terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Blocos de rua ressurgem em São Paulo na busca por carnaval mais espontâneo, diz pesquisadora
Via Agência Brasil
09.02.2013
Bruno Bocchini e Elaine Patricia Cruz
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo – A busca por um carnaval mais espontâneo, longe das regras dos desfiles e das fantasias caras das escolas de samba, está fazendo com que os blocos de rua ressurjam em São Paulo, segundo avaliação da pesquisadora do Centro de Memória da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professora do Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de Educação, Olga Rodrigues de Moraes Von Sinson.
“A gente tem observado nos últimos anos que as pessoas não estão se interessando tanto em participar do desfile no sambódromo porque as regras são muitos estritas, porque as fantasias têm de ser compradas e não são baratas e, na verdade, o tempo é muito regulamentado, e existe uma competição muito acirrada entre as agremiações”, destaca.
De acordo com a professora, a opção por participar do carnaval de uma maneira mais descontraída, mais informal, tem levado as pessoas a se interessarem novamente pelos blocos de rua, que já existiam em grande número na capital paulista desde os anos de 1920, 1930, e 1940.
“Os blocos têm ganhado importância e número de participantes, que buscam essa maneira em que você é protagonista do seu carnaval, você escolhe o jeito de brincar, a maneira de se divertir, e não está preso a tantas regras e cobranças."
A pesquisadora destaca que houve um aumento, a partir do início do século, em São Paulo, do carnaval mais participativo, característico do Nordeste, em contrapartida ao de “espectador”, típico dos sambódromos.
“Na Bahia, no Recife, no Nordeste, era aquilo que a gente chamava de carnaval participação, em que o povo todo ia para a rua e participava, dançava atrás do trio elétrico. Aqui, na nossa Região Sudeste, por serem cidades muito grandes, o Poder Público foi organizando o carnaval na forma de desfiles. Mas o povo foi cansando de ser só público, o povo queria ser protagonista do carnaval, queria participar efetivamente da brincadeira, e a solução foi a criação dos blocos”, disse.
Atualmente, a capital paulista tem cerca de 25 blocos de rua, segundo a Associação das Bandas Carnavalescas de São Paulo e a Associação das Bandas, Blocos e Cordões Carnavalescos do Município. Hoje (9), na região da Luz, no centro da capital, houve o desfile de dez bonecões ao som de marchinhas de carnaval. “É um desejo de resgatar o carnaval de rua. Se você pensar, quem vai para o sambódromo são só 32 mil pessoas, em uma cidade com 11 milhões de pessoas”, disse a folclorista Neide Rodrigues.
Na região de Pinheiros, na zona oeste, entrou em cena o Bloco João Capota na Alves (em homenagem às ruas João Moura, Capote Valente e Alves Guimarães), que arrastou mais de 500 pessoas. “Há opções em São Paulo de carnaval para quem não gosta de sambódromo. Tem o carnaval de rua que é maravilhoso, é de graça, é saudável e sem apelação”, disse a foliã Milene Cirino.
Edição: Andréa Quintiere
09.02.2013
Bruno Bocchini e Elaine Patricia Cruz
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo – A busca por um carnaval mais espontâneo, longe das regras dos desfiles e das fantasias caras das escolas de samba, está fazendo com que os blocos de rua ressurjam em São Paulo, segundo avaliação da pesquisadora do Centro de Memória da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professora do Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de Educação, Olga Rodrigues de Moraes Von Sinson.
“A gente tem observado nos últimos anos que as pessoas não estão se interessando tanto em participar do desfile no sambódromo porque as regras são muitos estritas, porque as fantasias têm de ser compradas e não são baratas e, na verdade, o tempo é muito regulamentado, e existe uma competição muito acirrada entre as agremiações”, destaca.
De acordo com a professora, a opção por participar do carnaval de uma maneira mais descontraída, mais informal, tem levado as pessoas a se interessarem novamente pelos blocos de rua, que já existiam em grande número na capital paulista desde os anos de 1920, 1930, e 1940.
“Os blocos têm ganhado importância e número de participantes, que buscam essa maneira em que você é protagonista do seu carnaval, você escolhe o jeito de brincar, a maneira de se divertir, e não está preso a tantas regras e cobranças."
A pesquisadora destaca que houve um aumento, a partir do início do século, em São Paulo, do carnaval mais participativo, característico do Nordeste, em contrapartida ao de “espectador”, típico dos sambódromos.
“Na Bahia, no Recife, no Nordeste, era aquilo que a gente chamava de carnaval participação, em que o povo todo ia para a rua e participava, dançava atrás do trio elétrico. Aqui, na nossa Região Sudeste, por serem cidades muito grandes, o Poder Público foi organizando o carnaval na forma de desfiles. Mas o povo foi cansando de ser só público, o povo queria ser protagonista do carnaval, queria participar efetivamente da brincadeira, e a solução foi a criação dos blocos”, disse.
Atualmente, a capital paulista tem cerca de 25 blocos de rua, segundo a Associação das Bandas Carnavalescas de São Paulo e a Associação das Bandas, Blocos e Cordões Carnavalescos do Município. Hoje (9), na região da Luz, no centro da capital, houve o desfile de dez bonecões ao som de marchinhas de carnaval. “É um desejo de resgatar o carnaval de rua. Se você pensar, quem vai para o sambódromo são só 32 mil pessoas, em uma cidade com 11 milhões de pessoas”, disse a folclorista Neide Rodrigues.
Na região de Pinheiros, na zona oeste, entrou em cena o Bloco João Capota na Alves (em homenagem às ruas João Moura, Capote Valente e Alves Guimarães), que arrastou mais de 500 pessoas. “Há opções em São Paulo de carnaval para quem não gosta de sambódromo. Tem o carnaval de rua que é maravilhoso, é de graça, é saudável e sem apelação”, disse a foliã Milene Cirino.
Edição: Andréa Quintiere