quarta-feira, 7 de agosto de 2013
(Fracking) Extração do gás de xisto: Expresso para o futuro ou caminho equivocado?
Via EcoDebate/Jornal da Ciência
05.08.2013
No momento em que o Brasil ensaia o uso do gás de xisto, as muitas dúvidas levantam a questão: estamos pegando um bonde errado na história?
As reservas conhecidas de combustíveis fósseis, os mais utilizados no mundo, um dia vão se acabar. Para suprir essa demanda, duas opções são apontadas para o futuro: desenvolver fontes alternativas de energia ou encontrar reservas inexploradas de recursos não renováveis – desconsiderando seus impactos ambientais. Nesse contexto, a extração do gás de xisto vem ganhando destaque internacional, especialmente nos Estados Unidos, e já começa a ser discutida no Brasil.
Apesar do entusiasmo, as muitas incertezas em relação ao gás de xisto, à viabilidade de seu uso como fonte energética e a seus riscos são evidentes, segundo especialistas reunidos durante a 65ª Reunião Anual da SBPC. O país deve então entrar de cabeça nessa empreitada? Ou será que, desta vez, deixar o bonde da história passar pode ser positivo?
Em sua composição e utilização, o gás de xisto é quase idêntico ao gás natural extraído junto com o petróleo, o mesmo que, provavelmente, alimenta a sua casa – na verdade, os dois se formam até nas mesmas camadas do subsolo e são frutos do mesmo processo. Vale destacar que, considerando sua origem, a designação ‘de xisto’ é incorreta, como frisaram os pesquisadores. “O xisto é uma rocha metamórfica e os hidrocarbonetos se formam em rochas sedimentares com muita matéria orgânica, submetida a grandes pressões e temperaturas ao longo do tempo”, afirmou o geofísico Fabio Taioli, da Universidade de São Paulo. “O nome correto seria gás de folhelho.”
O gás natural e o ‘de xisto’ se diferenciam na sua extração. Ao longo de milhões de anos, o primeiro migra naturalmente das camadas rochosas em que se formou para outras mais superficiais, onde acaba acumulado sob rochas que funcionam como ‘tampões’. Para extraí-lo, basta perfurar essa camada. O gás ‘de xisto’, por sua vez, permanece impregnado na camada formadora. Para explorá-lo, é preciso perfurar o solo até lá e depois fazer perfurações horizontais, por quilômetros, em muitas direções. Com jatos d’água pressurizada, a rocha é, então, fraturada, liberando o gás aprisionado. Continua.
05.08.2013
No momento em que o Brasil ensaia o uso do gás de xisto, as muitas dúvidas levantam a questão: estamos pegando um bonde errado na história?
As reservas conhecidas de combustíveis fósseis, os mais utilizados no mundo, um dia vão se acabar. Para suprir essa demanda, duas opções são apontadas para o futuro: desenvolver fontes alternativas de energia ou encontrar reservas inexploradas de recursos não renováveis – desconsiderando seus impactos ambientais. Nesse contexto, a extração do gás de xisto vem ganhando destaque internacional, especialmente nos Estados Unidos, e já começa a ser discutida no Brasil.
Apesar do entusiasmo, as muitas incertezas em relação ao gás de xisto, à viabilidade de seu uso como fonte energética e a seus riscos são evidentes, segundo especialistas reunidos durante a 65ª Reunião Anual da SBPC. O país deve então entrar de cabeça nessa empreitada? Ou será que, desta vez, deixar o bonde da história passar pode ser positivo?
Em sua composição e utilização, o gás de xisto é quase idêntico ao gás natural extraído junto com o petróleo, o mesmo que, provavelmente, alimenta a sua casa – na verdade, os dois se formam até nas mesmas camadas do subsolo e são frutos do mesmo processo. Vale destacar que, considerando sua origem, a designação ‘de xisto’ é incorreta, como frisaram os pesquisadores. “O xisto é uma rocha metamórfica e os hidrocarbonetos se formam em rochas sedimentares com muita matéria orgânica, submetida a grandes pressões e temperaturas ao longo do tempo”, afirmou o geofísico Fabio Taioli, da Universidade de São Paulo. “O nome correto seria gás de folhelho.”
O gás natural e o ‘de xisto’ se diferenciam na sua extração. Ao longo de milhões de anos, o primeiro migra naturalmente das camadas rochosas em que se formou para outras mais superficiais, onde acaba acumulado sob rochas que funcionam como ‘tampões’. Para extraí-lo, basta perfurar essa camada. O gás ‘de xisto’, por sua vez, permanece impregnado na camada formadora. Para explorá-lo, é preciso perfurar o solo até lá e depois fazer perfurações horizontais, por quilômetros, em muitas direções. Com jatos d’água pressurizada, a rocha é, então, fraturada, liberando o gás aprisionado. Continua.