quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Desiguais demais


JC e-mail 4081, de 24 de Agosto de 2010.
Desiguais demais


Estudo compara índices de desempenho da educação básica em todos os estados nos anos de 2005 e 2009 e mostra que, em metade, aumentou a discrepância entre melhores e piores

Como avaliar a educação do meu estado, da minha cidade, da minha escola? Atualmente, é possível olhar para diversas realidades sob o ângulo de números e pesquisas, que tratam de analisar e ranquear a vida cotidiana. Em se tratando de educação, entre os dados mais utilizados para a realização de avaliações está o Índice de Desempenho da Educação Básica (Ideb), do Ministério da Educação (MEC).

O movimento Todos Pela Educação, com base nas informações do último índice - divulgado em julho -, apresentou estudo com a intenção de aumentar o alcance de avaliação do Ideb. Enquanto o indicador do MEC forneceu o número do índice (que representa a qualidade da educação) de cada estado, entre outros dados, o movimento apresentou de que forma esse índice é composto.

Em alguns estados, ele é feito de uma maior igualdade do ensino oferecido nas escolas. Em outros, representa a média de escolas com uma qualidade muito diferente entre si.

Ao comparar a desigualdade na educação das séries finais (5ª a 8ª) do ensino fundamental, oferecido pelas redes estaduais em 2005 e 2009, o estudo observou o aumento da discrepância do ensino entre as escolas de 14 estados.

Enquanto representantes de entidades criticam tantos números que expliquem de forma exata a educação, e até a avaliação de desempenho por provas aplicadas em todo o país, o presidente executivo do movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos, defende que o novo estudo fornece mais condições para uma avaliação concreta da qualidade da educação distribuída pelos estados.

"Não podemos dar oportunidade e futuros diferentes para alunos de uma mesma rede de ensino. Ou seja, não se pode criar um 'apartheid educacional'. Por isso, esses dados são uma invocação para que o gestor trabalhe a questão da desigualdade entre escolas, para que enxergue essas diferentes realidades", afirma. Continua