita gente vai fazer suas necessidades todas as manhãs, pois poucos dos barracos próximos têm banheiros.
“Mesmo que não tivesse ocorrido um vazamento de gás, o desastre era iminente. E com o passar dos anos e as chuvas esses tóxicos se infiltraram no subsolo e atingiram a água que cerca de 30 mil pessoas bebem”, afirma Rachna Dhingra, que chefia a Campanha Internacional de Justiça em Bhopal, que reúne as associações de vítimas.
A água disponível em alguns locais contém altos níveis de produtos químicos nocivos, incluindo clorofórmio e tetracloreto de carbono, conhecido cancerígeno, de acordo com os resultados de vários estudos. E perto da fábrica também foram encontrados metais pesados nocivos, segundo denunciou a Greenpeace. O processo judicial é longo, e no ano passado o caso foi reaberto, com a exigência de que a empresa limpe a área e compense economicamente os milhares de pessoas que beberam água contaminada.
O governo do estado de Madhya Pradesh, do qual Bhopal é a capital, estabeleceu um sistema de encanamento de água potável, que ainda é insuficiente. No bairro de Sunder Nagar os moradores fazem fila para conseguir água limpa. Raju Raikwar, um vendedor de peixes, diz que às vezes falta água durante uma semana. “Mas pelo menos não precisamos mais beber diariamente a contaminada. Tinha um sabor amargo e ficávamos doentes do estômago. Nossos pulmões e a garganta doíam”, queixa-se.
Segundo a associação de vítimas, ainda são minoria as pessoas que recebem água potável permanentemente. Muitas ainda bebem o líquido contaminado. “Sabemos que tomamos veneno e o damos na boca de nossos filhos. Mas o que podemos fazer?”, lamenta uma afetada, a professora escolar Kalpana Rajarat.
A família de Panna Lal Yadav resume amargamente as consequências da catástrofe de Bhopal. Dias depois do desastre morreu sua filha menor, com apenas um ano de idade. “Sua pele começou a cair aos pedaços”, conta o pai, hoje sexagenário, que foi operário da fábrica da Union Carbide. Ele mostra os papéis que demonstram que ainda lhe devem alguns pagamentos. Sua vida sempre foi dura: cansaço crônico, falta de apetite e de ânimo. Agora a única coisa que pode fazer é vender amendoins, o que lhe dá uma renda muito pequena.
Seus filhos também se sentem fracos, sofrem de psoríase e dores no peito. Até pouco tempo atrás bebiam água contaminada. Um dos filhos de Panna teve dois filhos com paralisia cerebral: Vikas e Aman, de 10 e 8 anos, têm olhos brilhantes e curiosos e um sorriso encantador, mas seus corpos não lhes respondem. Não podem se alimentar sozinhos, nem andar, nem tomar banho ou ir sozinhos ao banheiro. A mãe teme que nunca cheguem a ser independentes.
Vikas e Aman pertencem à segunda geração de vítimas de Bhopal, assim chamada pela alta incidência de crianças com defeitos congênitos: até dez vezes mais que nas comunidades com água potável, segundo um estudo da clínica Sambhavna, que atende gratuitamente 30 mil pacientes graças a doações privadas.
Os pais de Vikas e Aman eram crianças quando ocorreu o desastre, e beberam veneno quase toda a sua vida. “Meus filhos estão sempre sorrindo, mas não entendem nada, mesmo quando estou chorando por eles. É muito triste. Não sei o que vai acontecer quando não houver quem cuide deles.” A avó dos meninos, Umvati Yadav, lamenta: “O que me dá mais raiva é que nem a empresa nem o governo assumem qualquer responsabilidade”.
Crianças cegas, surdas, com retardo mental ou corpos de extremidades rígidas, grotescamente entrelaçadas, recebem reabilitação em Chingari Trust. Esta ONG cuida de 320 jovens. “Há muito mais crianças doentes em Bhopal por causa do vazamento da Union Carbide, mas só levamos em conta as que podemos ajudar e temos certeza de que seus pais foram vítimas do vazamento de gás”, afirma o administrador, Tarun Thomas.
