terça-feira, 27 de março de 2012

Manifestantes protestam contra ex-delegado da polícia que atuou na ditadura // Jovens constrangem militares e policiais da ditadura

Via Jornal da Record
26.03.2012

Manifestantes protestam contra ex-delegado da polícia que atuou na ditadura

 





Via blog do Noblat
26.03.2012

Jovens constrangem militares e policiais da ditadura

Mobilização ocorreu em diversas capitais e pede punição para acusados de tortura

O Globo

Militares da reserva e policiais supostamente envolvidos com atos de tortura e outros abusos cometidos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) foram alvo de manifestações realizadas nesta segunda-feira em cinco cidades do país. Integrantes do Levante Popular da Juventude - movimento de jovens que surgiu há seis anos no Rio Grande do Sul e hoje tem representantes em todo país - levaram faixas e fizeram apitaços em frente às casas ou endereços de trabalho dos agentes do Estado, com o intuito de constrangê-los em função da participação deles em atos do regime.

As ações ocorreram em Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE) e Belém (PA), e devem continuar nos próximos meses, segundo os manifestantes.

O grupo chama os atos de "escracho" e informa ter se inspirado em ações semelhantes que ocorreram em países como Argentina e Chile. Eles levam cartazes com imagens dos militares e de suas supostas vítimas, com base em informações de processos conduzidos pelo Ministério Público Federal, livros da época e relatos de familiares de opositores do regime.

Em manifesto divulgado nesta segunda, os jovens se posicionam a favor da Comissão da Verdade e dizem ser necessário "expor e julgar aqueles que torturaram e assassinaram nosso povo e nossos sonhos". O grupo também organizou atos públicos em praças e ruas do Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Blumenau (SC), Lages (SC), São Carlos (SP) e Salvador (BA).

Em São Paulo, cerca de 200 pessoas se reuniram pela manhã em frente à sede da empresa de segurança privada Dacala, que pertence ao delegado aposentado do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), David dos Santos Araujo, mais conhecido como "capitão Lisboa".

Eles levavam cartazes com imagens de mortos e desaparecidos durante a ditadura, e também do ex-delegado. Araujo é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de participar da tortura e do assassinato, em abril de 1971, do ativista político Joaquim Alencar de Seixas. De acordo com o MPF, o ex-delegado teria sido reconhecido por parentes da vítima. Funcionários da empresa Dacala informaram que o Araujo não estava na empresa na hora da manifestação.

Em Belo Horizonte, cerca de 70 pessoas usaram tambores e apitos para fazer barulho na janela da casa de Ariovaldo da Hora e Silva, investigador da Polícia Federal que era lotado na Delegacia de Vigilância Social e delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) no início dos anos 70. Ele é citado no livro Brasil Nunca Mais como envolvido na morte do opositor do regime João Lucas Alves, além de participação em atos de tortura.

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