terça-feira, 20 de março de 2012

Pressão excessiva causou vazamento da Chevron, diz PF

Via blog do Noblat
20.03.2012

O Globo

Os 17 executivos e funcionários da Chevron e da Transocean, impedidos de deixar o Brasil pela Justiça Federal, poderiam ter evitado vazamento de óleo na Bacia de Campos se não tivessem insistido em perfurar o poço no campo de Frade com pressão superior à tolerada pelo solo.

É o que apontam documentos do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. O envolvimento direto ou indireto desses executivos na perfuração foi o principal argumento do MP para obter a apreensão de seus passaportes na noite de sexta-feira.

Entre os executivos está George Buck, presidente da Chevron, petrolífera americana que opera o campo de Frade, e Guilherme Dantas Rocha Coelho, diretor-geral da Transocean, contratada para perfurar o poço onde houve um vazamento em novembro.

O documento do MP cita as responsabilidades dos 17 funcionários envolvidos. O inglês Brian Mara, sondador da Transocean, por exemplo, “deixou de realizar procedimentos existentes para a contenção do vazamento”. E alguns executivos disseram em depoimento que o risco de perfurar era “aceitável”.

Em novembro, houve vazamento de 2,4 mil barris de petróleo no Frade. No dia 4 deste mês, foi detectada nova mancha de óleo, a três quilômetros do local anterior. De acordo com a Marinha, a extensão do derramamento chegou a um quilômetro. Foram identificados uma fissura de 800 metros e o afundamento do solo do oceano.

Segundo o documento do MP, que teve por base relatório da PF, a causa do primeiro acidente ocorreu por insistência de Chevron e Transocean em perfurar com pressão de 9,5 libras por galão, ultrapassando o limite suportável pela parede do poço.

Estudos geológicos indicavam que o campo tinha pressão limite de 9,4. O poço não suportou e vazou óleo para o oceano. O segundo vazamento, agora em março, seria uma decorrência do primeiro, segundo especialistas.

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