Muitos meninos são muito menores que outros de sua idade. Suraj, aos 12 anos, tem a altura de seu vizinho de seis. Um estudo do “Jornal da Associação Médica Americana” concluiu em 2003 que os filhos de pais expostos ao gás pesam menos. O crescimento sofre atrasos e a parte superior do corpo é desproporcionalmente menor que a inferior.
As crianças que nascem doentes hoje não são reconhecidas como vítimas pelo governo, e portanto não recebem qualquer tipo de ajuda oficial.
“Não há vítimas de segunda geração. Crianças com defeitos de nascimento existem em todo lugar. Não há em seu país?”, pergunta à jornalista o ministro para a Reabilitação e o Alívio da Tragédia de Bhopal, Babulal Gaur, em seu chalé luxuoso. O político octogenário, que foi governador do Estado, afirma que não recebeu qualquer queixa das vítimas.
“Foi uma grande tragédia, mas as vítimas já estão mortas. Os afetados já foram indenizados e agora a reabilitação está funcionando bem. Já não há contaminantes na fábrica porque as chuvas de 25 anos lavaram tudo”, comenta. E então para que seu ministério? “Porque prometemos às pessoas que sempre estaríamos aqui para cuidar delas”, afirma.
Mas essa opinião é exatamente a oposta da que expressam as vítimas e os ativistas. “Um quarto de século depois da tragédia os moradores de Bhopal não receberam justiça e não conseguem viver dignamente. A Union Carbide se negou a assumir as responsabilidades e os governos, tanto nacional como estadual, falharam; foram corrompidos pela empresa. Temos inúmeras provas de subornos de milhares de dólares para políticos.” A acusação é feita pela representante das vítimas, Rachna Dhingra, que fala de um intenso tráfico de influências. O advogado defensor da companhia nos tribunais é o porta-voz do governista Partido do Congresso, Abhishek Manu Singhvi.
A reclamação de responsabilidades dos bhopalis tornou-se mais difícil em 2001, quando a Union Carbide foi comprada pela Dow Chemical, também americana, que se nega redondamente a assumir qualquer responsabilidade. A Dow nunca foi proprietária nem operou a fábrica e a comprou mais de 16 anos depois da tragédia. A empresa tem interesses no subcontinente, onde produz e vende seu inseticida Dursban, que por causa de sua toxicidade é proibido para uso comercial nos EUA.
A indenização às vítimas de Bhopal se limita por enquanto ao acordo que a Union Carbide fez com o governo indiano em 1989: US$ 470 milhões de indenização, uma pequena parte dos US$ 3 bilhões exigidos originalmente. Cada uma das vítimas recebeu em teoria vários pagamentos no total de 50 mil rúpias (cerca de 720 euros hoje), mas muitos denunciam que nem sequer receberam essa quantia.
A família de Panna Lal sim, a recebeu para cada um dos membros doentes. Assim puderam construir a modesta casa de tijolos onde vivem. Não deu para mais nada. “O tratamento das crianças é muito caro e além disso elas exigem muita atenção”, diz a avó. A família não usa os hospitais do governo porque o serviço é péssimo.
Não são só as vítimas que se queixam desses hospitais: o relatório apresentado este ano à Suprema Corte por uma comissão de investigação independente revelou que o número de médicos é reduzido, os remédios tem baixa qualidade, a informação aos pacientes é precária e a higiene choca pela ausência.
E, como em muitas outras histórias na Índia, a pobreza agrava tudo. Depois da catástrofe, o terreno ao redor da fábrica de pesticidas se desvalorizou e foi invadido por barracos de plástico, madeira e chapas. Além disso, há a contaminação. Talvez por causa dela um estudo de um hospital público situa na área da tragédia altos índices de mortalidade. “Não podemos expulsá-los dali, de seus barracos. Este é um país democrático e as pessoas podem viver onde quiserem”, diz o ministro Gaur.
