quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Historiador resgata os primórdios da crença em discos voadores

Via Com Ciência - SBPC/LabJor
Por Danilo Albergaria
05.08.2010

Ninguém teria acreditado, nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, que a combinação entre jornalismo sensacionalista, medo de um conflito atômico e fascínio pela exploração espacial criariam o caldo cultural que permitiria o surgimento da ideia de que seres extraterrestres estão nos visitando a bordo de aeronaves conhecidas como discos voadores. Embora esse imaginário tenha surgido nos Estados Unidos, a formação da crença em discos voadores no Brasil tem sua própria história. Quem a conta é o historiador Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos, em dissertação de mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas.

Em A invenção dos discos voadores: Guerra Fria, imprensa e ciência no Brasil (1947-1958), Cardoso dos Santos mostra que, sob influencia do que vinha ocorrendo nos Estados Unidos, apareceram muitos casos de avistamento e até mesmo ondas de relatos de discos voadores no Brasil nos anos 1950. A atuação sensacionalista de parte da imprensa local e a incipiente atuação dos cientistas da época abriram espaço para especulações de todo tipo.

Armas secretas ou alienígenas?

Muito antes das discussões sobre discos voadores, a imaginação literária já havia levado à criação de obras sobre seres de outros planetas que nos visitam. Essa história, porém, saltou das páginas dos livros para as dos jornais logo após a Segunda Guerra. Em 1947 surgiu a expressão disco voador – cunhada a partir da tradução livre de flying saucer (pires voador), termo formulado a partir do erro de compreensão de um jornalista estadunidense. As notícias sobre o avistamento desses flying saucers levaram ao surgimento de uma onda de relatos nos Estados Unidos. No Brasil, o efeito foi bastante semelhante. Continua