terça-feira, 13 de agosto de 2013

Crise econômica aumenta número de dependentes de doação de refeições em Portugal

Via Agência Brasil
12.08.2013

Gilberto Costa
Correspondente da Agência Brasil / EBC
Lisboa – A crise econômica em Portugal fez crescer o número de cantinas sociais que fornecem refeição para pessoas em situação de risco. Em dois anos, o número de cantinas inscritas no Programa de Emergência Alimentar saltou de 62 para 802 – crescimento de quase 1.300%.
O programa é do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, que não apresenta número consolidado de pessoas atendidas. Conforme a assessoria de imprensa do ministério informou à Agência Brasil, cada cantina atende em média 65 pessoas, o que resulta  mais de 52 mil pessoas fazendo uma refeição por dia nas cantinas – 48 mil a mais do que no início do mandato do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (junho 2011).
O crescimento é um indicador não registrado nas estatísticas oficiais sobre o aumento da pobreza e de situação de alta .vulnerabilidade social em Portugal. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, em 2011, o risco de uma pessoa viver em condições de pobreza em Portugal permanecia em torno de 18%, proporção estável desde 2008, quando começou a crise econômica internacional.
O Ministério da Solidariedade não dispõe de um perfil das pessoas assistidas. Segundo o órgão, o programa não identifica as pessoas que frequentam as cantinas porque há casos de “pobreza envergonhada”, isto é, famílias que antes da crise tinham seu sustento e com recessão (de 30 meses) e desemprego (cerca de 900 mil pessoas) não conseguem subsistir. De acordo com o governo, há casos de pessoas que ficaram sem moradia e de dependentes químicos.
O número de cantinas sociais inscritas no Programa de Emergência Alimentar está próximo do limite inicialmente previsto (até 900 unidades). A área social poderá sofrer cortes no próximo ano.

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