Com o crescimento da cidade, o lugar ficou no centro desta capital que em 2011 terá 2,1 milhões de habitantes, segundo estimativas oficiais.
Teoricamente, ninguém pode entrar na fábrica sem autorização, mas embora uma das laterais esteja cercada e vigiada por guardas, nas outras basta saltar uma pequena cerca de menos de 1 metro para entrar. As crianças vão habitualmente ali jogar críquete, e as famílias entram para cortar ervas secas para alimentar o fogo.
No centro do solar, a antiga fábrica de pesticidas é imponente. Parece o cenário de um filme de ficção científica abandonado depois de um ataque biológico. Aos poucos, os gigantes de ferro abandonados foram cobertos pela ferrugem e a vegetação.
O governo do estado pretendia abrir a fábrica ao público ao se completar o 25º aniversário da tragédia. “Tratava-se de que as pessoas vissem que não é perigoso”, afirmava o ministro. Mas as manifestações das vítimas detiveram a tentativa. “O governo quer apregoar que está limpo, que não há problema, para se livrar da descontaminação do lugar e, por outro lado, das responsabilidades”, diz a porta-voz das vítimas.
Enquanto isso, em Bhopal e algumas outras cidades da Índia e do resto do mundo, começou uma série de campanhas lembrando o desastre e exigindo justiça. A Anistia Internacional afirma em sua campanha que “Bhopal é uma zombaria aos direitos humanos. O legado de Bhopal sobrevive porque seus habitantes nunca puderam reivindicar seus direitos. Além disso, os efeitos negativos do vazamento afetam as novas gerações”.
Apesar de todo esse movimento internacional, as vítimas têm pouca fé. Um quarto de século de espera lhes tirou a esperança. Panna Lal, afetado e avô dos meninos Vikas e Aman, é taxativo: “Talvez tivesse sido melhor morrer no dia do desastre. Pelo menos os que morreram já não estão aqui. Nós estamos sofrendo há 25 anos”.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Reportagem [Bhopal sigue muriendo] do El País, no UOL Notícias.
EcoDebate, 04/12/2009
Cientistas têm última chance de tentar mudar os rumos da RIO+20
Via Agência FAPESP
Pesquisadores da área ambiental se reúnem em Londres no último grande evento científico que antecede a Conferência da ONU no Rio de Janeiro. VEJA
Governo não tem laboratório para fiscalizar veto a aditivos em cigarros
Via Estadão
Por Lígia Formenti
25.03.2012
Construção de laboratório para análise de produtos do tabaco consumiu R$ 2, 2 mi
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) terá de recorrer a um plano B para acompanhar o cumprimento da resolução que restringe o uso de aditivos em cigarros, aprovada semana passada. Embora tenha sido prevista há mais de oito anos, a construção do Laboratório Oficial para Análise e Controle de Produtos Derivados do Tabaco, essencial para fiscalização, nunca saiu do papel.
A obra estava programada para ser feita numa área cedida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão. Foram previstos – e liberados – R$ 9,6 milhões no plano plurianual de 2008 a 2011. Como o dinheiro não foi usado, a empreitada voltou ao estágio inicial. O terreno não poderá mais ser usado e a verba teve de ser devolvida para o Tesouro.
Apesar de o projeto não ter saído do estágio inicial, já foram consumidos R$ 2,22 milhões com preparativos. Os recursos foram usados num convênio firmado em 2005 entre a Anvisa e o Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD) para realização de um projeto executivo, um projeto conceitual, treinamento de pessoal, passagens, diárias e sondagem de terreno, além da compra de duas máquinas que simulam o ato de fumar. Continua
Por Lígia Formenti
25.03.2012
Construção de laboratório para análise de produtos do tabaco consumiu R$ 2, 2 mi
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) terá de recorrer a um plano B para acompanhar o cumprimento da resolução que restringe o uso de aditivos em cigarros, aprovada semana passada. Embora tenha sido prevista há mais de oito anos, a construção do Laboratório Oficial para Análise e Controle de Produtos Derivados do Tabaco, essencial para fiscalização, nunca saiu do papel.
