quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Circulação sem controle favorece falsificação de medicamento

Via Agência USP de Notícias
Por Júlio Bernardes - jubern@usp.br
26.02.2013

Pesquisa internacional coordenada pela National Academy of Science (Estados Unidos), com participação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, alerta para o elevado número de medicamentos falsificados em circulaçao no mundo, que chega a 50% na África. A falta de fiscalização na circulação de medicamentos e dos seus princípios ativos (cadeia de suprimentos) favorecem a falsificação, principalmente em países subdesenvolvidos. No Brasil, o estudo revela que o principal problema é a deficiência no controle de fronteiras, que facilita a entrada de medicamentos falsificados.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 20% a 25% dos medicamentos comercializados em todo o mundo são falsificados. O professor Marco Antonio Stephano, da FCF, que representou o Brasil na pesquisa, afirma que o índice de falsificação no País é baixo, oscilando entre 5% e 8%. “Em todo o mundo, os principais alvos de fraudes são os chamados medicamentos blockbusters, com faturamento de vendas superior a U$ 1 bilhão por ano, como os utilizados no tratamento de câncer, doenças crônicas como diabetes, alzheimer, disfunção erétil, malária e doenças autoimunes”, explica. “No Brasil a maior parte desses medicamentos são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou seu consumo não é o mesmo encontrado em outros países”.

As falsificações mais encontradas no mercado brasileiro são de medicamentos sociais ou de entretenimento, como os usados no tratamento de disfunção erétil, e de anabolizantes para fortalecimento físico. O professor alerta que os medicamentos provenientes de cargas roubadas também são considerados falsificações. “Normalmente, esses produtos são submetidos a um processo inadequado de armazenamento e alterações de embalagem, o que pode levar a perda de sua atividade terapêutica”, diz. “Os fabricantes são obrigados a investir em segurança no transporte, o que encarece o preço para os consumidores”. CONTINUA!