quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Usina nuclear entra em estado de alerta na Argentina


JC e-mail 4567, de 22 de Agosto de 2012.
Usina nuclear entra em estado de alerta na Argentina


Pedido foi feito depois que apareceram fissuras na estrutura de um reator igual na Bélgica.

A central nuclear de Atucha 1, na Argentina, entrou em estado de alerta. O pedido foi feito pela Agência de Energia Nuclear da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento, depois que foram constadas fissuras na estrutura do reator de uma central belga, construída pela mesma empresa que a argentina.

A usina belga foi fechada há dois meses e todos os reatores construídos pela empresa holandesa RDM vão ser submetidos a uma rigorosa inspeção internacional. A usina de Atucha 1 é a mais antiga da América do Sul. Funciona desde 1974 e fica a apenas cem quilômetros de Buenos Aires. Segundo o Greenpeace, ao menos 22 milhões de pessoas vivem a menos de 300 quilômetros da central em risco.

Atucha I é uma das 19 centrais nucleares do planeta que contam com um reator construído pela empresa holandesa, segundo o jornal argentino "La Nación". As outras ficam na Europa e nos Estados Unidos.

A denúncia sobre os riscos de Atucha I foi feita por ambientalistas do Greenpeace, da Fundação Ambiente e Recursos Naturais e dos verdes argentinos. Eles pedem que o governo de Cristina Kirchner esclareça a situação real da usina argentina, mas até agora não tiveram resposta. Os ativistas lembram que a Bélgica já cogita fechar definitivamente sua central danificada.

Ativistas argentinos pediram no último dia 14 informações à Autoridade Regulatória Nacional e à Comissão Nacional de Energia Atômica. "Até agora não se conseguiu resposta alguma da parte das autoridades", explicou Juan Carlos Villalonga, dos Verdes, à imprensa argentina.

Mas ontem a AEN confirmou que Atucha I é um dos 19 reatores com material fornecido pela empresa RDM.

Mauro Fernández, integrante do Greenpeace, disse que há 22 milhões de argentinos vivendo a menos de 300 quilômetros da usina e que o governo deve fornecer informações sobre o caso.
(O Globo)