A obra estava programada para ser feita numa área cedida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão. Foram previstos – e liberados – R$ 9,6 milhões no plano plurianual de 2008 a 2011. Como o dinheiro não foi usado, a empreitada voltou ao estágio inicial. O terreno não poderá mais ser usado e a verba teve de ser devolvida para o Tesouro.
Apesar de o projeto não ter saído do estágio inicial, já foram consumidos R$ 2,22 milhões com preparativos. Os recursos foram usados num convênio firmado em 2005 entre a Anvisa e o Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD) para realização de um projeto executivo, um projeto conceitual, treinamento de pessoal, passagens, diárias e sondagem de terreno, além da compra de duas máquinas que simulam o ato de fumar. Continua
Professores culpam pais e alunos por nota baixa
Via blog do Noblat
26.03.2012
O aluno não aprende porque os pais não o acompanham? Para 88% dos professores do nível fundamental da rede pública no país, sim. Quase 81% também acreditam que um aluno não vai bem na escola porque não se esforça.
Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Movimento Todos Pela Educação em respostas dadas por professores da rede pública na Prova Brasil, do Inep.
E levantam a questão: num sistema educacional público com má remuneração para o magistério e escolas mal equipadas, que recebem estudantes em que a própria família já tem, em geral, baixa escolaridade e frágil nível cultural, de quem é a culpa pelo mau aluno?
No Questionário do Professor da Prova Brasil de 2009, os professores receberam uma lista de possíveis causas para problemas de aprendizagem dos estudantes, para dizer com quais causas mais concordavam. Quase todos concordaram com as respostas
"Falta de assistência e acompanhamento da família nos deveres de casa e pesquisas do aluno" e "Desinteresse e falta de esforço do aluno".
Respostas que poderiam mostrar a responsabilidade do professor ou da escola — "Baixo salário dos professores, que gera insatisfação e desestímulo para a atividade docente" e "Escola oferece poucas oportunidades de desenvolvimento do aluno" — tiveram 30,5% e 27,4%, respectivamente.
Leia mais em Professores culpam pais e alunos por nota baixa
26.03.2012
Alessandra Duarte e Letícia Lins, O Globo
O aluno não aprende porque os pais não o acompanham? Para 88% dos professores do nível fundamental da rede pública no país, sim. Quase 81% também acreditam que um aluno não vai bem na escola porque não se esforça.
Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Movimento Todos Pela Educação em respostas dadas por professores da rede pública na Prova Brasil, do Inep.
E levantam a questão: num sistema educacional público com má remuneração para o magistério e escolas mal equipadas, que recebem estudantes em que a própria família já tem, em geral, baixa escolaridade e frágil nível cultural, de quem é a culpa pelo mau aluno?
No Questionário do Professor da Prova Brasil de 2009, os professores receberam uma lista de possíveis causas para problemas de aprendizagem dos estudantes, para dizer com quais causas mais concordavam. Quase todos concordaram com as respostas
"Falta de assistência e acompanhamento da família nos deveres de casa e pesquisas do aluno" e "Desinteresse e falta de esforço do aluno".
Respostas que poderiam mostrar a responsabilidade do professor ou da escola — "Baixo salário dos professores, que gera insatisfação e desestímulo para a atividade docente" e "Escola oferece poucas oportunidades de desenvolvimento do aluno" — tiveram 30,5% e 27,4%, respectivamente.
Leia mais em Professores culpam pais e alunos por nota baixa
Governo de Goiás censura entrevistadores de rede estatal
Via blog do Noblat
26.03.2012
Brasil 247
A tão decantada liberdade de imprensa não funciona em Goiás. Pelo menos na Televisão Brasil Central, empresa mantida pelo governo goiano, comandado pelo tucano Marconi Perillo.
