sexta-feira, 23 de março de 2012
Apesar de instabilidade geológica, especialistas dizem que houve falha em exploração no Campo de Frade
Via EcoDebate
22.03.2012
A nova mancha de óleo detectada pela Marinha na última sexta-feira (16), em uma área operada pela petrolífera Chevron no Campo de Frade, na Bacia de Campos, levanta em especialistas a suspeita de que novos vazamentos podem surgir no local. O primeiro ocorreu na mesma região, em novembro do ano passado.
Na avaliação do professor Moacyr Duarte, do Grupo de Análise de Risco da Coordenação de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), houve falha no estudo prospectivo preliminar, porque a procura de petróleo no fundo do mar “é feita com sísmica [técnica para pesquisar estruturas geológicas que podem formar reservatórios de petróleo], usando carga de colapso”. O estudo deveria ter apontado a fragilidade do solo na região, disse o especialista, em entrevista à Agência Brasil. “Se [isso] não foi [identificado], algo no estudo preliminar falhou”, completou.
De acordo com ele, se estiver ocorrendo um colapso progressivo no solo acima do reservatório, as consequências podem ser “muito ruins”. Caso ocorra um colapso total, há chance de ter no local um ponto de vazamento crônico, cuja vedação demandará muito tempo. Podem ocorrer também vazamentos em série ou simultâneos, destacou. “Na medida em que vai ‘colapsando’ acima, o reservatório vai abrindo. São fendas e estruturas geológicas que favorecem a passagem do petróleo. Não há resistência necessária para conter a pressão do poço.”
Duarte lembrou que no primeiro vazamento, ocorrido em novembro de 2011, a operação de contenção envolveu a injeção de concreto contra a pressão do poço, o que acabou gerando mais força, e isso “para uma estrutura fraca é muito ruim”.
Segundo o professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal Fluminense Adalberto da Silva, com base nas informações dadas pela empresa Chevron – “e que são poucas” –, houve um erro operacional na perfuração. Isso fez com que falhas antigas do solo marinho naquela área, que estavam sem movimentação, fossem reativadas. O resultado são vazamentos de óleo por essas fissuras, mesmo que em pouca quantidade. Como a área é extensa, o controle é difícil. Continua
22.03.2012
A nova mancha de óleo detectada pela Marinha na última sexta-feira (16), em uma área operada pela petrolífera Chevron no Campo de Frade, na Bacia de Campos, levanta em especialistas a suspeita de que novos vazamentos podem surgir no local. O primeiro ocorreu na mesma região, em novembro do ano passado.
Na avaliação do professor Moacyr Duarte, do Grupo de Análise de Risco da Coordenação de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), houve falha no estudo prospectivo preliminar, porque a procura de petróleo no fundo do mar “é feita com sísmica [técnica para pesquisar estruturas geológicas que podem formar reservatórios de petróleo], usando carga de colapso”. O estudo deveria ter apontado a fragilidade do solo na região, disse o especialista, em entrevista à Agência Brasil. “Se [isso] não foi [identificado], algo no estudo preliminar falhou”, completou.
De acordo com ele, se estiver ocorrendo um colapso progressivo no solo acima do reservatório, as consequências podem ser “muito ruins”. Caso ocorra um colapso total, há chance de ter no local um ponto de vazamento crônico, cuja vedação demandará muito tempo. Podem ocorrer também vazamentos em série ou simultâneos, destacou. “Na medida em que vai ‘colapsando’ acima, o reservatório vai abrindo. São fendas e estruturas geológicas que favorecem a passagem do petróleo. Não há resistência necessária para conter a pressão do poço.”
Duarte lembrou que no primeiro vazamento, ocorrido em novembro de 2011, a operação de contenção envolveu a injeção de concreto contra a pressão do poço, o que acabou gerando mais força, e isso “para uma estrutura fraca é muito ruim”.
Segundo o professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal Fluminense Adalberto da Silva, com base nas informações dadas pela empresa Chevron – “e que são poucas” –, houve um erro operacional na perfuração. Isso fez com que falhas antigas do solo marinho naquela área, que estavam sem movimentação, fossem reativadas. O resultado são vazamentos de óleo por essas fissuras, mesmo que em pouca quantidade. Como a área é extensa, o controle é difícil. Continua