Dois apresentadores do Jornal Brasil Central 1ª Edição (JBC) foram sumariamente afastados de suas funções por abordarem uma questão nevrálgica para o governo: educação. O que causa taquicardia no governo é que os professores da rede estadual de ensino estão há quase dois meses em greve.
No último dia 22, quinta-feira, estava programada uma entrevista com a ex-deputada Raquel Teixeira, que também foi secretária da Educação. O tema seria o Dia Internacional da Mulher e os entrevistadores foram instruídos a não fugirem do tema, nem sequer tocar no assunto educação.
Para garantir a censura, a diretora de jornalismo da TBC, Abadia Lima, foi pessoalmente para o estúdio para inibir qualquer desobediência.
Pois, durante a entrevista, os apresentadores Michele Bouson e Marcelo Adriani ousaram abordar o tema proibido, sem, contudo, tratar especificamente da greve. Eles apenas ousaram falar sobre a dificuldade de valorização do ensino no Brasil.
Foi o bastante. No dia seguinte, os dois foram chamados à sala de Abadia Lima e comunicados que, a partir dali, estavam fora dos cargos de apresentadores. Pior: os dois ainda estão em estágio probatório e foram ameaçados de “constar em sua ficha a desobediência”.
O presidente da Agência Goiana de Comunicação (Agecon) - que cuida da comunicação do governo –, José Luiz Bittencourt Filho, disse que “não se trata de perseguição”, mas de “algo rotineiro” em empresas de comunicação. Ele mandou desativar a academia de ginástica que a gestão anterior instalou por acordo com o Ministério Público do Trabalho.
26.03.2012
Os apresentadores Marcelo Adriani e Michele Bouson Foto: Divulgação |
Brasil 247
A tão decantada liberdade de imprensa não funciona em Goiás. Pelo menos na Televisão Brasil Central, empresa mantida pelo governo goiano, comandado pelo tucano Marconi Perillo.
Dois apresentadores do Jornal Brasil Central 1ª Edição (JBC) foram sumariamente afastados de suas funções por abordarem uma questão nevrálgica para o governo: educação. O que causa taquicardia no governo é que os professores da rede estadual de ensino estão há quase dois meses em greve.
No último dia 22, quinta-feira, estava programada uma entrevista com a ex-deputada Raquel Teixeira, que também foi secretária da Educação. O tema seria o Dia Internacional da Mulher e os entrevistadores foram instruídos a não fugirem do tema, nem sequer tocar no assunto educação.
Para garantir a censura, a diretora de jornalismo da TBC, Abadia Lima, foi pessoalmente para o estúdio para inibir qualquer desobediência.
Pois, durante a entrevista, os apresentadores Michele Bouson e Marcelo Adriani ousaram abordar o tema proibido, sem, contudo, tratar especificamente da greve. Eles apenas ousaram falar sobre a dificuldade de valorização do ensino no Brasil.
Foi o bastante. No dia seguinte, os dois foram chamados à sala de Abadia Lima e comunicados que, a partir dali, estavam fora dos cargos de apresentadores. Pior: os dois ainda estão em estágio probatório e foram ameaçados de “constar em sua ficha a desobediência”.
O presidente da Agência Goiana de Comunicação (Agecon) - que cuida da comunicação do governo –, José Luiz Bittencourt Filho, disse que “não se trata de perseguição”, mas de “algo rotineiro” em empresas de comunicação. Ele mandou desativar a academia de ginástica que a gestão anterior instalou por acordo com o Ministério Público do Trabalho.
domingo, 25 de março de 2012
Para ex e atuais senadores, saúde sem limites
Via blog do Noblat
24.03.2012
O Senado é pródigo em benefícios a seus parlamentares. Além da verba indenizatória de R$ 15 mil e do direito de contratar até 72 servidores, os senadores e seus dependentes têm direito a assistência médica pelo resto da vida.
Levantamento feito pelo GLOBO mostra que reembolsos particulares chegam a ultrapassar R$ 100 mil por ano e que ex-senadores, mesmo aqueles com privilegiada situação financeira ou no exercício de outros cargos, continuam recorrendo ao Senado para ter suas despesas médicas reembolsadas.
De 2007, a última legislatura, até agora, foram gastos R$ 17,9 milhões com ressarcimentos por despesas médicas com senadores no exercício do mandato. Com os ex-parlamentares, a conta chegou a R$ 7,2 milhões. E o detalhe é que ninguém precisa pagar nada pelo benefício.
Os parlamentares no exercício do mandato não têm um teto para o gasto, bastando apenas apresentar notas, caso optem por médicos e clínicas não conveniadas. Para aqueles que não têm mais cargo, mas permaneceram pelo menos 180 dias corridos como senador — caso dos suplentes — o teto anual é de R$ 32.958,12. Mas o valor nem sempre é respeitado.
Ainda há vários casos de deputados e prefeitos que, depois de assumirem essas funções públicas, continuaram apresentando a fatura ao Senado. É o caso do ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça. Ele foi senador entre 1995 e 2002 e esteve à frente da prefeitura entre 2005 e 2010. Nesse período, porém, pediu ressarcimentos. Apresentou notas que somam R$ 12.976 e recebeu as restituições. O GLOBO telefonou para a casa dele, mas sua filha informou que ele não estava.
O limite de R$ 32.958,12 é um parâmetro que não é levado a sério pelo Senado. O ex-senador Moisés Abrão Neto (PDC-TO) foi reembolsado em 2008 em R$ 109.267 por despesas médicas — o triplo permitido. Divaldo Suruagy (PMDB-AL), que exerceu o mandato entre 1987 e 1994, recebeu, em 2007, R$ 41.500 por despesas odontológicas.
A esse mesmo tipo de tratamento submeteu-se a esposa do ex-senador Levy Dias (DEM-MS). Ela gastou, de uma só vez, em 2008, R$ 67 mil com tratamento dentário. A assessoria de imprensa do Senado informou que a Mesa Diretora é responsável por autorizar gastos acima dos fixados quando acha necessário.
Leia mais em Para ex e atuais senadores, saúde sem limites
***
Pedido básico:
SOCORROOOOOOOOOOOOO!!!!!
24.03.2012
Chico de Gois, O Globo
O Senado é pródigo em benefícios a seus parlamentares. Além da verba indenizatória de R$ 15 mil e do direito de contratar até 72 servidores, os senadores e seus dependentes têm direito a assistência médica pelo resto da vida.
Levantamento feito pelo GLOBO mostra que reembolsos particulares chegam a ultrapassar R$ 100 mil por ano e que ex-senadores, mesmo aqueles com privilegiada situação financeira ou no exercício de outros cargos, continuam recorrendo ao Senado para ter suas despesas médicas reembolsadas.
De 2007, a última legislatura, até agora, foram gastos R$ 17,9 milhões com ressarcimentos por despesas médicas com senadores no exercício do mandato. Com os ex-parlamentares, a conta chegou a R$ 7,2 milhões. E o detalhe é que ninguém precisa pagar nada pelo benefício.
Os parlamentares no exercício do mandato não têm um teto para o gasto, bastando apenas apresentar notas, caso optem por médicos e clínicas não conveniadas. Para aqueles que não têm mais cargo, mas permaneceram pelo menos 180 dias corridos como senador — caso dos suplentes — o teto anual é de R$ 32.958,12. Mas o valor nem sempre é respeitado.
Ainda há vários casos de deputados e prefeitos que, depois de assumirem essas funções públicas, continuaram apresentando a fatura ao Senado. É o caso do ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça. Ele foi senador entre 1995 e 2002 e esteve à frente da prefeitura entre 2005 e 2010. Nesse período, porém, pediu ressarcimentos. Apresentou notas que somam R$ 12.976 e recebeu as restituições. O GLOBO telefonou para a casa dele, mas sua filha informou que ele não estava.
O limite de R$ 32.958,12 é um parâmetro que não é levado a sério pelo Senado. O ex-senador Moisés Abrão Neto (PDC-TO) foi reembolsado em 2008 em R$ 109.267 por despesas médicas — o triplo permitido. Divaldo Suruagy (PMDB-AL), que exerceu o mandato entre 1987 e 1994, recebeu, em 2007, R$ 41.500 por despesas odontológicas.
A esse mesmo tipo de tratamento submeteu-se a esposa do ex-senador Levy Dias (DEM-MS). Ela gastou, de uma só vez, em 2008, R$ 67 mil com tratamento dentário. A assessoria de imprensa do Senado informou que a Mesa Diretora é responsável por autorizar gastos acima dos fixados quando acha necessário.
Leia mais em Para ex e atuais senadores, saúde sem limites
***
Pedido básico:
SOCORROOOOOOOOOOOOO!!!!!
Oficina clandestina de raio-x pode contaminar cidade de SP com radiação
Jornal da Record
24.03.2012
Pedido básico:
SOCORROOOOOOOOOOOOO!!!!!
24.03.2012
SOCORROOOOOOOOOOOOO!!!!!
Flávio Dino: "É uma amputação irreparável"
Via Época
Por MARCELO ROCHA
23.03.2012
O ex-deputado viu o filho morrer de asma dentro de um hospital privado de Brasília. Diz que o menino foi vítima de um sistema ganancioso e desumano
Na manhã de 14 de fevereiro, uma terça-feira, pouco depois das 6 horas, o ex-deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA), de 43 anos e pai de dois filhos, recebeu uma ligação da mulher, Deane Maria. Ela falava do Hospital Santa Lúcia, um dos maiores de Brasília, para informar que Marcelo, o caçula, sofria uma nova crise de asma depois de 16 horas de internação. Dino pegou o carro e, por ruas ainda vazias, chegou ao hospital em poucos minutos. No trajeto, o ex-deputado se manteve calmo. Previu que Marcelo passaria por uma sessão de nebulização e logo estaria bom de novo.
Ao entrar na unidade de tratamento intensivo (UTI), deparou com uma cena bem diferente da que imaginara. Marcelo ocupava uma das cinco camas, cercado por três médicos – uma mulher e dois homens –, visivelmente tensos. O filho estava inconsciente, com o rosto roxo, e parecia não respirar. “Adrenalina”, disse um dos médicos, enquanto fazia massagens cardí-acas. Poucos minutos depois, viram os dois médicos deixar a sala. A médica ficou inerte em frente a Marcelo por alguns ins-tantes. Em seguida, dirigiu-se ao casal: “O Marcelo não resistiu”. Continua
Por MARCELO ROCHA
23.03.2012
O ex-deputado viu o filho morrer de asma dentro de um hospital privado de Brasília. Diz que o menino foi vítima de um sistema ganancioso e desumano
Na manhã de 14 de fevereiro, uma terça-feira, pouco depois das 6 horas, o ex-deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA), de 43 anos e pai de dois filhos, recebeu uma ligação da mulher, Deane Maria. Ela falava do Hospital Santa Lúcia, um dos maiores de Brasília, para informar que Marcelo, o caçula, sofria uma nova crise de asma depois de 16 horas de internação. Dino pegou o carro e, por ruas ainda vazias, chegou ao hospital em poucos minutos. No trajeto, o ex-deputado se manteve calmo. Previu que Marcelo passaria por uma sessão de nebulização e logo estaria bom de novo.
Ao entrar na unidade de tratamento intensivo (UTI), deparou com uma cena bem diferente da que imaginara. Marcelo ocupava uma das cinco camas, cercado por três médicos – uma mulher e dois homens –, visivelmente tensos. O filho estava inconsciente, com o rosto roxo, e parecia não respirar. “Adrenalina”, disse um dos médicos, enquanto fazia massagens cardí-acas. Poucos minutos depois, viram os dois médicos deixar a sala. A médica ficou inerte em frente a Marcelo por alguns ins-tantes. Em seguida, dirigiu-se ao casal: “O Marcelo não resistiu”. Continua
Assinar:
Postagens (Atom)